11 DE AGOSTO, DIA DO ESTUDANTE
02/08/2007 -
TURMAS DO FM
A ORAĂĂO DOS UNIVERSITĂRIOS
A maior parte dos universitårios, não tira essa oração da cabeça.
Leia na imagem!
(Colaboração: Fernando Corsino)
11 DE AGOSTO - DIA DO ESTUDANTE
ORIGEM
No dia 11 de agosto de 1827, D. Pedro I instituiu no Brasil os dois primeiros cursos de ciĂȘncias jurĂdicas e sociais do paĂs: um em SĂŁo Paulo e o outro em Olinda, este Ășltimo mais tarde transferido para Recife. AtĂ© entĂŁo, todos os interessados em entender melhor o universo das leis tinham de ir a Coimbra, em Portugal, que abrigava a faculdade mais prĂłxima.
Na capital paulista, o curso acabou sendo acolhido pelo Convento SĂŁo Francisco, um edifĂcio de taipa construĂdo por volta do sĂ©culo XVII. As primeiras turmas formadas continham apenas 40 anos. De lĂĄ para cĂĄ, nove Presidentes da RepĂșblica e outros inĂșmeros escritores, poetas e artistas jĂĄ passaram pela escola do Largo SĂŁo Francisco, incorporada Ă USP em 1934.
Cem anos após sua criação dos cursos de direito, Celso Gand Ley propÎs que a data fosse escolhida para homenagear todos os estudantes. Foi assim que nasceu o Dia do Estudante, em 1927.
SER ESTUDANTE
Se quiseres ser um verdadeiro estudante
NĂŁo aprenda sĂł o superficial,
Pois o difĂcil pode se tornar barreira vencida.
Para aquele cujo momento chegou agora, nunca Ă© tarde demais!
Aprender o ABC nĂŁo basta, mas aprenda-o.
Procura na escola o que deseja para tua vida,
Pois ela te recolherĂĄ, orientarĂĄ, dirigirĂĄ.
Confia nos teus mestres: eles nĂŁo te decepcionarĂŁo.
Se nĂŁo tens teto, cobre-te de saber,
De vontade, de garra.
Se tens frio, se tens fome,
Agarra-te ao livro: ele Ă© uma boa arma para lutar.
Se te faltar coragem,
NĂŁo tenha vergonha de pedir ajuda.
Certamente haverå alguém para te estender a mão.
SĂȘ leal, fraterno, amigo, forte!
Nunca te deixes ser fraco, desleal, covarde.
Pois tu, jovem estudante,
tens que assumir o comando do teu paĂs.
Respeita para ser respeito.
Valoriza para ser valorizado.
Espalha amor para seres amado.
NĂŁo tenhas medo de fazer perguntas:
toda a resposta terĂĄ sentido.
NĂŁo te deixes influenciar por pensamentos alheios ou palavras bonitas.
Tenha a tua própria linguagem (aperfeiçoa-te).
Quando te deparares com a injustiça, a impunidade, a corrupção,
a falta de limites, o abuso de poder,
Pensa na existĂȘncia de tudo o que te cerca.
Busca o teu ideal e lembra: um valor não se impÔe, se constrói.
Não faça do teu colega, uma escada para subir.
Isto é imoral e a imoralidade não faz parte da tua lição.
Autora: Marina da Silva
CĂDIGO DE ĂTICA DO ESTUDANTE
I - Faze da tua crença em Deus e nos destinos sobrenaturais do Homem a luz que te guiarå no meio da confusão dos desorientados e da corrupção dos costumes.
II - Toma o Brasil que herdaste dos teus maiores e transmite-o engrandecido e mais belo à geração que te suceder.
III - Imita os herĂłis da tua PĂĄtria, cultua as tradiçÔes da tua gente, confia nas imensas possibilidades do teu povo, fala-lhe transmitindo-lhe o fogo do teu ideal; e, falando ou escrevendo, estudando, ou agindo, crĂȘ no futuro do Brasil.
IV - Sustenta o principio da FamĂlia e honra a teus pais. A FamĂlia, primeiro grupo natural, Ă© o prĂłprio fundamento da PĂĄtria e o bom filho serĂĄ forçosamente bom patriota e saberĂĄ um dia constituir o seu lar com dignidade cristĂŁ e sentimento de responsabilidarle histĂłrica.
V - SĂȘ honesto em tudo o que pensares, disseres ou fizeres. Reflete antes de dares a tua palavra e, se a empenhares, cumpre-a, ainda que isso te custe o maior sacrifĂcio. Evita, pois, prometer o impossĂvel e considera desonroso prometer e nĂŁo cumprir.
VI - Ăs estudante e deves estudar; Ă©s moço e podes divertir-te; lembra-te, entretanto, de que Ă©s tambĂ©m brasileiro e deves uma parte do teu tempo aos interesses da tua PĂĄtria.
