A PRIMEIRA MULHER EM ECONOMIA
16/10/2009 -
MANCHETES DA SEMANA
MULHER LEVA NOBEL DE ECONOMIA PELA 1ÂȘ VEZ
English:
http://news.bbc.co.uk/2/hi/business/8302662.stm
http://newsinfo.iu.edu/news/page/normal/12185.html
Indiana University - http://www.indiana.edu/
University of California - http://www.ucla.edu/
NOBEL 2009 - http://nobelprize.org/nobel_prizes/economics/laureates/2009/
O PrĂȘmio Nobel de Economia, criado em 1969, foi concedido pela primeira vez a uma mulher. Elinor Ostrom, 76, professora da Universidade de Indiana (EUA), Ă© doutora em ciĂȘncia polĂtica e pesquisa a gestĂŁo de recursos por comunidades. Ela dividiu o prĂȘmio com Oliver Williamson, 77, professor da Universidade da CalifĂłrnia e doutor em economia. Ele estuda tomadas de decisĂŁo em empresas.
O Nobel deste ano registrou um nĂșmero recorde de prĂȘmios entregues a mulheres. No total, foram cinco pesquisadoras laureadas em ĂĄreas como quĂmica, medicina, literatura e economia.
No ano da crise, o comitĂȘ deixou de lado trabalhos focados em macroeconomia e em modelos abstratos. Os vencedores desenvolveram pesquisas de campo que procuram compreender como as pessoas cooperam entre si fora dos mercados convencionais. Um dos fatores em comum entre os trabalhos Ă© a questĂŁo da regulação.
Para o comitĂȘ do prĂȘmio, embora a teoria econĂŽmica tenha iluminado de forma abrangente as virtudes e as limitaçÔes dos mercados, tradicionalmente prestou menos atenção a outros arranjos institucionais.
O trabalho de Ostrom tem implicaçÔes em polĂticas ambientais e questĂ”es relacionadas ao aquecimento global. Seu trabalho derruba a tese de que, quando comunidades administram recursos ou bens finitos, acabarĂŁo por destruĂ-los, e que o melhor seria uma regulação centralizada ou privatização.
Com base em exemplos de gestĂŁo de ĂĄreas de floresta, suprimento de ĂĄgua e pasto, Ostrom comprovou que a gestĂŁo comunitĂĄria pode ter resultados melhores do que o previsto.
A pesquisadora se mostrou surpresa com o prĂȘmio: "Que maneira de começar uma segunda de manhĂŁ!".
Burocratas
Em entrevistas, comentou seu trabalho: "Desde que nĂłs descobrimos que algumas vezes os burocratas nĂŁo tĂȘm as informaçÔes corretas, enquanto cidadĂŁos e usuĂĄrios dos recursos tĂȘm, nĂłs esperamos que isso ajude a encorajar um senso de capacidade e de poder".
Na prĂĄtica, o trabalho de Ostrom indica que polĂticas pĂșblicas, principalmente ambientais, tĂȘm mais resultados quando sĂŁo baseadas na colaboração entre as partes, e nĂŁo na simples imposição de regras. Em um trabalho de 2006, afirma que, quando os usuĂĄrios estĂŁo engajados nas decisĂ”es referentes a regras que afetam a maneira como usam os recursos, a probabilidade de seguirem o que foi definido e monitorarem os outros Ă© bem maior do que quando uma autoridade simplesmente impĂ”e normas.
JĂĄ o trabalho de Williamson procura explicar o processo de tomada de decisĂŁo das empresas e como elas se estruturam.
As diversas hipĂłteses estudadas explicariam, por exemplo, por que uma empresa dependente de uma matĂ©ria-prima decide comprar o produto, no mercado livre, do fornecedor que oferecer o menor custo, ou se vai definir um contrato de longo prazo com um Ășnico fornecedor ou ainda se vai promover uma fusĂŁo para contar com o produto na prĂłpria empresa.
Segundo a pesquisa, o fator que define essas escolhas é o custo de transação. Na pråtica, em mercados de maior competição faz mais sentido negociar com parceiros externos. Em mercados menos eficientes, com menos competição, pode ser melhor à empresa desenvolver toda a cadeia, da matéria-prima ao produto final.
"Williamson mostrou que muito do que pensåvamos como comportamento anticompetitivo pode ser uma resposta aos custos de transação", disse o economista Alex Tabarrok, da George Mason University.
Janaina Lage - Fonte: Folha de S.Paulo â 13/10/09.
