CRIATIVIDADE NO MARKETING
01/07/2011 -
NOSSOS COLUNISTAS
PROPAGANDAS INTELIGENTES (CARTAZES DE DIVULGAĂĂO DAS OLIMPĂADAS)
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OlimpĂadas - Cartazes histĂłricos dos jogos olĂmpicos. Confira alguns cartazes de OlimpĂadas antigas que ficam expostos no Museu OlĂmpico de Lausanne, SuĂça:
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Kåtia Perin - Fonte: Veja - Edição 2223.
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PROFESSOR TOM COELHO
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Verdades e Mentiras
*por Tom Coelho
âExistem verdades que a gente sĂł pode dizer
depois de ter conquistado o direito de dizĂȘ-las.â
(Jean Cocteau)
âNĂŁo existe mulher meio-grĂĄvidaâ.
Foi desta maneira que meu pai me ensinou que hå situaçÔes nas quais inexiste o meio-termo. Ou é, ou não é.
Da mesma forma eduquei-me acreditando que a verdade tambĂ©m nĂŁo admite interpretação dĂșbia. Como diria um provĂ©rbio iĂdiche, meia-verdade Ă© uma mentira inteira.
Em tempos de crise de valores, quando a integridade, a idoneidade, a dignidade e tantas outras virtudes se despedem, tornando-se peças de museu, artigo raro seja na gestĂŁo pĂșblica, no mundo corporativo ou nas relaçÔes interpessoais, adotamos a verdade com vigor ainda maior. Primeiro, por princĂpio. E segundo, porque ela sempre vem Ă tona, cedo ou tarde.
Mas aĂ, como disse certa vez LuĂs Fernando VerĂssimo, quando a gente acha que sabe todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas.
Escrevi um artigo intitulado âA fragilidade da vidaâ no qual relato a experiĂȘncia da descoberta de um cĂąncer que acometeu meu pai. O fato nos foi revelado apĂłs exames para diagnosticar o que parecia ser um AVC (acidente vascular cerebral). E durante vĂĄrios dias vivenciamos um dilema: os familiares sabiam que era um tumor maligno, enquanto meu pai imaginava tratar-se apenas de um breve coĂĄgulo no cĂ©rebro.
Quando penso em meu pai, sempre me vem Ă mente uma pessoa ativa, dinĂąmica, criativa e muito batalhadora. Com pouca instrução, teve a capacidade de promover grandes realizaçÔes em sua vida. Proporcionou estudo aos seus cinco filhos e jamais permitiu que algo nos faltasse. Domina a matemĂĄtica de maneira invejĂĄvel para muitos estudantes de nĂvel superior. PorĂ©m, ao lado de tantos aspectos positivos, hĂĄ um contraponto tenaz: um terrĂvel hĂĄbito de cultivar o pessimismo em momentos de adversidade.
Este aspecto jĂĄ nos distanciou algumas vezes. Chegamos a trabalhar juntos por alguns anos, mas a divergĂȘncia entre nossas posturas era objeto constante de conflito. Perante uma vicissitude ou uma oportunidade, eu sempre acreditava que seria possĂvel, que daria certo. JĂĄ meu pai partia do pressuposto de que o jogo estava perdido.
Conhecendo este padrĂŁo de comportamento eu sabia que o ideal seria omitir a verdade sobre sua doença. Afinal, a cabeça comanda o corpo, de modo que em seu perĂodo de maior debilidade fĂsica, o melhor seria fazĂȘ-lo acreditar que tudo era relativamente simples e passageiro.
Contudo, hospitais trabalham com protocolos mĂ©dicos. E um deles determina que todo paciente deve ser esclarecido com franqueza sobre seu quadro clĂnico e o tratamento ao qual serĂĄ submetido. Diante disso, o pneumologista sentenciou: âOu vocĂȘs, familiares, contam a ele o que estĂĄ se passando, ou contaremos nĂłsâ.
Minhas irmĂŁs decidiram por consenso que esta tarefa caberia a mim. E dois dias depois lĂĄ estava a sĂłs com meu pai, em seu quarto, ao lado de seu leito. Solicitei-lhe que se sentasse, por um instante, de frente para mim. Segurei-lhe as mĂŁos e reproduzo a seguir um resumo do diĂĄlogo que sucedeu:
â Pai, vocĂȘ acredita em Deus?
â Sim, acredito!
â E confia em mim?
â Com toda certeza, meu filho.
â Pois entĂŁo, seu problema Ă© um pouco mais grave do que imaginĂĄvamos...
â Eu jĂĄ sabia... Mas nĂŁo me conte. Eu nĂŁo quero ouvir! NĂŁo quero! (virando o rosto)
â Mas eu preciso lhe dizer, porque ou vocĂȘ ouve de mim, ou ouvirĂĄ dos mĂ©dicos. VocĂȘ estĂĄ com um tumor no pulmĂŁo. Ă algo raro, ainda mais para quem, como vocĂȘ, nunca fumou. E o coĂĄgulo em seu cĂ©rebro Ă© uma consequĂȘncia deste tumor.
â EntĂŁo estou liquidado...
â Pai, deixe de pensar assim! HĂĄ tratamento, hĂĄ cura, e Ă© por isso que vocĂȘ estĂĄ aqui, num dos melhores hospitais do paĂs e com Ăłtimos especialistas.
â Ă verdade? Mas me diga uma coisa, meu filho: isso nĂŁo Ă© cĂąncer nĂŁo, certo?
â Ă pai. Ă cĂąncer. Tumor e cĂąncer sĂŁo a mesma coisa. Pouco importa o nome que se dĂȘ, mas sim que a medicina estĂĄ muito evoluĂda e que juntos vamos sair desta.
