PENSANDO NA VIDA
08/04/2011 -
PENSE!
QUANTAS PESSOAS PODEM VIVER NO PLANETA TERRA?
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http://portalmi.com.br/noticia.php?id=98
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http://wn.com/How_Many_People_Can_Live_on_Planet_Earth_part_1_of_6
O nosso planeta estĂĄ a ficar pequeno para tanta gente. E pior: a cada dia que passa, os recursos naturais indispensĂĄveis Ă sobrevivĂȘncia de todos os seres humanos escasseiam. O documentĂĄrio "How many people can live on planet earth?" (2009), do naturalista David Attenborough, reflecte sobre este tema.
Crise Ă© a palavra mais ouvida dos Ășltimos tempos. O Mundo vive um grave periodo de recessĂŁo econĂłmica que levou todos os governos a implantar severas medidas de contenção. Mas essas medidas deveriam tambĂ©m ter chegado aos problemas ambientais.
As estatĂsticas dizem que, hoje em dia, o nĂșmero de nascimentos Ă© inferior ao nĂșmero de mortes em muitos paĂses. O problema Ă© que enquanto nuns essa verdade se traduz num aumento da esperança mĂ©dia de vida e na redução de nĂșmero de filhos dos casais, noutros a população continua a crescer descontroladamente.
Somos aproximadamente sete biliĂ”es de habitantes na Terra. David Attenborough refere que, quando nasceu, a barreira nĂŁo passava dos dois biliĂ”es. Este gigantesco aumento deve-se ao facto de que a cada segundo, duas pessoas nascem. E cada uma delas vai naturalmente precisar de comida, ĂĄgua, roupa e energia para viver. O naturalista jĂĄ produziu vĂĄrios filmes e documentĂĄrios sobre a natureza e a importĂąncia da sua conservação. Sem ela, torna-se impossĂvel fornecer a cada ser vivo estas mesmas condiçÔes.
Quantos de nĂłs jĂĄ nĂŁo ouviram dizer que no tempo dos nossos avĂłs Ă© que a vida era boa? Pois bem, afinal isso nĂŁo Ă© verdade. Nos Ășltimos 50 anos, as condiçÔes de vida registaram uma das mais significativas melhorias da histĂłria. O progresso da ciĂȘncia, o acesso a novos equipamentos de saĂșde e a chegada de novas informaçÔes sobre cuidados de higiene resultaram numa redução de inĂșmeras doenças e, consequentemente, numa esperança mĂ©dia de vida alargada.
Ora, quanto mais pessoas vivem, mais procura de recursos existe. O problema Ă© que, segundo Attenborough, essa procura estĂĄ a atingir os limites do planeta. Se, por um lado, os paĂses industrializados sĂŁo responsĂĄveis por um estilo de vida pouco recomendĂĄvel, os paĂses do terceiro mundo continuam a duplicar a sua população sem controlo. Se uns consomem mais do que necessitam, outros nĂŁo tĂȘm o suficiente para abastecer a sua população.
A ĂĄgua e a sua (futura) escassez tĂȘm gerado vĂĄrias discussĂ”es e planos de contenção. Cobre quase 70% da Terra, mas apenas uma pequena percentagem Ă© viĂĄvel para os humanos. Sem ĂĄgua, ninguĂ©m sobrevive. Sem ĂĄgua, nĂŁo se cultiva. Sem ĂĄgua, nĂŁo hĂĄ agricultura, comida e roupa. Um dos funcionĂĄrios da companhia de ĂĄguas potĂĄveis da capital mexicana, ao ser entrevistado para o documentĂĄrio, adianta o que se espera nos prĂłximos anos: uma batalha entre paĂses e cidadĂŁos pela posse de ĂĄgua. Afinal, esta vai mesmo ultrapassar a jĂĄ actual luta por barris de petrĂłleo.
Os seres "dominantes" do planeta usaram e abusaram dos seus sistemas naturais sem olhar a meios e efeitos a longo prazo no meio ambiente. A Natureza nĂŁo resiste e as facturas tĂȘm vindo a ser cobradas. Perante esta situação, serĂĄ que a Terra estĂĄ em condiçÔes de continuar a sustentar-nos a todos?
Num mundo ideal, os recursos seriam igualmente distribuĂdos. Mas a realidade Ă© bem diferente. A sustentabilidade Ă© definida em função do que se gasta e consome. David explica que hoje precisamos de um planeta e meio para suportar o actual estilo de vida. Se vivĂȘssemos como os britĂąnicos, seria pior: sĂł cĂĄ podĂamos estar 2,5 biliĂ”es. E se todos fossemos como os americanos, seria a catĂĄstrofe: apenas 1,5 biliĂ”es. O autor afirma que a solução para estas questĂ”es passa pela mudança gradual da forma como nos comportamos ambientalmente e pela obrigação de as famĂlias terem menos filhos.
Elogia a polĂtica do filho Ășnico implantada na China em 1979. Se assim nĂŁo fosse, a China continuaria a crescer sem limites, provocando ainda mais danos ao planeta. Sublinha tambĂ©m a conquistada condição da mulher de decidir como quer o seu futuro. Se casarĂĄ ou nĂŁo, se terĂĄ ou nĂŁo filhos. EstĂĄ provado que as mulheres mais instruĂdas estĂŁo mais informadas sobre a contracepção e tendem a constituir famĂlia segundo as suas possibilidades.
