FALANDO NO NATAL...
22/12/2011 -
FALOU NO FM? TĂ FALADO!
FELIZ NATAL NORDESTINO!!!
The video:
http://www.youtube.com/watch?v=sGDO99gmb1Q&list=UU_q8CMAtmltAvS1HviFwB9g&index=1&feature=plcp
Muito Show, vale a pena assistir e ouvir.
Feliz Natal Ă todos!!!!
Abraços,
Nosso Natal Tem Brasil...
O vĂdeo:
http://www.youtube.com/watch?v=sGDO99gmb1Q&list=UU_q8CMAtmltAvS1HviFwB9g&index=1&feature=plcp
(Colaboração: Waldeyr E. de Paula Junior)
MENSAGENS DE NOSSOS LEITORES E COLABORADORES
DITO E FEITO: PEDRINHA NO SAPATO
Parece fĂĄcil, nĂŁo? Pedra no sapato Ă© algo que incomoda. Mas, sem perder a referĂȘncia do incĂŽmodo, a frase vai alĂ©m, de acordo com LuĂs CĂąmara Cascudo em "LocuçÔes Tradicionais do Brasil". A origem da expressĂŁo tem mais a ver com hesitação do que com incĂŽmodo. "Imagem, velhĂssima e contemporĂąnea, para a posição mental vacilante, com razĂ”es atendĂveis nos extremos, temendo erro, retardando a escolha inevitĂĄvel, num processo Ăntimo de argumentação oscilante, dualista, insuportĂĄvel", registra CĂąmara Cascudo.
A expressĂŁo nasceu em Portugal, "com os primeiros sapatods quinhentistas", como observa o historiador e antropĂłlogo.
Para defender sua interpretação, CĂąmara Cascudo foi buscar a etimologia da palavra escrĂșpulo, a base da hesitação, em "scrupulus", o diminutivo do grego "scrupus", "pedra".
Fonte: Aventuras na História - Edição 101.
LocuçÔes Tradicionais do Brasil - http://www.novacultura.de/0404camaracascudo.html
DELETAR, O VERBO QUE NINGUĂM MAIS DELETA
O verbo deletar ("apagar no computador") aparece no DicionĂĄrio Houaiss com a data de 1975 e uma recomendação: "palavra a evitar, por apagar, suprimir, remover". Um cuidado que, a esta altura do pagode virtual, parece definitivamente ultrapassado. Deletar, um aportuguesamento brasileiro do verbo inglĂȘs "to delete", parece ter vindo para ficar.
Leia mais:
http://veja.abril.com.br/blog/sobre-palavras/curiosidades-etimologicas/deletar-este-verbo-ninguem-deleta-mais/.
Kåtia Perin - Fonte: Veja - Edição 2248.
A ORIGEM DA LĂNGUA ITALIANA
"NĂŁo sei se procede, mas Ă© interessante este pensamento..."
A origem da lĂngua Italiana
A Europa era uma confusĂŁo de inĂșmeros dialetos derivados do latim que aos poucos, ao longo dos sĂ©culos, se transformaram em alguns idiomas distintos â francĂȘs, portuguĂȘs, espanhol, italiano.
O que aconteceu na França, em Portugal e na Espanha foi uma evolução orgĂąnica: o dialeto da cidade mais proeminente se tornou, aos poucos, a lĂngua oficial da regiĂŁo toda.
Portanto, o que hoje chamamos de francĂȘs Ă© na verdade uma versĂŁo do parisiense medieval. O portuguĂȘs Ă© na verdade o lisboeta. O espanhol Ă© essencialmente o madrilenho. Essas sĂŁo vitĂłrias capitalistas; a cidade mais forte acabou determinando o idioma do paĂs inteiro.
Na ItĂĄlia foi diferente. Uma diferença importante foi que, durante muito tempo, a ItĂĄlia sequer foi um paĂs. Ela sĂł se unificou bem tarde (1861) e, atĂ© entĂŁo, era uma penĂnsula de cidades-Estado em guerra entre si, dominadas por orgulhosos prĂncipes locais ou por outras potĂȘncias europeias. Partes da ItĂĄlia pertenciam Ă França, partes Ă Espanha, partes Ă Igreja, e partes a quem quer que conseguisse conquistar a fortaleza ou o palĂĄcio local.
O povo italiano se mostrava alternativamente humilhado e conformado com toda essa dominação. A maioria nĂŁo gostava muito de ser colonizada por seus co-cidadĂŁos europeus, mas sempre havia aquele bando apĂĄtico que dizia: âFranza o Spagna, purchĂš se magnaâ que, em dialeto, significa: âFrança ou Espanha, contanto que eu possa comerâ.
