CAMPANHA EDUCATIVA
01/10/2008 -
MARILENE CAROLINA
ANIMAIS NO TRÂNSITO
Uma campanha educativa do Detran na cidade do Rio de Janeiro gerou polêmica e desagradou alguns motociclistas. Os anúncios dizem: "Animais no trânsito: não seja irracional", numa tentativa de conscientizar os motoristas.
Fonte: O Tempo - 02/10/08.
São vários cartazes, com frases diferentes:
Leão = "Não seja feroz. Você n/ao é o rei do trânsito".
Onça e zebra = "Nâo seja amigo da onça. Apostar corrida pode dar zebra".
Burro e porco = "Não seja como eles. Se dirigirm não beba".
Elefante = "Não seja espaçoso. A pista não é toda sua".
Geleira = "Não entre numa fria. Cuidado ao estacionar".
Coelhos e tartaruga = "Não ande acima ou muito abaixo dos limites de velocidade". Leia mais:
http://www.ccsp.com.br/ultimas/noticia.php?id=34953
http://www.portaldotransito.com.br/mostraplugin2.asp?id=66682
30 DE SETEMBRO - "DIA DA(O) SECRETÃRIA(O)"
Se antigamente os motivos eram poucos para se comemorar o dia da secretária, hoje esses profissionais merecem mais que o famoso buquê de flores. Há alguns anos o serviço deixou de ser servir o cafezinho ou atender o telefone, passando para um perfil estratégico e que abre espaço, inclusive, para os homens. Cerca de 10% do mercado é representado pelo sexo masculino.
Os salários de um secretário executivo podem variar de R$ 600 a até R$ 7.000. Ainda durante o estágio é possÃvel receber até R$ 1.800. Ao mesmo tempo em que o mercado se tornou promissor, a profissão também passou a exigir mais. Empreendedor, assessor, comunicador e gestor são funções inerentes à profissão hoje.
Fonte: O Tempo - 28/09/08.
Leia mais:
http://www.fenassec.com.br/dia.htm
POESIA DE QUALIDADE
O site http://www.algumapoesia.com.br/ homenageia Alphonsus de Guimaraens Filho (1918-2008).
Fonte: O Tempo - 03/10/08.
O PRESIDENTE NEGRO
Via Blue Bus (http://www.bluebus.com.br/show/2/86910/_o_presidete_negro_de_monteiro_lobato_espanta_os_americanos): em texto de uma correspondente da "Newsweek" em Pequim, o site americano Slate (http://www.slate.com/id/2200417/) elogia o romance futurista "O Presidente Negro", de Monteiro Lobato, relançado aqui (http://www.submarino.com.br/books_productdetails.asp?Query=ProductPage&ProdTypeId=1&ProdId=21347426&ST=SE).
Diz que "está atraindo o maior interesse este ano" por ter previsto em 1926 "transformações tecnológicas e geopolÃticas", mas sobretudo por "ter antecipado um cenário polÃtico em que gênero e raça determinam uma eleição nos EUA". Por aqui, diz a Slate, "blogueiros debatem loucamente a proposição racista de Lobato", então próximo da eugenia.
Toda MÃdia - Nelson de Sá - Fonte: Folha de S.Paulo - 03/10/08.
DINHEIRO NÃO COMPRA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE
É comum ouvirmos professores praguejando contra o neoliberalismo e a onipresença do dinheiro nos assuntos humanos. Falam sobre a importância de uma educação para a formação de valores, de cidadãos crÃticos etc. Só há uma notável exceção, que é quando o dinheiro em questão é aquele investido em educação e no pagamento dos próprios professores. Nesse caso, e apenas nesse caso, até os lÃderes dos sindicatos stalinistas defendem que a principal ferramenta para uma educação de melhor qualidade é o dinheiro. E o principal uso desse dinheiro deveria ser o aumento do salário dos professores. Se ganhassem mais, os atuais professores seriam mais motivados, o que faria com que a qualidade da educação melhorasse.
Argumento curioso, já que os professores são os primeiros a enfatizar a incrÃvel dedicação, beirando o heroÃsmo, que adotam em seu dia-a-dia. Pesquisas indicam que a maioria dos professores está satisfeita em sua carreira e não pensa em abandoná-la. Quando o assunto é dinheiro, porém, eles se apresentam como desmotivados e descontentes, e apontam o vil metal como a única saÃda para o aprendizado dos alunos. A despeito dessa inconsistência, o argumento dos professores foi comprado pela sociedade. Em parte porque a proposição é perfeitamente lógica – melhor pagamento está normalmente associado a melhor qualidade de serviço – e em parte porque as lideranças da categoria vêm martelando o mesmo discurso há mais de vinte anos, praticamente sem opositores.
Esse discurso contaminou a sociedade e, por fim, as polÃticas para o setor. No começo da gestão FHC, criou-se o Fundef, que destinava 60% dos seus recursos a aumentar salários de professores. Depois de sua implementação, a qualidade da educação brasileira caiu. O governo Lula criou o Fundeb, mantendo a mesma destinação aos professores. A qualidade da educação continuou a cair. Se algum médico prescrevesse um remédio e, logo depois, a situação da saúde do paciente piorasse, este provavelmente rejeitaria o aumento da dosagem do mesmo remédio. Quando o assunto é a nossa educação, porém, o recado da realidade é constantemente ignorado em favor da teoria. Assim foi que, no começo do mês de julho, o Congresso decidiu injetar mais dinheiro na educação e mais salário aos professores. O Senado aprovou o fim da DRU para a área da educação, o que deve aumentar em 7 bilhões de reais ao ano o orçamento do MEC. No mesmo dia, aprovou também um piso salarial nacional de 950 reais para todos os funcionários da educação. Nota-se que os parlamentares tomaram essa medida pensando unicamente no aprendizado de nossos alunos: a mesma lei garante que o benefÃcio seja estendido a funcionários aposentados e determina que o professor só pode passar dois terços de sua jornada em sala de aula.
