FALANDO EM REALITY SHOW LITERĂRIO
13/08/2009 -
FALOU NO FM? TĂ FALADO!
"BIG BROTHER" DE LITERATURA ON-LINE
English:
http://www.fourthnight.com/
Em reality show lançado por blog, leitores votam para eliminar piores histórias. Twitter também foi usado para pequenos desafios, como "escreva uma história que tenha canibalismo" com apenas 140 caracteres.
Com base em duas premissas - a primeira, de que os reality shows provocam certa repulsa, mas inevitavelmente fisgam um nĂșmero assustador de telespectadores; e a segunda, de que o computador Ă© um vĂcio contemporĂąneo opressor, porĂ©m imprescindĂvel para a cultura do sĂ©culo 21-, o escritor e jornalista cipriota Constantine Markides, 32, lançou um projeto inovador em que mistura esses tais "pecados" do novo mundo com uma espĂ©cie de "absolvição" invocada desde os primĂłrdios da humanidade: a literatura.
Markides é o fundador do blog Fourth Night/ Fourth Fiction (www.fourthnight.com), que "hospeda" o que ele considera ser o primeiro reality show literårio da rede - outras ideias similares jå foram tentadas, mas não com a mesma concepção, tampouco com os mesmos critérios. Da competição, que foi lançada oficialmente dia 04 de agosto, participam 12 escritores que não são celebridades e usam pseudÎnimos para evitar reaçÔes de amor e ódio dos fãs.
O projeto termina no dia 4 de dezembro, quando apenas um escritor terĂĄ sobrevivido Ă s vorazes crĂticas e "paredĂ”es" dos leitores desse "Big Brother" cibernĂ©tico. As postagens dos votos para eliminação vĂŁo ocorrer nos dias 4, 14 e 24 de cada mĂȘs. Ao final da competição, o vencedor terĂĄ escrito 12 capĂtulos de uma ficção.
O jornalista, graduado em filosofia pela Columbia University e com mestrado em literatura inglesa pela University College of London (UCL), disse Ă Folha que trabalha na concepção do projeto hĂĄ um ano e meio. "Essa ideia surgiu quando eu terminava o meu mestrado na UCL, com ĂȘnfase na literatura revolucionĂĄria do sĂ©culo 20. Desde entĂŁo, comecei a pensar em como a literatura se desenvolve e como serĂĄ revolucionĂĄria - no sentido de rupturas, alternativas, de novas abordagens - ao longo do sĂ©culo 21", afirmou.
Segundo ele, a cultura deste sĂ©culo Ă© extremamente interativa e qualquer pessoa envolvida no mercado literĂĄrio - sejam editoras ou escritores - estĂĄ ciente de que Ă© preciso criar novas maneiras de tornar a literatura disponĂvel via on-line. O voyeurismo e o exibicionismo dos reality shows, assim como as novas tecnologias, afirma Markides, estĂŁo introjetados na cultura contemporĂąnea. "Comecei a pensar em como a literatura pode e estĂĄ sendo absorvida por tudo isso", explicou o blogueiro.
"Se formos honestos, temos que admitir que, embora os reality shows sejam ridĂculos e detestĂĄveis, eles inevitavelmente nos fascinam. Eles sĂŁo a versĂŁo moderna das lutas de gladiadores romanos. O ser humano tem esse desejo inconfesso de ver pessoas sendo atiradas aos leĂ”es. Ă por isso que os reality shows sĂŁo repletos de manipulação, jogos sexuais, narcisismo, competição e fofocas", disse Markides.
"O Fourth Fiction, apesar do tom sarcåstico em relação aos reality shows, também tem como intenção entender o nosso desconforto em como nós gastamos o nosso tempo com as nossas próprias invençÔes."
Nem um tostĂŁo
Aos leitores, Markides promete diversĂŁo genuĂna e a chance de deixar a imaginação viajar para alĂ©m das telas do computador. Aos escritores, nada. Eles nĂŁo vĂŁo receber um tostĂŁo pelo projeto - estĂŁo fazendo isso pelo prazer de escrever e pelo interesse em testar uma nova forma de comunicação. Nenhuma promessa miraculosa foi feita. HĂĄ contatos com editoras em andamento, mas o blogueiro, honestamente, nĂŁo vende um peixe maior que o pescado.
"Existe o interesse de editoras em publicar o romance do vencedor, mas isso vai depender do nĂșmero de acessos e da receptividade do projeto", admite o jornalista.
O projeto também abrangeu testes no Twitter. De 4 de julho até hoje, o criador do projeto permitiu que os escritores usassem o Twitter (@fourth fiction) para se apresentar aos leitores. Eles também usaram a rede de microblogs para responder a dez desafios literårios feitos por Markides.
Por exemplo: escreva um post (no tamanho dos do Twitter, com 140 caracteres) sobre uma histĂłria que tenha um ato de canibalismo; ou escreva uma cena de sexo que contenha um tĂtulo de uma mĂșsica do Michael Jackson; ou crie um final alternativo para a histĂłria dos TrĂȘs Porquinhos. Para os interessados em votar, participar ou gastar o tempo com literatura on-line, Ă© sĂł acessar.
