FALANDO EM SOBREVIVĂNCIA
25/05/2012 -
FALOU NO FM? TĂ FALADO!
ESTILO DE VIDA VERDE: EM CRISE, EX-CIDADE FUTURISTA TENTA SOBREVIVER
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http://www.nytimes.com/2012/02/16/garden/an-early-eco-city-faces-the-future.html?pagewanted=all
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http://www.nytimes.com/slideshow/2012/02/16/garden/20120216-ARCOSANTI.html
CORDES JUNCTION, Arizona - Ă um complexo ultramoderno, erguendo-se sobre um cĂąnion no deserto: uma cidade para sempre inacabada no alto de um morro.
Ocupar o meio do nada deveria ser sedutor para os estudantes, arquitetos e espĂritos curiosos que na dĂ©cada de 1970 fundaram Arcosanti, um "laboratĂłrio urbano" 110 km ao norte de Phoenix, no deserto do Arizona.
ApĂłs seguirem uma estrada ondulada atĂ© um acampamento desolado, eles encontravam uma espĂ©cie de kibutz. Aqui, nas oficinas, eles podiam construir um arco de concreto com nove metros de altura, ou plantar oliveiras, ou forjar sinos de barro para vender e conseguir comprar material de construção. O salĂĄrio mĂ©dio era o salĂĄrio mĂnimo.
Acima de tudo, eles se juntaram a um colĂłquio ainda em aberto com o visionĂĄrio projetista da cidade, Paolo Soleri, que pregava uma sociedade sem carros, em harmonia com a natureza.
Nestes 40 anos, cerca de 7.000 pessoas viveram em Arcosanti. A maioria foi embora. E, no ano passado, o próprio Soleri, 92, se aposentou como presidente da Fundação Cosanti. Agora, Arcosanti estå sob o comando de Jeff Stein, 60, ex-reitor da Faculdade de Arquitetura de Boston.
E a questĂŁo que ele enfrenta Ă©: se Arcosanti afinal nĂŁo conseguir se transformar em uma densa ecocidade para 5.000 habitantes -como sempre quis Soleri-, entĂŁo o que ela deve virar?
As propostas imediatas de Stein sĂŁo: uma arquibancada coberta para o anfiteatro ao ar livre, uma padaria comercial reformada, um depĂłsito para o fantĂĄstico acervo de maquetes de Soleri, ou meia dĂșzia de novos apartamentos.
Stein diz possuir um orçamento inferior a US$ 1 milhĂŁo, cerca de 10% do necessĂĄrio para transformar esse complexo meio deteriorado, com mais ou menos uma dĂșzia de estruturas de concreto, em algo mais parecido com uma cidade, de fato.
Sua primeira tarefa, talvez, seja lembrar ao mundo que Arcosanti ainda existe. Os visitantes (cerca de 25 mil por ano) frequentemente observam que essa cidade do futuro parece uma cidade do passado. Mas 56 pessoas continuam vivendo e trabalhando aqui.
Entre elas, estå Maureen Connaughton, 37, que até o ano passado era gerente de projeto em uma fåbrica especializada de Filadélfia. Numa oficina de construção em 2010 em Arcosanti, ela descobriu como gostava de realizar trabalhos manuais. Logo regressou para produzir sinos de vento de cerùmica.
"Eu realmente ouvi todas as coisas boas e ruins que as pessoas dizem sobre [Arcosanti] estar instalada no passado", disse ela. "E eu quero vĂȘ-la instalada no presente. Porque Ă© o meu presente."
Jovens voluntårios continuam chegando de lugares como a Austrålia, a Coreia do Sul, o México, o Chile, a Itålia e a Jordùnia, e pagando para se matricularem em oficinas de construção. Alguns decidem ficar.
Os moradores pagam apenas US$ 160 mensais pelo alojamento e pela alimentação.
"HĂĄ comunidades intencionais no paĂs inteiro", disse Stein. "Esta nĂŁo Ă© uma delas. Ă quase uma comunidade acidental. As pessoas sĂŁo atraĂdas para cĂĄ por Paolo Soleri e o poder das suas ideias."
O estagiĂĄrio coreano de arquitetura Youngsoo Kim, 32, disse que a construção "poderia ter sido muito mais bem feita". "Mas tambĂ©m foi significativo que tenha sido construĂda pelas pessoas que aprenderam o conceito", acrescentou.
