FM - Faculdade Mental

GERAL

"HERROS" PICHADOS
24/04/2010 - A JENTE HERRAMOS

A PICHAÃ‡ÃƒO DO CRISTO REDENTOR

English:
http://www.daylife.com/search?q=Rio%27s+Christ+statue+vandalized
O "x" da questÃ£o. A estÃ¡tua do Cristo Redentor, no Rio, amanheceu pichada no Ãºltimo dia 15 de abril. BraÃ§os, peito, rosto. NÃ£o Ã© preciso ser catÃ³lico (nem burguÃªs) para ficar incomodado com esse vandalismo.
Entre os borrÃµes, havia dizeres contra a violÃªncia, citando casos de pessoas desaparecidas ou assassinadas. HÃ¡ quem veja na depredaÃ§Ã£o de um sÃmbolo da cidade uma forma vÃ¡lida de protesto, uma aÃ§Ã£o "polÃtica", talvez atÃ© "artÃstica".
A discussÃ£o estÃ¡ colocada em SÃ£o Paulo. Como a Folha noticiou, a 29Âª ediÃ§Ã£o da Bienal, a ser realizada em setembro, decidiu abrir espaÃ§o aos pichadores. O curador Moacir dos Anjos diz que o "pixo", com "x" (grafia usada pelos adeptos como assinatura do que fazem), "questiona os limites usuais que separam arte e polÃtica", tema desta bienal.
O grupo que estÃ¡ sendo anexado ao "grand monde" agiu com mÃ©todo. Em 2008, pichou uma escola de arte (onde ela Ã© ensinada), uma galeria (onde Ã© comercializada) e a prÃ³pria Bienal do Vazio (o templo da arte). SÃ£o artistas ou vÃ¢ndalos? Representam algo "radical" ou sÃ³ regressivo? A Bienal estÃ¡ se abrindo Ã cidade ou fazendo populismo ao patrocinar a delinquÃªncia?
Ã‰ preciso muito boa vontade para ver algo alÃ©m do testemunho da exclusÃ£o na aÃ§Ã£o ao mesmo tempo selvagem e monÃ³tona dos pichadores. Ao descrever a depredaÃ§Ã£o do patrimÃ´nio por jovens no contexto europeu, o ensaÃsta alemÃ£o Hans Magnus Enzensberger disse: "Nas aÃ§Ãµes espontÃ¢neas expressa-se a raiva das coisas em bom estado, o Ã³dio por tudo o que funciona e que forma um amÃ¡lgama indissolÃºvel com o Ã³dio por si mesmo". Bingo!
Mas aqui nÃ£o estamos em Frankfurt. Falamos de jovens da periferia, de Osasco e de Pirituba. Na afirmaÃ§Ã£o de uma identidade vazia ou na destruiÃ§Ã£o de qualquer identidade, a pichaÃ§Ã£o Ã© tambÃ©m um veÃculo do Ã³dio (e da frustraÃ§Ã£o) com as coisas que nÃ£o funcionam -ou funcionam para os outros.
Os pichadores nÃ£o precisam de Bienal, mas de famÃlia, escola e uma perspectiva de vida decente.
Fernando de Barros e Silva - Fonte: Folha de S.Paulo â€“ 19/04/10.
Leia mais:
http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2010/04/estatua-do-cristo-amanhece-pichada.html
Veja mais fotos:
http://www.daylife.com/search?q=Rio%27s+Christ+statue+vandalized

LULA E DEUS
Durante os piores dias da inundaÃ§Ã£o do Rio, Nosso Guia pediu a Deus que tirasse as chuvas do Rio e as levasse para o Nordeste seco. Ainda bem que nÃ£o se pode garantir que o Grande Mestre tem linha direta com o Padre Eterno. Se tivesse, poderiam responsabilizÃ¡-lo pela enchente de Salvador e de 40 municÃpios do RecÃ´ncavo.
Elio Gaspari - Fonte: Folha de S.Paulo â€“ 18/04/10.

CONDECORADO PELO "CRÃ‰U"
O governo decidiu condecorar Bruno "crÃ©u" Gaspar, assessor de Marco AurÃ©lio "top, top" Garcia, com a Ordem de Rio Branco. Em julho de 2007, Bruno e Garcia ficaram nacionalmente conhecidos quando comemoraram com gestos obscenos a informaÃ§Ã£o dada pelo Jornal Nacional de que um defeito no aviÃ£o da TAM teria sido a causa do acidente em Congonhas â€“ o que isentaria o governo a que servem de culpa.
A comenda Ã© oferecida pelo Itamaraty "para estimular feitos dignos de honrosa menÃ§Ã£o". A condecoraÃ§Ã£o resulta, portanto, de uma visÃ£o extravagante do que seja dignidade.
Panorama - Radar - Lauro Jardim - Fonte: Veja - EdiÃ§Ã£o 2161.
Ordem de Rio Branco - http://www2.mre.gov.br/cerimonial/RioBranco/Home-RB.htm