Malu Delgado â Fonte: Folha de S.Paulo â 06/08/09.
MENSAGENS DE NOSSOS LEITORES E COLABORADORES
"Leiam esse pequeno texto, amigos protetores de animais... 'para preocupar-se com os humanos existem as pessoas como vocĂȘ, que certamente faz trabalho voluntĂĄrio em asilos e creches, doa dinheiro para entidades assistenciais e faz ronda do sopĂŁo noturno para moradores de rua nas noites frias de inverno. Graças a pessoas como vocĂȘ, que tanto fazem por outras pessoas, Ă© que pessoas como nĂłs podemos dedicar nossos esforços aos animais que nĂŁo podem contar com pessoas como vocĂȘ' (Colaboração: Shirley - Caraguatatuba)" FM: Falou no FM? TĂĄ Falado!
"Muito bom! Para diversĂŁo dos nĂŁo-fumantes e para reflexĂŁo dos fumantes. Vejam o vĂdeo: http://www.youtube.com/watch?v=uanW406YdjA. Abraço. (Colaboração: Naves)" FM: DiversĂŁo x ReflexĂŁo, um bom duelo. Valeu!
âOi, Muito legal a matĂ©ria da Ecofont â Letras EcolĂłgicas! NĂŁo conhecia. JĂĄ enviei para a empresa para avaliarmos. BrigadĂŁo!â FM: Ă realmente muito legal e merece a avaliação. Abraços
"à de disparate em disparate, de discurso em discurso, de ato secreto em ato secreto... Onde vamos parar?" FM: A pergunta é pertinente. Por isso, é necessårio ficar atento. Abraços.
"Vamos colaborar com a nossa saĂșde. Uma boa prevenção Ă© tudo que se recomenda. Ă tudo de bom. Para sua informação, como combater a gripe: Se apenas limpando as mĂŁos com ĂĄlcool elimina-se o risco do vĂrus da gripe, ingerindo bebida alcoĂłlica entĂŁo... ele nem chega perto!!! (Colaboração: Cleide - SP)" FM: Ă para se analisar com carinho...
"OlĂĄ, O mundo corporativo acabou se tornando um mundo Ă parte, ao mesmo tempo inserido no nosso mundo, digamos real. Adquirimos personalidades especĂficas, incorporadas somente para vivermos naquele mundo. Podemos ser o todo poderoso que manda e nĂŁo pede, ainda que sejamos o gentil que pede e nunca manda. Podemos ser o submisso que age Ă partir do momento que recebe um estĂmulo ou uma ordem, ainda que sejamos um prĂł-ativo natural que sabe de tudo primeiro e resolve todos os problemas antes mesmo deles acontecerem. Podemos ainda ser um âexpertâ para o qual nĂŁo hĂĄ problema que nĂŁo tenha solução, ainda que sejamos o contrĂĄrio. Podemos ser exatamente o que somos, desde que paguemos o preço por isso, apesar de muitas vezes ser muito caro. A convivĂȘncia neste mundo costuma ser uma arte e pintam as melhores telas, aqueles que o quanto antes aprenderem a usar a cor certa e o pincel adequado a cada modelo que se mostrar e a cada pose que seja manifestada. Nada muito diferente do chamado mundo real, se nĂŁo fosse um mundo totalmente Ă parte, que pode desmoronar a qualquer momento depois de um corte ou demissĂŁo e o fato de que ainda que seja menor em tamanho, pode facilmente influenciar o mundo ârealâ, enquanto que a recĂproca nem sempre Ă© verdadeira. Abraços" FM: O Texto "ConvivĂȘncia no Mundo Corporativo" estĂĄ disponĂvel na coluna "Pense".
FEIRA GUIA DO ESTUDANTE
O prĂłximo passo rumo ao seu futuro. A maior feita estudantil do paĂs.
De 21 a 23 de agosto no Expo Center Norte â PavilhĂŁo Amarelo.
Entrada grĂĄtis! Inscreva-se jĂĄ! http://www.feiraguiadoestudante.com.br.
Fonte: Aventuras na HistĂłria â Edição 72 â Julho 2009.
COMUNICA BH
O Sindicato das AgĂȘncias de Propaganda de Minas Gerais (Sinapro-MG) promove, entre os dias 18 e 21 de agosto, a 1ÂȘ Comunica-MG em Belo Horizonte. O projeto consiste em uma semana de eventos ligados Ă comunicação, propaganda e marketing. Entre eles estĂŁo a I Feira Mineira da IndĂșstria da Comunicação, o Festival Minas de Comunicação e o Ciclo de Palestras, que trarĂĄ seis profissionais renomados para discutir temas importantes para o futuro do setor. Mais informaçÔes pelo site http://www.comunica-mg.com.br/.
Luiz Tito - Fonte: O Tempo - 09/08/09.
