PENSANDO EM BONDADE
19/02/2009 -
PENSE!
ABSOLUTAMENTE ABSOLUT
See the video:
http://www.youtube.com/watch?v=ORC8YSS1WrI
Uma propaganda da vodca sueca Absolut se tornou viral ao sugerir que num mundo perfeito as pessoas usariam atos de bondade em vez de dinheiro. Valeria pagar o supermercado com abraços ou comprar passagens de metrÎ com beijos ou qualquer outro tipo de carinho.
Veja o vĂdeo:
http://www.youtube.com/watch?v=ORC8YSS1WrI
Bombou na Web - Renata Leal - Fonte: Ăpoca - NĂșmero 561.
POLĂMICA - ATIVISTA ACUSA JORNAL DE RACISMO POR CHARGE COM SĂMIO
Uma charge polĂtica publicada ontem pelo jornal "The New York Post", retratando o autor do plano de recuperação econĂŽmica dos Estados Unidos como um macaco, foi denunciada como ofensiva por Al Sharpton, ativista dos direitos civis dos negros.
O desenho, que saiu na pĂĄgina 12 do diĂĄrio, mostra um policial matando um macaco, numa referĂȘncia a um episĂłdio ocorrido na Ășltima segunda-feira em Connecticut, quando um oficial matou a tiros um macaco que atacou e feriu gravemente uma mulher.
Na charge, outro policial comenta: "Eles vĂŁo precisar encontrar outro para redigir o prĂłximo projeto de lei de estĂmulo econĂŽmico". Sharpton disse que o desenho Ă© "perturbador, dado o histĂłrico de ataques racistas comparando afro-americanos a macacos".
Fonte: O Tempo - 19/02/09.
Confira a charge e tire suas conclusÔes:
http://www.freerepublic.com/focus/f-news/2188764/posts
Obs.: O jornal "New York Post" pediu desculpas pela charge (O Tempo - 21/02/09).
BRASILEIROS, VOCĂS HĂO
Quem circula de carro pelo Rio no Carnaval nĂŁo pode se fiar nos bloqueios e desvios do trĂąnsito ditados pela autoridade. Precisa cuidar da sua prĂłpria "engenharia", para nĂŁo ficar ilhado em algum bairro, cercado de blocos por todos os lados. Ao contrĂĄrio de outras cidades, em que o Carnaval se dĂĄ em "circuitos" limitados, o do Rio ocupa todo o territĂłrio.
Este ano, 160 blocos se registraram oficialmente, mas a quantidade de grupos que irĂĄ Ă s ruas andarĂĄ, no mĂnimo, pelo dobro disso. Cada bloco sairĂĄ duas ou trĂȘs vezes e arrastarĂĄ uma mĂ©dia de 5.000 foliĂ”es de cada vez. Mas, se se incluĂrem os 500 mil do CordĂŁo da Bola Preta -espremendo-se na CinelĂąndia enquanto vocĂȘ lĂȘ o jornal nesta manhĂŁ de sĂĄbado-, a mĂ©dia irĂĄ para as estratosferas.
HĂĄ blocos em Vila Isabel, Muda, SaĂșde, Lapa, Santa Teresa, Botafogo, Laranjeiras, Jardim BotĂąnico, Copacabana, Ipanema e em toda praça ao alcance de um botequim: MauĂĄ, Quinze, Tiradentes, Russel, do Jockey. AtĂ© o Leblon, tido como o verdadeiro tĂșmulo do samba, jĂĄ tem seu sortimento de blocos.
O Rio custou, mas redespertou para o Carnaval. E para um Carnaval que também parecia defunto: o dos bailes à fantasia, com orquestras de metais, em clubes e gafieiras; dos shows de rua (trazendo de volta baluartes como Roberto Silva, João Roberto Kelly, Ademilde Fonseca) e até o de deliciosos ranchos, estilo 1910, como o Flor de Sereno, em Copacabana. Não é uma "nostalgia". O grosso dessa massa humana que pula e se esbalda pelos cinco dias é de uma refrescante juventude.
O poeta carioca Dante Milano (1899-1991) escreveu nos anos 30: "Brasileiros, vocĂȘs hĂŁo de ter saudades do Carnaval". Mosca. Mas o Rio tomou providĂȘncias e, um dia, haveremos de sentir saudades dos atuais Carnavais.
Ruy Castro - Fonte: Folha de S.Paulo - 21/02/09.