POLÃTICOS GORDOS SÃƒO MAIS POPULARES
Pesquisadores da Universidade de Missouri, nos EUA, mostraram fotos de polÃticos a 120 voluntÃ¡rios - e perceberam que os candidatos gordinhos sÃ£o considerados mais honestos e confiÃ¡veis do que os magros. Mas isso sÃ³ vale para polÃticos homens. Para as candidatas, o ideal Ã© ser magra.
Supernovas - CiÃªncia Maluca - Fonte: Super Interessante - EdiÃ§Ã£o 277 - Abril 2010.
Universidade de Missouri - http://www.missouri.edu/

E-MAIL ATRIBUÃDO A ALUNOS DA USP INCENTIVA JOGAR "MERDA" EM "VEADO"
Um jornal distribuÃdo por e-mail, atribuÃdo aos alunos da Faculdade de CiÃªncias FarmacÃªuticas da USP, causou repÃºdio entre os gays e nos meio estudantil e acadÃªmico ao prometer dar convites para um festa a quem "jogar merda" em "veados" da universidade.
ApÃ³crifo, o panfleto foi enviado como mala direta pela internet e traz os nomes da USP e da Faculdade de CiÃªncias FarmacÃªuticas no alto das pÃ¡ginas.
"Para retornar a ordem na nossa querida FarmÃ¡cia, "O Parasita" lanÃ§a um desafio. Jogue merda em um veado que vocÃª receberÃ¡, totalmente grÃ¡tis, um convite para a festa Brega 2010. Contamos com a colaboraÃ§Ã£o de todos. Se as coisas continuarem assim, nossa faculdade vai virar uma ECA", diz a publicaÃ§Ã£o em referÃªncia Ã Escola de ComunicaÃ§Ãµes e Artes.
Apesar de sua procedÃªncia desconhecida, o e-mail motivou reaÃ§Ãµes. "Ã‰ um absurdo. SÃ£o universitÃ¡rios da USP, que Ã© o suprassumo da intelectualidade brasileira. Vamos pedir uma investigaÃ§Ã£o e a puniÃ§Ã£o rigorosa dos autores. A USP nÃ£o pode tolerar esse tipo de conduta", afirma Toni Reis, presidente da associaÃ§Ã£o brasileira de gays e lÃ©sbicas.
Em nota, a Faculdade de CiÃªncias FarmacÃªuticas da USP diz nÃ£o ter conhecimento do e-mail. "A faculdade tomarÃ¡ as medidas jurÃdicas cabÃveis para reprimir este tipo de publicaÃ§Ã£o", diz. A reitoria afirma nÃ£o saber se a mensagem foi enviada por alunos.
A Defensoria PÃºblica do Estado disse que irÃ¡ denunciar o jornal Ã ComissÃ£o Processante Especial da Secretaria da JustiÃ§a e da Defesa da Cidadania por homofobia. E a Coordenadoria de PolÃticas PÃºblicas para a Diversidade Sexual afirmou que irÃ¡ registrar um boletim de ocorrÃªncia contra o jornal por injÃºria e incitaÃ§Ã£o Ã violÃªncia.
"Acho completamente ofensivo", diz Agnaldo Rezende, vice-presidente da AtlÃ©tica do curso de FarmÃ¡cia.
Em outubro de 2008, um beijo gay numa festa universitÃ¡ria da USP foi seguido de agressÃµes e xingamentos, virou caso de polÃcia e motivou uma manifestaÃ§Ã£o com beijo coletivo entre pessoas do mesmo sexo no campus.
VinÃcius Queiroz GalvÃ£o - Fonte: Folha de S.Paulo - 24/04/10.

