MIL VEZES PELĂ
19/11/2009 -
FUTEBOL SHOW
O MILĂSIMO GOL, A GENTE NUNCA ESQUECE!
English:
http://www.seethecup.com/brazil/40-years-of-peles-goal-1000/
Video: http://www.youtube.com/watch?v=EfcpOKBXYJw
http://veja.abril.com.br/blog/copa-2010/selecao-brasileira/ha-40-anos-mil-vezes-pele/
Ele nĂŁo Ă© o recordista em gols, em nĂșmero de jogos ou em participaçÔes em Mundiais. Quando se fala em Copa, porĂ©m, Ă© impossĂvel nĂŁo falar do maior de todos. PelĂ©, o Ășnico jogador a conquistar trĂȘs Copas, comemora nesta quinta-feira quarenta anos de seu milĂ©simo gol, marcado em 19 de novembro de 1969, no MaracanĂŁ.
AtĂ© encerrar a carreira, em meados da dĂ©cada de 1970, PelĂ© passou dos 1.200 gols - e nem mesmo o prĂłprio rei lembra de todos. HĂĄ dezenas que estĂŁo na memĂłria de todos os torcedores. No vĂdeo a seguir, o Blog da Copa apresenta cinco deles, reunidos pela combinação de beleza e importĂąncia para a carreira do atleta do sĂ©culo.
HĂĄ o gol antolĂłgico que apresentou o fenĂŽmeno para o mundo, na final da primeira Copa conquistada pelo Brasil. Outro marcou a primeira conquista de um Mundial de Clubes pelo Brasil. O prĂłximo marca a conquista do tri. A seguir, um gol de placa contra nossos maiores rivais e um lance de gĂȘnio nos EUA, simbolizando a projeção que PelĂ© conseguiu para o futebol em todo o planeta. Assista e vote no seu preferido.
Fonte: Veja.Com - 19/11/09.
Mais detalhes:
http://veja.abril.com.br/blog/copa-2010/selecao-brasileira/ha-40-anos-mil-vezes-pele/ O vĂdeo: http://www.youtube.com/watch?v=EfcpOKBXYJw
PĂTRIAS DE CHUTEIRAS ALHEIAS
A Fifa quer restringir os estrangeiros em seleçÔes nacionais. Seria possĂvel montar uma equipe sĂł com os brasileiros que vĂŁo jogar para outros paĂses na Copa de 2010.
Jogadores brasileiros tentaram vaga na Copa do Mundo de futebol, nesse semana. NĂŁo se trata de notĂcia velha, apesar de o Brasil jĂĄ ter se classificado hĂĄ dois meses para a competição na Ăfrica do Sul. Quem entrou em campo nesta semana foram o zagueiro Pepe, o meia Deco e o atacante Liedson, todos nascidos no Brasil e integrantes da seleção de Portugal, que disputou a repescagem das eliminatĂłrias europeias com a BĂłsnia-Herzegovina. Os portugueses conseguiram a classificação e agora, tudo indica que haverĂĄ doze brasileiros vestindo a camisa de outros paĂses na Copa de 2010. DĂĄ para montar um time completo sĂł com os expatriados e ainda sobra um para o banco. O recorde de brasileiros em outras seleçÔes estĂĄ assegurado mesmo se Portugal fracassar (veja o quadro em http://veja.abril.com.br/181109/popup_legiao-estrangeira.html). Passada a copa africana, a Federação Internacional de Futebol (Fifa) planeja nĂŁo deixar mais essa bola rolar. AtĂ© maio deste ano, um jogador estrangeiro precisava viver no mĂnimo dois anos em um paĂs antes de ganhar autorização para integrar seu time nacional. Atualmente, a regra estabelece uma espera de cinco anos. O plano da Fifa Ă© aumentar ainda mais esse prazo. O objetivo Ă© evitar situaçÔes como a da Copa do Mundo de Futsal, realizada em 2008, em que todos os catorze atletas da seleção italiana eram nascidos no Brasil. "HĂĄ um excesso de jogadores sul-americanos que obtĂȘm com facilidade o passaporte do paĂs em que atuam. Isso pode resultar numa Copa de 2014 disputada, na maioria, por jogadores do Brasil e da Argentina", disse na semana passada o presidente da Fifa, o suĂço Joseph Blatter.