Fonte: Portal Obvious (http://obviousmag.org/) - (Colaboração: A.M.B.)
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SER FELIZ OU TER RAZĂO?
O TEXTO Ă BEM PEQUENININHO E INTERESSANTE PARA PENSAR A RESPEITO: SER FELIZ OU TER RAZĂO?
Oito da noite, numa avenida movimentada. O casal jå estå atrasado para jantar na casa de uns amigos. O endereço é novo e ela consultou no mapa antes de sair. Ele conduz o carro. Ela orienta e pede para que vire, na próxima rua, à esquerda. Ele tem certeza de que é à direita. Discutem.
Percebendo que além de atrasados, poderiam ficar mal-humorados, ela deixa que ele decida. Ele vira à direita e percebe, então, que estava errado.
Embora com dificuldade, admite que insistiu no caminho errado, enquanto faz o retorno. Ela sorri e diz que nĂŁo hĂĄ nenhum problema se chegarem alguns minutos atrasados. Mas ele ainda quer saber: - Se tinhas tanta certeza de que eu estava indo pelo caminho errado, devias ter insistido um pouco mais... E ela diz: - Entre ter razĂŁo e ser feliz, prefiro ser feliz.
EstĂĄvamos Ă beira de uma discussĂŁo, se eu insistisse mais, terĂamos estragado a noite!
MORAL DA HISTĂRIA
Esta pequena histĂłria foi contada por uma empresĂĄria, durante uma palestra sobre simplicidade no mundo do trabalho. Ela usou a cena para ilustrar quanta energia nĂłs gastamos apenas para demonstrar que temos razĂŁo, independentemente, de tĂȘ-la ou nĂŁo. Desde que ouvi esta histĂłria, tenho me perguntado com mais freqĂŒĂȘncia: 'Quero ser feliz ou ter razĂŁo?
Outro pensamento parecido, diz o seguinte: "Nunca se justifique; os amigos nĂŁo precisam e os inimigos nĂŁo acreditam".
Passe aos seus amigos, para ver se o mundo melhora...
Eu jĂĄ decidi... EU QUERO SER FELIZ e vocĂȘ?
"Nunca se justifique. Os amigos nĂŁo precisam e os inimigos nĂŁo acreditam"
(Colaboração: Cleonysse)
HĂ A MISĂRIA DĂCIL E A MISĂRIA VIOLENTA - ENTRE A PIEDADE E O MEDO
Outro dia, atravessei dois eventos das ruas brasileiras: a piedade e o medo. Um carro encostou a meu lado e o motorista me apontou gentilmente o pneu de trĂĄs, que estaria furado. Se eu saltasse, estaria sob um revĂłlver - percebi e me arranquei. Depois do terror, a pena. Mais adiante, uma mendiga me enviou seu filhinho magro e sujo em busca de esmola.
Eu preferia que ele não tivesse vindo. Se ao menos ele estivesse sozinho, seria suportåvel; devia ter uns 12 anos e no colo carregava um irmãozinho. Ou seja, um menino miseråvel de 12 anos leva o outro como uma triste isca para ganhar uma esmola. Na calçada, a mãe observava o efeito da "mise-en-scÚne", esperando o lucro dos tostÔes. Era como uma exibição de cinema ou peça de teatro. O menino maior se comportou como um bom ator - sua voz foi treinada com um
"tremolo" de desespero e ele olhou bem no fundo de meus olhos, que tentavam evitĂĄ-lo.
Foi um sucesso: fui tomado de funda emoção, coisa rara, porque tenho me esforçado para ser bem frio, nesses tempos duros. Mas, uma criança carregando custosamente outra (o frĂĄgil protegendo o frĂĄgil) foi irresistĂvel. Quase chorei. O menino encostou na janela do meu carro, esperando a esmola. Por alguns segundos, fui grato ao menino, pois me deu a boa fortuna de uma emoção humanitĂĄria. Senti-me feliz e consolado por ser tĂŁo "bondoso", um sujeito sensĂvel Ă dor dos outros. Meu primeiro impulso foi dar um dinheirĂŁo ao menino; mas me controlei para nĂŁo ceder a uma misericĂłrdia barata. Dei uma esmola de "mercado", sem olhar para o menino que, no entanto, me olhava sem parar. A mĂŁe tambĂ©m me olhava de longe.
Por que essa divergĂȘncia de olhares? A riqueza nĂŁo olha a misĂ©ria, mas a misĂ©ria olha a riqueza. NĂŁo olho para nĂŁo sentir culpa ou para nĂŁo ferir meu universo estĂ©tico, em que a misĂ©ria Ă© um fator desarmĂŽnico. A misĂ©ria nĂŁo Ă© plĂĄstica. A misĂ©ria nos lembra que a desgraça existe e, portanto, a morte, tambĂ©m.
