ROSTOS E OLHARES
15/08/2008 -
PENSE!
TRABALHO ARTĂSTICO NA FAVELA
English:
http://www.womenareheroes.be/?en
http://www.jr-art.net/
Nos Ășltimos dias, o morro da ProvidĂȘncia, no Rio, voltou a ser notĂcia. Mas agora a atenção da imprensa nĂŁo se voltou para um caso de polĂcia, como o chocante episĂłdio de junho: eram de lĂĄ os jovens entregues Ă morte por militares a traficantes de um morro vizinho.
No noticiårio de agora, o tema são as fotos em preto-e-branco gigantescas que, de um dia para o outro, cobriram encostas e fachadas de casas ao longo do morro. De longe, olhos arregalados destacavam-se em expressÔes marcantes, encarando quem passava lå embaixo, na avenida Brasil.
O autor das imagens, o fotĂłgrafo francĂȘs J.R. (ele nĂŁo revela o nome completo), fugiu dos pedidos de entrevista. Sobre ele, sĂł quem soube foram os moradores do morro. Assim como chegou, foi-se.
No seu Ășltimo dia de trabalho na ProvidĂȘncia, no sĂĄbado, J.R., enfim, falou Ă Folha: "As estrelas sĂŁo os personagens que aparecem nas fotos, os que cederam suas casas. Se eu ficar aparecendo, dando depoimentos, o foco deixa de ser o trabalho."
HeroĂnas: O rapaz de 25 anos -que atualmente tem uma de suas fotos gigantes em exibição na parede externa da Tate Modern, em Londres (onde estĂŁo tambĂ©m os grafites dos brasileiros osgemeos), e cujas obras fazem parte de coleçÔes como a do artista inglĂȘs Damien Hirst- incluiu o Brasil em "Women Are Heroes" (mulheres sĂŁo heroĂnas), projeto que jĂĄ passou por paĂses como SudĂŁo, Serra Leoa, QuĂȘnia e LibĂ©ria. Daqui, ele segue para Ăndia, Camboja, Laos e Marrocos.
A idĂ©ia por trĂĄs do trabalho Ă© simples: retratar personagens que moram em ĂĄreas de conflito destacadas pela mĂdia e tentar mostrar o outro lado.
"A clĂĄssica imagem das mulheres africanas na imprensa Ă© a de pessoas muito tristes, vivendo em extrema pobreza", descreve. "Quando vamos atĂ© lĂĄ, descobrimos que elas passam por tudo isso com extrema dignidade. A maioria dos homens morreu na guerra e elas estĂŁo Ă frente da comunidade, lutando por suas famĂlias."
Sua intenção ao fotografå-las, e imprimir os rostos em lambe-lambes de grandes dimensÔes, é desconstruir esse estereótipo. Esse mote é o mesmo de dois projetos anteriores.
O objetivo secundårio, mas não menos importante, diz J.R., é criar em lugares onde não existe arte. "A situação na Monróvia, capital da Libéria, é caótica", lembra J.R. "A principal ponte estå partida ao meio, não hå policiamento. Eles estão completamente abandonados à própria sorte. Quero levar arte a locais como esse."
As reportagens sobre os trĂȘs rapazes assassinados levaram J.R. a inserir o morro da ProvidĂȘncia em sua rota, mas outras informaçÔes contribuĂram para a escolha. "Descobri que essa era a primeira favela do Brasil, e, por fim, que ao contrĂĄrio de outros morros, nĂŁo hĂĄ nenhum centro cultural aqui", descreve o francĂȘs.
Com a ajuda de MaurĂcio Hora, 39, fotĂłgrafo nascido e criado na favela, J.R. passou um mĂȘs subindo e descendo ladeiras na ProvidĂȘncia, acompanhado de uma equipe que incluĂa ainda dois fotĂłgrafos e um videomaker -este Ășltimo, Ladj Ly, integra o time que fez o polĂȘmico videoclipe de "Stress", da dupla francesa Justice.
Fonte: Folha de S.Paulo - 19/08/08.
