NĂCTAR
27/06/2013 -
MARILENE CAROLINA
PLANTA VICIA ABELHAS COM CAFEĂNA
English:
Vancouversun.com/Caffeinated
http://www.livescience.com/27722-caffeine-gives-bees-memory-boost.html
The Naked Scientists:
Thenakedscientists.com
Facebook.com/thenakedscientists
Newcastle University â
http://www.ncl.ac.uk/
http://www.facebook.com/SustainabilityNCL
Mais de cem espĂ©cies de planta produzem nĂ©ctar com cafeĂna. E cientistas da Universidade de Newcastle descobriram o motivo: as abelhas gostam de cafeĂna, lembram das plantas que a oferecem, e preferem ir atĂ© elas. Com isso, as abelhas espalham mais pĂłlen, ajudando na reprodução das plantas.
Fonte: Super Interessante â Edição 318 â Maio 2013.
Mais detalhes:
Vancouversun.com/Caffeinated
http://www.livescience.com/27722-caffeine-gives-bees-memory-boost.html
The Naked Scientists:
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Universidade de Newcastle â
http://www.ncl.ac.uk/
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NĂO Ă SĂ PELO DINHEIRO
Os movimentos de rua que eclodiram nas Ășltimas semanas aparentam ter destravado o impulso para que algo de mais profundo comece a mudar no paĂs. Se ele conduzirĂĄ a algum lugar, e quando, ainda Ă© difĂcil prever.
Ă particularmente animador que a melhoria da educação e da saĂșde pĂșblicas tenha encontrado espaço entre as bandeiras. Ao lado de segurança e transporte, elas fecham o quadrilĂĄtero de agruras sociais do Brasil, porĂ©m na condição de fatores com maior potencial para alavancar a massa crĂtica de que o paĂs precisa para se desenvolver.
A prioridade para a educação é um consenso. Mas a sociedade brasileira ainda tateia na busca de meios para traduzir as melhores intençÔes em resultados palpåveis.
A mĂ©trica criada em 2007 pelo governo federal, o Ideb (Ăndice de Desenvolvimento da Educação BĂĄsica), indica que as metas bienais traçadas vĂȘm sendo cumpridas. SĂł que elas sĂŁo tĂmidas demais.
Para escapar desse avanço apenas incremental --e insuficiente--, ganha cada vez mais apoio a proposta de destinar ao setor parcelas crescentes do PIB, atĂ© alcançar 10% em 2020. Hoje se investe algo entre 5% e 6% (a depender de como se faz a conta), nĂvel similar ao de paĂses desenvolvidos.
Para ter uma ideia, com o PIB de 2013 estimado em R$ 4,9 trilhÔes, é como se o gasto anual com educação saltasse de menos de R$ 300 bilhÔes anuais para R$ 490 bilhÔes.
O candidato indicado para tentar cobrir esse acrĂ©scimo bilionĂĄrio Ă© o ainda intangĂvel petrĂłleo do prĂ©-sal. A CĂąmara jĂĄ aprovou projeto que destina para a educação 75% das receitas com royalties dos novos campos --o governo preferiria repassar 100% desses recursos para o setor. Em qualquer dos casos, o valor Ă© insuficiente.
Mesmo nas contas hiperbĂłlicas do deputado federal AndrĂ© Figueiredo (PDT-CE), relator da proposta, o prĂ©-sal carrearia em dez anos recursos acumulados de R$ 295 bilhĂ”es para educação e saĂșde (esta destinatĂĄria dos outros 25%). Ou seja, menos de R$ 25 bilhĂ”es a mais para o ensino, na mĂ©dia anual. Nem de longe o necessĂĄrio para atingir os 10% do PIB.
Especialistas em petróleo afirmam que uma estimativa mais realista seria de R$ 180 bilhÔes acumulados ao longo da década, chegando ao åpice de renda anual (R$ 60 bilhÔes) apenas em 2022.
Em todo caso, seria mais prudente aumentar o dispĂȘndio com educação de forma escalonada, sem fixar um nĂșmero mĂĄgico como meta inarredĂĄvel. AliĂĄs, exatamente em qual projeto educacional se despejariam tantos bilhĂ”es? Como de hĂĄbito, o poder pĂșblico se preocupa mais com o aumento de verbas do que com mecanismos para tornar seu uso mais eficiente.
A educação nĂŁo vai melhorar sem bons professores. Mas, hoje, os docentes jĂĄ sĂŁo formados e recrutados num sistema deficiente. Pior, os baixos salĂĄrios e o desprestĂgio da carreira nĂŁo atraem as melhores cabeças para o magistĂ©rio.
Não hå como escapar de uma paulatina valorização salarial, desde que atrelada a compromissos dos professores com metas de qualidade e assiduidade.
Diretores de escola e supervisores de ensino tambĂ©m precisam passar pelo mesmo processo de incentivo (que deveria generalizar o bĂŽnus por desempenho), reciclagem e cobrança, pois sĂŁo muitas as deficiĂȘncias de gestĂŁo que transformam vĂĄrias escolas em antros.
A situação da saĂșde nĂŁo destoa muito: seria uma irresponsabilidade multiplicar de afogadilho as verbas para uma estrutura confusa e desarticulada como Ă© hoje o SUS (Sistema Ănico de SaĂșde).
A proposta em debate no Congresso se limita a vincular, no papel, outra cifra de 10% --neste caso, sobre as receitas da UniĂŁo (e nĂŁo sobre o PIB). A parcela atual (R$ 79 bilhĂ”es) nĂŁo chega a 7%. Como a previsĂŁo de receitas para este ano Ă© de R$ 1,2 trilhĂŁo, os 10% demandariam acrescentar R$ 41 bilhĂ”es ao dispĂȘndio.
Os 25% dos royalties do prĂ©-sal tampouco serĂŁo suficientes para a saĂșde. FicarĂĄ, para o poder pĂșblico, o risco de ceder Ă tentação de criar ou aumentar tributos. Seria um resultado ruim para a justa mobilização por mais verbas.
Assim como na educação, nĂŁo Ă© possĂvel avançar de forma consistente na saĂșde sem um programa de reforma gerencial. OrganizaçÔes sociais, desde que devidamente fiscalizadas, decerto tĂȘm muito a contribuir nesse sentido. AlĂ©m disso, metas claras e monitorĂĄveis de melhora no atendimento, por exemplo, deveriam ser fixadas.
Nenhum processo de mudança do Brasil pode deixar saĂșde e educação em segundo plano. Pouco adiantarĂĄ tornĂĄ-las prioridades, no entanto, se o poder pĂșblico nĂŁo abandonar a leviandade com que trata os recursos do contribuinte.
Editoriais - Fonte: Folha de S.Paulo - 29/06/13.
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