A presença de brasileiros em seis seleçÔes (sete, se Portugal se classificar) na prĂłxima Copa do Mundo Ă© uma consequĂȘncia natural da intensa transferĂȘncia de talentos para outros paĂses. Na atual Liga dos CampeĂ”es, a principal competição entre clubes da Europa, hĂĄ 75 brasileiros. O nĂșmero poderia ser ainda mais alto, pois na maioria dos paĂses hĂĄ limites na quantidade de estrangeiros que os clubes podem colocar em campo. Da mesma forma que muitas naçÔes â como o CanadĂĄ, os Estados Unidos e a Noruega â incentivam a imigração de cientistas, engenheiros e outros trabalhadores com conhecimentos tĂ©cnicos valiosos, os cartolas querem recrutar os melhores craques disponĂveis. A diferença Ă© que nĂŁo existe para a engenharia e outras profissĂ”es uma entidade internacional que, em vez de estimular o fluxo de mĂŁo de obra entre os paĂses, procura reduzi-lo, como faz a Fifa. "A federação parece temer que haja um problema de identificação entre os torcedores e os jogadores de sua seleção", diz o italiano Raffaele Poli, pesquisador do Centro Internacional de Estudos do Esporte (Cies), na SuĂça. Muitos torcedores franceses, por exemplo, recusavam-se a torcer pela seleção da França vice-campeĂŁ em 2006. Apelidado de LegiĂŁo Estrangeira, o time tinha jogadores oriundos de ex-colĂŽnias francesas, como CamarĂ”es e Senegal, e o seu principal jogador, Zinedine Zidane, era filho de argelinos. Nesse comportamento, tambĂ©m havia uma dose de racismo, Ă© claro.
Ă compreensĂvel que, num evento esportivo cujo maior apelo Ă© o embate simbĂłlico entre paĂses, se incentive certa coesĂŁo na identidade cultural dos jogadores. O problema Ă© estabelecer um critĂ©rio razoĂĄvel para definir o que significa ser alemĂŁo, italiano, portuguĂȘs, espanhol... "Compartilhar valores, idioma, cultura e, em alguns casos, religiĂŁo Ă© mais relevante para a identidade nacional do que o fato de ter nascido em determinado territĂłrio", diz o sociĂłlogo inglĂȘs Krishan Kumar, da Universidade da VirgĂnia, nos Estados Unidos. Se Ă© assim, as estatĂsticas mostram que, provavelmente, a preocupação da Fifa Ă© exagerada. Muitos jogadores expatriados atuam em paĂses com os quais tĂȘm grande identificação cultural. Na temporada 1999/2000, por exemplo, havia 74 jogadores brasileiros na liga portuguesa e 42 argentinos na espanhola. Apenas cinco atletas do campeonato inglĂȘs, no entanto, eram nascidos no Brasil ou na Argentina. Pepe, Deco e Liedson, por exemplo, antes de se naturalizarem, construĂram quase toda a sua carreira futebolĂstica em Portugal. De certa forma, sĂŁo tĂŁo portugueses quanto um pastel de belĂ©m.
Kalleo Coura - Fonte: Veja - Edição 2139.
COPA 2010
A partir de agora, até junho do próximo ano, o Blog da Copa, produzido por jornalistas de VEJA.com, trarå as principais informaçÔes para quem jå começou a torcer pelo hexa. A pågina estreia com:
âą Entrevista - Cafu revela que Parreira quase caiu antes de 1994
âą Turismo - dicas para quem pretende viajar para a Ăfrica do Sul
âą CalendĂĄrio - As principais datas atĂ© o inĂcio dos jogos
âą Perfis - Cristiano Ronaldo, Messi e Ronaldo FenĂŽmeno
âą Cobertura - Os amistosos e eliminatĂłrias no fim de semana
http://veja.abril.com.br/blog/copa-2010/
Fonte: Veja - Edição 2139.
O SUICĂDIO DO GOLEIRO NA ALEMANHA
O goleiro Robert Enke, que defenderia a Alemanha na Copa de 2010. Titular do Hannover 96, Enke lutava contra a depressĂŁo desde 2003. A doença agravou-se em 2006, depois que sua filha Lara, de apenas 2 anos, sucumbiu a uma doença cardĂaca rara. Neste ano, o jogador e sua mulher adotaram um bebĂȘ, hoje com 8 meses. No Ășltimo dia 11, ele se lançou na frente de um trem que trafegava a 160 quilĂŽmetros por hora nas cercanias de Hannover. Aos 32 anos.