Saiba mais:
http://www.womenareheroes.be/?pt
SUĂTE DO PESCADOR
Minha jangada vai sair pro mar
Vou trabalhar, meu bem querer
Se Deus quiser quando eu voltar do mar
Um peixe bom eu vou trazer
Meus companheiros também vão voltar
E a Deus do céu vamos agradecer
Adeus, adeus
Pescador não se esqueça de mim
Vou rezar pra ter bom tempo, meu bem
Pra nĂŁo ter tempo ruim
Vou fazer sua caminha macia
Perfumada com alecrim
Minha jangada vai sair pro mar
Vou trabalhar, meu bem querer
Se Deus quiser quando eu voltar do mar
Um peixe bom eu vou trazer
Meus companheiros também vão voltar
E a Deus do céu vamos agradecer
(Dorival Caymmi - 1914-2008)
Leia mais sobre Dorival Caymmi: http://cliquemusic.uol.com.br/artistas/dorival-caymmi.asp
Veja vĂdeo da mĂșsica: http://www.youtube.com/watch?v=SfGUtTKfe4c
Veja vĂdeo de Caymmi: http://www.youtube.com/watch?v=EaPt8zhC3Jw&feature=related
GENTILEZA DIVINA
"A celulite Ă© uma defesa orgĂąnica feminina. O organismo joga ali, em suas paradisĂacas nĂĄdegas de seda, o excesso de gordura que vocĂȘ come, em vez de entupir suas artĂ©rias. Por isso homens enfartam em maior quantidade que as mulheres". TĂnhamos certeza de que havia um Ăłtimo motivo para tal tormento... Deus Ă© bom e justo como certas calças femininas.
Paulo Navarro - Fonte: O Tempo - 10/08/08.
VIDA DE BILIONĂRIO (WARREN BUFFET)
Aspectos interessantes de sua vida:
1. Comprou a sua primeira ação aos 11 anos, e hoje lamenta tĂȘ-lo feito tardiamente! As coisas eram baratas naquele tempo... Incentive seus filhos a investirem.
2. Comprou uma pequena fazenda aos 14 anos, com as economias oriundas da entrega de jornais. Pode-se comprar muitas coisas com pequenas economias. Incentive seus filhos a iniciarem algum tipo de negĂłcio.
3. Ainda vive na mesma casa modesta, de 3 quartos , no distrito de Omaha, a qual comprou apĂłs se casar, 50 anos atrĂĄs. Diz ele que tem tudo o que precisa naquela casa. Sua casa nĂŁo possui muros nem cercas. NĂŁo compre mais do que vocĂȘ 'realmente precisa', e incentive seus filhos a fazerem e pensarem o mesmo.
4. Dirige seu prĂłprio carro para todo lugar, e nĂŁo tem motorista particular, nem equipe de segurança Ă sua volta. VocĂȘ Ă© o que Ă©...
5. Nunca viaja em jato particular, embora seja proprietårio da maior companhia aérea privada do mundo. Pense sempre num jeito de realizar as coisas de maneira econÎmica.
6. Sua empresa, Berkshire Hathaway, possui 63 companhias. Escreve apenas uma carta anual aos principais executivos destas companhias, dando-lhe as metas para o ano. Nunca promove encontros nem os convoca habitualmente. Nomeie as pessoas certas para as missÔes certas.
7. Transmitiu aos seus executivos somente duas regras:
Regra nÂș 1: nĂŁo perca nenhum centavo do dinheiro de seu acionista.
Regra nÂș 2: nĂŁo se esqueça da regra nÂș 1.
Estabeleça metas e certifique-se de que as pessoas nelas se concentrem.
8. NĂŁo costuma freqĂŒentar a alta-sociedade. Seu passatempo, apĂłs chegar em casa, Ă© fazer ele mesmo um pouco de pipoca e assistir a televisĂŁo. NĂŁo tente se mostrar, simplesmente seja vocĂȘ mesmo e faça aquilo que gosta de fazer.
9. Warren Buffet nĂŁo usa telefone celular, nem tem computador sobre sua mesa.
10. Bill Gates, o homem mais rico do mundo, encontrou-se com ele, da primeira vez, cinco anos atrĂĄs. Bill Gates achava que nada tinha em comum com Warren Buffet. Portanto, programara seu encontro apenas por meia hora. No entanto, quando Gates o encontrou, este encontro perdurou por dez horas, e hoje em dia, Bill Gates o considera o seu guru.
Seus conselhos aos jovens:
'Fique longe de cartĂ”es de crĂ©dito e emprĂ©stimos bancĂĄrios, invista o seu dinheiro em vocĂȘ mesmo, e lembre-se:
A. O dinheiro nĂŁo cria o homem, mas Ă© o homem quem criou o dinheiro.
B. Viva a sua vida da maneira mais simples possĂvel.
C. NĂŁo faça o que os outros dizem - ouça-os, mas faça aquilo que vocĂȘ se sente bem ao fazer.
D. NĂŁo se apegue Ă s grifes famosas; use apenas aquelas coisas em que vocĂȘ se sinta confortĂĄvel.
E. Não desperdice o seu dinheiro em coisas desnecessårias; ao invés disto, gaste nas coisas que realmente precisa.
F. Afinal de contas, a vida é sua ! Então, por que permitir que os outros estabeleçam leis em sua vida ?'
'As pessoas MAIS FELIZES NĂO TEM, necessariamente, as 'MELHORES' COISAS. Elas simplesmente APRECIAM aquilo que tem'.