O BRASIL GRANDE
O mundo vem sendo batido por fenÃ´menos ambientais com consequÃªncias desastrosas para grande parte da humanidade. Neste ano, houve terremotos no Haiti, no Chile e na China. No Brasil, as chuvas provocaram inundaÃ§Ãµes e desmoronamentos em SÃ£o Paulo e no Rio de Janeiro. Na IslÃ¢ndia, um vulcÃ£o em erupÃ§Ã£o espalhou cinzas por quase toda a Europa.
FenÃ´menos mostram que hÃ¡ uma sinergia na Terra. O que ocorre aqui tem efeitos em outras partes do mundo. O planeta dÃ¡ sinais de que nÃ£o estÃ¡ suportando as demandas cada vez mais exigentes da humanidade e colapsos parciais indicam que um colapso geral nÃ£o pode deixar de ser imaginado. No entanto, Ã© mÃnima a atenÃ§Ã£o que estÃ¡ sendo dada a isso.
Contestado por alguns, o aquecimento global parece inquestionÃ¡vel - a causa talvez de todos os cataclismos recentes. Apesar das guerras e dos desastres, a populaÃ§Ã£o crescente cada vez mais exige recursos da Terra. Esses jÃ¡ estÃ£o escasseando. A reduÃ§Ã£o da disponibilidade de Ã¡gua doce por causa da aÃ§Ã£o humana esvazia atÃ© mares.
O secretÃ¡rio geral da ONU, Ban Ki-Moon, visitou neste mÃªs o que foi outrora o quarto maior lago do mundo - o mar de Aral, no UzbequistÃ£o. Reduzido em 90% de sua superfÃcie lÃquida, Ã© hoje um deserto, com navios enferrujando sobre a areia. No passado, tinha uma indÃºstria pesqueira que empregava 4.000 pessoas. Para Moon, Ã© um dos desastres ambientais mais chocantes.
Quem provocou essa tragÃ©dia foi a polÃtica de desenvolvimento a qualquer custo da ex-UniÃ£o SoviÃ©tica, que propagava que o homem podia domar a natureza. Em Belo Monte, no ParÃ¡, o governo brasileiro quer criar um lago no rio Xingu para produzir energia elÃ©trica. O projeto, que remonta aos governos militares, faz parte da ideologia de Brasil grande que a megalomania desse governo abraÃ§ou.
Em sua cegueira e insensatez, o Brasil vai destruir uma parte substancial de seu capital ambiental.
Editorial - Fonte: O Tempo - 18/04/10.

EDUCAÃ‡ÃƒO PELA METADE
A cada trimestre, quando a Prefeitura de SÃ£o Paulo divulga os nÃºmeros de matrÃculas nos diversos nÃveis de ensino em que atua, constata-se o mesmo problema.
A Ãªnfase corretamente conferida pela administraÃ§Ã£o municipal Ã s creches, que atendem crianÃ§as de 0 a 3 anos, vem acompanhada de estagnaÃ§Ã£o no Ã¢mbito da prÃ©-escola, o ciclo seguinte da educaÃ§Ã£o infantil, para alunos de 4 e 5 anos.
Os nÃºmeros traduzem uma escolha polÃtica do prefeito Gilberto Kassab (DEM), que estimula entidades com as quais sua gestÃ£o mantÃ©m convÃªnio a transferir vagas de uma etapa a outra da educaÃ§Ã£o infantil.
Os dados de marÃ§o deste ano trazem um retrato ainda mais preocupante. Diminuiu o ritmo de criaÃ§Ã£o de vagas para crianÃ§as de 0 a 3 anos entre 2009 e 2010, ao mesmo tempo em que foi reduzido o nÃºmero de matrÃculas na prÃ©-escola. Contra um acrÃ©scimo de 20 mil vagas nas creches hÃ¡ um ano, o levantamento indica um aumento de 7.000 matrÃculas neste inÃcio de 2010.
A procura das famÃlias por esse atendimento cresce em intensidade ainda maior. MÃ£es que antes desconheciam a possibilidade do serviÃ§o passam a bater nas portas de novas creches criadas em seus bairros. Ã‰ compreensÃvel que a fila de espera tenha aumentado. O que se lamenta Ã© o fato de tal avanÃ§o, louvÃ¡vel, ter sido feito Ã s custas da prÃ©-escola.
O nÃºmero de matrÃculas para crianÃ§as de 4 e 5 anos caiu em 2010, de 308 mil para cerca de 285 mil. A prefeitura diz ter cortado vagas para reduzir o tamanho das turmas e ampliar o tempo dos alunos nas escolas. Mas o sacrifÃcio poderia ter sido mitigado se o ritmo de construÃ§Ã£o de novas unidades aumentasse.
NÃ£o faz sentido essa ameaÃ§a salomÃ´nica sobre a educaÃ§Ã£o infantil, que abrange crianÃ§as de 0 a 5 anos de idade.
JÃ¡ se sabe que tal ciclo escolar Ã© decisivo para corrigir deficiÃªncias cognitivas, associadas a fatores socioeconÃ´micos, e diminuir, mais tarde, a desigualdade de desempenho escolar. A prefeitura tem feito, no entanto, apenas metade do trabalho.
Editoriais - Fonte: Folha de S.Paulo - 23/04/10.

