CRISE ECONÔMICA NA GRÉCIA
19/01/2012 -
MARILENE CAROLINA
FAMÍLIAS PEDEM SOCORRO À ONGS
English:
http://www.bbc.co.uk/news/magazine-16472310
http://www.express.co.uk/features/view/295058
SOS Children's Village - http://www.soschildrensvillages.org.uk/sponsor-a-child/europe/greece
The Smile of the Child - http://www.hamogelo.gr/
Aos 40 anos, a grega V. tem seis filhos e dois netos. Eles são filhos da sua mais velha, solteira como a mãe.
Sem emprego há dois anos por causa da crise econômica que assola a Grécia há pelo menos o dobro desse tempo, V. procurou uma ONG para conseguir alimentar as oito vidas que dependem dela e com as quais divide um cômodo em Atenas.
Há cerca de 500 casos semelhantes a esse atendidos pela ONG SOS Children's Village na Grécia.
São casais ou mães solteiras -recentemente desempregados- que procuram ajuda para pagar o aluguel e comprar material escolar, comida, roupas e remédios.
"Esse tipo de demanda não existia há dois anos. Antes, só atendíamos crianças retiradas da guarda dos pais por maus-tratos", conta Stergios Sifnios, diretor de trabalho social da SOS.
A crise que assola o país -e que elevou a taxa de desemprego de 8%, em 2007, para cerca de 18% atualmente- afeta mais quem tem menos dinheiro e mais filhos.
Para conter gastos, as empresas cortam os trabalhadores com menos qualificação.
Segundo a SOS, os casos de abandono de crianças pelos pais não aumentaram na crise. "Os pais que não conseguem manter os filhos pedem ajuda", diz Sifnios.
Mas os relatos de maus-tratos têm sido mais frequentes. Esses casos costumam estar associados ao uso de álcool e de drogas -que cresce com o desemprego- e a problemas psiquiátricos dos pais.
"As instituições privadas e públicas que cuidam de crianças violentadas estão lotadas", diz Yannopoulos Costas, fundador e presidente da ONG The Smile of the Child.
Hoje, essa instituição abriga 280 crianças em lares pela Grécia. Nos últimos três anos, teve de recusar mais de mil crianças por falta de condições para abrigá-las.
Enquanto falava pessoalmente com a Folha em um prédio na zona sul de Atenas onde vivem 25 jovens abrigados, Costas recusava, pelo celular, mais uma criança.
Nesse caso, ela foi vítima de abandono. Era uma menina de quatro anos que fora deixada em um hospital no centro de Atenas pelo pai, que é do Sudão e disse que não voltaria para buscá-la.
De acordo com Costas, parte dos abrigos públicos fechou as portas nos últimos dois anos porque o governo está sem dinheiro. Em dezembro, a The Smile of the Child gastou € 1,5 milhão para manter as 280 crianças que abriga e as outras 18 mil que recebem apoio da ONG.
"Apesar da crise, ainda recebemos muitas doações. A Grécia está se unindo para ajudar quem precisa", diz Costas. "Mas nenhum grego acredita na melhora da economia."
Sabine Righetti - Fonte: Folha de S.Paulo - 17/01/12.
SOS Children's Village - http://www.soschildrensvillages.org.uk/sponsor-a-child/europe/greece
The Smile of the Child - http://www.hamogelo.gr/
EREMILDO, O IDIOTA
Eremildo é um idiota e defende o fechamento do Conselho Nacional de Justiça, substituindo-o por uma programa de isonomia para a patuleia.
Justificando os ervanários que sacaram na Bolsa da Viúva, alguns desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo explicaram que apressaram o pagamento por conta de necessidades especiais.
Segundo o presidente da corte, um desembargador estava deprimido e outro, doente. Um terceiro recebeu R$ 150 mil porque a chuva inundou sua cobertura. Outro cobrou mais de R$ 500 mil porque tinha dívidas. O desembargador Roberto Bellocchi, que teria recebido R$ 1,5 milhão entre 2008 e 2009, explicou que "há situações pessoais que devem ser compreendidas".
Eremildo, que é capaz de compreender tudo, propõe que sejam listadas as situações pessoais dos doutores e, em seguida, o critério seja estendido à patuleia que está na fila para receber precatórios. Em São Paulo, essa dívida está em mais de R$ 20 bilhões.
Elio Gaspari - Fonte: Folha de S.Paulo - 15/01/12.
NARA LEÃO ONLINE
Isabel Diegues, filha de Nara Leão com o cineasta Cacá Diegues, bancou - sem ajuda de órgãos oficiais de cultura nem leis de incentivo - a criação de um site que abrange a obra de sua mãe, desde os anos 1940 (quando nasceu em Vitória, Espírito Santo, a cantora Nara Lofego Leão) até os anos 1980 (em 1989, sairia seu último disco, "My Foolish Heart").
"Isso precisava estar disponível para quem quisesse conhecer ou rever a obra de Nara, já que a gravadora não relança os discos", opina Isabel, que comemorou o site pronto na sexta passada, após três anos de pesquisa e batalha.
É um trabalho colossal: todas as canções de Nara com as letras das músicas, fichas técnicas e textos dos encartes (além de fotos, gravações esparsas e textos diversos) à disposição de todos. E como disse alguém no Twitter: já vem com a autorização do titular dos direitos autorais. Está tudo em www.naraleao.com.br.
"Em 19 de janeiro deste ano, minha mãe faria 70 anos. E este é o meu presente, compartilhar sua obra para que todos possam se deliciar, ouvir e pesquisar à vontade", disse Isabel, em e-mail enviado na quinta-feira a amigos e gente ligada à música.
"Paramos muitas vezes no meio do caminho. Não tivemos apoio", diz Isabel, que contou com a pesquisa de Frederico Coelho e com o design e a engenharia da 6D.
Influentíssima para diferentes intérpretes (como Ná Ozzetti) e gerações (uma de suas discípulas mais assíduas é Fernanda Takai), Nara foi extremamente politizada e consequente. Acreditava que "a canção popular pode dar às pessoas algo mais que a distração e o deleite", poderia ajudar a compreender melhor o mundo e levar o ouvinte a um nível mais alto de compreensão da realidade. Em 1966, sua opinião política, expressa em entrevista ao "Diário de Notícias" (a manchete foi "Nara é de opinião: esse exército não vale nada"), causou "imensa repercussão e ameaças de prisão por parte do regime ditatorial", lembra texto no site.
Ameaçada de enquadramento na Lei de Segurança Nacional, amigos intelectuais, como Rubem Braga, Carlinhos de Oliveira e Carlos Drummond de Andrade saíram em sua defesa. Drummond fez um poeminha para Nara, "Imagens em âo": "Se o general Costa e Silva/ já nosso meio chefão/ tem pinta de boa-praça/ por que tal irritação?".
Nara estreou em disco em 1964. Gravou compositores populares como Cartola, Nelson Cavaquinho e Zé Kéti. Autores da nova geração também compareciam na seleção - Carlos Lyra, Edu Lobo, Baden etc. Ela realizou seu último show em uma miniturnê por cidades do Norte do país, apresentando-se em março no Iate Clube de Belém do Pará. Já doente, no dia 7 de junho de 1989, morreu na Casa de Saúde São José, Rio de Janeiro.
Fonte: O Tempo - 16/01/12.
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