O ANIVERSĂRIO DA CAPITAL
22/04/2009 -
MANCHETES DA SEMANA
BRASĂLIA - 49 ANOS
English:
http://www.braziltravelinformation.com/brazil_brasilia.htm
http://www.brasiliabrazil.info/brasilia-history.html
Photos of Brasilia - http://www.geocities.com/TheTropics/3416/tabphoto.htm
BrasĂlia foi, dia 21 de abril, palco de uma superfesta de aniversĂĄrio com 18 horas de eventos. Ela reuniu artistas de renome nacional, atletas em competiçÔes esportivas e mais de 5 mil cavaleiros em uma cavalgada na Esplanada dos MinistĂ©rios, alĂ©m de cerca de 1,2 milhĂŁo de pessoas que conferiram as atividades.
E hå 49 anos, como foram as comemoraçÔes da mudança da capital, do Rio de Janeiro para o Planalto Central?
Desde fevereiro de 1957, 50 mil candangos trabalharam dia e noite na construção dos monumentos de BrasĂlia para que tudo estivesse pronto no dia 21 de abril de 1960. O esforço para a concretização do sonho do entĂŁo presidente Juscelino Kubitschek deu certo e tudo ocorreu conforme o planejamento.
Os festejos da inauguração de BrasĂlia começaram na noite de quarta-feira, 20 de abril, com uma missa campal celebrada pelo cardeal dom Manuel Gonçalves Cerejeira, no PalĂĄcio do Planalto. Segundo a edição histĂłrica da revista Manchete, de 21 de abril de 1960, a celebração contou com as badaladas do mesmo sino que anunciou a morte de Tiradentes em 1792, tambĂ©m no dia 21 de abril.
CanhÔes de luz
Enormes canhĂ”es de luz coloriam o cĂ©u da capital. Ă meia-noite, as luzes foram apagadas e deram lugar a uma chuva de fogos de artifĂcio no Congresso Nacional. "Era uma emoção muito grande", conta o ex-funcionĂĄrio da Novacap Geraldo Vital, 73 anos, que participou da festa.
Junto com os colegas, Geraldo virou a noite na Praça dos TrĂȘs Poderes para conferir toda a programação do dia seguinte. A diversĂŁo era conversar, tomar cerveja e comer sanduĂche no restaurante da AntĂĄrctica, montado prĂłximo ao Supremo Tribunal Federal.
Desfile de cinco mil homens das tropas das forças armadas e show de aviĂ”es da Esquadrilha da Fumaça completaram a cerimĂŽnia protagonizada por JK, que ergueu a chave de BrasĂlia, sĂmbolo da nova sede do governo.
Um momento que emocionou os 150 mil presentes foi a passagem dos candangos em 200 caminhÔes, jipes, tratores e måquinas de terraplanagem, sob o comando do então presidente da Novacap e prefeito da capital, Israel Pinheiro.
No Lago ParanoĂĄ, dezenas de veleiros participaram de uma regata festiva, enquanto o EixĂŁo recebia uma corrida automobilĂstica de carros de fabricação nacional.
Grande baile
Ă noite, um dos pontos altos foi o concerto da Orquestra SinfĂŽnica de BrasĂlia, sob a regĂȘncia do maestro Eleazar de Carvalho. No PalĂĄcio do Planalto, o presidente da RepĂșblica recebia embaixadores credenciados pelo governo e outros trĂȘs mil convidados para o grande baile de inauguração de BrasĂlia.
As comemoraçÔes sĂł encerraram no dia 23 de abril, com o espetĂĄculo teatral A alegoria das trĂȘs capitais, dirigido por Chianca de Garcia. Cerca de 1,2 mil pessoas participaram da dramatização da instalação das trĂȘs capitais do Brasil (Salvador, Rio de Janeiro e BrasĂlia). O som foi gravado no Rio de Janeiro.
O percurso da encenação saĂa da plataforma do Congresso Nacional para a rampa da Praça dos TrĂȘs Poderes. A apresentação foi encerrada por uma cascata de fogos de artifĂcio nas torres do Congresso Nacional.
Pioneiro saudoso
Toda essa histĂłria Ă© guardada com muito carinho pelo paraibano Geraldo Vital, 73 anos. Nos armĂĄrios da casa onde mora hĂĄ 40 anos, no GuarĂĄ I, o pioneiro tem uma sĂ©rie de relĂquias que datam da Ă©poca da construção e mudança da capital federal.
SĂŁo revistas antigas que ele mostra com orgulho por saber da importĂąncia histĂłrica. "Conservar a imagem daquela Ă©poca significa amor prĂłprio", resume. Uma das mais preciosas e raras Ă© a revista Manchete, edição histĂłrica da inauguração de BrasĂlia, datada de 21 de abril de 1960. As pĂĄginas em preto e branco mostram detalhes de todas as comemoraçÔes e da saga de Juscelino Kubitschek pelo Planalto Central.
No acervo, o aposentado tem ainda uma edição, da mesma data, da revista BrasĂlia, publicada pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), e que traz os nomes de todos os funcionĂĄrios que trabalharam na Ă©poca. Entre eles, estĂĄ o nome de Geraldo Vital, marcado a caneta, na seção de pessoal.
Imagens histĂłricas
Outra peculiaridade Ă© a revista colorida A histĂłria de BrasĂlia, editada em Belo Horizonte (MG) em 1959.
Vital tambĂ©m guarda fotos histĂłricas conseguidas hĂĄ trĂȘs anos por um dos filhos com uma pessoa conhecida em Ăguas Lindas de GoiĂĄs. SĂŁo imagens de JK antes e depois da construção de BrasĂlia, alĂ©m de cenas da MissĂŁo Cruls no Cerrado.
