"HERROS" VERGONHOSOS
24/12/2009 -
A JENTE HERRAMOS
ELES EVITARAM O PIOR, MAS NĂO CONSEGUIRAM O MELHOR
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http://www.daylife.com/article/09OHdJL7Vu77a?q=climate+shame
Depois de dois anos de negociaçÔes, chefes de Estado reunidos em Copenhague deixaram a conferĂȘncia do clima sem uma decisĂŁo sobre metas de redução de emissĂ”es para os paĂses desenvolvidos. A COP-15, considerada a reuniĂŁo internacional mais importante deste sĂ©culo, naufragou numa pĂfia declaração polĂtica, e uma nova reuniĂŁo foi convocada para o meio do ano que vem.
ApĂłs uma sĂ©rie de reuniĂ”es que começaram na quarta-feira, adentraram a madrugada ontem e duraram o dia todo, os lĂderes foram incapazes de resolver a maioria dos impasses no caminho do acordo contra o aquecimento global.
O que era para ser uma apoteose, com a presença de 119 premiĂȘs e presidentes -inclusive o homem mais poderoso do mundo, Barack Obama-, terminou em vergonha.
Esta jĂĄ se insinuava desde a tarde de ontem, quando a "foto de famĂlia" dos presidentes que coroaria a salvação do planeta fora cancelada. Consolidou-se Ă noite, quando os lĂderes saĂram do Bella Center, o centro de convençÔes de Copenhague, sem dar declaraçÔes.
"Estou decepcionado, muito decepcionado", declarou o embaixador extraordinĂĄrio do Brasil para o clima, SĂ©rgio Serra. Ele assumiu a chefia do grupo negociador brasileiro ontem, depois que o negociador-chefe, Luiz Alberto Figueiredo Machado, voltou ao Brasil antes mesmo do fim da COP-15.
AtĂ© o fechamento desta edição, a conferĂȘncia de Copenhague ainda nĂŁo havia terminado. Um rascunho do acordo polĂtico foi submetido a um grupo de negociadores de 30 paĂses, que o transformaria numa decisĂŁo da COP -o resultado oficial da cĂșpula. Mesmo nessa reuniĂŁo jĂĄ havia resistĂȘncias ao documento na noite de ontem, por parte do G77 (bloco dos paĂses em desenvolvimento).
"NĂŁo serĂĄ o resultado que todos esperamos", disse Serra. "Muita coisa deverĂĄ ser deixada para a reuniĂŁo ou sĂ©rie de reuniĂ”es no ano que vem." A ausĂȘncia mais marcante Ă© justamente das metas de redução de emissĂ”es de gases de efeito estufa -o objetivo principal de um acordo que, afinal, deveria proteger o clima.
O chamado "Acordo de Copenhague" nĂŁo trarĂĄ menção a uma meta global de corte de CO2 de pelo menos 50% atĂ© 2050, nem trarĂĄ explĂcitas as metas dos paĂses ricos e os compromissos dos emergentes e dos Estados Unidos.
O objetivo de segurar o aquecimento global em no mĂĄximo 2C, porĂ©m, estĂĄ mantido. Um acordo legalmente vinculante, que era a maior esperança para a cĂșpula, tambĂ©m estĂĄ fora do horizonte. "SerĂĄ muito difĂcil e levarĂĄ algum tempo", disse Obama.
Os EUA passaram todas as duas semanas da conferĂȘncia trocando acusaçÔes com os chineses. Os dois maiores poluidores do mundo faziam questĂŁo de dizer que estavam plenamente engajados na luta contra o aquecimento global, mas que o outro nĂŁo estava fazendo o bastante.
Obama qualificou as diferenças como um "impasse fundamental em perspectivas". O principal ponto de conflito entre as duas potĂȘncias, porĂ©m, foi resolvido, e graças Ă mediação do presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva: a questĂŁo da verificação dos compromissos de corte dos emergentes.
Os EUA brigavam para que qualquer compromisso adotado pelos emergentes, tendo ou nĂŁo verba de paĂses ricos, fossem sujeitos a auditoria externa. Estes insistiam em que isso era violação de soberania -especialmente a China, que teme intromissĂŁo americana em outras questĂ”es domĂ©sticas.
