FALANDO DAS UNIVERSIDADES
19/01/2012 -
FALOU NO FM? TĂ FALADO!
5Âș FĂRUM INTERNACIONAL DE UNIVERSIDADES
English:
http://ontheuniversity.com/conference-2012/
Quem caminha por entre as salas com paredes pichadas e tinta descascando da Universidade de Aegean, em Rodes (Grécia), não consegue pensar em muita coisa além de falta de infraestrutura.
Mas foram essas salas que serviram de palco para o 5Âș FĂłrum Internacional de Universidades, um dos principais encontros mundiais na ĂĄrea.
O evento debate os principais temas do ensino superior da atualidade, que vĂŁo de Ă©tica cientĂfica a indicadores de produção acadĂȘmica.
Neste ano, o fato de a conferĂȘncia acontecer justamente na GrĂ©cia, paĂs que estĂĄ afundando em uma crise econĂŽmica, trouxe um tempero amargo Ă discussĂŁo.
Quase não havia especialistas gregos entre os cerca de 70 participantes de todo o mundo. "Não temos recursos. Os professores e o pessoal de apoio estão sendo mandados embora. Ninguém estå seguro", disse Chryssi Vitsilaki, da Universidade Aegean.
De acordo com Vitsilaki, o paĂs jĂĄ cortou cerca de 40% do orçamento de ciĂȘncia e do ensino superior desde o começo da crise grega, que entra no seu quinto aniversĂĄrio. A maior parte dos cortes acontece nos salĂĄrios.
Por causa disso, o sistema de ensino superior grego -tão elogiado pela alta participação de estudantes estrangeiros (cerca de 20% no total de matriculados) e por incluir quase a totalidade da população de 18 a 24 anos- beira um verdadeiro colapso.
Diante de relatos nos jornais locais de crianças desmaiando de fome nas escolas e do aumento da taxa de alcoolismo, o debate sobre "a universidade do século 21" pareceu supérfluo.
"Mas as universidades nĂŁo podem ser um oĂĄsis. Precisamos reorganizĂĄ-las de maneira que estejam conectadas aos problemas locais", disse Antonio NĂłvoa, presidente da Universidade de Lisboa.
As palavras do portuguĂȘs deram um certo sentido ao debate conduzido no cenĂĄrio da crise grega. Mas a desigualdade nas preocupaçÔes de cada paĂs sobre ensino superior foi evidente.
ĂTICA E VISIBILIDADE
Os participantes dos EUA mergulharam nas discussĂ”es sobre Ă©tica na pesquisa cientĂfica -tema que ganhou força no Brasil em 2011, quando casos de fraude pipocaram em grandes universidades.
O que se discute Ă© se a Ă©tica cientĂfica deve ser ensinada. Para Michael Friedman, da Universidade de Michigan, a Ă©tica deve ser uma disciplina obrigatĂłria.
JĂĄ os representantes da China e da Ăndia se mostraram mais preocupados com os indicadores de produção das universidades, que servem para classificĂĄ-las em rankings internacionais.
Os indianos ainda nĂŁo tĂȘm instituiçÔes na principal listagem universitĂĄria, a britĂąnica Times Higher Education.
"NĂŁo estamos entre os melhores porque nossas universidades sĂŁo ruins", conformou-se M. Rawat, da Universidade de Delhi.
Mas a China jå tem instituiçÔes entre as 50 melhores do mundo e quer subir mais (do Brasil, só a USP aparece entre as 200 principais).
A estratĂ©gia chinesa Ă© aumentar o nĂșmero de pesquisas feitas em parceria internacional, o que dĂĄ mais visibilidade aos trabalhos e rende pontos nas classificaçÔes.
Sabine Righetti - Fonte: Folha de S.Paulo - 16/01/12.
O site:
http://ontheuniversity.com/conference-2012/
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