FUTEBOL ATĂ EMBAIXO D'ĂGUA
01/10/2008 -
FUTEBOL SHOW
FUTEBOL NO AQUĂRIO
English:
http://www.thinkgeek.com/geektoys/science/adca/
Jå imaginou como seria ensinar um peixinho dourado a jogar futebol, basquete, passar dentro de um tubo e praticar outros esportes? Pois existe (acredite, existe!) um kit, o R2 Fish Training School Kit, especialmente pensado para isso. Surreal! Seu peixinho pode até fazer uma corrida com obståculos, aquelas do tipo slalon. O kit custa US$ 40 e vem até com DVD de instruçÔes.
Renata Leal - Fonte: Bombou na Web - 28/09/08.
Veja o vĂdeo:
http://www.r2fishschool.com/
O SITE DO MUSEU DO FUTEBOL
Visite o site do Museu do Futebol - http://www.museudofutebol.org.br/historia/
O MUSEU DO FUTEBOL
No dia 4 de março de 2005, dois meses depois de ter tomado posse de seu curto mandato como prefeito de São Paulo, o atual governador paulista, José Serra, chegou pontualmente às 21h30 em minha casa para participar de uma reunião.
Lembro bem porque ele foi o primeiro a chegar ao encontro que pedira, dias antes, que fosse organizado com gente que pudesse contribuir com uma idéia dele, a de se fazer um Museu do Futebol na cidade de São Paulo.
Alguns nomes o prĂłprio Serra indicou, como o nosso PVC, que impressionava o polĂtico pela memĂłria, objetividade e, quem sabe, por desconfiar que ambos tivessem alguma coisa em comum.
Sei que juntamos um belo time: Paulo Calçade, desses caras que sabem tudo, mas nĂŁo fazem alarde; Celso Unzelte, pesquisador valioso e que acabou sendo essencial para que a coisa andasse, assim como Marcelo Duarte, o homem das curiosidades, que nĂŁo foi Ă reuniĂŁo, embora devidamente convidado, mas que levou as coisas adiante com a conhecida competĂȘncia.
Mestre Alberto Helena Jr., do "DiĂĄrio de S.Paulo" e do Sportv, tambĂ©m nĂŁo pĂŽde ir, mas mandou por escrito a opiniĂŁo de que o lugar do museu sĂł poderia ser o Pacaembu. JosĂ© Trajano foi outra ausĂȘncia sentida no encontro, porque poucos sĂŁo tĂŁo criativos, basta ver a ESPN Brasil que dirige.
Mas Ugo Giorgetti foi e estava certo de que Serra queria salvar o Brasil pelo futebol.
NĂŁo era bem assim...
No entanto o diretor do melhor filme sobre futebol jĂĄ feito por aqui ("Boleiros") e colunista de mĂŁo cheia do "EstadĂŁo" abrilhantou o papo que teve ainda a generosidade do ex-craque RaĂ, porque, afinal, Doutor SĂłcrates teria de ser representado (atenção, Ă© uma brincadeira sem graça com o RaĂ, que certamente acharĂĄ graça).
Mas teve mais: teve o editor do "Lance!", Walter de Mattos Junior, que nasceu para empreender; Soninha Francine, que, então, nem sonhava em ocupar, como agora pretende, o lugar que era de Serra e estå com Gilberto Kassab, anfitrião da inauguração de amanhã.
Curioso foi que chamei para reuniĂŁo outro fazedor por excelĂȘncia, JosĂ© Luiz Portella, que andava distante de Serra fazia tempo, dessas rusgas que sĂł os tucanos de bico grosso sĂŁo capazes de entender.
Pois se reaproximaram naquela noite e hoje trabalham juntos.
A bola une, nĂŁo sĂł pune.
Tudo isso para lembrar que a inauguração de amanhĂŁ, trĂȘs anos e meio depois da primeira reuniĂŁo, Ă© dessas coisas raras que merecem ser saudadas. Porque coroa uma iniciativa singela que assumiu proporção impensĂĄvel, graças, tambĂ©m, Ă associação com a Fundação Roberto Marinho e seu pessoal particularmente talentoso, alĂ©m de Leonel Kaz, um dos mais inquietos e mobilizadores intelectuais deste paĂs, curador e diretor do museu.