Numa reuniĂŁo convocada por Wen dos paĂses do chamado Basic (Brasil, Ăfrica do Sul, Ăndia e China), Ă qual Obama se juntou mais tarde, a solução apareceu: haverĂĄ verificação, mas esta "nĂŁo serĂĄ intrusiva", nas palavras de Serra. Ficou decidido que um grupo internacional serĂĄ encarregado da verificação. Lula intermediou o conflito entre os gigantes.
Diante do fiasco de Copenhague, o presidente francĂȘs, Nicolas Sarkozy, convocou uma nova reuniĂŁo para Bonn, na Alemanha, em junho. A prĂłxima COP estĂĄ marcada para dezembro de 2010 no MĂ©xico.
Claudio Angelo, Luciana Coelho e Marta Salomon - Fonte: Folha de S.Paulo - 19/12/09.
TURMA DA GLOBALIZAĂĂO DE ESQUERDA
ComentĂĄrio de um observador diante do anticlimĂĄtico final da conferĂȘncia do clima: "A turma da "globalização de esquerda" descobriu que "governança global" Ă© fazer o que os EUA mandam".
Painel - Renata Lo Prete - Fonte: Folha de S.Paulo - 21/12/09.
FOI UM CRIME CLIMĂTICO, DIZ ONG
Representantes das principais ONGs ligadas a ambiente criticaram ainda na noite de ontem o fracasso da cĂșpula do clima, em Copenhague. Oxfam, Greenpeace e Amigos da Terra foram algumas das organizaçÔes que criticaram a falta de compromissos na COP-15.
"Esse texto Ă© um triunfo da distorção sobre a substĂąncia. Reconhece a necessidade de manter o aquecimento aquĂ©m de 2C, mas nĂŁo se compromete a fazĂȘ-lo. Refuga ante as decisĂ”es principais sobre cortes de emissĂŁo e enevoa o item do financiamento, sem explicĂĄ-lo", declarou Jeremy Hobbes, diretor executivo da ONG Oxfam.
JĂĄ Kumi Naiodoo, diretor internacional do Greenpeace, afirmou que "a cidade de Copenhague Ă© a cena de um crime climĂĄtico, com os homens e mulheres culpados fugindo para o aeroporto com vergonha".
Em comunicado, o grupo Amigos da Terra também reprovou o resultado: "Não é um acordo forte porque sequer é um. à apenas um reempacotamento de velhas posiçÔes travestidas de novas".
(LC, CA, MS) - Fonte: Folha de S.Paulo - 19/12/09.
AUTODESTRUTIVOS
Em Copenhague, o meio ambiente foi derrotado pela economia. Ă sempre assim. E nĂŁo por culpa apenas dos governos: estes se guiam pela vontade dos seus eleitores, que ainda nĂŁo se dispĂ”em a sacrificar o estilo de vida e o padrĂŁo de consumo para poupar a natureza. O problema estĂĄ sendo empurrado para geraçÔes futuras. E o clima deve continuar piorando. AtĂ© que uma catĂĄstrofe de proporçÔes bĂblicas imponha ao mundo a verdade inconveniente: a sociedade de consumo como a concebemos (e apreciamos) Ă© uma engrenagem de destruição - da natureza e do prĂłprio homem.
Raquel Faria - Fonte: O Tempo - 20/12/09.
O CLIMA, O G2 DO MAL E O BRASIL DO BEM
O G2 (Estados Unidos e China), o grupo que tende a ocupar o assento da frente na condução dos assuntos globais, materializou-se em Copenhague, na CĂșpula do Clima.
Pena que tenha sido o G2 do mal, responsĂĄvel pelo desfecho vergonhoso da mais importante cĂșpula em muitos anos.
Ouso atĂ© dizer que Barack Obama Ă© mais culpado do que Hu Jintao, o presidente chinĂȘs, ou Wen Jiabao, o primeiro-ministro. Mais culpado porque Ă© dele que mais se esperava, especialmente depois de ter revertido a posição de seu antecessor que se negou durante demasiado tempo a aceitar que a mudança climĂĄtica "nĂŁo Ă© ficção, Ă© ciĂȘncia", como disse Obama ontem em Copenhague.
