FM - Faculdade Mental

GERAL

â€œHERROSâ€ ENFORCADOS
05/07/2012 - A JENTE HERRAMOS

CERTA MANHÃƒ EM TEERÃƒ

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http://lens.blogs.nytimes.com/2012/06/11/documenting-death-sentences-in-iran/
Ã‰ curioso, mas atÃ© aquele momento eu jamais me dera conta do que significava matar um homem saudÃ¡vel e consciente. Quando vi o prisioneiro pisar de lado para desviar da poÃ§a d'Ã¡gua, percebi o mistÃ©rio, a injustiÃ§a execrÃ¡vel de interromper uma vida no auge. Aquele homem nÃ£o estava agonizando, estava tÃ£o vivo quanto nÃ³s.
[...] Ele e nÃ³s Ã©ramos um grupo de homens caminhando juntos, vendo, ouvindo, sentindo, percebendo o mesmo mundo; e em dois minutos, com um estalo sÃºbito, um de nÃ³s partiria -uma mente a menos, um mundo a menos.
George Orwell, "Um Enforcamento"
A ManhÃ£ nasce escura e quente em Robat Karim, cidade-dormitÃ³rio 30 quilÃ´metros a sudoeste de TeerÃ£, onde uma pequena multidÃ£o comeÃ§a a se aglomerar em frente Ã delegacia. Uma barreira de metal separa a massa do estacionamento, e os policiais cercam dois caminhÃµes, cada um deles equipado com um imponente guindaste na carroceria.
O burburinho irrompe quando se abre o portÃ£o. Homens encapuzados saem do prÃ©dio, puxando pelo braÃ§o um homem baixinho e grisalho, algemado nos pÃ©s e nas mÃ£os; logo mais surge o segundo. Ambos ficam postados ao lado dos caminhÃµes por alguns instantes, sob a mira de cÃ¢meras e celulares.
O baixinho parece travado de tensÃ£o e nÃ£o abre a boca. O outro sorri e faz piada com os policiais, que mal respondem.
Sob os primeiros raios de sol, um alto-falante estourado lista as acusaÃ§Ãµes e anuncia a sentenÃ§a capital contra os dois homens. O primeiro seria um traficante de drogas reincidente. O segundo, tÃ©cnico eletricista, foi acusado de estuprar mulheres ao ir prestar serviÃ§os em suas casas.
O silÃªncio se instala quando os homens de capuz preto acomodam cada um dos condenados no alto dos patÃbulos, improvisados na caÃ§amba dos caminhÃµes com tambores de combustÃvel. O alto-falante agora entoa suratas (versÃculos) do CorÃ£o.
MÃ£os amarradas nas costas, o primeiro condenado mexe a cabeÃ§a atÃ© conseguir beijar a corda em seu pescoÃ§o. O segundo ergue a cabeÃ§a e grita. "Sou inocente, abaixo o regime dos mulÃ¡s", repete trÃªs vezes, gerando um tenso frisson.
Um tom abaixo, pronuncia sua Ãºltima frase. "Nasci em nome de Ali [santo xiita] e morro em nome de Ali", diz ele, antes que um carrasco derrube no asfalto, com um poderoso pontapÃ©, o tambor que o sustenta. Os guindastes sÃ£o imediatamente acionados, iÃ§ando os dois desgraÃ§ados pelo pescoÃ§o a cerca de cinco metros de altura.
Os corpos suspensos esboÃ§am um trÃªmulo balanÃ§ar de pernas, enquanto mÃ£os e dedos se retorcem devagar. Um rapaz solta: "Eles estÃ£o se mexendo que nem rÃ£s, Ã© isso mesmo que merecem". Mulheres em prantos viram de costas e se afastam. O estrebuchamento prossegue por cerca de um minuto, atÃ© que os corpos ficam enrijecidos, com a cabeÃ§a inclinada num Ã¢ngulo anormal.
"JÃ¡ morreram? SÃ©rio que jÃ¡ acabou?", pergunta um adolescente. Outro comemora: "JÃ¡ gravei tudo no celular, agora posso ir embora e mandar o vÃdeo para a galera".