Universidade de Indiana - http://www.indiana.edu/
Universidade da CalifĂłrnia - http://www.ucla.edu/
NOBEL 2009 - http://nobelprize.org/nobel_prizes/economics/laureates/2009/
ĂS VEZES A PATULEIA ENSINA AOS SĂBIOS
Uma pessoa capaz de lembrar que "o mundo tem problemas, mas as universidades tĂȘm departamentos" deveria ganhar algum prĂȘmio. Elinor Ostrom ganhou o Nobel de Economia sem ser economista e escreveu um livro onde sĂł hĂĄ algarismos na numeração das pĂĄginas. Seu estilo pode ser seco, mas entende-se tudo o que diz. Chama-se "Governing Commons" (Governando Comunidades com Ăreas de Uso Comum, numa tradução livre).
A professora Ostrom dissecou comunidades de pescadores do JapĂŁo, sistemas de irrigação espanhĂłis e grupamentos de suĂços. Seu objetivo foi desmentir a ideia segundo a qual a propriedade comum acaba em colapso econĂŽmico e destruição do meio ambiente. Pelo contrĂĄrio, desde que sejam respeitados alguns princĂpios (e ela ensina quais) a propriedade comum funciona, e bem.
Quem acredita na eficĂĄcia da criação das regiĂ”es metropolitanas e na centralização das delegacias educacionais pode ler na internet um trabalho da professora (infelizmente, em inglĂȘs), intitulado "A AnĂĄlise de PolĂticas no Futuro das Boas Sociedades".
Ostrom mostra como essas ideias perderam adeptos, diz porquĂȘ e recomenda, entre outras coisas, que se acredite menos em reformas concebidas por sĂĄbios e mais naquilo que as comunidades tĂȘm a dizer.
Chega-se ao artigo passando "Policy Analysis in the Future of Good Societies" e "Elinor Ostrom", no Google.
Elio Gaspari (http://www.submarino.com.br/portal/Artista/80141) - Fonte: Folha de S.Paulo - 18/10/09.
CINCO MULHERES RECEBERAM O PRĂMIO EM 2009
Cinco mulheres receberam o PrĂȘmio Nobel neste ano -um nĂșmero recorde. Desde o inĂcio das premiaçÔes, em 1901, 40 mulheres foram premiadas -5% do total. O Nobel jĂĄ foi concedido a 802 pessoas.
As ganhadoras do Nobel em 2009 sĂŁo: Elinor Ostrom, 76 (Economia), Elizabeth Blackburn, 60, e Carol Greider, 48 (Medicina), Ada Yonath, 70 (QuĂmica) e Herta Mueller, 56 (Literatura).
No inĂcio do sĂ©culo passado, o PrĂȘmio Nobel foi concedido a Marie Curie duas vezes. Ela ganhou o o Nobel de FĂsica em 1903 e o de QuĂmica em 1911.
Com as cinco ganhadoras deste ano, foi quebrado o recorde anterior de 2004, quando trĂȘs mulheres foram premiadas.
Ostrom, vencedora do Nobel de Economia, irĂĄ compartilhar um prĂȘmio equivalente a US$ 1,4 milhĂŁo com o outro ganhador da categoria, Oliver E. Williamson.
Fonte: Folha de S.Paulo â 13/10/09.
MULHERES QUEREM MAIS
O BCG (The Boston Consulting Group) acaba de lançar o livro "Women Want More" (Mulheres Querem Mais, na tradução livre), da editora HarperBusiness. Escrita por Michael Silverstein e Kate Sayre, a obra aborda a expansĂŁo do consumo feminino e prevĂȘ aumento de US$ 5 trilhĂ”es na renda das mulheres nos prĂłximos anos. O livro se baseia em pesquisa com mais de 12 mil mulheres e estĂĄ Ă venda na Amazon.com.
Mercado Aberto â Maria Cristina Frias - Fonte: Folha de S.Paulo â 14/10/09.
Detalhes:
http://www.womenwantmorethebook.com/
http://www.amazon.com/gp/mpd/permalink/mOYNICNWR824B
LABORATĂRIO DAS MENINAS
Quando era adolescente, Mayana Zatz jĂĄ sabia que gostaria de passar a vida num laboratĂłrio pesquisando genĂ©tica. Foi uma das Ășltimas geraçÔes de estudantes de escolas estaduais capazes de entrar na USP sem fazer cursinho. Neste mĂȘs, ela apresenta uma de suas experiĂȘncias em laboratĂłrio, em que a maioria das cobaias vem, como ela, de escolas pĂșblicas -e quase todas meninas. Mas nĂŁo tem nada a ver com genĂ©tica.