A PAULICEIA DESVAIRADA E O ENSINO EM MINAS
"Pauliceia Desvairada" Ă© o tĂtulo do livro de poemas de MĂĄrio de Andrade, publicado em 1922, cujos prefĂĄcio e poemas arrombaram as comportas do romantismo da poesia brasileira e se constituĂram no marco inicial da revolução modernista no Brasil. Estou usando o tĂtulo do livro famoso e peça essencial de nossa literatura para chamar a atenção dos mineiros ao desvario dos paulistas em sua caminhada para ocupar todos os espaços do ensino em Minas Gerais. HĂĄ perigos nisso, pergunto, para responder que Ă© necessĂĄrio esclarecer bem essa questĂŁo, sob pena de vermos toda a educação submetida ao controle ideolĂłgico do MinistĂ©rio da Educação, dominado por paulistas e submetido a certa ideologização distante do pensamento mineiro. Como exemplo, poderĂamos citar a recente aquisição por empresas de ensino de SĂŁo Paulo das universidades UNI-BH, UNA, Newton Paiva, Metropolitana e, certamente, de outras cujos nomes permanecem guardados nos impenetrĂĄveis segredos dos negĂłcios. AtĂ© aĂ, nada demais. Ocorre que recente decisĂŁo do Supremo, atualmente em grau de recurso pelos embargos de declaração apresentados pela Assembleia Legislativa, resolveu declarar inconstitucionais os artigos 81 e 82 do Ato das DisposiçÔes TransitĂłrias da Constituição Mineira, que dava atribuiçÔes ao Conselho Estadual de Educação para criar universidades e incorporĂĄ-las ao sistema estadual de ensino. Noves fora a discussĂŁo jurĂdica em torno do assunto, o problema polĂtico Ă© que todo o sistema estadual de ensino de nĂvel superior estarĂĄ, caso sejam rejeitados os embargos, submetido ao talante dos paulistas, resultando daĂ mutilaçÔes e deformaçÔes que poderĂŁo resultar na morte por inanição das escolas mineiras, incapazes de suportar os ĂŽnus que a elas serĂŁo impostos pela supremacia da pauliceia desvairada. O assunto Ă© por demais controvertido para ser confinado a simples artigo de jornal, mas do ponto de vista polĂtico Ă© necessĂĄrio aumentar as cautelas e a vigilĂąncia para nĂŁo permitir que o avanço da plutocracia paulista sobre o ensino mineiro seja contaminado pelo processo de crescente esquerdização do Brasil nos Ășltimos tempos e que em SĂŁo Paulo ganhou surpreendente impulso. Ă cediça a afirmação referente Ă mĂĄ qualidade do ensino fundamental nas diversas regiĂ”es deste imenso territĂłrio nacional. Em lugar de prover as carĂȘncias que o assolam e o prejudicam, carĂȘncias e prejuĂzos refletidos no alunado cada vez mais atrasado e mal formado, o governo federal estĂĄ se preocupando em retirar parcela da autonomia dos Estados federados para, numa polĂtica centralizadora, estabelecer diretrizes sobre o ensino superior sem sequer haver resolvido a questĂŁo do ensino fundamental. Pior de tudo, neste emaranhado de decisĂ”es equivocadas, Ă© a circunstĂąncia sinistra de ninguĂ©m se preocupar com o volume de corrupção e desmandos, objetos da denĂșncia do senador Jarbas Vasconcelos e ontem mais uma vez comprovada pela deslavada mentira governamental sobre os gastos com a farra dos prefeitos em BrasĂlia.
Murilo BadarĂł - Academia Mineira de Letras - Fonte: O Tempo - 21/02/09.
Pauliceia Desvairada - http://www.tvcultura.com.br/aloescola/literatura/poesias/mariodeandrade-ocortejo.htm
UNI-BH - http://www.unibh.br/
UNA - http://www2.una.br/
Newton Paiva - http://www.newtonpaiva.br/
Metropolitana - http://www.metropolitanabh.coc.com.br/
Academia Mineira de Letras - http://www.academiamineiradeletras.org.br/
POR QUĂ NO TE CALLAS?
Minha gente, estou a cada dia mais perplexo com a performance do nosso presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva. NĂŁo que ele tenha mudado essencialmente; nada disso, ele se comporta assim desde o primeiro dia de governo: nĂŁo desce do palanque.
Ăs vezes me pergunto se minha crescente perplexidade decorre dessa sua insistĂȘncia que jĂĄ dura sete anos ou de alguma outra coisa. Acho que sĂŁo as duas: por um lado, jĂĄ nĂŁo aguento ouvi-lo falar pelos cotovelos, gesticular e postar-se como um ator num palco e, por outro, percebo-o cada vez mais Ă vontade para dizer o que lhe convenha, conforme o momento e conforme o pĂșblico.