Assim que dou o dinheiro ao menino, sou tomado por um Ăłdio sĂșbito contra o estado das coisas, um tremor meio histĂ©rico contra a situação brasileira, contra os polĂticos, contra os ricos (os mais ricos que eu...). Acelerando o carro, sinto que a indignação me enobrece e me faz atacar vagos personagens que compĂ”em a feia alegoria do mal, uma panĂłplia de latifundiĂĄrios, milionĂĄrios, carrascos egoĂstas, polĂticos feudais. Aos poucos, me acalmo e saio lucrando com a esmola, pois cumpri meu dever e me sinto legal, pois paguei um pedĂĄgio aos pobres por ter carro, comida e casa. A caridade me faz mais bem do que ao garoto. A misĂ©ria mantĂ©m o mundo funcionando, apesar de sujar a paisagem.
Depois disso, ainda traumatizado pelo medo do quase assalto, imagino o contrĂĄrio: e se um cara maior, forte e bruto me metesse um revĂłlver na cara, pela janela? Primeiro, o assalto inverteria a posição do caridoso sujeito que eu me considero, e passaria a ser a vĂtima e nĂŁo mais o esmoler. A pobre pessoa seria eu e teria de soltar a grana para nĂŁo morrer.
O assalto Ă© a esmola ao contrĂĄrio; vocĂȘ recebe a graça de viver se for humilde como os pobres. O assaltante Ă© que dĂĄ a esmola. AlĂ©m disso, o assalto desagrega nosso universo social. A pobreza perde a face milenar de doçura e submissĂŁo e mostra os dentes da vingança. HĂĄ um sabor de sacrilĂ©gio no assalto. Um travo, um "arriĂšre gout" meio "revolucionĂĄrio".
O assalto nĂŁo te exclui, ele te inclui; vocĂȘ tambĂ©m Ă© culpado de ter coisas, e nĂŁo apenas aqueles ricos que vocĂȘ desprezava. VocĂȘ Ă© um deles, agora. No assalto, vocĂȘ Ă© vĂtima e culpado. Pior ainda se vocĂȘ for amante dos "pobres e oprimidos", um comunista talvez. Nada mais triste que um comunista assaltado...
No assalto, se inicia um processo de incriminação em que vocĂȘ Ă© peça de um complexo micro-macro de injustiças que se inicia no capitalismo de Wall Street e acaba ali no seu relĂłgio que ele arrancou. Retraçando o mapa, descobre-se que o seu Rolex foi comprado com o dinheiro que seu pai deixou, herança da fazenda que seu avĂŽ pagou com dinheiro pĂșblico em nome de um "laranja" e depois vendeu com preço subdeclarado; isso o inclui numa estirpe de malandros culpados pela desigualdade social...
NĂŁo hĂĄ remissĂŁo no assalto. AlĂ©m de levar a sua grana, a culpa Ă© sua. Com o fim da caridade, todos ficam suspeitos, todos sĂŁo incluĂdos no crime. Ficam visĂveis relaçÔes finĂssimas: no esgar da cara de um burguĂȘs nordestino, vĂȘ-se a seca desenhada como uma tatuagem; na barriga de um polĂtico ou num bigode pintado, percebem-se anos de corrupção e crueldade.
O fim da caridade atĂ© Ă© Ăștil porque acaba o mundo do escĂąndalo farisaico e começa a bruta verdade da violĂȘncia. E, atravĂ©s dos olhos furiosos dos marginais, passamos a ver a cara real do Brasil de hoje.
Mas a misĂ©ria armada nos faz esquecer da misĂ©ria indefesa. Com a onda de violĂȘncia, estamos perdendo a compaixĂŁo pelos pobres. E, como ninguĂ©m sabe resolver o drama da misĂ©ria, criamos um vago rancor contra ela, um certo tĂ©dio, porque ela nĂŁo some, teima em reaparecer.
Houve uma Ă©poca em que a misĂ©ria fazia mais sucesso, atĂ© como tema para arte e literatura. A misĂ©ria dĂĄ ou deu lucro polĂtico. No Brasil, a misĂ©ria Ă© uma indĂșstria. Quanto lucro uma igreja de charlatĂŁes tem com os dĂzimos? Lamentar a misĂ©ria traz votos populistas.
Nos sonhos "revolucionĂĄrios" dos pequenos burgueses como eu, a misĂ©ria era uma bandeira. SofrĂamos com ela - a misĂ©ria dos outros era nosso problema "existencial". Hoje, esvaiu-se a "revolução" imaginĂĄria; isso gerou um desalento que aos poucos deu lugar ao cinismo, quase um alĂvio feliz. Mas a misĂ©ria Ă© a ponta de um iceberg sujo e poluĂdo no Brasil. NĂłs fazemos parte dela. NĂŁo existe um mundo limpo e outro sujo. Um infecciona o outro. A burocracia Ă© misĂ©ria, nossa corrupção Ă© misĂ©ria, a estupidez polĂtica Ă© misĂ©ria.
A miséria não estå em periferias e favelas - estå no centro da vida brasileira. Somos uns miseråveis cercados de miseråveis por todos os lados.
Arnaldo Jabor - Fonte: O Tempo - 05/04/11.
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