VAMOS REPROCLAMAR A REPĂBLICA
05/11/2007 -
EDITORIAL
O ideal mesmo seria devolver pra Portugal e mandar alguém descobrir de novo. Mas...
Estamos beirando 120 anos da Proclamação da RepĂșblica.
Esse tĂŁo comemorado dia na verdade foi o primeiro golpe militar aplicado no Brasil.
DeodĂłro da Fonseca, atĂ© se fez de besta no inĂcio, mas depois acabou aceitando ser o algoz de Dom Pedro II. E lĂĄ se foi Ă monarquia de volta pra Portugal.
De lĂĄ pra cĂĄ, tivemos 40 presidentes, entre eleitos pelo povo ou que por algum golpe do destino, inclusive os militares, tomaram conta da pĂĄtria mĂŁe gentil.
Segundo dados do IBGE (http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censohistorico/1872_1920.shtm), em 1889 o Brasil tinha 14.333.915 habitantes, sendo 7.237.932 homens e 7.095.983 mulheres, lembrando que a parcela de homens negros não votava e nem as mulheres, não importando a raça ou a cor.
Segundo matéria da Folha Online divulgada no site do SERPRO (http://www.serpro.gov.br/noticiasSERPRO/20040830_05) a população brasileira deverå atingir 182 milhÔes de pessoas este ano, ou seja, quase 12,7 vezes a população dos idos de 1889.
Com todo esse crescimento e desenvolvimento, ao invĂ©s de partidos polĂticos o Brasil ainda Ă© dominado por feudos eleitorais que se perpetuam no poder.
O que mudou nesses quase 120 anos?
Nosso sistema republicano precisa ser revisto.
Precisamos de um novo pacto federativo, uma reorganização da repĂșblica.
NĂŁo faz sentido que um estado como Sergipe tenha o mesmo nĂșmero de senadores que SĂŁo Paulo ou Minas Gerais.
NĂŁo faz mais sentido que a UniĂŁo se aproprie da principal arrecadação de impostos do paĂs e que redistribua esse dinheiro de acordo com sua vontade.
Temos um sistema de governo incompetente para o tamanho das necessidades do Brasil.
Nosso sistema legislativo estĂĄ falido, nosso sistema judiciĂĄrio corrompido, nosso sistema executivo dominante e inoperante.
O Brasil estĂĄ entregue Ă s baratas que andam e se perpetuam no poder em todas as instĂąncias.
Precisamos urgentemente reproclamar nossa repĂșblica, mas isso nĂŁo se faz de uma sĂł vez.
Tanto quanto em 1889, os interesses econĂŽmicos sĂŁo as molas propulsoras do desenvolvimento, ou da falta dele.
Nenhuma reforma polĂtica ou tributĂĄria se darĂĄ enquanto os feudos partidĂĄrios estivem ocupando os principais cargos eletivos e pĂșblicos do nosso paĂs.
Uma mudança nesse sentido tem que começar da base social, que sĂŁo os vereadores e prefeitos, pois sĂŁo eles os polĂticos que irĂŁo ascender do municipal para o estadual e daĂ para o federal.
O vereador que vocĂȘ escolhe hoje pode ser o deputado estadual, federal ou o senador de amanhĂŁ.
O prefeito que vocĂȘ escolhe hoje pode ser o governador do seu estado ou atĂ© vir a ser o presidente da repĂșblica.
Ă a sua escolha de hoje que define como serĂĄ o paĂs de amanhĂŁ.
Mesmo atravĂ©s de um golpe militar, quando proclamada, a repĂșblica trouxe como bandeira a democracia, a possibilidade de dar ao povo uma vida mais digna.
Mas nossa reproclamação da repĂșblica nĂŁo se darĂĄ mais atravĂ©s de golpes militares e sim por um golpe popular, tendo as urnas como arma.
E viva a repĂșblica!
Morra de Inveja:
Em 1863, Londres jĂĄ tinha metrĂŽ. Vinte e seis anos depois Ă© que viemos a ter uma repĂșblica, ainda assim por vias militares.
Em 1820 a Argentina jĂĄ era uma repĂșblica e em 1923, Buenos Aires jĂĄ tinha metrĂŽ.
A Bandeira da foto:
No dia 15 de novembro de 1889, a monarquia no Brasil chegava ao seu fim. Com um golpe militar comandado pelo marechal Deodoro da Fonseca, o Brasil se tornava uma RepĂșblica. Em substituição a Bandeira Imperial foi hasteada no mesmo dia, na redação do jornal "A Cidade do Rio" e na CĂąmara Municipal.
Conhecida como a bandeira do CENTRO REPUBLICANO LOPES TROVĂO, cĂłpia da Norte-Americana, composta de sete listras verdes e seis amarelas, tendo no canto superior, junto Ă tralha, um quadrado de cor preta, contendo 20 estrelas de prata, simbolizando os vinte estados da Ă©poca.
Com a partida de D. Pedro II e da FamĂlia Real para o exĂlio, em 16 de novembro de 1889, a bordo do NM ALAGOAS, foi usada a nova bandeira, com exceção do quadrado preto, que foi substituido por um azul.
Uma bandeira composta de 13 listras horizontais, sete verdes e seis amarelas; com um quadrado azul interrompendo as cinco primeiras faixas, com 21 estrelas de prata, (mantidas as 20 estrelas da anterior mais a do MunicĂpio Neutro, futuro Distrito Federal), divididas em quatro grupos e quatro estrelas e mais um grupo com cinco.
Ă claro, que estĂĄ visĂvel a semelhança com bandeira dos Estados Unidos, e por isso mesmo, no momento do planejamento da bandeira definitiva da repĂșblica, a semelhança com essa bandeira foi rechaçada.
Esta bandeira foi hasteada na redação do jornal "A Cidade do Rio", apĂłs a Proclamação da RepĂșblica, e no navio "Alagoas", que conduziu a famĂlia imperial ao exĂlio. (fonte: http://www.achetudoeregiao.com.br/ATR/bandeiras_do_brasil.htm)
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