CRIATIVIDADE NO MARKETING
03/08/2013 -
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Fonte: Facebook.com/UOLNoticias â 21/07/13.
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PROFESSOR TOM COELHO
www.tomcoelho.com.br
LiçÔes do Corinthians para o mundo corporativo
* por Tom Coelho
âAtrĂĄs desse cara ponderado, tem um cara intenso no que faz, apaixonado atĂ© demais.â (Adenor Leonardo Bacchi, o Tite)
Hå cinco importantes liçÔes que a equipe de futebol do Corinthians tem a legar ao mundo corporativo: efetividade, liderança, trabalho em equipe, marketing e paixão.
1. Efetividade
O mundo corporativo Ă© muito preocupado com eficiĂȘncia e eficĂĄcia. A eficiĂȘncia pode ser definida como âfazer certo as coisasâ e estĂĄ associada ao respeito Ă s normas e padrĂ”es, ao preenchimento de relatĂłrios, Ă redução de custos sem comprometer a qualidade. JĂĄ a eficĂĄcia significa âfazer a coisa certaâ, com foco exclusivo no objetivo, muitas vezes sem a devida atenção para com os processos. Assim, um vendedor pode visitar uma dezena de clientes em um dia, mostrando-se muito eficiente. PorĂ©m, se nĂŁo fechar negĂłcio algum, terĂĄ sido ineficaz. A efetividade Ă© a uniĂŁo de ambos. A eficiĂȘncia procura otimizar recursos, a eficĂĄcia busca atingir metas e a efetividade objetiva o resultado.
A equipe do Corinthians, sob o comando do tĂ©cnico Tite, exemplifica bem esta tese. Em 188 jogos, teve um aproveitamento de 62% dos pontos disputados. NĂŁo Ă© um nĂșmero excepcional, mas o suficiente para levar a equipe Ă conquista de diversos torneios. Em 118 partidas (63% do total), o time venceu ou foi derrotado por apenas um gol de diferença ou empatou sem gols ou pelo placar mĂnimo. Desta forma, tornou-se um time difĂcil de ser batido, que marca muito bem, vende caro a derrota ou faz o mĂnimo necessĂĄrio para vencer. NĂŁo joga bonito, mas levanta o trofĂ©u. Fazendo uma analogia, a seleção brasileira dirigida por TelĂȘ Santana nas Copas de 1982 e 1986 praticava o futebol-arte, mas como legado deixou apenas saudade...
Por isso, lembre-se: sua empresa pode ser bonita, bem organizada, com produtos e serviços excepcionais, um clima organizacional edificante e uma sĂ©rie de outros predicados. PorĂ©m, se a Ășltima linha do balanço nĂŁo for de um azul reluzente, sua existĂȘncia estarĂĄ ameaçada.
2. Liderança
A vexatĂłria eliminação do Corinthians para o colombiano Tolima, na prĂ©-Libertadores de 2011, poderia ter marcado o fim de um perĂodo glorioso que estava por se iniciar. Naquela ocasiĂŁo, a diretoria decidiu manter o tĂ©cnico, contrariando a praxe de dispensar o treinador â algo similar a demitir o lĂder no mundo corporativo quando os resultados nĂŁo aparecem no curto prazo.
AlĂ©m disso, Ă© função das lideranças combater a vaidade â iniciando pela prĂłpria. O lĂder deve ser um guia, um condutor e um mentor. Mas tambĂ©m deve ser enĂ©rgico, tomando decisĂ”es difĂceis e atĂ© impopulares, afastando alguĂ©m do elenco ou mesmo punindo quando necessĂĄrio. O lĂder deve ser exemplar â mas tambĂ©m inspirador.
3. Trabalho em equipe
O sucesso empresarial assemelha-se aos esportes coletivos na busca pela consagração. O ĂȘxito nĂŁo Ă© resultado de um indivĂduo â o dono, o presidente, o diretor, o melhor vendedor â mas de todo o grupo. A maior rentabilidade, a redução dos Ăndices de desperdĂcio, o zero acidente, um elevado share of mind, tudo decorre do trabalho em equipe.
Da atual equipe do Corinthians, nenhum atleta integra o elenco da seleção brasileira. E praticamente não hå titulares absolutos: a luta por um espaço no time é travada diuturnamente, a cada treino, a cada jogo.
Acrescente-se, ainda, que Ă© necessĂĄrio dar-se âtempo ao tempoâ. Uma equipe nĂŁo Ă© simplesmente constituĂda, mas desenvolvida. Assim, a derrota para o Santos na final do campeonato paulista de 2011, foi parte do processo que culminaria com o tĂtulo invicto da Libertadores 2012 e o Mundial Interclubes.
4. Marketing
O rebaixamento para a sĂ©rie B, em 2009, poderia configurar um perĂodo nefasto para os negĂłcios do clube. PorĂ©m, foi o inĂcio de um processo de construção de marca que redundaria em recordes de pĂșblico nos estĂĄdios, contratos milionĂĄrios com a TV, novos patrocinadores, vendas de camisas e outros produtos via licenciamento, alĂ©m de iniciativas inovadoras como patrocĂnios pontuais para jogos em finais de torneios e a venda de espaço publicitĂĄrio nas axilas da camisa para o desodorante Avanço, elevando o faturamento atĂ© tornar-se o mais elevado entre todos os clubes do paĂs.
E vocĂȘ, como tem cuidado do marketing de sua empresa? Lembre-se de Henry Ford: âSe eu tivesse um Ășnico dĂłlar, investiria em propagandaâ.
5. PaixĂŁo
Da Democracia Corintiana de 1982, passando pela campanha na sĂ©rie B atĂ© a InvasĂŁo do JapĂŁo em 2012, um ingrediente sempre esteve presente: a devoção do torcedor ao time. Como um casamento, nos bons e nos maus momentos, o âfielâ torcedor , reunido em um "bando de loucos", sempre esteve presente, numa paixĂŁo que transcende os campos de futebol, invade as ruas no Carnaval, veste uniformes e canta hinos.
Seus colaboradores são igualmente apaixonados por sua companhia? Consomem seu produto, indicam seu serviço e defendem com afinco sua empresa? E seus consumidores, são os maiores propagadores de sua marca?
Alcance esta grau de satisfação e reconhecimento para conquistar seu maior tĂtulo: a liderança em seu mercado.
PS: Este articulista não é torcedor do Corinthians, mas respeita e admira sua recente trajetória. E aproveita para agradecer publicamente ao amigo corintiano Jorge Ifraim, que contribuiu com informaçÔes para este artigo.
* Tom Coelho Ă© educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 17 paĂses. Ă autor de âSomos Maus Amantes â ReflexĂ”es sobre carreira, liderança e comportamentoâ (Flor de Liz, 2011), âSete Vidas â LiçÔes para construir seu equilĂbrio pessoal e profissionalâ (Saraiva, 2008) e coautor de outras cinco obras. Contatos atravĂ©s do e-mail tomcoelho@tomcoelho.com.br. Visite: www.tomcoelho.com.
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