ROBOMANIA EM DISCUSSĂO
21/07/2012 -
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GUERRA CIBERNĂTICA E ROBĂS DE DEFESA
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Os avanços tecnolĂłgicos vĂȘm colocando enormes desafios para a paz e a segurança internacional. Quando Clausewitz, hĂĄ quase 200 anos, fez a observação de que a guerra Ă© a continuação da polĂtica por outros meios, nĂŁo poderia imaginar que ela seria hoje tĂŁo atual. Estamos vivendo um perĂodo em que a guerra começa a operar por outros meios, nĂŁo o convencional, como entendido atĂ© aqui, mas por instrumentos eletrĂŽnicos cada dia mais sofisticados.
A guerra cibernĂ©tica com objetivos militares ofensivos, com vĂrus nos computadores iranianos e a utilização de veĂculos aĂ©reos nĂŁo tripulados (Vants ou "drones") na eliminação de lĂderes da Al-Qaeda, desafia as normas internacionais vigentes e coloca questĂ”es morais e polĂticas que deverĂŁo ser enfrentadas pela comunidade internacional.
Os EUA e Israel, por meios cada vez mais sofisticados, atacaram os sistemas de computadores que administram as instalaçÔes iranianas de enriquecimento de urĂąnio, ampliando significativamente o primeiro uso contĂnuo de armas cibernĂ©ticas. No contexto de uma operação denominada Jogos OlĂmpicos, um vĂrus, Stuxnet, desenvolvido nos EUA e em Israel, atacou as instalaçÔes em Natanz e depois desativou temporariamente quase mil das 5 mil centrĂfugas usadas pelo IrĂŁ para a purificação do urĂąnio. Outra arma cibernĂ©tica, o vĂrus Flame, teria atacado computadores de funcionĂĄrios do governo iraniano, subtraindo informaçÔes estratĂ©gicas.
Pouco mencionadas sĂŁo as açÔes cibernĂ©ticas da China contra os EUA, e vice-versa. Os serviços de inteligĂȘncia norte-americanos identificaram 20 grupos associados ao ExĂ©rcito e Ă s universidades chinesas responsĂĄveis pelos ataques ao Google, Ă RSA e a outros alvos americanos. AlĂ©m dessa espionagem industrial, foram registradas invasĂ”es na rede de geração e transmissĂŁo de energia e em outras ĂĄreas de infraestrutura. Os EUA foram os primeiros a criar um Comando para a cibernĂ©tica, o que, segundo os chineses, contribuiu para a militarização do sistema. A AgĂȘncia de Segurança Nacional americana transfere informação reservada para mais de 20 empresas de defesa, para que sejam desenvolvidas formas ofensivas e defensivas para o resguardo dos interesses nacionais de Washington.
EUA e China, no contexto do DiĂĄlogo EstratĂ©gico e EconĂŽmico e de contatos militares regulares, começaram em 2011 a discutir formas para impedir a escalada dos ataques cibernĂ©ticos e meios para a rĂĄpida comunicação entre suas capitais. EUA e RĂșssia mantĂȘm esses contatos hĂĄ algum tempo e estabeleceram uma linha vermelha para evitar incidentes graves, o que talvez possa se repetir com a China. Contatos regulares com Israel e com os paĂses da Organização do Tratado do AtlĂąntico Norte (Otan) estĂŁo se intensificando.
A utilização de arma cibernética tenderå a se acentuar, podendo causar enormes problemas para a população civil, caso energia, transporte e comunicaçÔes venham a ser afetados pela ação antagÎnica entre governos.
Os robĂŽs militares operam, atualmente, no mar, na terra e no ar. Os paĂses que desenvolvem robĂŽs para fins de defesa estĂŁo se equipando com todo tipo de forças de combate e serviços de inteligĂȘncia cuja capacidade operacional estĂĄ aumentando continuamente.