AS TRAGÃ‰DIAS NAS CIDADES E O DESCARTE IRRESPONSÃVEL DO LIXO
O lixo constitui um grande problema nas cidades brasileiras porque ainda nÃ£o adotamos modernas tÃ©cnicas para seleÃ§Ã£o dos resÃduos, aproveitamento dos gases oriundos da combustÃ£o de detritos orgÃ¢nicos para geraÃ§Ã£o de energia e reciclagem de materiais nobres, como vidro, cobre e alumÃnio. Predomina, entÃ£o, o descarte irresponsÃ¡vel, a cÃ©u aberto, com desdobramentos lamentÃ¡veis, especialmente quando crianÃ§as disputam com urubus alimentos deteriorados ou garimpam tesouros para seu universo miserÃ¡vel. As denÃºncias na mÃdia nÃ£o sensibilizam as autoridades nem as classes privilegiadas para eliminar essa situaÃ§Ã£o degradante e nociva ao futuro do planeta. AliÃ¡s, nÃ£o existe qualquer esforÃ§o coletivo para impedir que as ruas sejam sujas, as galerias pluviais, obstruÃdas, nem os cursos dâ€™Ã¡gua, assoreados, embora todos saibam como isso reverte em enchentes, inundando casas de ribeirinhos e danificando automÃ³veis luxuosos.
Dispomos de ampla legislaÃ§Ã£o para nortear as aÃ§Ãµes pÃºblicas, argumentando que os lixÃµes geram problemas sanitÃ¡rios para a comunidade, depreciam imÃ³veis do entorno e provocam danos ambientais. Recomenda-se, geralmente, a construÃ§Ã£o de aterros sanitÃ¡rios, uma medida obsoleta em relaÃ§Ã£o a usinas de processamento, que demandam orÃ§amento maior para instalaÃ§Ã£o. Surgem, alÃ©m disso, frequentes equÃvocos na definiÃ§Ã£o do local, pois muitos interesses econÃ´micos condicionam todo o procedimento. NinguÃ©m se inquieta, enquanto isso, com o fato de que eles se esgotarÃ£o em poucos anos, porque nÃ£o se conscientiza a populaÃ§Ã£o para a relevÃ¢ncia do engajamento na coleta seletiva, ponto de partida para a reduÃ§Ã£o do volume de lixo despejado a cada dia e da exploraÃ§Ã£o dos recursos minerais. Ficamos, entÃ£o, lamentavelmente, entre a displicÃªncia do poder pÃºblico, que adota essa tÃ©cnica paliativa, e o baixo compromisso dos geradores de lixo quanto ao seu destino final desde que saiam logo da sua Ã¡rea de serviÃ§o.
A coleta seletiva Ã© mais dispendiosa para as prefeituras, mas isso seria superado se houvesse adesÃ£o maciÃ§a da populaÃ§Ã£o para separar em casa os diversos tipos de resÃduos, apÃ³s a limpeza de todas as peÃ§as. Poucos abnegados cumprem esses requisitos, pois predomina o alheamento a essa tarefa sob o argumento de que Ã© um trabalho enorme realizar todas as etapas para o descarte responsÃ¡vel. Nas Ã¡reas atendidas pela coleta seletiva da Prefeitura de Belo Horizonte, poucos edifÃcios engajaram-se nesse esforÃ§o e houve reduÃ§Ã£o significativa dos postos de coleta, nos Ãºltimos anos, sugerindo a pressÃ£o da vizinhanÃ§a contra a sujeira do equipamento por manuseio inadequado.
Ã‰ lamentÃ¡vel que isso ocorra na capital de Minas Gerais, que tem sofrido as consequÃªncias do descarte irresponsÃ¡vel do lixo, com pontos crÃticos de alagamento e assoreamento de cÃ³rregos e rios.
Precisamos de uma aÃ§Ã£o integrada entre poder pÃºblico e populaÃ§Ã£o para que haja coleta seletiva agregada a aÃ§Ãµes que viabilizem a reduÃ§Ã£o do consumo desenfreado dos recursos naturais e usina de beneficiamento do lixo orgÃ¢nico, adotando os modelos que tÃªm mostrado eficiÃªncia em outros paÃses. As classes privilegiadas deveriam assumir a vanguarda porque geram a maior parte dos detritos, decorrente de sua alta capacidade de consumo. TÃªm tambÃ©m acesso a mensagens sobre os requisitos para promoÃ§Ã£o do bem-estar coletivo.
NÃ£o podemos deixar, para as novas geraÃ§Ãµes, a dura tarefa de lidar com detritos que atravessarÃ£o vÃ¡rios sÃ©culos antes da desintegraÃ§Ã£o final.
Gilda de Castro - Fonte: O Tempo - 24/04/10.

E NÃ“IS QUE PENSAVA QUE NUNCA ERRAVA!
CONTINUAMOS ERRANDO PROPOSITALMENTE...! HERRAR Ã‰ UMANO!

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