A cidade de SĂŁo Paulo ganhou um programa imperdĂvel, podem ter certeza a rara leitora e o raro leitor destas mal traçadas linhas.
Como merecem ser visitados os museus do Corinthians -espetacular- e do São Paulo, pioneiro, na Paulicéia. E o do Santos, em Santos.
Juca Kfouri - Fonte: Folha de S.Paulo - 28/09/08.
CIDADE X CIDADE
O secretĂĄrio de Turismo do ParanĂĄ, Celso Caron, apresentou em 29/09 o projeto de Curitiba para a Copa do Mundo de 2014. Ă foi o capĂtulo mais importante de uma semana repleta de decisĂ”es sobre o Mundial do Brasil.
AtĂ© 30/09, as cidades candidatas apresentaram as açÔes adotadas para sediar a Copa. As que avançaram nas questĂ”es polĂticas estĂŁo mais tranqĂŒilas. Ă o caso de CuiabĂĄ, capital da soja, do governador Blairo Maggi. NĂŁo Ă© o de Curitiba, nem o de SĂŁo Paulo.
A semana lembrou o quadro Cidade x Cidade, do "Programa Silvio Santos", mas os personagens sĂŁo menos ingĂȘnuos do que os estudantes que enfeitavam os estĂșdios de TV.
Um dos personagens Ă© o ex-presidente do Banco Central Carlos Langoni. Outro Ă© Francisco MĂŒssnich, cunhado e advogado de Daniel Dantas. Do cenĂĄrio tambĂ©m fazem parte 18 governadores que jĂĄ se sentaram Ă mesa com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Cada um deles manda sua comissĂŁo ao Rio, para tentar entrar num mapa que jĂĄ estĂĄ quase fechado. O nĂșmero de capitais contempladas serĂĄ de oito, no mĂnimo, e de 12, no mĂĄximo. Mas Ă© quase certo que ficarĂĄ em dez.
Rio, BrasĂlia, SĂŁo Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre estĂŁo confirmadas, o que nĂŁo livra paulistas, mineiros e brasilienses de outra disputa -a abertura da Copa. A jĂłia da coroa Ă© BrasĂlia, porque o novo ManĂ© Garrincha terĂĄ suas obras iniciadas em dezembro, enquanto Morumbi e MineirĂŁo vivem de conjecturas.
AĂ começam as maiores disputas. Manaus briga com BelĂ©m e estĂĄ em desvantagem, porque o Amazonas nĂŁo acena com a estrutura do ParĂĄ. Como prĂȘmio de consolação, pode ficar com o sorteio dos grupos.
Mato Grosso Ă© o mais bem colocado para ser a sede Pantanal. Blairo Maggi, que jĂĄ defendeu o desmatamento da AmazĂŽnia para plantar comida, estĂĄ desmatando a Copa. CuiabĂĄ deve ser sede. Manaus, nĂŁo.
As trĂȘs favoritas que restam sĂŁo do Nordeste. Recife estĂĄ garantida; Salvador, quase. A terceira força Ă© Fortaleza. Nesse mapa, Curitiba dançou, mas Celso Caron viaja ao Rio com a missĂŁo de mudar o cenĂĄrio.
NĂŁo existe cidade mais perfeita entre as que terĂŁo papel pequeno. Curitiba tem transporte, hotelaria e estĂĄdio suficientes para trĂȘs jogos da primeira fase e um das oitavas-de-final. O que matou Curitiba foram as brigas entre o prefeito Beto Richa e o governador Roberto RequiĂŁo e os problemas da federação, que nĂŁo descarta o Couto Pereira, enquanto a Arena da Baixada Ă© o Ășnico estĂĄdio em obras para 2014.
"EstĂĄ tudo bem e jĂĄ fizemos reuniĂŁo com o Ricardo Teixeira", diz o vice-governador Orlando Pessutti. NĂŁo estĂĄ, porque Teixeira nĂŁo ficou feliz com as garantias de RequiĂŁo e porque Curitiba foi a Ășltima a se sentar com o presidente da CBF.
