"HERROS" TIRĂNICOS
22/10/2011 -
A JENTE HERRAMOS
O FIM DE UM DITADOR
English:
http://www.nytimes.com/2011/10/21/world/africa/qaddafi-is-killed-as-libyan-forces-take-surt.html?hp
http://www.huffingtonpost.com/2011/10/20/muammar-gaddafi-dead-reaction_n_1021703.html
As circunstùncias da morte do ditador Muammar Gaddafi ainda não foram totalmente esclarecidas -talvez nunca o sejam-, mas os relatos apontam para mais uma ação questionåvel da Otan (Organização do Tratado do Atlùntico Norte), a aliança militar ocidental.
Segundo as versĂ”es disponĂveis, um comboio de carros no qual o ditador fugia da cidade de Sirte, Ășltimo foco de resistĂȘncia aos rebeldes, foi bombardeado por aviĂ”es da Otan. Gaddafi veio a morrer pouco depois, e as imagens sugerem que foi assassinado quando jĂĄ estava rendido.
A morte de Gaddafi exerce o inegĂĄvel efeito benĂ©fico de colocar fim, de facto, Ă guerra na LĂbia e diminui o incentivo a possĂveis focos de guerrilha fiĂ©is ao ditador deposto. O paĂs poderĂĄ, assim, concentrar-se na tarefa de realizar uma transição rumo Ă democracia, o que, sem dĂșvida, ainda enfrentarĂĄ muitos percalços.
A vizinha TunĂsia -que elege neste domingo parlamentares constituintes nove meses apĂłs ter deposto seu ditador- seria um bom modelo de transição a servir de inspiração aos lĂbios.
Se a morte do ditador vira uma pĂĄgina, nĂŁo cancela o fato de que a ação das potĂȘncias ocidentais na LĂbia extrapolou o mandato concedido pela resolução 1.973 das NaçÔes Unidas. O texto aprovado pelo Conselho de Segurança da ONU autorizava o uso da força apenas para a proteção de civis -sua votação se deu quando o exĂ©rcito do ditador havia cercado o bastiĂŁo rebelde de Benghazi e ameaçava massacrar a população.
Por consequĂȘncia, o texto nĂŁo autorizava o uso da força para promover uma mudança de regime, muito menos para a eliminação do tirano, como veio a ocorrer ontem.
Assim, são duas e graves as violaçÔes perpetradas pela Otan, que abusou dos poderes concedidos pela resolução da ONU.
JĂĄ no inĂcio ficou claro que o objetivo das potĂȘncias era derrubar a ditadura de Gaddafi, o que configura uma violação da soberania lĂbia e do princĂpio da audodeterminação dos povos -numa situação de guerra civil, caberia aos lĂbios definir o seu destino.
O segundo ponto Ă© o fato de a Otan ter tomado parte decisiva no episĂłdio que culminou na eliminação de um inimigo rendido. Desrespeitou-se, com o concurso da aliança ocidental, um princĂpio basilar do direito.
Ditadores capturados, por mais vis que sejam -e Muammar Gad-dafi era dos piores-, devem ser levados a julgamento em cortes que respeitem trĂąmites fundamentais, como o exercĂcio do contraditĂłrio. O respeito Ă s leis, nĂŁo custa lembrar, Ă© uma das barreiras que separam democracias de tiranias.
Editoriais - Fonte: Folha de S.Paulo - 21/10/11.
Mais:
http://www.nytimes.com/2011/10/21/world/africa/qaddafi-is-killed-as-libyan-forces-take-surt.html?hp
http://www.huffingtonpost.com/2011/10/20/muammar-gaddafi-dead-reaction_n_1021703.html
ATENĂĂO!
http://colunas.epoca.globo.com/bombounaweb/2011/10/05/atencao-2/.
Bruno Ferrari - Fonte: Bombou na Web - 05/10/11.
E NĂIS QUE PENSAVA QUE NUNCA ERRAVA!
CONTINUAMOS ERRANDO PROPOSITALMENTE...! HERRAR Ă UMANO!
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