Panorama - Datas - Fonte: Veja - Edição 2139.
Mais detalhes: http://www.ogol.com.br/noticia.php?id=15255
A ZAGUEIRA CRUEL
A zagueira Elizabeth Lambert, do time de futebol da Universidade do Novo MĂ©xico, dos Estados Unidos, tornou-se a mais famosa jogadora do mundo da Ășltima semana. Um vĂdeo com lances cruĂ©is da zagueira durante um jogo da liga universitĂĄria ganhou fama mundial pela internet. O mais impressionante mostra Elizabeth puxando uma adversĂĄria pelos cabelos. Um dos vĂdeos teve 7 milhĂ”es de acessos e mais de 2 mil links no Twitter. O tĂ©cnico do time suspendeu Elizabeth, que, arrependida, pediu desculpas em texto no site da universidade.
Veja o vĂdeo: http://www.youtube.com/watch?v=lp2DbvWmu4M.
Bombou na Web (http://www.bombounaweb.com.br) - Rafael Pereira - Fonte: Ăpoca - Edição 600.
A MORTE DOS PRATAS DA CASA
Oswaldo Alvarez, técnico do Guarani, virtualmente promovido para a Série A do Brasileirão, deu uma declaração surpreendente sobre a equipe que dirige: "Hoje, o Guarani é um time de aluguel". A afirmação veio em resposta à pergunta se seria muito årduo o trabalho de formar uma equipe competitiva para a Série A. "Estamos nas mãos de jogadores de contratos curtos, que pertencem a agentes. Hoje, nossa divisão de base é muito jovem."
O Guarani, famoso pelo time campeão brasileiro de 1978 e que construiu sua história formando jogadores em casa, não acredita mais nessa filosofia. Atribui -equivocadamente- à Lei Pelé o fato de clubes do interior deixarem de lado as divisÔes de base. Mas não é só do interior que os craques feitos em casa sumiram.
Em 2006, o SĂŁo Paulo foi campeĂŁo brasileiro com o menor nĂșmero de pratas da casa de sua histĂłria -somente o goleiro RogĂ©rio Ceni. Em nenhum outro tĂtulo, o SĂŁo Paulo havia sido tĂŁo estrangeiro. Hoje, triplicou o nĂșmero de jogadores formados em seus centros de treinamento. AlĂ©m de RogĂ©rio, tem Jean e Hernanes. Ă pouco.
O Flamengo construiu seu perĂodo mais vencedor Ă custa do investimento nos garotos. "Craque o Flamengo faz em casa" foi o slogan criado por MĂĄrcio Braga, que serviu para alavancar o time de Leandro, Mozer, JĂșnior, Andrade, AdĂlio, Zico e Tita, todos criados na GĂĄvea. A equipe campeĂŁ mundial tinha sete rubro-negros de sangue.
Em 1992, ano do Ășltimo tĂtulo brasileiro, a GĂĄvea tambĂ©m era povoada por sete titulares com passagens pelas divisĂ”es de base. RogĂ©rio, PiĂĄ, JĂșnior, Zinho, Paulo Nunes, NĂ©lio e GaĂșcho. Este Ășltimo fez parte de uma reportagem publicada pela revista "Placar", em 1982, em que craques como Dida e Silva, o Batuta, apontavam possĂveis sucessores de Zico. GaĂșcho era jĂșnior do Flamengo, rodou o Brasil e retornou para ser campeĂŁo brasileiro. A lista dos possĂveis herdeiros do Galinho tambĂ©m apontava Zinho.
O Flamengo pode ser campeĂŁo brasileiro com apenas dois pratas da casa entre os titulares: AĂrton e Adriano. Ă pouco.
Depois de 2001, muitos dirigentes apontaram o fim do passe como argumento para abandonar as divisÔes de base. Não podiam contar com os garotos por toda a carreira.
EntĂŁo, adeus investimento. Ă medida em que o tempo passou, ficou evidente: pior do que a situação de quem aposta Ă© de quem precisa sair ao mercado. Esses ficam Ă mercĂȘ de jogadores mĂ©dios. "O cofre do AtlĂ©tico-MG Ă© o Centro de Treinamento das divisĂ”es de base. Ă lĂĄ que nĂłs vamos buscar dinheiro para o futuro", declara o presidente Alexandre Kalil, do Galo.
