SISTEMA MEDÃOCRE
21/08/2008 -
A JENTE HERRAMOS
O INSSINO NO BRASIU É OTIMO...
Uma pesquisa mostra que para os brasileiros tudo vai bem nas escolas. Mas a realidade é bem menos rósea: o sistema é medÃocre.
O ensino brasileiro vai mal, mas pais, alunos e professores lhe atribuem nÃvel altÃssimo, como o da Finlândia.
Vamos falar sem rodeios. Em boa parte dos lares brasileiros, uma conversa em famÃlia flui com muito mais vigor e participação quando se decide a assinatura de novos canais a cabo, o destino das próximas férias ou a hora de trocar de carro do que quando se discute sobre o que exatamente o Júnior está aprendendo na escola. Quando e se esse assunto é levantado, ele se resumirá à s notas obtidas e a algum evento extraordinário de mau comportamento, como ter sido pego fumando no corredor ou ter beliscado o traseiro da professora de geografia. O quadro acima é um tanto anedótico, mas tem muito de verdadeiro. De modo geral, com as nobilÃssimas exceções que todos conhecemos, os pais brasileiros de todas as classes não se envolvem como deveriam na vida escolar dos filhos. Os mais pobres dão graças aos céus pelo fato de a escola fornecer merenda, segurança e livros didáticos gratuitos. Os pais de classe média se animam com as quadras esportivas, a limpeza e a manifesta tolerância dos filhos quanto à s exigências acadêmicas muitas vezes calibradas justamente para não forçar o ritmo dos menos capazes. Uma pesquisa encomendada por VEJA à CNT/Sensus traduz essa situação em números. Para 89% dos pais com filhos em escolas particulares, o dinheiro é bem gasto e tem bom retorno. No outro campo, 90% dos professores se consideram bem preparados para a tarefa de ensinar. Como mostra a Carta ao Leitor desta edição, sob sua plácida superfÃcie essa satisfação esconde o abismo da dura realidade – o ensino no Brasil é péssimo, está formando alunos despreparados para o mundo atual, competitivo, mutante e globalizado. Em comparações internacionais, os melhores alunos brasileiros ficam nas últimas colocações – abaixo da qüinquagésima posição em competições com apenas 57 paÃses.
Monica Weinberg e Camila Pereira - Fonte: Veja - Edição 2074.
PRONTOS PARA O SÉCULO XIX
Muitos professores e seus compêndios enxergam o mundo de hoje como ele era no tempo dos tÃlburis. Com a justificativa de "incentivar a cidadania", incutem ideologias anacrônicas e preconceitos esquerdistas nos alunos.
Leia matéria de Veja e os exemplos de falhas na cartilha:
http://veja.abril.com.br/200808/p_076.shtml
LITERATURA E INTERNET
Os dados levantados pela CNT/Sensus que mostram os hábitos de professores, alunos e seus pais sobre leitura e o uso de internet.
http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/200808/educacao-tabelas.html
A NEUTRALIDADE COMO DEVER
Sabendo que, em uma população de 190 milhões de habitantes, temos mais de 50 milhões de alunos no ensino básico e aproximadamente 100 milhões de pais desses alunos e apenas 2 milhões de professores, e sabendo que vivemos em uma democracia, a pergunta que se impõe a todo professor, diretor, secretário municipal, estadual ou ministro da Educação do paÃs de agora em diante é: como se pode justificar que uma minoria imponha sobre a maioria a sua visão da educação? Em uma sociedade democrática, quem decide que tipo de educação será oferecido no sistema público: o público ou as corporações do setor? Como se justifica que professores e administradores escolares ditem uma polÃtica educacional à revelia dos desejos expressos da sociedade brasileira? A educação para a cidadania não pressupõe, afinal, o respeito à vontade coletiva e a valorização da sabedoria popular?