Depois de entender o jogo polĂtico, pense no aspecto tĂ©cnico. Ă impensĂĄvel Curitiba fora da Copa e CuiabĂĄ dentro. Por quĂȘ? O legado. Em 1Âș de agosto de 2014, o futebol brasileiro terĂĄ herdado tudo o que for feito em Curitiba e nada do que se fizer em Mato Grosso, que nĂŁo tem time nem na SĂ©rie B desde 1992. Mas o mapa se desenha levando em conta aspectos tĂ©cnicos e polĂticos. Se quiser voltar Ă Copa sĂł sob o argumento tĂ©cnico, Curitiba fica fora.
Paulo VinĂcius Coelho - Fonte: Folha de S.Paulo - 28/09/08.
A CEGUEIRA NO FUTEBOL
A seleção e o futebol brasileiro só terão grandes times se tiverem grandes jogadores de meio-campo.
Como diz um trecho da bela mĂșsica "Ă Uma Partida de Futebol", do Skank, "o meio-campo Ă© lugar dos craques, que vĂŁo levando o time todo pro ataque".
Todas as principais seleçÔes da Europa, alĂ©m da Argentina, possuem melhores volantes que o Brasil. O melhor jogador da Eurocopa de 2008 foi o volante Xavi. Desapareceram tambĂ©m os meias armadores, organizadores, tĂpicos jogadores de meio-campo. KakĂĄ Ă© meia-atacante. Lucas, Hernanes e Anderson, bons volantes, sĂŁo ainda promessas na seleção. NĂŁo parece que vĂŁo se tornar craques.
Fernando Calanzas destacou em sua coluna um depoimento de SomĂĄlia, do Fluminense, sobre Anderson, dito em uma reportagem do jornal "O Globo" sobre a saĂda precoce de jogadores brasileiros para o exterior: "Joguei com Anderson no GrĂȘmio. Aquele jogador habilidoso, que fazia fila driblando, com toque refinado, nĂŁo existe mais. Ă agora volante no Manchester United. Ainda Ă© bom, mas nĂŁo Ă© o mesmo que foi eleito o melhor de todos no Mundial sub-17".
Ă exatamente o que penso. ApĂłs ver Anderson atuar nesse Mundial e em alguns jogos do GrĂȘmio, pensei que ele se tornaria um Ronaldinho (no auge). Ele Ă© hoje apenas um bom volante, burocrĂĄtico, igual a tantos outros.
Muitos vão falar que Anderson é ainda jovem, em formação. Não é isso que quero dizer. Ele é outro jogador, com outro estilo. Deve melhorar, porém não tem nada a ver com o jovem que encantou a todos.
Mancini deve jogar de atacante, no lugar de Ronaldinho, pela esquerda, como faz hå muito tempo na Itålia. Apesar de ter sido correta a troca neste momento, o fato é mais uma demonstração da involução do futebol brasileiro. Sai um craque, que foi um dos maiores jogadores da história, e entra apenas mais um bom atacante.
HĂĄ muitas outras coisas fora do lugar. A seleção tem, hĂĄ muitos anos, melhor defesa que ataque. JĂșlio Baptista joga mais na frente, na criação (ele seria um bom volante), e Anderson mais atrĂĄs, na marcação. JosuĂ© ataca, e Lucas, que finaliza bem, apenas defende, como no jogo contra a BolĂvia. Partida boa Ă© a com muita pegada. Jogador bom Ă© o tĂĄtico, que faz somente o que o tĂ©cnico manda e atua em vĂĄrias posiçÔes, mesmo sem brilho em nenhuma.
E existem muitas pessoas satisfeitas, ou melhor, mal-acostumadas. Dizem que estĂĄ tudo bem, da mesma forma que se cumprimentam nas ruas. Ă a cegueira no futebol. Quem disser que estĂĄ ruim Ă© pessimista. Ă a ditadura do conformismo e da mediocridade.
TostĂŁo - Fonte: Folha de S.Paulo - 28/09/08.
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