VII - Honra o diploma que um dia conquistares, mas nĂŁo o coloques acima do teu saber.
VIII - NĂŁo permitas que o profissional elimine o Homem que vive em ti.
IX - Nos exames e concursos, nas empresas que empreenderes e nas funçÔes que desempenhares, se não puderes ser o primeiro, procura aos menos ser um dos primeiros.
X - Jamais coloques as conveniĂȘncias da tua carreira polĂtica, profissional ou social acima da tua trajetĂłria moral e espiritual, em que o vulgo talvez nĂŁo te perceba, mas em que te elevarĂĄs aos olhos de Deus, engrandecendo-te ainda perante a Posterioridade.
XI - Lembra-te sempre de que a verdadeira grandeza estĂĄ na virtude e nĂŁo no ĂȘxito dos negĂłcios ou da carreira, porque os bens do mundo sĂŁo inconstantes e podes perdĂȘ-los, ao passo que os bens acumulados em ti mesmo Ă custa de aperfeiçoar-te no saber e na dignidade, nenhuma força conseguirĂĄ destruĂ-los.
XII - Nunca julgues o valor dos homens pelo poder ou pelas honrarias que desfrutam; julga-o, antes, pelo teor do carĂĄter, que se revela na coerĂȘncia das atitudes, na humilde simplicidade ao colher o lucro da vitĂłria e na calma viril ao sofrer o peso da derrota.
XIII - A altitude de uma montanha só se avalia do alto de outra montanha; eleva-te portanto, moralmente, e so assim poderås ter noção exata da grandeza ou da mesquinhez dos homens do teu tempo.
XIV - NĂŁo te impressiones com a riqueza dos ricos e o brilho dos que esplendem em altos postos; impressiona-te, sim, com a sabedoria dos sĂĄbios, o heroĂsmo dos herĂłis e a santidade dos santos.
XV - Combate todas as normas ditas do direito, originadas pela imposição da força; cultua a verdadeira justiça, que se funda na razão e se inspira nos valores espirituais. Contribuirås, assim, pelo predominio do moral sobre o material, para que reine a verdadeira paz entre as pessoas e as nacionalidades.
XVI - Prefere a minoria esclarecida à maioria inconsciente e cega pelas paixÔes e interesses transitórios.
XVII - Habitua-te a consultar o mais Ăntimo da tua consciĂȘncia , a fim de que te nĂŁo iludas por alguma voz que te engana falando em lugar dela, nas horas em que te deixas levar pelas paixĂ”es ou pelo desejo de desempenhar um bonito papel cortejando a fĂĄcil popularidade.
XVIII - NĂŁo sejas como os ignaros, que se guiam pelos tĂtulos de jornais escandalosos e dĂŁo crĂ©dito, sem nenhum exame, ao que estĂĄ em letra de forma.
XIX - Ensina o povo a raciocinar; Ă© esse o meio de o libertar dos tiranos, dos aventureiros, e mistificadores.
XX - Evita a demagogia balofa, o palavreado sonoro e vazio, a literatura banal, os tropos oratĂłrios sem conteĂșdo; fala quando tiveres o que dizer e dize-o com sinceridade, porque a força do discurso estĂĄ na convicção do orador.
XXI - Arranca a juventude da disponibilidade, da inércia, da indiferença que a aviltam faze-te apostolo, dissemina entusiasmo, mobiliza os da tua idade para a obra fascinante da construção nacional.
XXII - Estuda os problemas nacionais, tendo em vista que nùo , existem problemas isolados, pois todos se conjugam e devem ser resolvidos em largo plano de realizaçÔes.
XXIII - Entre um lugar no governo e um lugar honroso na História, prefere este, do qual ninguém poderå remover-te nem demitir-te, nem aposentar-te.
XXIV - SĂȘ um homem de pensamento, mas um homem de ação. 0 pensamento para transformar-se em ação precisa, primeiro, transformar-se em sentimento. IdĂ©ia que nĂŁo Ă© sentida Ă© idĂ©ia morta. A ação Ă© forma objetiva de idĂ©ias vivas, oriundas de realidades e criadoras de novas realidades. Cultiva o ideal, mas sĂȘ realista.
XXV - Procura conhecer a fundo a profissão que abraçares; faze dela um instrumento da tua cooperação na obra da felicidade humana e da prosperidade da Påtria.
XXVI - Não abdiques nunca a tua personalidade, para vestir a libré de åulico ou beijar as mãos que distribuem empregos ou bons negócios em troca da alma dos beneficiados.
XXVII - Combate o burguĂȘs que estĂĄ dentro de ti. A burguesia nĂŁo Ă© uma classe, Ă© um estado de espĂrito. Ă o conformismo, o comodismo, o interesse vulgar, o prazer mesquinho, a incapacidade de ideal, a demissĂŁo dos deveres, a submissĂŁo ao cotidiano, o fatalismo inerme, a indiferença criminosa, o abandono a rotina, o egoĂsmo cego a ostentação ridĂcula, a descrença e a incapacidade de ação. Liberta-te desse mal do sĂ©culo; serĂĄ o primeiro passo para a libertação de tua PĂĄtria e da prĂłpria Humanidade, hoje oprimida pelos seus prĂłprios vĂcios.
