DIVERSĂO EM CAMPO
26/06/2008 -
FUTEBOL SHOW
WEMBLEY STADIUM
English: http://www.wembleystadium.com/default.aspx
Totalmente reconstruĂdo em 2000, o mĂtico estĂĄdio londrino conta com uma loja de artigos esportivos onde os fĂŁs podem comprar kits de camiseta e calção da seleção inglesa e uma sĂ©rie de presentes com o tema futebol. Quem quiser, pode fazer uma visita monitorada fora dos dias de jogos: dura 90 minutos e dĂĄ acesso a quase todas as dependĂȘncias do estĂĄdio, como vestiĂĄrios e ĂĄreas vips. Incluso tambĂ©m estĂĄ o prazer de poder levantar por alguns segundos os trofĂ©us expostos no local.
Visite o site: http://www.wembleystadium.com
ALLIANZ ARENA - ALEMANHA
http://www.allianz-arena.de/en/
CAMP NOU - ESPANHA
http://www.fcbarcelona.com/web/english/
SAN SIRO - ITĂLIA
http://www.sansiro.net/
Fonte: TAM Nas Nuvens - Junho 2008.
COPA DE 1958 - 50 ANOS DA CONQUISTA NA SUĂCIA
Confira todos detalhes e fotos em:
http://veja.abril.com.br/historia/copa-1958/indice.shtml
O BERĂO DO FUTEBOL
Copa de 2010 se aproximando, Brasil nervoso com 2014, vem pergunta: o que foi que levou um jogo, criado na Inglaterra, a se tornar uma paixĂŁo nacional? Ao se fazer uma pesquisa rĂĄpida, a surpresa: os primĂłrdios do futebol nĂŁo tĂȘm origem na Inglaterra. O pontapĂ© inicial da histĂłria do futebol inglĂȘs foi, sim, dado em 1963, quando aconteceu a separação do Rugby-Football e da Association Football, com a fundação, logo em seguida, da Football Association. Agora, o chute para valer mesmo foi dado entre os sĂ©culos 2 e 3, antes da Era de Cristo, pelos... chineses. Isso Ă©, alĂ©m do macarrĂŁo tipo exportação, os chineses tambĂ©m inventaram o futebol.
Tudo começou na Ă©poca da dinastia Han, bem lĂĄ para trĂĄs. Consta na literatura militar oriental, com vasta documentação, que foi uma bola de couro, enxertada com plumas e pĂȘlos, a primeira esfera com conotação futebolĂstica. Essa "coisa" foi usada para compor exercĂcios fĂsicos de treinamento militar, chamados de tsuh kuhteria e tinha de ser lançada para dentro de um alvo com abertura de 30 cm a 40 cm, cercado de varas de bambu. Um minigol, poderiamos batizar assim.
Mas e aĂ, sĂł se usava os pĂ©s? HĂĄ duas versĂ”es. Uma diz que sim e outra sinaliza que a bola poderia "andar" por meio dos pĂ©s, peito e ombros, tudo liberado, menos as mĂŁos. Isso cheira a cartĂŁo amarelo antecipado. E cerca de 600 anos mais tarde, ainda pelo Oriente, outro avanço que pode ser comparado aos treinos de hoje. Apareceu, entĂŁo, um tipo de futebol em cĂrculos: sobre uma superfĂcie relativamente pequena, os "jogadores" se distraĂam passando a bola sem deixĂĄ-la cair no chĂŁo.
Acabou? Nada disso. Os romanos praticavam o harpastum, jogo que consistia em uma bola e duas equipes jogando num terreno retangular, limitado com linhas de marcação e dividido com uma linha mediana. A bola teria de ser lançada atrås da linha de marcação do adversårio. Muito popular entre os anos 700 e 800, para chegar mais perto do futebol que se conhece hoje, teria de incluir um gol. Foi esse jogo, aliås, que os romanos introduziram na Bretanha e pode, sim, ser considerado como precursor do futebol.
Sonia Racy - Fonte: TAM Nas Nuvens - Junho 2008.