O AtlĂ©tico Ă© exceção. Dos seis melhores do BrasileirĂŁo, Ă© o Ășnico com quatro titulares formados em casa.
Um recorde.
NĂŁo Ă© garantia de tĂtulo, longe disso. Se o Flamengo foi campeĂŁo brasileiro com sete pratas da casa, o Palmeiras bicampeĂŁo de 1972/73 sĂł tinha Alfredo Mostarda, nascido no Parque Antarctica. Hoje, tem Marcos, MaurĂcio e Vagner Love.
Mais do que levar ao tĂtulo, a questĂŁo Ă© levar vocĂȘ ao estĂĄdio. E saber onde vai nascer o jogador capaz de provocar essa vontade.
Paulo VinĂcius Coelho (http://espnbrasil.terra.com.br/pauloviniciuscoelho) - Fonte: Folha de S.Paulo - 15/11/09.
CUMPRE-SE. E DISCUTE-SE
Em novembro de 1999, neste espaço, a propĂłsito da dispensa de EdĂlson da seleção brasileira, porque fez embaixadinhas diante do Palmeiras na decisĂŁo do Paulistinha, fiz uma ironia sobre a punição juntando o tĂ©cnico de entĂŁo, Vanderlei Luxemburgo, e o comando da CBF, todos encalacrados na CPI da CBF.
Sentindo-se ofendido, Ricardo Teixeira me processou.
Perdeu em primeira instĂąncia, mas ganhou, em seguida, no Tribunal de Justiça do Rio, em acĂłrdĂŁo relatado pelo desembargador SĂ©rgio LĂșcio de Oliveira e Cruz, da 15ÂȘ CĂąmara CĂvel.
Em dezembro de 1999, no diĂĄrio "Lance!", escrevi que "o jornalista Carlos MaranhĂŁo fez quase todas as perguntas que devia ao presidente da CBF na entrevista da "Playboy" deste mĂȘs. E, como sempre, o cartola respondeu sem nenhuma preocupação com a Ă©tica ou com a verdade. Merece ser lida, atĂ© porque os destaques na edição da entrevista sĂŁo suficientemente maliciosos para bons entendedores. AliĂĄs, vocĂȘ sĂł acredita se quiser.
E tem um furo: Ricardo Teixeira ganha, de salĂĄrio, R$ 17 mil na CBF.
Ă pouco".
Teixeira me processou de novo.
Perdeu em primeira instĂąncia e ganhou no Tribunal de Justiça do Rio, em acĂłrdĂŁo relatado pelo desembargador SĂ©rgio LĂșcio de Oliveira e Cruz, da 15ÂȘ CĂąmara CĂvel.
Um dos acĂłrdĂŁos teve a data de 21 de novembro de 2002 e o outro a de 18 de dezembro de 2002, menos de um mĂȘs portanto entre um e outro e, para espanto maior dos especialistas, na mesma CĂąmara! Diante de pena anterior que determinou pagamento de 150 salĂĄrios mĂnimos, o magistrado dobrou o valor da segunda, com uma "reprimenda maior" por escrito na sentença, ao dizer que o jornalista "parece que nĂŁo se corrigiu".
Eis que, na Ășltima quarta-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Celso de Mello, corrigiu. Ou melhor, reformou a sentença.
E de maneira que extrapola uma questão entre um jornalista, um notório cartola e a Justiça. Porque a decisão do ministro é daquelas que merecem ir para um quadro, em defesa das liberdades democråticas.
Escolho trechos: "Longe de evidenciar prĂĄtica ilĂcita contra a honra subjetiva do suposto ofendido, traduz, na realidade, o exercĂcio concreto, por esse profissional da imprensa, da liberdade de expressĂŁo, cujo fundamento reside no prĂłprio texto da Constituição da RepĂșblica, que assegura, ao jornalista, o direito de expender crĂtica, ainda que desfavorĂĄvel e mesmo que em tom contundente, contra quaisquer pessoas ou autoridades", sentenciou o magistrado.
E mais: "Ă preciso advertir, bem por isso, notadamente quando se busca promover, como no caso, a repressĂŁo Ă crĂtica jornalĂstica, mediante condenação judicial ao pagamento de indenização civil, que o Estado -inclusive o JudiciĂĄrio- nĂŁo dispĂ”e de poder algum sobre a palavra, sobre as ideias e sobre as convicçÔes manifestadas pelos profissionais dos meios de comunicação social."