PrĂł-reitora de pesquisas da USP, Mayana teve a ideia de abrir os laboratĂłrios da universidade para alunos de escolas pĂșblicas. Seriam acompanhados por pesquisadores dos diversos departamentos da USP. "A vivĂȘncia com o laboratĂłrio fez deles pessoas mais curiosas e autoconfiantes. Ficar naquele ambiente Ă© sentir um pouco de magia", afirma Mayana.
Mayana ainda sente essa magia nas pesquisas que a projetaram mundialmente como uma das principais defensoras, no Brasil, de pesquisas com cĂ©lulas-tronco -antes da prĂł-reitoria, assumiu a coordenação do Centro de Estudos do Genoma Humano. Via tambĂ©m como os alunos mais interessados nos programas de iniciação cientĂfica desenvolviam maior aptidĂŁo para as descobertas.
Foi daĂ que veio a proposta de convidar alunos do ensino mĂ©dio a frequentarem os laboratĂłrios por um ano. "Seria um jeito de aproximĂĄ-los da USP." Demorou atĂ© a ideia sair do papel. Enfrentou a burocracia da Secretaria Estadual da Educação e, ao mesmo tempo, a resistĂȘncia de alguns responsĂĄveis pelos laboratĂłrios. Cada aluno recebeu uma espĂ©cie de bolsa de iniciação cientĂfica no valor de R$ 150; o pesquisador tambĂ©m recebeu uma bolsa para acompanhar as experiĂȘncias.
As desconfianças foram, aos poucos, se dissipando quando os pesquisadores observavam o interesse dos estudantes -a maioria deles nem imaginava que, algum dia, poria os pĂ©s naquela universidade. Tornaram-se leitores vorazes. "No final, teve projeto que vai ser patenteado. Alguns professores querem tĂȘ-los de volta", conta Mayana.
Nesse prĂłximo dia 29, na USP, os trabalhos serĂŁo apresentados e, segundo estĂĄ previsto, com a presença do governador JosĂ© Serra. O objetivo Ă© nĂŁo sĂł ampliar o nĂșmero de vagas mas tambĂ©m levar esse projeto a outras universidades brasileiras. "Vemos que dĂĄ certo." Segunda ela, esse Ă© um dos mecanismos para desmistificar as ciĂȘncias e mostrar o valor da experimentação -algo que, dificilmente, ocorre em escolas pĂșblicas, onde, em geral, faltam professores de ciĂȘncias.
A experiĂȘncia ensinou que existe uma espĂ©cie de nova genĂ©tica escolar. No dia da apresentação, na USP, se verĂĄ que 80% dos responsĂĄveis pelos trabalhos sĂŁo meninas que, nas provas de seleção da secretaria estadual, bateram os meninos.
PS - Essa história serve para sintetizar as comemoraçÔes, nesta semana, dos dias da Criança, do Professor e da Leitura. O melhor jeito de estimular a educação é, antes de mais nada, estimular a curiosidade.
Gilberto Dimenstein (http://www.dimenstein.com.br/) - Fonte: Folha de S.Paulo â 14/10/09.
Centro de Estudos do Genoma Humano - http://genoma.ib.usp.br/
AS MULHERES NA SOMĂLIA
Mulheres somalis que usam sutiĂŁ estĂŁo sendo chicoteadas em pĂșblico pelo grupo radical islĂąmico Al Shabaab, acusadas de violar as leis do islĂŁ ao enganar outras pessoas, segundo relataram ontem moradores da capital do paĂs, MogadĂcio.
As testemunhas contaram que homens armados cercam qualquer mulher que aparente ter um busto firme. ApĂłs ser chicoteada, ela ainda Ă© obrigada a retirar o sutiĂŁ.
O Al Shabaab -que significa "juventude" em årabe- não quis comentar o assunto. O grupo controla algumas regiÔes da Somålia e, segundo os EUA, tem ligaçÔes com a rede terrorista Al Qaeda.
A interpretação radical da sharia (lei islĂąmica) feita pelos insurgentes nĂŁo agrada a muitos somalis, que sĂŁo muçulmanos moderados por tradição. Alguns, no entanto, creditam ao grupo a restauração da ordem em algumas regiĂ”es do paĂs, que hĂĄ duas dĂ©cadas Ă© assolado pela guerra civil. No inĂcio deste mĂȘs, dois jovens acusados de roubo tiveram um pĂ© e uma mĂŁo amputados cada um.
O Al Shabaab proibiu ainda filmes, danças em cerimÎnias de casamento e assistir ou jogar futebol. A "limpeza moral" também tem os homens como alvo -qualquer um pego sem barba é açoitado publicamente.
Fonte: Folha de S.Paulo â 17/10/09.
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http://www.faculdademental.com.br/fale.php