Após esta conversa, senti que sua aceitação foi muito positiva. As lågrimas que rolaram foram menos intensas do que se poderia esperar. Mas fundamentalmente notei que ele decidiu abraçar a luta pela vida, em vez de entregar-se à enfermidade.
Eu poderia ter lhe dito que o tumor é maligno. Que seu estågio é avançado, alcançando os dois pulmÔes e que o edema no cérebro é fruto de uma metåstase, caracterizando a evolução da doença. Poderia ter lhe dito que os oncologistas trabalham com expectativa de vida e que a luta não é pela cura, mas pelo que chamam de sobrevida. Mas optei conscientemente pela omissão. E descobri que hå circunstùncias em que, sim, cabem meias-verdades. Porque elas aliviam, em lugar de ferir. Porque elas não são um erro, nem tampouco um acerto, mas apenas o adequado. Porque elas podem confortar e promover a esperança. Uma verdade oculta não é uma mentira contumaz.
Nietzsche dizia: âNĂŁo pretendo ser feliz, mas verdadeiroâ. Abro mĂŁo da verdade plena e da minha felicidade, para ver feliz quem amo.
14/08/2009 - Tom Coelho Ă© educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 15 paĂses. Ă autor de âSete Vidas â LiçÔes para construir seu equilĂbrio pessoal e profissionalâ, pela Editora Saraiva, e coautor de outros quatro livros.
Contatos através do e-mail tomcoelho@tomcoelho.com.br.
Reprodução Autorizada desde que mantida a integridade dos textos, mencionado o autor e o site www.tomcoelho.com.br e comunicada sua utilização através do e-mail talento@tomcoelho.com.br.
PROFESSOR X
PROFESSORES DE QUALIDADE
Nos artigos anteriores, argumentei que uma boa gestĂŁo e polĂticas especĂficas para escolas e alunos com pior desempenho sĂŁo elementos importantes de uma estratĂ©gia eficaz para melhorar a educação no Brasil.
O terceiro componente da estratégia é formar, selecionar e reter professores de qualidade.
No Brasil, somente 62% dos professores da educação bĂĄsica possuem nĂvel superior completo com licenciatura, que representa a formação adequada para lecionar nesse nĂvel de ensino, segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação.
Além disso, existe um descompasso significativo entre a formação do professor e a disciplina que leciona, tanto nas séries finais do ensino fundamental quanto no médio.
Um primeiro passo para reverter esse quadro Ă© estabelecer de forma clara o conjunto de competĂȘncias que professores devem adquirir para que sejam atingidas as metas de aprendizagem dos alunos, e alinhĂĄ-lo com os programas de formação inicial e continuada de docentes.
Estudos recentes, como "Subjective and Objective Evaluations of Teacher Effectiveness", de Rockoff e Speroni, mostram que a combinação de informaçÔes objetivas e subjetivas sobre o desempenho dos professores pode ser eficaz para identificar docentes de qualidade.
Um indicador objetivo, que tem sido crescentemente utilizado em outros paĂses, Ă© o valor adicionado do professor, medido como sua contribuição para a elevação da nota do aluno em exames padronizados.
Nos Estados Unidos, por exemplo, o governo federal fornece recursos para Estados que adotam medidas de valor adicionado como um elemento de seus sistemas de avaliação de professores.
O uso dessas medidas seria um componente importante de uma polĂtica de avaliação de professores no Brasil. Para isso, Ă© necessĂĄrio criar bases de dados que associem o desempenho dos alunos ao de seus professores.
Essas medidas objetivas devem ser complementadas por avaliaçÔes subjetivas por parte de diretores e examinadores externos.
Uma vez criada uma forma de avaliar a qualidade do professor, Ă© preciso recompensar o professor com bom desempenho.
Alguns Estados, como SĂŁo Paulo, Pernambuco, Minas Gerais e, mais recentemente, Rio de Janeiro, criaram metas para cada escola pĂșblica e premiam os professores com base no grau de cumprimento dessas metas.
Em 2009, o governo de SĂŁo Paulo criou um programa de progressĂŁo na carreira que depende do desempenho do professor em exames.
A avaliação dessas iniciativas serĂĄ importante para que outros Estados e municĂpios possam escolher o modelo mais adequado.
Fernando Veloso, 44, Ă© pesquisador do IBRE/FGV. Fonte: Folha de S.Paulo - 27/06/11.
IBRE/FGV - http://portalibre.fgv.br/
PROFESSORA PASQUALINA
Ă SOCAPA, QUER DIZER, NA MOITA
O debate polĂtico sobre o sigilo me lembrou uma locução adverbial antiguinha e romĂąntica que, embora ainda apareça de vez em quando na lĂngua viva, sobretudo quando se quer dar ao texto um sabor de Ă©poca, anda injustamente esquecida: âĂ socapaâ.
Ă socapa nasceu no sĂ©culo 16 e quer dizer Ă s escondidas, sorrateiramente, de forma dissimulada ou sonsa, furtivamente, por baixo dos panos. Tem um sinĂŽnimo que talvez soe ainda mais antiquado â embora seja de fato mais recente, do sĂ©culo 18 â em âĂ sorrelfaâ, de idĂȘntico significado, e outro na atualĂssima e informal expressĂŁo âna moitaâ.
O dado curioso Ă© que socapa vem de âsob a capaâ, o que basta para tornĂĄ-la uma palavra datada: alĂ©m de anacrĂŽnicos super-herĂłis, quem usa capa hoje em dia? Etimologicamente, isso basta para a socapa se sair melhor que a sorrelfa, que ninguĂ©m sabe de onde vem.
Ăs vezes a lĂngua gosta de agir Ă socapa.
Kåtia Perin - Fonte: Veja - Edição 2223.
Sobre Palavras -
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