Pena que o americano não tenha sido coerente, nas propostas, com a sua própria avaliação de que a mudança climåtica, se não combatida, "representarå riscos inaceitåveis para nossa segurança, nossas economias e nosso planeta". Obama abandonou até o "yes, we can", com que incendiou a imaginação dos americanos e do mundo, para jogar numa retranca indigna de quem se propunha a encarnar "a mudança".
Deu-se na prĂĄtica o que dizia Michael A. Levi, do Council on Foreign Relations, antes mesmo do desfecho da cĂșpula: "Nos Ășltimos oito anos, muitos argumentaram que as naçÔes em desenvolvimento relutantes em se comprometer com um novo acordo [sobre mudança climĂĄtica] -particularmente China e Ăndia- estavam simplesmente se escondendo atrĂĄs dos EUA, cujo engajamento entusiasmado seria tudo o que se necessitaria para um avanço".
Como Obama nĂŁo demonstrou o "engajamento entusiasmado", a China, mais que a Ăndia, continuou se escondendo, entrincheirada em um conceito mĂope de soberania nacional, para recusar monitoramento de suas açÔes na ĂĄrea climĂĄtica, a principal condição imposta pelo governo Obama para um acordo, ao menos em torno do fundo que financiaria a adaptação/combate Ă mudança climĂĄtica pelos pobres .
Felizmente, o governo brasileiro, pela voz de Luiz Inåcio Lula da Silva, aceitou aderir ao fundo, depois de uma negativa inicial da ministra Dilma Rousseff, que chegou a dizer que o US$ 1 bilhão defendido pela ex-ministra Marina Silva e pelo governador José Serra não faria "nem cócegas" [no esforço financeiro exigido para a adaptação e/ou combate à mudança climåtica].
Quando Lula abandona a megalomania de acreditar que o que diz serå seguido pelo mundo todo, quando fica claro que não funcionam suas seguidas ameaças de telefonar para Obama e Hu Jintao para enquadrå-los, aà sim o Brasil sai bem na foto. Pelo menos na de Copenhague.
Apresentou propostas que entidades ambientalistas consideraram "top de linha" e manteve os compromissos previamente anunciados, fosse qual fosse o resultado final da cĂșpula.
E o resultado Ă© sombrio para o planeta nĂŁo apenas porque o grande momento para passar das palavras Ă ação foi perdido (ou adiado, na melhor das hipĂłteses), mas porque feriu o multilateralismo, uma das principais pedras de toque da nova diplomacia norte-americana, como admitiu o prĂłprio Obama: "Penso que nossa habilidade para adotar uma ação coletiva estĂĄ em dĂșvida neste momento".
ClĂłvis Rossi - Fonte: Folha de S.Paulo - 19/12/09.
AS FRASES "HERRADAS" DO ANO
"No Brasil, tem uma coisa interessante que vocĂȘs precisam conhecer. Apareceu alguĂ©m vendendo algo na porta de um brasileiro, ele sabe que Ă© um turco que estĂĄ vendendo."
Lula em um seminårio com empresårios turcos, que não acharam a menor graça (maio)
"Aqui vocĂȘs nĂŁo vĂŁo encontrar sĂł Ăndios. Aqui tambĂ©m tem gente bonita."
Gedeão Amorim, secretårio de Educação do Amazonas, falando a estudantes do Projeto Rondon (fevereiro)
"Um paĂs que acha petrĂłleo a 6 000 metros pode achar aviĂŁo a 2 000."
Lula sobre o aviĂŁo da Air France que caiu no meio do Oceano AtlĂąntico (junho)
"Peguei trĂȘs xĂcaras de chĂĄ de castanha-do-parĂĄ. VocĂȘ vĂȘ que estamos usando um ingrediente nosso, da nossa fauna."
Ana Maria Braga, apresentadora da Globo (setembro)
"Eu nĂŁo consigo ler muitas pĂĄginas por dia, dĂĄ sono. E vejo televisĂŁo; quanto mais bobagem, melhor."
Lula em entrevista Ă RĂĄdio Tupi do Rio (agosto)
Veja Essa - Julio Cesar de Barros - Fonte: Veja - Edição 2145.
E NĂIS QUE PENSAVA QUE NUNCA ERRAVA!
CONTINUAMOS ERRANDO PROPOSITALMENTE...! HERRAR Ă UMANO!
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