A tensÃ£o se dilui aos poucos. Conversas e risos voltam. Conhecidos se reencontram, apertam-se as mÃ£os, perguntam pelas novidades. Homens de terno sem gravata, traje tÃpico dos funcionÃ¡rios do regime, sÃ£o saudados com reverÃªncia ao circular em meio Ã turba.
A maior parte do pÃºblico Ã© formada por homens jovens. TambÃ©m hÃ¡ casais e famÃlias inteiras, inclusive crianÃ§as de colo, que olham fixamente para os dois homens de olhos fechados e boca aberta pendurados ali na frente.
ApÃ³s 45 minutos, os guinchos sÃ£o novamente acionados, descendo com vagar a carga atÃ© o asfalto. Policiais desfazem o nÃ³ no pescoÃ§o dos mortos e guardam as cordas num saco preto. Um mÃ©dico-legista se inclina sobre os cadÃ¡veres, mexe nos olhos deles e toma-lhes o pulso antes de decretar o Ã³bito. Os policiais se encarregam de acondicionar os corpos em sacos de lona, que sÃ£o levados num rabecÃ£o.
O sol do verÃ£o jÃ¡ pesa quando os policiais dispersam a multidÃ£o. A praÃ§a Ã© reaberta ao trÃ¢nsito, numa cacofonia de buzinas e uivos das sirenes dos carros oficiais. Os chinelos de couro que caÃram dos pÃ©s de um dos condenados permanecem no chÃ£o. AviÃµes sobrevoam a praÃ§a, situada na rota de pouso do aeroporto internacional Imam Khomeini, o maior do paÃs.
NOTÃCIAS
No dia seguinte Ã execuÃ§Ã£o em Robat Karim, a agÃªncia de notÃcias prÃ³-regime Mehr News detalhava os crimes atribuÃdos aos condenados, descritos como "diabÃ³licos". Uma reportagem explica que a polÃcia passou dois anos Ã caÃ§a do suposto estuprador. A captura sÃ³ aconteceu, relata a Mehr News, graÃ§as ao zelo de um cidadÃ£o comum que reconheceu o procurado na rua. Segundo a agÃªncia, o acusado admitiu para o juiz ter cometido "atos obscuros".
A dupla execuÃ§Ã£o tambÃ©m teve destaque nas fotos da imprensa -as imagens aqui publicadas foram cedidas por um jornalista local. Algumas mostravam o rosto inchado e desfigurado dos dois. Outras retratavam crianÃ§as com expressÃ£o tensa por trÃ¡s do cordÃ£o policial. A TV estatal tratou o tema com mais pudor, exibindo apenas imagens da multidÃ£o e dos preparativos.
Seja para a mÃdia oficial ou para os contestadores do regime, o poder icÃ´nico dos guindastes da morte fixou-se como sÃmbolo da opressÃ£o que o IrÃ£ enfrenta. Na histÃ³ria em quadrinhos "O ParaÃso de Zahra" (LeYa/Barba Negra), sobre o desaparecimento de um jovem envolvido nos protestos pÃ³s-eleiÃ§Ãµes de 2009, eles ocupam uma tÃ©trica pÃ¡gina. "Putz, mais um daqueles circos doentios", diz um taxista ao perceber o motivo do congestionamento Ã sua frente.
A voz mais contundente contra as execuÃ§Ãµes pÃºblicas -e a pena de morte em geral- surgiu do coraÃ§Ã£o do establishment iraniano. O fotÃ³grafo Ebrahim Noroozi, 32, ex-aluno de escolas religiosas e hoje editor de imagens no jornal prÃ³-regime "Jam-e-Jam", registrou imagens de enforcamentos que o levaram a faturar em abril o segundo lugar no World Press 2012, um dos mais prestigiados prÃªmios internacionais de fotografia, na categoria "temas contemporÃ¢neos".