As regras de conduta militar no teatro de operaçÔes determinam que a decisĂŁo do disparo de uma arma deve ser humana. Essa restrição começa a ser questionada com a multiplicação do uso militar dos robĂŽs, porque jĂĄ existe a possibilidade de os Vants de inteligĂȘncia artificial aperfeiçoada, por exemplo, tomarem decisĂ”es letais de combate autĂŽnomas, baseadas nas informaçÔes de que dispĂ”em.
à medida que a tecnologia se desenvolve e permite maior autonomia dos robÎs, a ideia de måquinas controladas a distùncia por computadores tomando decisÔes que pÔem o mundo diante questÔes morais é cada vez mais real e representa um grande desafio para a comunidade internacional.
Essa questĂŁo desperta o debate sobre o que foi chamado pela revista The Economist de "a moral e a mĂĄquina". A capacidade dos robĂŽs de decidir entre o certo e o errado coloca dilemas como, por exemplo, o de aceitar ou nĂŁo que um Vant deva disparar um mĂssil para eliminar um militante terrorista escondido em local onde se encontram tambĂ©m civis.
AlĂ©m do problema moral, o uso regular dos robĂŽs estĂĄ tambĂ©m desafiando as regras internacionais estabelecidas pelas NaçÔes Unidas e o princĂpio da soberania dos Estados. Uma alta funcionĂĄria da ONU, recentemente, levantou sĂ©rias dĂșvidas sobre a legitimidade dos Vants perante a lei internacional e a violação dos direitos humanos, em vista dos assassinatos e ferimentos infringidos a civis indiscriminadamente.
O secretĂĄrio de Defesa dos EUA, em visita recente Ă Ăndia e ao AfeganistĂŁo, nĂŁo se cansou de repetir que, apesar das reclamaçÔes do PaquistĂŁo pela violação do seu espaço aĂ©reo, as operaçÔes com os Vants vĂŁo continuar a eliminar suspeitos de terrorismo em nome da defesa dos interesses dos EUA. A guerra ao terrorismo, iniciada por George W. Bush e continuada por Barack Obama, estĂĄ, na prĂĄtica, restrita hoje aos ataques dos Vants, que, segundo os Ășltimos nĂșmeros, eliminaram 269 militantes no PaquistĂŁo e 38 no IĂȘmen, todos alegadamente da alta hierarquia da Al-Qaeda, com danos colaterais - um eufemismo para mortes nĂŁo desprezĂveis na população civil. E consta que Obama toma pessoalmente para si a Ășltima decisĂŁo sobre os membros da Al-Qaeda que devem ser eliminados.
A comunidade internacional vai ter de responder ao desafio dessas questĂ”es morais, polĂticas e de soberania introduzidas pela utilização dos robĂŽs e das armas cibernĂ©ticas de defesa ou de ataque.
O Brasil nĂŁo deveria ficar ausente do debate. Cabe participar das iniciativas que jĂĄ surgiram para enfrentar o problema, como o ComitĂȘ Internacional para o Controle de Armas RobĂłticas, criado nos EUA.
Rubens Barbosa â Presidente do Conselho de ComĂ©rcio Exterior da FIESP â Fonte: http://www.estadao.com.br/ - 26/06/12.
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Piada NĂŁo Pronta
NĂŁo adianta, quando o assunto Ă© Libertadores, o meu nome sempre vem Ă tona. E nĂŁo hĂĄ como ser diferente. Fui o primeiro a conquistar o tĂtulo de libertador da AmĂ©rica. Enfrentei uma sĂ©rie de guerras, conhecidas tambĂ©m como a fase do Mata-Mata, para tornar a AmĂ©rica espanhola livre do ImpĂ©rio Espanhol.
NĂŁo faltaram jornalistas e torcedores que comparam a conquista do Corinthians com as minhas façanhas. Obvio que jogamos em campos diferentes. No entanto, a comparação nĂŁo me incomoda de maneira alguma. Em certos aspectos, o feito do TimĂŁo foi mais herĂłico e teve consequĂȘncias mais positivas do que as guerras que liderei.
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Vitor Knijnik - Blogs do Além (http://www.blogsdoalem.com.br/) - Fonte: Carta Capital (http://www.cartacapital.com.br/) - 19/07/12.
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