O REDATOR DO SENADO
ML, redator do Senado, cujo nome preservo por razĂ”es compreensĂveis, autor de belos discursos, lidos por vĂĄrios senadores, me confessa ao ouvido, enquanto ouve um: "Eu sou como La Fontaine: faço os animais falarem".
MillÎr (http://www2.uol.com.br/millor/) - Fonte: Veja - Edição 2125.
NAS RUAS
Adesivo visto em carros circulando em capitais como BrasĂlia, Campo Grande e GoiĂąnia: "NĂŁo vou engolir nem digerir: Fora Sarney".
Painel â Renata Lo Prete - Fonte: Folha de S.Paulo â 10/08/09.
AS MUDANĂAS NA LINGUAGEM
NĂŁo Ă© Ă toa que chamam o Brasil de paĂs de bacharĂ©is: tem o que manda, o que obedece, tem o rĂ©u e o que acusa. E encontramos isso tudo radiografado pela linguagem oral coloquial com a qual nos comunicamos. Ă sĂł observar.
As formas de comunicação e os rituais acompanham as transformaçÔes das organizaçÔes sociais. Onde a desobediĂȘncia ao ritual Ă© mais pesadamente punida encontramos mais jeitos de expressar as emoçÔes pelas costas.
Por medo de que fossem pegos em flagrante, o escravo, o servo e a criança foram criando gestos que podiam ser feitos quando as autoridades estivessem pelas costas. O gesto era preferĂvel porque o som poderia chegar ao ouvido do desobedecido. Fazer careta, mostrar a lĂngua, dar banana, fazer gestos obscenos - tudo isso se faz pelas costas e dĂĄ certo alĂvio ao que foi repreendido ou comandado. Quando obedecemos Ă revelia de nĂłs mesmos, procuramos uma forma de liberação.
Em substituição ao gesto "banana para vocĂȘ", que nĂŁo se usa mais, apareceu o "TĂł que eu vou fazer", "TĂł aqui que eu vou te obedecer".
Conforme a autoridade foi ficando menos poderosa, o sentido desses gestos foi permeando a linguagem. De reverĂȘncia caĂmos fĂĄcil na irreverĂȘncia. A mudança do poder dos poderosos corresponde Ă passagem do gesto para as expressĂ”es, que nem por isso deixam de carregar conteĂșdos nĂŁo explĂcitos.
"Não, é que..." seguido de uma explicação que, em resumo, quer dizer "Não fui eu", "Não me castigue". Antes que me acusem, jå me desculpo e me esquivo. Quem prestar atenção deve lembrar de outras tantas expressÔes sintéticas: "Vå lå que seja!", "Coisa nenhuma", "Deixa para lå", "Enfim...".
E tem tambĂ©m aquele recurso do autoritĂĄrio que gostaria de ter autoridade e usa a expressĂŁo "Deixa ele...", "Ă bom ele...", como se alguĂ©m tivesse pedido permissĂŁo. Ou Ă© o culpado que fala, acusado pelo juiz ("NĂŁo, Ă© que...") ou Ă© o juiz que enuncia sua aprovação, explicando o por quĂȘ.
Mesmo quando informados sobre um evento, enunciamos uma aprovação ou desaprovação. Como se o comunicado pedisse não uma atitude empåtica, não uma comunhão de interesses, e sim uma permissão.
Isso nos leva ao passo seguinte, que Ă© o de querer nos desvencilhar da culpa supostamente atribuĂda. A culpa, a responsabilidade, o desencadeamento Ă© sempre uma ação do outro. "NĂŁo, Ă© que ele atrasou".
"NĂŁo, Ă© que eu nem estava lĂĄ".
Mas o "nĂŁo" nĂŁo engana.
A aceitação do gerundismo nos remete a uma fuga dessa responsabilidade. "Estaremos fazendo", "Estaremos comunicando" Ă© um jeito de evitar a acusação futura. "Eu vou estar fazendo" significa "NĂŁo sei quando vou acabar, mas vou acabar". Portanto, nĂŁo estou sujeito a cobranças. Quando o interesse das empresas adotou o gerĂșndio em telemarketing, a mosca caiu no mel.
E a sociedade vai mudando e a linguagem corre atrĂĄs. E a lĂngua brasileira vai ficando cada vez mais nossa.
Anna VerĂŽnica Mautner , psicanalista da Sociedade Brasileira de PsicanĂĄlise de SĂŁo Paulo, Ă© autora de "Cotidiano nas Entrelinhas" (ed. Ăgora)
Outras Ideias - Fonte: Folha de S.Paulo â 13/08/09.
Sociedade Brasileira de PsicanĂĄlise de SĂŁo Paulo â http://www.sbpsp.org.br/
Cotidiano nas Entrelinhas - http://shopping.uol.com.br/livro-cotidiano-nas-entrelinhas-o-anna-veronica-mautner_5163.html
NĂŁo deixem de enviar suas mensagens atravĂ©s do âFale Conoscoâ do site.
http://www.faculdademental.com.br/fale.php