Ter visto a capital federal nascer e ter assistido Ă inauguração de BrasĂlia Ă© motivo de orgulho e emoção para o pioneiro Vital. "Fiz parte de um conjunto de pessoas que ajudou na construção da capital, mesmo que na parte administrativa", comemora.
Vital sĂł lamenta o crescimento desordenado das cidades do DF. "O povo veio para cĂĄ, trouxe mais conterrĂąneos e todos se fixaram", observa. "Com isso, toda a infraestrutura para 500 mil pessoas no ano 2000 furou".
Para o ex-funcionĂĄrio da Novacap, a festa dos 50 anos de BrasĂlia, a serem comemorados no ano que vem, deve ser uma verdadeira epopeia. "Se Deus quiser, estarei vivo para ver essa grande festa, que vai ficar marcada na histĂłria", espera.
Camila de MagalhĂŁes - Fonte: http://www.clicabrasilia.com.br/portal/index.php.
Saiba mais:
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=16
FOTOS DA CONSTRUĂĂO DE BRASĂLIA
http://www.geocities.com/TheTropics/3416/minis_pc.htm
IMAGENS DE BRASĂLIA
http://www.geocities.com/TheTropics/3416/tabfotos.htm
25 DE ABRIL â UMA DATA TĂO IMPORTANTE PARA A LĂNGUA PORTUGUESA â O BASTIĂO DA LĂNGUA
ILE-IFE, NIGĂRIA. O 25 de abril, data tĂŁo importante para os paĂses de fala portuguesa, merece umas palavras sobre o acordo ortogrĂĄfico, matĂ©ria excessivamente tomada por preocupaçÔes sobre a identidade nacional. Esse Ă© um prato cheio para o discurso mitolĂłgico do "homem Ășnico", ou do "brasileiro Ășnico", o que dĂĄ no mesmo. Mas quem estuda as identidades reconhece que elas sĂŁo, a todo tempo, constituĂdas, abandonadas e recicladas. Futebol e Carnaval misturam-se hoje na mesma feijoada nacional, nĂŁo por serem marcas da brasilidade desde a aurora dos tempos, mas por terem recebido continuados empurrĂ”es histĂłricos. E entĂŁo chegamos Ă lĂngua: sĂł se instaura uma identidade por meio do ato polĂtico de dizer o nome de algo, que, no caso, Ă© nomear a si mesmo. Se a lĂngua precisa estar envolvida no ato de identificar (tente dizer algo sem ela), a recĂproca nĂŁo vale: nĂŁo Ă© inevitĂĄvel que a lĂngua seja o bastiĂŁo da identidade nacional, a nĂŁo ser por uma boa razĂŁo.
A razĂŁo encontramos no lema dos romĂąnticos do sĂ©culo XIX, "uma nação, um povo, uma lĂngua", que, convenhamos, tem um cheirinho de racismo.
O Brasil recĂ©m-independente nĂŁo fugiu Ă regra, e nossos intelectuais, para marcar posição, acharam por bem louvar o "portuguĂȘs com açĂșcar" (termo de Eça, pois) como contraponto a Portugal. Mas nĂŁo hĂĄ um portuguĂȘs brasileiro, cara e boca da alma nacional? Sim, nossa lĂngua nĂŁo Ă© igual Ă da "terrinha", mas isso Ă© sĂł uma medida de variação possĂvel, pois dentro do prĂłprio Brasil falam-se distintos portugueses. O importante Ă© que foi esse louvar a lĂngua, e nĂŁo ela prĂłpria, que identificou o Brasil com o Brasil. Os antecedentes das dificuldades atuais de um acordo ortogrĂĄfico remontam a essa Ă©poca, em que brasileiros recusavam as normatizaçÔes da ex-metrĂłpole.
Resta dizer o Ăłbvio: ortografia nĂŁo Ă© lĂngua, mas um sistema pertinente Ă escrita, que nunca darĂĄ conta das trepidantes variaçÔes linguĂsticas. Confundimos modos de falar e normas de escrever, e acusamos quem teve pouca escola (nĂŁo bastassem as distorçÔes da escolarização) de falar errado! Ă como se um lusitano viesse a Minas condenar quem diz "falĂĄ". DiscussĂ”es sobre o destino do portuguĂȘs no jogo de forças mundial, e sobre quem Ă© "dono" da lĂngua, se a mĂŁe Portugal (mas a lĂngua nasceu mais ao norte) ou o gigante Brasil (tĂŁo descuidado de seus outros falares), desviam a atenção da questĂŁo prĂłpria ao acordo ortogrĂĄfico, que Ă© o fluxo editorial entre paĂses de fala portuguesa. Nesse ponto defendo os defensores do acordo, pois os poucos itens modificados, se nĂŁo reformam a ortografia (nem isso Ă© possĂvel, hoje), ajudam a reduzir a dupla publicação ou a incompatibilidade de tĂtulos, como vem ocorrendo. Para os paĂses africanos e o Timor, que publicam pouco e dependem de livros didĂĄticos e outros materiais de fora, o acordo serĂĄ mesmo uma bĂȘnção. E nĂłs, em Pindorama, continuaremos a dizer "futchibĂłu" e "carnavau", como sempre fizemos.
Beto Vianna - Linguista e professor - http://www.biolinguagem.com/ = Fonte: O Tempo - 25/04/09.
25 de abril de 1974 - http://www1.uni-hamburg.de/clpic/tematicos/25abril.html
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http://www.faculdademental.com.br/fale.php