Em entrevista ao "New York Times", Noroozi afirmou: "NÃ£o vou a execuÃ§Ãµes para me divertir. Como jornalista, nÃ£o quero transmitir nenhum julgamento [...] Mas o ato em si me enoja." E completou: "Ã‰ um ciclo de violaÃ§Ãµes que termina com uma plateia testemunhando o ato final de uma histÃ³ria que causou dor a muita gente."
ENFORCAMENTOS
ExecuÃ§Ãµes em praÃ§a pÃºblica voltaram ao dia a dia do IrÃ£ desde o ano passado, quando o governo recuou do banimento anunciado em 2008. Desde entÃ£o, toda semana jornais e sites de notÃcias anunciam data e local dos enforcamentos. Em cidades pequenas, as informaÃ§Ãµes sÃ£o divulgadas em cartazes pelas ruas.
CrÃticos do regime e ativistas de direitos humanos dizem que a volta das execuÃ§Ãµes pÃºblicas -e da autorizaÃ§Ã£o para que a imprensa local as registre- Ã© parte da estratÃ©gia do governo para semear o terror num paÃs ainda traumatizado pela Ãºltima eleiÃ§Ã£o presidencial.
Em 2009, o regime enfrentou a onda de protestos contra fraudes na reeleiÃ§Ã£o do conservador Mahmoud Ahmadinejad. O movimento sÃ³ foi esmagado quando interveio o lÃder supremo do paÃs, o aiatolÃ¡ Ali Khamenei, detentor da palavra final em todos os temas nacionais.
Khamenei avalizou a controversa vitÃ³ria de Ahmadinejad e ordenou repressÃ£o impiedosa de qualquer contestaÃ§Ã£o. Aos olhos do aiatolÃ¡, era a prÃ³pria sobrevivÃªncia do regime teocrÃ¡tico, em vigor desde a RevoluÃ§Ã£o IslÃ¢mica de 1979, que estava e continua em jogo. A mÃ£o pesada do governo contra os criminosos Ã© amplamente percebida como um recado a eventuais dissidentes.
Apesar de sua ampla visibilidade na mÃdia iraniana, as execuÃ§Ãµes pÃºblicas representam uma parcela modesta do total de sentenÃ§as capitais -menos de 20%, segundo estimativas assumidamente imprecisas num paÃs com poucas estatÃsticas confiÃ¡veis. A maior parte das condenaÃ§Ãµes Ã morte Ã© aplicada dentro das prisÃµes.
No ano passado, o nÃºmero total de execuÃ§Ãµes no IrÃ£ foi de ao menos 360, segundo a ONG Anistia Internacional. Iranianos exilados dizem que o nÃºmero real Ã© duas vezes maior. Em 2010, teriam sido 252, ainda de acordo com a AI. Cinco anos antes, o nÃºmero nÃ£o chegava a cem. O IrÃ£ Ã© hoje vice-lÃder do ranking mundial de execuÃ§Ãµes, ficando atrÃ¡s apenas da China.
SÃ£o raros os casos de mulheres condenadas Ã morte. Mas o IrÃ£ Ã© apontado por grupos de defesa dos direitos humanos como o Ãºnico paÃs a sentenciar regularmente menores de idade, apesar de ser signatÃ¡rio da ConvenÃ§Ã£o dos Direitos da CrianÃ§a, que veta a prÃ¡tica.
Condenados Ã morte podem, em tese, recorrer da sentenÃ§a Ã Corte Suprema, a quem cabe confirmÃ¡-la ou ordenar a reabertura do processo em caso de irregularidade. NÃ£o hÃ¡ limite para a quantidade de recursos apresentados.
Os mais expostos Ã sentenÃ§a sÃ£o os grandes narcotraficantes, que respondem por cerca de dois terÃ§os das execuÃ§Ãµes. Estupradores e assassinos tambÃ©m estÃ£o na mira dos juÃzes. HÃ¡, ainda, casos isolados de sequestro, terrorismo, adultÃ©rio, homossexualidade e consumo contumaz de Ã¡lcool.