(Colaboração: Carlão)
SOBRE O RISO
Um portuguĂȘs e um fĂsico entram num bar e encontram um buraco negro aos prantos, tomando uma cerveja. O fĂsico, pasmo, nĂŁo acredita no que vĂȘ e fica olhando, desconfiado, da porta. JĂĄ o portuguĂȘs, encantado com a visĂŁo, se aproxima do buraco negro: "Ă, seu buraco negro, sinto-me muito atraĂdo por vocĂȘ". E o buraco negro responde: "Seu falso! Todos me dizem a mesma coisa antes de sumir..."
Por que rimos? NinguĂ©m sabe. O riso tem uma qualidade universal: todas as culturas tĂȘm seus contadores de piadas. E, mesmo que a piada tenha graça sĂł para uma cultura, as pessoas reagem sempre da mesma forma. NĂŁo importa se a lĂngua Ă© completamente diferente, se a pessoa Ă© da MongĂłlia, um aborĂgene australiano ou um Ăndio tupi, o riso Ă© sempre muito parecido, uma reação fĂsica a um estĂmulo mental. Mas que estĂmulo mental Ă© esse que nos faz reagir fisicamente de uma forma tĂŁo caracterĂstica?
As teorias sĂŁo muitas, começando desde a AntigĂŒidade. PlatĂŁo e AristĂłteles diziam que o riso vem de uma sensação de superioridade, vendo o humor como um modo de expressar nosso desprezo pelos que julgamos ser inferiores. Na piada acima, o portuguĂȘs faz esse papel. O fĂsico, esperto, sabe que devemos nos manter longe dum buraco negro. JĂĄ o portuguĂȘs, coitado, se aproxima e tem o mesmo fim dos infelizes que desconhecem as leis da fĂsica.
Mas esse nĂŁo Ă© o Ășnico tipo de humor. Existem vĂĄrios outros, como quando rimos com um jogo de palavras: "O trabalho Ă© a maldição das massas alcoĂłlatras", disse Oscar Wilde, o mestre inveterado das frases feitas. Kant, o grande filĂłsofo alemĂŁo, teorizou que o riso Ă© resultado do rompimento inesperado de uma expectativa, o que Ă s vezes Ă© chamado de "teoria da incongruĂȘncia".
A piada é uma história que esperamos que tenha um fim lógico. à o rompimento inesperado da lógica numa direção absurda que nos faz rir.
Por isso, quando explicamos uma piada ela perde completamente a graça.
O desafio, como afirma o autor Jim Holt em seu recente livro "Stop Me If You've Heard This" (Me Interrompa Se VocĂȘ JĂĄ Ouviu Essa, em inglĂȘs, editora W.W. Norton), Ă© entender por que o rompimento com a lĂłgica provoca uma reação fĂsica tĂŁo peculiar. O que uma coisa tem a ver com a outra?
Entra Freud com a sua "teoria do alĂvio". Segundo Freud, a piada abre os canais para expressarmos impulsos socialmente proibidos ou reprimidos, nĂŁo sĂł relacionados ao sexo e Ă agressividade como, tambĂ©m, o impulso lĂșdico que adultos, infelizmente, tendem a desprezar em sua pressa diĂĄria.
Basta conviver com uma criança para ver como o riso corre mais solto, como tudo Ă© mais engraçado. O riso, para Freud, permite sermos criança mais uma vez, deixando escapar as inibiçÔes que nosso superego constrĂłi ao longo de nossas vidas. O que nĂŁo temos coragem de falar fica sancionado numa boa piada suja ou de conteĂșdo racista, machista ou xenĂłfobo. No universo da piada vale tudo.
O problema com essa teoria Ă© que ela prevĂȘ que, quanto mais inibida a pessoa, mais ela rirĂĄ com a piada, maior serĂĄ o seu alĂvio. E estudos mostram justamente o oposto. As pessoas sexualmente mais "abertas" sĂŁo as que riem mais das piadas sujas.
Existe até uma teoria que explica o riso através da teoria da evolução de Darwin. Segundo ela, o riso era um modo de comunicação pré-verbal -os chimpanzés, por exemplo, também riem- que visava diferenciar inimigos de amigos. O riso na chegada de um visitante era o sinal para o grupo de que não existia perigo. Seja qual for a explicação ou as explicaçÔes, uma coisa é certa: rir só faz bem.
Marcelo Gleiser Ă© professor de fĂsica teĂłrica no Dartmouth College, em Hanover (EUA), e autor do livro "A Harmonia do Mundo".
Fonte: Folha de S.Paulo - 10/08/08.
NĂŁo deixem de enviar suas mensagens atravĂ©s do âFale Conoscoâ do site.
http://www.faculdademental.com.br/fale.php