Sem nenhum compromisso com a verdade e com a postura de um chefe de Estado.
Ele nĂŁo se comporta como chefe de Estado. Fala sempre em termos pessoais, ou louvando-se a si mesmo sem qualquer constrangimento ou acusando alguĂ©m, seja a imprensa, seja a oposição, sejam as classes ricas, sejam os paĂses ricos.
Estão todos contra os pobres, menos ele que, felizmente, assumiu o governo do Brasil para salvå-los, após quatro séculos de implacåvel perseguição. Do Descobrimento até 2003, ninguém sabe como o Brasil conseguiu sobreviver, crescer, chegar a ser a oitava economia do mundo, sem o Lula! Só pode ter sido por milagre ou qualquer outro fator inexplicåvel.
A verdade Ă© que, apesar de tudo, o paĂs resistiu atĂ© o momento em que ele, Lula, chegou a tempo de salvĂĄ-lo. Isso ele afirma com uma veemĂȘncia impagĂĄvel, como se fosse a coisa mais Ăłbvia e indiscutĂvel do mundo.
Sem rir, o que Ă© mais surpreendente ainda, diante do olhar espantado de favelados, trabalhadores, funcionĂĄrios pĂșblicos, aposentados.
JĂĄ quando o pĂșblico muda, ele tambĂ©m muda o discurso. Se fala para empresĂĄrios, banqueiros, exportadores, a conversa Ă© outra. Mostra-se preocupado com o crescimento da economia, com o apoio do BNDES Ă iniciativa privada e chega mesmo a admitir que sem os empresĂĄrios o paĂs nĂŁo cresceria. E o balanço de final de ano mostra que os bancos realmente nunca ganharam tanto dinheiro como durante a gestĂŁo presidencial do fundador do Partido dos Trabalhadores, que se dizia inimigo nĂșmero um deles.
Joga com um pau de dois bicos, mas dĂĄ certo. Diz uma coisa para os pobres e o contrĂĄrio para os ricos, mas dĂĄ certo. Tanto que a sua popularidade cresce a cada nova pesquisa de opiniĂŁo. Na Ășltima delas, o Ăndice de aprovação de seu governo alcançou mais de 70% e a dele, presidente, mais de 80%. Ele fala, fala, fala, viaja, viaja, viaja; o resto do tempo faz polĂtica. HĂĄ uma cumplicidade esquisita: Lula finge que governa, e o povĂŁo finge que acredita.
Mas, infelizmente, os nĂșmeros da estatĂstica nĂŁo conseguem cegar-me. Pelo contrĂĄrio, ao ver tamanha aprovação a um presidente da RepĂșblica, que busca deliberadamente engazopar a opiniĂŁo pĂșblica, preocupo-me. Para onde estamos sendo arrastados? AtĂ© quando e atĂ© onde conseguirĂĄ Lula manipular a maioria dos brasileiros?
Essas consideraçÔes me ocorreram ao ler o discurso que ele pronunciou, no Rio de Janeiro, na favela da Mangueira, ao inaugurar uma escola. De ensino nĂŁo falou, claro, jĂĄ que nĂŁo lĂȘ nem escreve. Anunciou a intenção de usar prĂ©dios pĂșblicos desativados como moradia de sem-teto. E aproveitou para mostrar como os ricos odeiam os pobres: disse que os ricos da avenida Nove de Julho, em SĂŁo Paulo, nĂŁo querem deixar que gente pobre venha morar ali, num prĂ©dio pĂșblico desocupado. "Mas nĂłs vamos colocar, porque a moradia Ă© um direito fundamental do ser humano." Palmas para ele!
Nessa mesma linha de discurso para favelados, defendeu as obras do PAC, afirmando que a parcela mais pobre da população é que serå beneficiada, e aduziu: "Quando a gente faz isso, perde apoio de determinada classe social, porque gente rica não gosta que a gente cuide muito dos pobres".
O discurso, como sempre, Ă© atrapalhado mas suficientemente claro para que a mensagem seja entendida: os ricos odeiam os pobres, que sĂł contam com Lula para protegĂȘ-los. A conclusĂŁo Ă© Ăłbvia: se o Lula Ă© o pai dos pobres, quem se opĂ”e a ele certamente os odeia e ama os ricos.
Assim como se apropriou de tudo o que antes combatera, improvisou o tal PAC, um aglomerado de projetos pré-existentes de empresas estatais, governos estaduais e municipais, que vai desde o pré-sal até a ampliação de metrÎs e o trem-bala.