XXVIII - NĂŁo te consumas em elocubraçÔes estĂ©reis e dĂșvidas doentias alimentadas por ti mesmo. Entre os negativos e os dubitativos, sĂȘ afirmativo.
XXIX - Primeiro, convence-te; depois, convencerĂĄs aos outros.
XXX - NĂŁo te faças escravo do Ășltimo livro que leres.
XXXI - SĂȘ brasileiro; nĂŁo Ă© difĂcil; basta que sejas o que Ă©s e nĂŁo o que os estrangeiros e os esnobes, os internacionais e os cosmopolitas querem que sejas.
XXXII - Pergunta diariamente Ă tua consciĂȘncia: que fiz hoje para enriquecer a minha inteligĂȘncia, para aprimorar as minhas virtudes, para beneficiar os meus semelhantes, para servir a minha PĂĄtria e para agradar a Deus?
XXXIII - Estuda a HistĂłria do Brasil, nĂŁo como um espectador , mas sim como um participante dos acontecimentos por ela revelados; no momento em que a estudas, constituem uma continuidade da narrativa herĂłica: Ă©s a derradeira palavra do Passado e a primeira palavra do
XXXIV - Aprimora-te na arte de bem falar e bem escrever a tua lĂngua; um povo que perde a tradição da palavra, acaba perdendo todas as tradiçÔes, porque o idioma vernĂĄculo Ă© o veĂculo da HistĂłria e o instrumento intelectual da sustentação da personalidade de uma PĂĄtria.
XXXV - Festeja com alegria a ressurreição de um jovem que estava morto e apodrecia no sepulcro da indiferença, do desĂąnimo, da dĂșvida, ou da insensibilidade, porque nesse momento o Brasil tornou-se mais forte.
XXXVI - Procura, primeiro, compreender, para depois te fazeres compreendido; se assim nĂŁo procederes, em vez de atrair, irritas e longe de conquistar um amigo, arranjarĂĄs um inimigo.
XXXVII - SĂȘ cavalheiro na palavra que dizes e no tom em que a proferes; isso nĂŁo impede de sustentares as tuas convicçÔes e terĂĄs mais facilidades em transmiti-las.
XXXVIII - NĂŁo afirmes em detrimento de outrem senĂŁo aquilo que tiveres como certo e, assim mesmo, quando isso for necessĂĄrio para evitar maior mal. Combate a desgraça nacional da calĂșnia, da injĂșria e da maledicĂȘncia, evitando conversas ociosas a respeito de pessoas. Eleva o nĂvel das tuas conversaçÔes e imprime aos teus debates uma impecĂĄvel linha de elegĂąncia.
XXXIX - Confessa o teu erro se te surpreendes errado; nĂŁo sofismes por vaidade ou mal compreendido amor prĂłprio, a fim de nĂŁo passares por desonesto ou pouco inteligente.
XL - Se Ă©s incapaz de sonhar, nasceste velho; se o teu sonho te impede de agir segundo as realidades, nasceste inĂștil; se, porĂ©m, sabes transformar sonhos em realidades e tocar as realidades que encontras com a luz do teu sonho, entĂŁo serĂĄs grande na tua PĂĄtria e a tua PĂĄtria serĂĄ grande em ti.
O QUE Ă SER "ESTUDANTE"?
SerĂĄ estudante apenas aquele que estuda e porventura tem avidez de conhecimento, de sabedoria?
Querer saber não é atributo da criança e do jovem, como do adulto que jovem continua a ser?
Deste pensar, serĂĄ estudante quem mantiver o desejo de saber e com o saber o espĂrito de juventude!
E ser jovem, o que Ă©?
NĂŁo Ă© ser idealista e tambĂ©m acreditar em efĂȘmeras ilusĂ”es?
E nessas efĂȘmeras ilusĂ”es (ficçÔes ou miragens), nĂŁo estĂŁo os "seus amores", porventura de breve duração, "como as rosas de um dia", "perfume de sonho que se sonhou"?
Assim pensando, em dada canção dedicada aos estudantes, que o mesmo é dizer, aos jovens que o sejam, estå dito:
"Quero ficar sempre estudante para eternizar a ilusĂŁo de um instante..."
A pretender-se guardar no sacrĂĄrio do nosso ser, esses ideais e sonhos de amor, perdurados pelo tempo fora com espĂrito jovem - porque o espĂrito nĂŁo tendo corpo nĂŁo envelhece!
Autor: Prof. Dr. Aureliano da Fonseca
Fonte: www.brasilcultura.com.br
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