Com exceção dessa parte dos aposentados e da diminuição do tempo de aula, o projeto tem lógica. Assim como era muito lógica a idéia de que, se as doenças se espalham pelo sangue, um bom tratamento à base de sanguessugas só pode melhorar a saúde. Assim como era lógica, óbvia!, a idéia de que a Terra é fixa e os astros a orbitam. Ou que um computador jamais conseguiria bater um bom enxadrista. Todas essas lógicas encontram apenas um pequeno obstáculo: não são verdade. A realidade encarregou-se de comprovar seu erro.
A questão do financiamento da educação não é uma área para opiniões, mas para medições. Não é preciso conjeturar sobre o impacto dos salários sobre a qualidade do ensino – basta medi-lo. E há pencas de estudos empÃricos que fazem exatamente isso: verificam o desempenho de centenas de milhares de alunos em testes padronizados, computam os salários de seus professores e o volume de investimentos de suas escolas, adicionam outras variáveis de interesse – nÃvel de educação e financeiro dos pais dos alunos, experiência do professor, infra-estrutura da escola etc. –, jogam tudo em uma ferramenta de análise estatÃstica e medem a importância de cada variável para o aprendizado do aluno. A maioria aponta não haver relação significativa entre salários de professores e desempenho dos alunos, nem entre volume de gastos por aluno e o seu aprendizado.
Alguns dizem que o Brasil investe pouco em educação, como se essa fosse a razão de todos os nossos males. Não é verdade: nosso setor público investe entre 4% e 5% do PIB em educação, valor parecido com o investido pelos paÃses ricos. O gasto é malfeito – vai muito para as universidades e muito pouco para o ensino básico –, mas não é pequeno. Outros argumentam que não podemos nos comparar com o que esses paÃses fazem hoje. PrecisarÃamos gastar entre 7% e 8% do PIB para chegar aonde eles estão, pois é isso que os paÃses gastam quando dão seus saltos educacionais. Desculpem a sem-cerimônia: é mentira. No perÃodo 1970-90, a Coréia do Sul gastou em média 3,5% do PIB em educação. A Irlanda, 5,6%. China, 2,3%. Hong Kong, 2,8%. Inglaterra, 4,9%. Até a Finlândia, com seu estado de bem-estar social, ficou em 5,7%. Para não ser injusto, é forçoso reconhecer que, nesse perÃodo, houve sim um grupo de paÃses que gastou mais de 7% (os dados são da Unesco e estão disponÃveis no fim desta coluna). São eles: Quênia, NamÃbia, Seychelles, Barbados, Martinica, Suriname, Armênia, Azerbaijão, Jordânia, Mongólia (a campeã, com 12,9% – não é piada), Tadjiquistão, Uzbequistão, Noruega e Suécia. é desnecessário comentar.
Quero deixar claro que não acredito que o aumento de recursos para a nossa educação ou o aumento de salário dos professores vai causar um mal. Acredito inclusive que em alguns casos ele poderá fazer bem – se o MEC investir os seus recursos adicionais para melhorar a infra-estrutura de escolas que estão caindo aos pedaços e dotá-las de bibliotecas e laboratórios, por exemplo, há ampla evidência de que a repercussão sobre o desempenho dos alunos será positiva. Simplesmente não acredito que dando mais dinheiro aos professores e diretores que estão em nossas escolas hoje, sem exigir nenhuma contrapartida ou melhorar sua capacitação, nós teremos um ensino de melhor qualidade. O problema principal dos funcionários de nossas escolas não é de motivação: é de preparo. E falta de preparo não se resolve com salário, mas com mais e melhor treinamento. Alguns defendem a idéia de que um aumento de salário atrairia novas e melhores pessoas ao magistério. Que não adianta aumentar o salário dos professores em 20% ou 30%: seria necessário dobrá-lo ou triplicá-lo, para torná-lo comparável ao salário das carreiras ditas nobres. Há dois problemas com a idéia: primeiro, não tem respaldo empÃrico. Segundo, mesmo que seja verdadeira, o orçamento de prefeituras e municÃpios simplesmente não comportaria um salto assim. Há uma lei que determina que estados e municÃpios devem gastar 25% de seu orçamento com educação. O paÃs hoje gasta 70% dos recursos educacionais com salário de professor. Dobrar o salário do professor significaria ocupar 35% dos orçamentos com educação. Triplicar levaria a verba a 52%. Não há estado ou municipalidade que possa arcar com essa carga. Olhando para a pesquisa em educação das últimas décadas e para a própria experiência brasileira, fica difÃcil acreditar que tenhamos uma educação virtuosa enquanto os bilhões de reais que gastarmos forem investidos em um sistema ineficiente, muitas vezes corrupto, e composto por pessoas que não têm o preparo necessário para exercer suas funções. A investigação sobre os efeitos dessas novas leis seria uma instigante questão acadêmica, não fosse o detalhe de que estamos falando de algo que afeta diretamente os mais de 50 milhões de alunos que povoam nossas escolas. E os seus 50 milhões de sonhos e projetos de vida que jamais verão a luz do dia, em parte pelo nosso fetiche por uma idéia que a realidade já comprovou ser falsa.
Gustavo Ioschpe - Fonte: Veja - Edição 2080.
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