O IrÃ£ nÃ£o admite ter prisioneiros polÃticos, mas nÃ£o faltam casos de dissidentes condenados Ã morte por acusaÃ§Ãµes tidas como forjadas. Volta e meia os condenados sÃ£o informados da sentenÃ§a dias antes da execuÃ§Ã£o e tÃªm direito a receber uma Ãºltima visita da famÃlia.
PERDÃƒO
Em alguns casos de assassinato, assalto ou estupro, um juiz islÃ¢mico convoca a famÃlia da vÃtima a se pronunciar sobre um eventual perdÃ£o minutos antes da execuÃ§Ã£o. HÃ¡ relatos de clemÃªncia de Ãºltima hora que obrigaram policiais a cortar cordas jÃ¡ estendidas pelo corpo do condenado. O perdÃ£o tambÃ©m pode surgir diretamente do gabinete do lÃder supremo, mas os casos sÃ£o raros.
O enforcamento substitui o pelotÃ£o de fuzilamento dos tempos da monarquia, em tese ainda em vigor, mas abolido na prÃ¡tica. Se aplicada num golpe rÃ¡pido e seco, a forca leva Ã quebra das vÃ©rtebras da coluna cervical e Ã secÃ§Ã£o da medula espinhal, causando morte quase instantÃ¢nea.
Assim foi executado o ex-ditador iraquiano Saddam Hussein numa prisÃ£o de BagdÃ¡, em 2006. Mas, na falta do impacto, conhecido como "fratura do enforcado", a morte se darÃ¡ por estrangulamento e falta de irrigaÃ§Ã£o do cÃ©rebro, num processo mais lento e sofrido.
APEDREJAMENTO
TambÃ©m nÃ£o hÃ¡ mais registro de execuÃ§Ã£o por apedrejamento, oficialmente banida desde a minirreforma jurÃdica do ano passado.
CÃ©ticos veem brechas na nova lei e sustentam que a lapidaÃ§Ã£o ainda pode ser aplicada contra Sakineh Ashtiani, iraniana condenada Ã morte sob acusaÃ§Ã£o de ter traÃdo e mandado assassinar o marido. O caso gerou comoÃ§Ã£o mundial, levando o entÃ£o presidente Lula a oferecer, em 2010, asilo Ã condenada.
O IrÃ£ recusou, mas a pressÃ£o brasileira contribuiu para a revogaÃ§Ã£o da sentenÃ§a e posterior aboliÃ§Ã£o do apedrejamento. Sakineh encontra-se hoje num limbo jurÃdico, no qual nÃ£o se sabe sequer se a pena capital estÃ¡ mantida.
O corredor da morte iraniano abriga outros acusados cuja condenaÃ§Ã£o gerou comoÃ§Ã£o internacional. O mais ilustre Ã© o do pastor Youssef Nadarkhani, que, segundo advogados, estÃ¡ preso e ameaÃ§ado de execuÃ§Ã£o desde 2009 por ter se convertido ao cristianismo.
O IrÃ£ nega a condenaÃ§Ã£o por apostasia -o abandono da fÃ©- e diz que Nadarkhani, 33, foi inicialmente condenado Ã morte por uma sÃ©rie de crimes, entre eles estupro, ameaÃ§a Ã seguranÃ§a nacional, extorsÃ£o e corrupÃ§Ã£o. A justiÃ§a iraniana afirma que a pena foi revogada, mas o pastor continua preso, num quadro legal incerto.
Amir Hekmati, 29, que tem tambÃ©m cidadania americana, estÃ¡ detido sob acusaÃ§Ã£o de terrorismo e espionagem para a CIA, a agÃªncia de inteligÃªncia dos EUA. Ele alega que visitava parentes no IrÃ£ quando foi preso e condenado Ã morte.
TambÃ©m ecoa no Ocidente o caso de Saeed Malekpour, 36, condenado Ã morte sob pretexto de promover pornografia na internet. Seus defensores alegam que ele nÃ£o tem culpa por ter criado um software que acabou sendo usado por terceiros, sem seu conhecimento, para criar sites adultos.
