COMO INVESTIR PARA MELHORAR O APRENDIZADO
16/06/2011 -
COLUNA DO CANALHA
APRENDIZADO MELHOR
The site:
http://www.paramelhoraroaprendizado.org.br/
A educação brasileira fez progressos importantes em termos de resultados alcançados e polĂticas implementadas. Segundo o Banco Mundial, somos o paĂs que mais rapidamente aumentou a escolaridade mĂ©dia da população entre 1990 e 2010 (de 5,6 para 7,2 anos), tomando o recorde que era da China.
Somos tambĂ©m um dos paĂses com o maior avanço no aprendizado dos alunos, medido pelo Pisa, no perĂodo de 2000 a 2009. Implementamos e institucionalizamos instrumentos e processos de avaliação de resultados. Mas, como todos sabemos, ainda hĂĄ um longo percurso pela frente, com desafios fundamentais a nos exigir açÔes mais objetivas e precisas.
Acabamos de dar um passo importante: o movimento Todos pela Educação e o Instituto Ayrton Senna lançaram um mapeamento da produção cientĂfica mundial sobre os fatores que impactam a aprendizagem dos alunos.
O trabalho organiza de forma inĂ©dita os resultados de 165 estudos acadĂȘmicos brasileiros e estrangeiros, selecionados por critĂ©rios tĂ©cnicos rigorosos entre cerca de 600 inicialmente consultados.
Conduzido por Ricardo Paes de Barros e mais de 20 pesquisadores de renomadas universidades brasileiras, "Caminhos para Melhorar o Aprendizado" analisa polĂticas que possam contribuir para o alcance da Meta 3 do movimento, a de ter todo aluno com aprendizado adequado Ă sua sĂ©rie.
Indo além do senso comum e dos achismos, quebrando alguns mitos, o trabalho aponta, por exemplo, que os alunos dos melhores professores aprendem até 70% mais em cada ano.
à óbvio que o bom professor ensina mais e melhor, mas agora podemos saber a magnitude dessa desigualdade, que prejudica exatamente as crianças e os adolescentes menos favorecidos.
O trabalho quantifica o alto impacto e ressalta a importĂąncia de polĂticas que aumentam a exposição do estudante ao conhecimento: cumprimento do calendĂĄrio escolar, aumento da jornada, reforço escolar, redução do absenteĂsmo de professores e alunos e redução do nĂșmero de alunos por turma.
"Caminhos" tem o refinamento de indicar, por exemplo, que o impacto da redução do tamanho das turmas Ă© maior nas sĂ©ries iniciais do que nas finais, dando ao gestor a opção de focalizar melhor os investimentos. Se o gestor tem o desafio de recuperar alunos muito defasados, aumentando a proficiĂȘncia para reduzir rapidamente as desigualdades educacionais, saberĂĄ que uma estratĂ©gia de baixo custo e alto impacto Ă© a formação de turmas mais homogĂȘneas.
Do ponto de vista cognitivo, essa polĂtica pode elevar em atĂ© 35% o aprendizado do aluno ao longo do ano, mas o gestor deve tambĂ©m levar em conta equilĂbrio entre o aumento da proficiĂȘncia e os objetivos sociais mais amplos da educação.
O trabalho aumenta a gama de informaçÔes Ă disposição do decisor e dĂĄ subsĂdios para nova geração de politicas pĂșblicas, baseadas em evidĂȘncias, mais focalizadas e comprometidas com resultados.
TambĂ©m oferece base para a produção de novos e necessĂĄrios estudos acadĂȘmicos, que possam contribuir com a constante melhoria dessas polĂticas, conforme apontou James Heckman, Nobel de Economia, ao conhecer o trabalho.
Os aprendizados e as ressalvas necessĂĄrias para seu bom uso estĂŁo disponĂveis no site http://www.paramelhoraroaprendizado.org.br/, apresentados de modo prĂĄtico para quem estĂĄ envolvido na construção de uma educação pĂșblica em que os alunos possam efetivamente aprender.
Viviane Senna, 52, é presidente do Instituto Ayrton Senna e coordenadora da equipe técnica do movimento Todos pela Educação.
Fonte: Folha de S.Paulo - 06/06/11.
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