Toda essa divisĂŁo interna significa que a ItĂĄlia nunca se unificou adequadamente, e o mesmo aconteceu com a lĂngua italiana. Assim, nĂŁo Ă© de espantar que, durante sĂ©culos, os italianos tenham escrito e falado dialetos locais incompreensĂveis para quem era de outra regiĂŁo.
Um cientista florentino mal conseguia se comunicar com um poeta siciliano ou com um comerciante veneziano (exceto em latim, que nĂŁo chegava a ser considerada a lĂngua nacional).
No sĂ©culo XVI, alguns intelectuais italianos se juntaram e decidiram que isso era um absurdo. A penĂnsula italiana precisava de um idioma italiano, pelo menos na forma escrita, que fosse comum a todos. EntĂŁo esse grupo de intelectuais fez uma coisa inĂ©dita na histĂłria da Europa; escolheu a dedo o mais bonito dos dialetos locais e o batizou de italiano.
Para encontrar o dialeto mais bonito, eles precisaram recuar duzentos anos, atĂ© a Florença do sĂ©culo XIV. O que esse grupo decidiu que a partir dali seria considerada a lĂngua italiana correta foi a linguagem pessoal do grande poeta florentino Dante Alighieri.
Ao publicar sua âDivina ComĂ©diaâ, em 1321, descrevendo em detalhes uma jornada visionĂĄria pelo Inferno, PurgatĂłrio e ParaĂso, Dante havia chocado o mundo letrado ao nĂŁo escrever em latim. Considerava o latim um idioma corrupto, elitista, e achava que o seu uso na prosa respeitĂĄvel havia âprostituĂdo a literaturaâ, transformando a narrativa universal em algo que sĂł podia ser comprado com dinheiro, por meio dos privilĂ©gios de uma educação aristocrĂĄtica. Em vez disso, Dante foi buscar nas ruas o verdadeiro idioma florentino falado pelos moradores da cidade (o que incluĂa ilustres contemporĂąneos seus, como Boccaccio e Petrarca), e usou esse idioma para contar sua histĂłria.
Ele escreveu sua obra-prima no que chamava de dolce stil nuovo, o âdoce estilo novoâ do vernĂĄculo, e moldou esse vernĂĄculo ao mesmo tempo que escrevia, atribuindo-lhe uma personalidade de uma forma tĂŁo pessoal quanto Shakespeare um dia faria com o inglĂȘs elizabetano.
O fato de um grupo de intelectuais nacionalistas se reunir muito mais tarde e decidir que o italiano de Dante seria, a partir dali, a lĂngua oficial da ItĂĄlia seria mais ou menos como se um grupo de acadĂȘmicos de Oxford houvesse se reunido um dia no sĂ©culo XIX e decidido que â daquele ponto em diante â todo mundo na Inglaterra iria falar o puro idioma de Shakespeare. E a manobra realmente funcionou.
O italiano que falamos hoje, portanto, nĂŁo Ă© o romano ou o veneziano (embora essas cidades fossem poderosas do ponto de vista militar e comercial), e sequer Ă© inteiramente florentino. O idioma Ă© fundamentalmente dantesco.
Nenhum outro idioma europeu tem uma linhagem tĂŁo artĂstica. E, talvez, nenhum outro idioma jamais tenha sido tĂŁo perfeitamente ordenado para expressar os sentimentos humanos quanto esse italiano florentino do sĂ©culo XIV, embelezado por um dos maiores poetas da civilização ocidental.
Dante escreveu sua âDivina ComĂ©diaâ em terza rima, terça rima, uma cadeia de versos em que cada rima se repete trĂȘs vezes a cada cinco linhas, o que dĂĄ a esse belo vernĂĄculo florentino o que os estudiosos chamam de âritmo em cascataâ - ritmo esse que sobrevive atĂ© hoje no falar cadenciado e poĂ©tico dos taxistas, açougueiros e funcionĂĄrios pĂșblicos italianos.
A Ășltima linha da âDivina ComĂ©diaâ, em que Dante se depara com a visĂŁo de Deus em pessoa, Ă© um sentimento que ainda pode ser facilmente compreendido por qualquer um que conheça o chamado italiano moderno.
Dante escreve que Deus nĂŁo Ă© apenas uma imagem ofuscante de luz gloriosa, mas que Ele Ă©, acima de tudo, lâamor che move Il sole e lâaltre stelle... âO amor que move o sol e as outras estrelas...â
Fonte: Sérgio Guimarães Viana (Colaboração: A. M. Borges)
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