Rugby-Football - http://www.rfu.com/index.htm
Football Association - http://www.thefa.com/UMBROFivesSplash.aspx
A FRITURA ESTĂ QUENTE
Brasil e Argentina mostraram muitas de suas deficiĂȘncias e poucas de suas virtudes. Confirmaram que estĂŁo piores do que as principais seleçÔes da Europa. Piores, mais defensivas, mais previsĂveis e com menos jogadores de talento. EstĂĄ tudo trocado. O futebol endoidou.
Se tivesse ido ao estådio, ficaria ainda mais decepcionado com o jogo. Livrei-me também de alguns aborrecimentos.
A prĂĄtica, freqĂŒente em todo o Brasil, de convidar uma multidĂŁo de polĂticos e de pessoas famosas, muitas sem talento e sem nenhuma relação com o futebol, para ir aos jogos da seleção Ă© uma demonstração, entre outras coisas, de breguice e de pobreza cultural.
No MineirĂŁo, as grandes estrelas eram outras. O Skank deveria ter tocado mais tempo e diminuĂdo a duração do jogo.
Pelé, garoto-propaganda da Copa de 2014, mostrou novamente sua enorme simpatia, talento e jogo de cintura para ficar bem com todos. Elogiou até Dunga.
Nesta semana, li a mais original definição do craque PelĂ©, dos gramados, escrita pelo professor de literatura, ensaĂsta, compositor e mĂșsico JosĂ© Miguel Wisnik, no seu excepcional livro "Veneno e RemĂ©dio". Sintetizando, JosĂ© Miguel Wisnik disse que PelĂ© jogava em altĂssima velocidade, como se estivesse vendo a partida em cĂąmera lenta, com mais tempo para pensar, enquanto os outros assistiam Ă partida em altĂssima velocidade e jogavam em cĂąmera lenta.
Uma outra atração no Mineirão foi o técnico José Mourinho. Ele foi mais endeusado do que merecia pelas televisÔes. Parecia até que José Mourinho reinventou o futebol. Ele é apenas um excelente técnico, como outros. Prefiro o Felipão.
Outra estrela no MineirĂŁo foi Ronaldinho. Quando o vi, nĂŁo acreditei. Pensei que fosse um sĂłsia. Falaram tanto nos Ășltimos meses de seus graves problemas fĂsicos e emocionais e de seu longo sumiço que imaginei vĂȘ-lo internado em um hospital psiquiĂĄtrico ou ortopĂ©dico, ou que tivesse chutado o balde e se tornado um monge tibetano ou amigo do Bin Laden.
Nesse tempo, a comissĂŁo tĂ©cnica da seleção e parte da imprensa trataram Ronaldinho como um jogador qualquer, em final de carreira, no nĂvel de tantos que jogaram contra a Argentina. SĂł falavam na falta de KakĂĄ. Ronaldinho virou agora solução, mesmo sem jogar hĂĄ vĂĄrios meses.
Como ninguĂ©m da comissĂŁo tĂ©cnica nem da imprensa foi a Barcelona para saber exatamente o que acontecia com o Ronaldinho (daria Ăłtimas reportagens), ele, surpreendentemente, apareceu no MineirĂŁo para mostrar que estĂĄ vivo, dizer que estĂĄ curado e que quer jogar na OlimpĂada.
No outro dia, tudo ficou mais claro. A ausĂȘncia de KakĂĄ, e talvez a de Robinho, na OlimpĂada e as declaraçÔes de Ricardo Teixeira ao "Jornal Nacional" convocando Ronaldinho para ir a Pequim mostram que a fritura de Dunga começou antes do jogo contra a Argentina, jĂĄ que o tĂ©cnico nunca quis o jogador. O chefe Ă© quem manda.
A CBF só espera agora o pedido de demissão do técnico para não dizer que ele foi demitido. Os pretendentes ao cargo jå se preparam para entrar em campo.
TostĂŁo - Fonte: Folha de S.Paulo - 22/06/08.
EI, DUNGA, PEDE PRA SAIR!