A calefação, as janelas e o isolamento do complexo parecem ter sido concebidos "a posteriori". O projeto mal incorpora tecnologias populares como painéis solares, barris para a chuva e banheiros com compostagem.
"Eu deveria tĂȘ-los", disse Soleri durante uma recente visita ao projeto. Mas, para a maioria dos americanos, insistiu ele, perseguir essas tecnologias pode se tornar um jogo em si.
Soleri é capaz de discutir sua imperfeita criação com desarmadora franqueza. Arcosanti cumpriu seu potencial? "Não, não seja tolo", disse ele.
Suas teorias sobre poluição, resĂduos e esgotamento da energia nunca foram tĂŁo convincentes quanto agora no mercado internacional das ideias.
Mas Ă© difĂcil argumentar que seu esquelĂ©tico assentamento represente a cidade do amanhĂŁ, disse Dennis Frenchman, 63, professor de urbanismo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglĂȘs).
Frenchman disse admirar a invenção de Soleri como "uma curiosidade histórica". "Não acho que seja levado a sério como modelo urbano."
HĂĄ uma torcida praticamente unĂąnime para que Stein consiga revitalizar Arcosanti. Mas, mesmo no seu atual estado, Arcosanti deve ser mais conveniente do que as 460 mil unidades habitacionais ociosas do Arizona.
Aqui tudo estĂĄ pago, disse Stein. "NĂŁo temos hipoteca."
Por Michael Tortorello - Fonte: Folha de S.Paulo - 14/05/12.
Reportagem original em inglĂȘs:
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MENSAGENS DE NOSSOS LEITORES E COLABORADORES
QUAL O NOME DE RUA MAIS POPULAR DO BRASIL?
O mesmo endereço Ă© usado 3 079 vezes no paĂs. Pobres carteiros.
Esqueça presidentes, feriados e santos. O endereço mais comum no PaĂs Ă© o insosso Rua Um, de acordo com um levantamento dos Correios. Em outra pesquisa, feita sem o aval da empresa, a campeĂŁ Ă© Rua Dois. Mas por que endereços tĂŁo sem graça? SĂŁo nomes provisĂłrios, mas que acabam ficando para sempre. Quem demarca o terreno de um novo bairro ou uma futura cidade sĂŁo os loteadores. Para facilitar, eles costumam usar nomes simples, que seriam alterados depois. E quem tem esse poder de renomear sĂŁo os polĂticos. PorĂ©m, a demanda por novos nomes Ă© pequena, entĂŁo os 10 mais comuns acabam sendo letras e algarismos. âSe o terreno fica em um lugar central, hĂĄ, muitas vezes, briga para renomear as ruas. Mas, se nĂŁo fica, acaba esquecidoâ, diz o urbanista Jorge Wilheim, exsecretĂĄrio de planejamento de SĂŁo Paulo.
Outro motivo do predomĂnio alfanumĂ©rico Ă© mais prĂĄtico: em alguns lugares, ele funciona melhor. âEm cidades como Nova York, o traçado paralelo permite a identificação por quadras. Em BrasĂlia Ă© parecidoâ, diz a pesquisadora da USP Alessandra Cirrincione. Ă mais fĂĄcil se localizar em cidades com vias paralelas e perpendiculares quando os endereços seguem uma ordem (ruas 1, 2, 3 ou A, B, C, por exemplo).
Arroz de festa
Os endereços mais manjados do PaĂs
1. RUA UM - 3.079
2. RUA DOIS - 2.967
3. RUA A - 2.626
4. RUA TRĂS - 2.623
5. RUA B - 2.555
NOMES CATĂLICOS
Na colonização, os portugueses homenageavam santos e datas religiosas. São José vence não só por ser popular, mas principalmente por ter um nome fåcil de lembrar, segundo a linguista da USP Maria Vicentina Dick.
15. São José - 1.320
19. Santo AntĂŽnio - 1.054
20. SĂŁo Paulo - 1.049
23. SĂŁo Francisco - 921
25. SĂŁo JoĂŁo - 873
NOMES HISTĂRICOS
Ficaram comuns apĂłs a proclamação da RepĂșblica. Rua Tiradentes, por exemplo, tornou-se popular porque representava uma identidade nacional do ponto de vista republicano. Os motivos sĂŁo mais polĂticos que histĂłricos.
39. Sete de Setembro - 657
40. Tiradentes - 648
45. Santos Dumont - 583
48. Duque de Caxias - 556
55. Rui Barbosa - 513
Natalia Rangel - Fonte: Super Interessante - Ediçã0 304.
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