Na semana passada, autoridades anunciaram a condenaÃ§Ã£o Ã morte de dois iranianos por repetido consumo de Ã¡lcool, num caso com ampla repercussÃ£o na imprensa ocidental.
DEFESA
O governo nega que sua polÃtica seja a de espalhar o terror na populaÃ§Ã£o e insiste em que todos os suspeitos tÃªm acesso irrestrito Ã defesa. Mas as autoridades nÃ£o se incomodam em deixar no ar a ideia de que as execuÃ§Ãµes servem para inibir aÃ§Ãµes criminosas.
Diplomatas iranianos ostentam mundo afora os Ãndices de violÃªncia de seu paÃs, efetivamente baixos, inclusive para padrÃµes europeus. CrÃticas contra a metodologia sÃ£o tratadas como mera diferenÃ§a de natureza cultural.
Dezenas de estrangeiros (de europeus e americanos a salvadorenhos, sudaneses e atÃ© um brasileiro) convertidos ao xiismo (ramo do islÃ£ predominante no IrÃ£) alunos da principal escola de aiatolÃ¡s, em Qom, no sul de TeerÃ£, nÃ£o escondem o fascÃnio pelo "mÃ©todo de reduÃ§Ã£o de criminalidade".
O discurso religioso Ã© usado para justificar prÃ¡ticas vistas como bÃ¡rbaras no Ocidente. A RepÃºblica IslÃ¢mica diz seguir Ã risca as determinaÃ§Ãµes do CorÃ£o em matÃ©ria de lei e ordem pÃºblica. O discurso subjacente Ã© de que, por natureza, o islÃ£ exige uma interpretaÃ§Ã£o literal das escrituras como Ãºnica forma de garantir a paz social.
No discurso oficial, quem critica o IrÃ£ deveria apontar o dedo para abusos cometidos pelos EUA e seus aliados, entre os quais a ArÃ¡bia Saudita, onde ainda se pratica a execuÃ§Ã£o por decapitaÃ§Ã£o.
Essa justificativa oficial, no entanto, Ã© contestada inclusive por altos clÃ©rigos dissidentes, hoje forÃ§ados ao silÃªncio, que nÃ£o veem fundamento teolÃ³gico na aplicaÃ§Ã£o constante e sistemÃ¡tica de tantas execuÃ§Ãµes. Conversando com cidadÃ£os comuns iranianos, inclusive devotos praticantes, Ã© fÃ¡cil perceber que a visÃ£o dos aiatolÃ¡s antirregime tem ampla aceitaÃ§Ã£o.
HÃ¡ tambÃ©m uma parcela relevante da populaÃ§Ã£o iraniana que nÃ£o tem apego Ã religiÃ£o e, portanto, Ã© visceralmente contra o governo teocrÃ¡tico. O norte de TeerÃ£ Ã© o reduto de uma classe mÃ©dia urbana e antenada, nascida sob a RevoluÃ§Ã£o IslÃ¢mica (dois terÃ§os da populaÃ§Ã£o nasceram depois de 1979) e sob forte influÃªncia feminina (60% dos universitÃ¡rios iranianos sÃ£o mulheres).
Longe de estar confinada aos bairros burgueses da capital, esta parcela se espalha pelas principais cidades do paÃs. Ã‰ este IrÃ£, moderno, mas sempre nacionalista, que esteve na linha de frente nos protestos anti-Ahmadinejad de 2009.
Mas a repressÃ£o e as dificuldades derivadas das sanÃ§Ãµes econÃ´micas por causa do programa nuclear, cada vez mais duras, secaram a veia polÃtica desta parcela da populaÃ§Ã£o cujos lÃderes permanecem presos ou impedidos de participar da vida pÃºblica. Para muitos jovens, o Ãºnico projeto de vida Ã© obter um visto de residÃªncia na Europa ou na AmÃ©rica do Norte.
Samy Adghirni â€“ Fonte: Folha de S.Paulo â€“ 01/07/12.
Mais detalhes/fotos:
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