Quando se discutem as razões pelas quais nosso sistema escolar não consegue ensinar a maioria dos alunos a ler e a escrever ou a realizar operações aritméticas simples, muitos supostos fatores vêm à baila: o salário dos professores, a condição da infra-estrutura das escolas, o descaso da sociedade etc. Essa análise parte do pressuposto de que todos os atores do processo educacional estão engajados no mesmo projeto, o que não é verdade. Seguimos ignorando um problema que me parece cada vez mais crucial: o ensino acadêmico é percebido pelos nossos professores como uma tarefa desimportante do processo educacional. Quando instado, em pesquisa da Unesco, a apontar as finalidades mais importantes da educação, o professorado brasileiro disse o seguinte: com 72% dos votos, a campeã foi "formar cidadãos conscientes". A segunda mais lembrada foi "desenvolver a criatividade e o espÃrito crÃtico" (60,5%). Lá atrás, na rabeira, apareceram "proporcionar conhecimentos básicos" (8,9%) e "transmitir conhecimentos atualizados e relevantes" (17%). No mesmo levantamento, 73% dos professores concordaram com a afirmação que segue: "O professor deve desenvolver a consciência social e polÃtica das novas gerações". Cinqüenta e cinco por cento rejeitam a idéia de que "a atividade docente deve reger-se pelo princÃpio da neutralidade polÃtica". Mais de 75% dos professores acham que a igualdade é um valor superior à liberdade. A pesquisa CNT/Sensus publicada nesta edição corrobora esse quadro: só 18% dos professores da escola pública dizem que seu discurso em sala de aula é politicamente neutro. Setenta e quatro por cento escolhem "formar cidadãos" como missão do professor – apenas 8,4% dizem que é "ensinar a matéria". Os resultados são praticamente idênticos nas escolas particulares.
É triste constatar que o pendor atingiu o nÃvel de formação de polÃticas públicas e, como tal, virou uma questão sistêmica. Na avaliação que o MEC faz dos livros didáticos que serão escolhidos para todas as escolas do paÃs, a obra ganha pontos se mostrar preocupação com a questão da cidadania. Não apenas na área de humanas, mas também em ciências e matemática. Na avaliação de livros didáticos de ciências do ensino fundamental, por exemplo, há seis itens. Um deles é "cidadania e ética". Lá está dito que o livro deve incentivar a "valorização do debate sobre direitos do trabalhador e do cidadão" e que se deve atentar "à relação entre conhecimento popular e cientÃfico, com respeito e valorização de ambos". Não sei muito bem o que isso quer dizer, mas imagino que, se perguntarem a um aluno numa prova a razão da existência das chamadas "estrelas cadentes", ele tirará 10 se responder que é para atender aos três desejos da vizinha. Se complementar dizendo que os três desejos são uma conquista da cidadania, aà então será 10 com louvor.
Acho que a formação polÃtica de cada um é sua prerrogativa individual, sujeita apenas à interferência dos pais. Não é para ser condenada ou legitimada na escola. Mesmo que os pais não pratiquem sua prerrogativa, isso não dá ao professor o direito de se assenhorear da tarefa. Não acredito que a maioria dos professores brasileiros, com seu baixo preparo intelectual, tenha condições de oferecer ao aluno a exposição complexa e multifacetada que as questões inerentes à formação da cidadania exigem. Vira panfletagem. Também não acredito no poder do discurso dissociado da prática. Se essas razões são válidas para qualquer tipo de escola, creio que as regras devessem ser ainda mais rigorosas para as escolas públicas, nas quais o aluno não tem condições de optar por escola diferente. Aqui o texto de referência é de Max Weber, em "Wissenschaft als Beruf" (A Ciência como Vocação). Falando sobre o dever de neutralidade dos professores universitários – creio que não lhe passaria pela cabeça que pudesse ocorrer como no Brasil de hoje a politização de alunos de 10 anos de idade –, Weber disse: "Só se pode exigir do professor que tenha a integridade intelectual para ver que uma coisa é declarar fatos, determinar as relações matemáticas ou lógicas ou a estrutura interna de valores culturais; outra coisa é responder a questões sobre o valor da cultura e seus componentes individuais e como alguém deve agir na comunidade cultural e em associações polÃticas. Se ele perguntar por que não deve lidar com os dois tipos de problema em sala de aula, a resposta é: porque o profeta e o demagogo não pertencem ao espaço acadêmico. (...)" Uma discussão polÃtico-ideológica profÃcua pressupõe a igualdade de poder entre os participantes. A relação professor-aluno é totalmente assimétrica: se o aluno questionar as convicções de seu mestre, correrá o risco de sofrer represálias, enquanto o oposto é impossÃvel. Pela mesma razão que o estado é laico, as aulas do estado também deveriam ser politicamente neutras.
Gustavo Ioschpe - Fonte: Veja - Edição 2074.
CLIMA
Um estudo da Unicamp mostra cenário desolador para nossa agricultura devido ao aquecimento global. As perdas das safras de grãos poderão chegar a R$ 7,4 bilhões em 2020, e a R$ 14 bilhões em 2070. Isso na lavoura. Porque, hoje mesmo, há prejuÃzos de milhões devido ao desperdÃcio. Muito por conta do transporte pelas estradas esburacadas e uso de máquinas ineficientes de colheita, armazenamento e translado.