Mas o investimento do governo federal Ă© de apenas 0,97% do PIB, menos do que investiu FHC em 2001. Se tudo o que estĂĄ ali Ă© viĂĄvel ou nĂŁo, pouco importa, desde que sirva para manter Lula e Dilma sob os holofotes.
Ferreira Gullar - Fonte: Folha de S.Paulo - 15/02/09.
LIVROS - JORNALISTA ANALISA "SELEĂĂO SOCIAL" DO SUCESSO PESSOAL
HĂĄ mais um best-seller na praça disposto a desvendar as razĂ”es do sucesso pessoal. Este, no entanto, nĂŁo se propĂ”e a ajudĂĄ-lo a chegar lĂĄ, pela simples razĂŁo de que isso depende muito menos do candidato Ă glĂłria -ainda que brilhante- do que de uma sĂ©rie de conjunçÔes incontrolĂĄveis pelo indivĂduo.
O autor desse libelo de ataque aos self-made-men Ă© Malcolm Gladwell, repĂłrter da prestigiosa revista "New Yorker" e autor de "Fora de SĂ©rie -Outliers" (Sextante).
Alguns atributos, Ă© claro, sĂŁo indispensĂĄveis, e o principal deles Ă© o talento. Mas o que Gladwell se propĂ”e a investigar Ă© o que diferencia pessoas de talentos equivalentes que tĂȘm destinos distintos. Ă aĂ que o acaso se une a processos de "seleção social" arbitrĂĄrios. O primeiro exemplo dado pelo jornalista Ă© o da escolha de jogadores para a liga jĂșnior de hĂłquei do CanadĂĄ. HĂĄ um padrĂŁo curioso na escalação desses times: a maioria dos jogadores Ă© nascida nos primeiros meses do ano.
A explicação, exposta por Gladwell, Ă© a seguinte: como a data limite naquele paĂs para se candidatar a uma vaga nesses times Ă© 1Âș de janeiro, e o corte Ă© feito por um limite de idade, garotos nascidos no inĂcio do ano tĂȘm uma vantagem comparativa em relação a outros, nascidos no segundo semestre.
Mesmo que tenham talentos parecidos para o esporte, os primeiros serĂŁo alguns meses mais velhos na hora da seleção, terĂŁo o corpo mais desenvolvido -uma diferença de meses na prĂ©-adolescĂȘncia Ă© significativa- e, portanto, chances maiores de se destacarem.
Logo, uma regra arbitråria -a data para a seleção- pode influenciar o sucesso de uns em detrimento de outros.
Bill Gates na escola
O esforço, o treino, a repetição tambĂ©m contam, mas atĂ© para isso Ă© preciso oportunidade -que aparece para alguns, e para outros, nĂŁo. Um dos exemplos do livro Ă© o do fundador da Microsoft Bill Gates. A ocasiĂŁo que fez esse gĂȘnio de sucesso -alĂ©m do seu pendor incomum para a matemĂĄtica- foi a criação, na escola em que estudava em Seattle, de um clube de informĂĄtica, ainda em 1968. "Bill Gates teve acesso Ă programação em tempo real na oitava sĂ©rie, em 1968. Daquele momento em diante, Gates passou a viver em uma sala de computador", diz Gladwell.
Os EUA, de forma geral, ao valorizarem culturalmente o esforço pessoal, nĂŁo sĂŁo exatamente o "ambiente" ideal para que teses como a de Gladwell se tornem altamente vendĂĄveis. Ou seja, esse livro poderia ser uma espĂ©cie de jogador de hĂłquei mirim nascido nos Ășltimos meses do ano. Como Gladwell entĂŁo explica o seu sucesso? ("Outliers" estĂĄ hĂĄ 12 semanas na lista de mais vendidos do "New York Times".)
"Eu esperava um bocado de resistĂȘncia", disse ele Ă Folha. "Mas o contrĂĄrio aconteceu. Creio que o que fez a diferença foi o momento de lançamento do livro: ele apareceu justo quando a economia estava desmoronando. Foi Wall Street, afinal, que sempre defendeu com mais afinco a ideia do indivĂduo como senhor do seu prĂłprio destino."
FORA DE SĂRIE
Autor: Malcolm Gladwell
Tradução: Ivo Korytowski
Editora: Sextante
Quanto: R$ 29,90 (288 pĂĄgs.)
Rafael Cariello - Fonte: Folha de S.Paulo - 21/02/09.
FORA DE SĂRIE - http://www.submarino.com.br/produto/1/21444359/fora+de+serie+:+outliers/?franq=167895
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