Mais claro, mais firme, mais didĂĄtico, mais digno, impossĂvel.
"Nem o Estado, nem o JudiciĂĄrio", brada Celso de Mello.
Juca Kfouri (http://blogdojuca.blog.uol.com.br/) - Fonte: Folha de S.Paulo - 15/11/09.
O ĂTIMO ANO DA SELEĂĂO
A Dunga o que é de Dunga: 86% de aproveitamento em 17 jogos da seleção brasileira não é para qualquer um.
Ainda mais se em meio a esses jogos hĂĄ uma conquista da Copa das ConfederaçÔes com cinco vitĂłrias em cinco jogos e mais o simbĂłlico tĂtulo de campeĂŁo nas eliminatĂłrias sul-americanas.
E ainda mais ainda se os 14% que impediram os 100% de aproveitamento se devem a uma derrota na altitude de La Paz, sem o time completo e jĂĄ classificado -assim como os empates aconteceram na altitude de Quito e, depois, diante da Venezuela, na despedida das eliminatĂłrias jĂĄ no papo.
Compute entre as 14 vitórias, duas sobre os tetracampeÔes mundiais italianos, 5 a 0 no placar agregado dos dois jogos, além, é claro, do categórico 3 a 1 nos bicampeÔes mundiais argentinos, em Rosario.
NĂŁo Ă© pouca coisa mesmo.
Por melhor que tenha sido o ano anterior, com a conquista da Copa América, 2009 foi superior.
E bota no colo de Dunga a tarefa de ir para a Ăfrica do Sul com a missĂŁo de trazer o hexacampeonato com o apoio e a confiança da torcida brasileira, algo que invariavelmente vira frustração.
Todos acreditavam no primeiro tĂtulo em 1950, que nĂŁo veio. O tetra em 1974 era dado como favas contados, e nĂŁo veio.
Mas viria certamente em 1982, e nĂŁo veio.
O penta em 1998 seria uma questĂŁo de horas, e nĂŁo foi.
Como o hexa, em 2006.
Ao contrårio, das cinco Copas vencidas, apenas a de 1962 tinha a confiança da patuleia. Cabe sempre discutir se não é mais fåcil dirigir a seleção brasileira do que um clube.
Se falta tempo para treinar de um lado, por outro poder contar com os melhores Ă© facilitador.
Sem se dizer que Ă© frequente que a seleção se dĂȘ bem quando encontra este tempo e o utiliza, de fato, em treinos -como acontecia com FelipĂŁo e acontece com Dunga, mas nĂŁo aconteceu com Parreira, em 2006.
Seja como for, Ă© curioso observar que exceção feita a Luiz Felipe Scolari, todos os outros quatro tĂ©cnicos campeĂ”es mundiais nĂŁo foram papĂ”es de tĂtulos em clubes.
Nem Vicente Feola (1958), nem AymorĂ© Moreira (1962), nem MĂĄrio Jorge Lobo Zagallo (1970), nem Carlos Alberto Parreira (1994), que ainda foi campeĂŁo brasileiro pelo Fluminense e da Copa do Brasil pelo Corinthians, sĂŁo tĂ©cnicos inesquecĂveis nos clubes que comandaram em suas carreiras.
E nĂŁo veja nisso o Dunga, sempre tĂŁo sensĂvel, nada alĂ©m de uma constatação, longe de ser uma crĂtica ao seu desempenho, marcado pelo verbo vencer, o Ășnico que ele aceita conjugar nem que tenha de pisar no pescoço do adversĂĄrio.
Dunga terĂĄ de criar uma pressĂŁo para ele mesmo, porque estĂĄ na cara que a torcida nĂŁo o pressionarĂĄ e atĂ© mesmo a imprensa mais crĂtica deverĂĄ pegar leve porque convencida de que ele tem acertado muito mais que errado.
E, se trouxer o hexa, quem sabe a CBF não o escolha para ser aquilo que Platini e Beckenbauer foram, jå que Pelé parece carta fora do baralho. Bastarå um curso de boas maneiras para Dunga domar seu temperamento iracundo.
Juca Kfouri (http://blogdojuca.blog.uol.com.br/) - Fonte: Folha de S.Paulo - 19/11/09.
NĂŁo deixem de enviar suas mensagens atravĂ©s do âFale Conoscoâ do site.
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