A infra-estrutura sofrerá duramente se a previsão de mudanças do clima da Unicamp for confirmada. Certas culturas, como o café, deverão ter de migrar de MG, SP e PR, para o Sul da Bahia, até 2050. Com isso, as facilidades para exportação, como transporte e maquinário também deverão se deslocar.
Paulo Roberto Brandão - Fonte: O Tempo - 17/08/08.
Unicamp - http://www.unicamp.br/unicamp/
PROTEÇÃO DOS MARES É MÃNIMA NO BRASIL
Ao comer cação, badejo e camarão-sete-barbas, os brasileiros estão, sem saber, consumindo animais aquáticos ameaçados de extinção ou que sofrem com o excesso de pesca no Brasil. De acordo com o governo federal, 80% dos recursos explorados pela pesca marinha sofrem com sobrepesca, estão ameaçados ou em processo de recuperação.
Apesar disso, somente 0,4% dos mares brasileiros são protegidos em unidades de conservação federais. Incluindo as reservas estaduais, a porcentagem sobe para 0,8%. A realidade internacional não é muito diferente: há cerca de 1% de mares protegidos no globo.
Em vista disso, o Greenpeace iniciou uma campanha para proteger os oceanos no paÃs. A entidade defende que as áreas protegidas subam para 40% no mundo e que o Brasil faça a sua parte.
Marcelo Furtado, diretor-executivo do Greenpeace, afirma que a ONG pressionará pela criação de uma PolÃtica Nacional de Oceanos que priorize a proteção de áreas marinhas e o combate à perda de biodiversidade. Para ele, a pesca predatória pode ser comparada ao desmatamento. E, assim como em relação à madeira, diz que é preciso saber a quantidade de peixes que podem ser retirados e em que época.
O Ministério do Meio Ambiente reconhece o problema. "As áreas marinhas estão entre as mais ameaçadas e as menos protegidas, então é uma prioridade grande. Há cada vez mais gente no litoral, mais navegação, mais pesca predatória. É razoável que tenhamos uma meta a ser alcançada", disse à Folha o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente).
Mas a meta do ministro é bem mais modesta que a da ONG: ele considera ideal ampliar a proteção para 10% dos mares -o que deve levar mais de uma gestão para ocorrer. Para isso, podem ser usados recursos de compensação por dano ambiental. Há cerca de R$ 500 milhões que podem ser aplicados em proteção de áreas em terra e no mar.
Plantar peixe: O ministro ressalta, porém, que não adianta apenas implantar novas áreas -é necessário dar estrutura e pessoal à s que já existem. E afirma que, se o paÃs quer aumentar a produção de peixe, não pode contar só com o oceano. Deve investir mais em "fazendas aquáticas" e piscicultura, por exemplo.
O Ministério da Pesca concorda que as áreas protegidas são importante ferramenta para garantir a recuperação dos ecossistemas marinhos e manutenção dos estoques pesqueiros. No entanto, considera que "a implantação de áreas de exclusão de pesca tem rebate importante nas atividades dos pescadores artesanais". Por isso, defende que a implantação seja discutida amplamente.
Exemplo: O Greenpeace lançou um vÃdeo e um relatório sobre o panorama dos mares brasileiros. Para compor o material, foram ouvidos integrantes do governo e pesquisadores de universidades.
Além de apontar os desafios, o Greenpeace ressalta como positiva a idéia do governo de São Paulo, anunciada em abril, de criar três grandes áreas de proteção marinhas no Estado. Essas regiões ficarão protegidas da pesca predatória com barcos industriais.
"É uma iniciativa importante que pode criar precedente. A Bahia, por exemplo, não está batendo o pé pela proteção [do banco de corais] de Abrolhos", disse Furtado.
A medida, porém, assustou pescadores. Segundo o secretário estadual Xico Graziano (Meio Ambiente), "houve uma reação muito forte porque as colônias de pescadores acharam que ia ser proibido todo tipo de pesca". Para contornar a polêmica, foi feita uma nova versão do decreto.
Afra Balazina - Fonte: Folha de S.Paulo - 16/08/08.
Greenpeace - http://www.greenpeace.org/brasil/
Ministério do Meio Ambiente - http://www.mma.gov.br/
Ministério das Pescas - http://www.mozpesca.gov.mz/
E NÓIS QUE PENSAVA QUE NUNCA ERRAVA!
CONTINUAMOS ERRANDO PROPOSITALMENTE...! HERRAR É UMANO!
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