Meu caro Dunga, acabou. NĂŁo Ă© possĂvel que vocĂȘ, depois de ter sido crĂtico da geração da Copa do Mundo de 1982 e, coerente com seu equĂvoco, ter estendido o raciocĂnio para craques como KakĂĄ e Ronaldinho GaĂșcho, vĂĄ agora aceitar passivamente uma convocação enfiada goela abaixo. Seu chefe nem fez questĂŁo de disfarçar, como nas vezes anteriores, nos episĂłdios com RomĂĄrio, que Parreira acatou em 1994, e com o mesmo Baixinho, em 2002, que FelipĂŁo repeliu.
Claro, Dunga, FelipĂŁo era o salvador da pĂĄtria, tinha mesmo carta-branca e podia peitar a chefia. Nem vocĂȘ tem nem Parreira, entĂŁo, a tinha. E fica atĂ© gozado ver Parreira dizer que nĂŁo foi o patrĂŁo quem impĂŽs RomĂĄrio, porque isso "fugiria do estilo de Ricardo Teixeira", depois que o paĂs viu o presidente da CBF, na TV, em horĂĄrio nobre, fazer a convocação de Ronaldinho.
Antes, ao menos, ele era mais discreto. Agora, nem isso, sabe que Ă© o Rei Ricardo 1Âș, o Ănico. E sabe onde foi que vocĂȘ errou, carĂssimo Dunga?
Errou ao aceitar um cargo para o qual não estava preparado, porque ninguém pode começar pelo topo -nem mesmo Paulo Roberto Falcão, mais gabaritado, pÎde.
Franz Beckenbauer Ă© algo Ășnico, gĂȘnio, nĂŁo serve como exemplo, porque Ă© a exceção da regra. Claro que Ă© compreensĂvel que vocĂȘ se deixasse cair em tentação, mas os primeiros resultados, principalmente aquela vitĂłria de 3 a 0 sobre a Argentina em seu segundo amistoso, levaram Ă arrogĂąncia, ao desatino, Ă falta de educação, a ponto de o assessor de imprensa da CBF entregar vocĂȘ Ă s feras com comentĂĄrios maldosos e com endereço certo para serem vazados por quem nĂŁo tem rabo preso.
A conquista surpreendente da Copa AmĂ©rica, entĂŁo, parece ter dado a vocĂȘ a convicção de que poderia tudo, e nĂŁo era verdade. Pois se Ă© verdade que vocĂȘ tem o mĂ©rito de tratar igualmente mal a todos e nĂŁo dar preferĂȘncia a ninguĂ©m, o que, vocĂȘ tem razĂŁo, fere muitos interesses e apressa sua queda, vocĂȘ poderia, ao menos, nĂŁo ter fustigado os craques que vocĂȘ fustigou sem piedade.
Saiba que nĂŁo tenho o menor prazer em dizer nada disso, atĂ© porque o que deve vir adiante serĂĄ, ao menos do ponto de vista das relaçÔes humanas, da pior qualidade possĂvel, com a volta do compadrio e das convocaçÔes suspeitas, embora, neste Ășltimo quesito, algumas das suas, vocĂȘ sabe, tenham sido nebulosas.
Mas, ao menos, nunca ninguĂ©m viu vocĂȘ trocando beijos com jornalistas e/ou mesmo com cartolas. Como me agrada ouvi-lo chamar Ricardo Teixeira de Ricardo Teixeira e nĂŁo de doutor, o que ele nĂŁo Ă© nem aqui nem na China, paĂs para onde quer levar o Ronaldinho mesmo que vocĂȘ nĂŁo queira.
Diga-se, aliås, que até o Felipão tratava o homem como doutor.
Ă isso, meu caro.
Sei que nossas relaçÔes, que começaram tĂŁo bem em 1990, quando vocĂȘ fez o "DiĂĄrio da Copa" para "Placar", estarĂŁo irremediavelmente comprometidas depois de mais esta coluna, mas Ă© o que, francamente como sempre nos demos, achei que deveria lhe dizer.
E lamento ter de fazĂȘ-lo.
Juca Kfouri - Fonte: Folha de S.Paulo - 22/06/08.
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