O DIREITO DE BARRAR A CORRUPĂĂO!
08/08/2008 -
FAZENDO DIREITO
O QUE VOCĂ TEM A VER COM A CORRUPĂĂO?
O que poderia haver de semelhança entre o escĂąndalo do MensalĂŁo e o gato na rede elĂ©trica do seu vizinho? Salvo as devidas proporçÔes financeiras dos atos e suas implicaçÔes polĂticas, as duas situaçÔes sĂŁo permeadas pela corrupção. Tanto quanto furar fila, colar em provas, adulterar notas em um boletim e outras vĂĄrias atitudes que, a princĂpio, transmitem a idĂ©ia de que nĂŁo hĂĄ nada de errado.
Para estimular o combate Ă corrupção, seja ela qual for, serĂĄ lançada hoje em Belo Horizonte uma campanha que trabalha com trĂȘs vieses: o estĂmulo Ă denĂșncia dos crimes de colarinho branco, a educação e a conscientização da população.
SĂŁo responsĂĄveis pela organização da iniciativa o Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais (CNPG) e a Associação Nacional dos Membros do MinistĂ©rio PĂșblico (Conamp). A etapa regional conta com o apoio do prĂłprio MinistĂ©rio PĂșblico Estadual e outras entidades locais.
A primeira fase da ação aconteceu no Sul do paĂs, em 2004. AtĂ© outubro deste ano, todos os Estados do paĂs devem fazer seus lançamentos.
ConsciĂȘncia. "A sociedade brasileira nĂŁo pode compactuar com a situação que aĂ estĂĄ. E falo isso desde o menino que responde a chamada no lugar de outra pessoa", explicou o presidente da Conamp, JosĂ© Carlos Cosenzo.
Segundo ele, as pessoas precisam ter trĂȘs compromissos para o enfrentamento desse problema, que passam pelo cumprimento das leis, cobrança para que os outros cumpram e a preocupação com o futuro para um agir consciente.
Punição. Na luta contra a corrupção, o Brasil entra muito debilitado porque, além de ter perdas anuais de R$ 160 bilhÔes, conforme levantamento da consultoria KPMG, os processos judiciais são pouco eficientes para punir os criminosos.
"A ferramenta que dispomos (o processo) é inócua, ultrapassada e obsoleta. Chegamos à conclusão de que, se o instrumento não é eficaz, precisamos também educar e conscientizar", ressaltou Cosenzo.
Abertura. Outro destaque dessa campanha que estĂĄ sendo lançada hoje em Belo Horizonte Ă© a tentativa de estreitar as relaçÔes entre os MinistĂ©rios PĂșblicos (MPs) e a sociedade. "Tudo que vocĂȘ entender que estĂĄ contrĂĄrio Ă normalidade, procure o MinistĂ©rio PĂșblico. O promotor Ă© o fiscal da lei, mas o fiscal dos fiscais Ă© o povo", afirmou Cosenzo.
O presidente da Conamp destacou que o promotor de Justiça, enquanto um agente transformador de realidades, precisa sair mais às ruas inclusive para levar adiante o conceito desse ideal contrårio às atitudes corruptas.
"O sucesso desse trabalho depende muito do promotor", concluiu. O lançamento da campanha na capital foi no Museu HistĂłrico AbĂlio Barreto, na regiĂŁo Centro-Sul.
âVantagem em tudoâ tem explicação
Essa mania do brasileiro em querer levar vantagem em tudo, mesmo que para isso seja preciso atropelar a Ă©tica, pode ter origem nas raĂzes histĂłricas do paĂs e no processo de formação do indivĂduo.
A anĂĄlise, da psicĂłloga e professora Sylvia Flores, leva em conta os primĂłrdios tupiniquins, quando as pessoas queriam apenas explorar as terras sem criar vĂnculos com todos esses lugares.
Formação. Outra situação acontece durante a formação da criança. A mentira, importante no crescimento mental, conforme ela explica, pode atrapalhar quando os pais não sabem colocar limites às atitudes dos filhos. (FP)
Minientrevista
Rolando Carabolante: âSomos todos responsĂĄveisâ
Promotor e coordenador da campanha em Minas
A manutenção dessa campanha depende, segundo os organizadores, do empenho de cada promotor e das prĂłprias pessoas para colaborar com as denĂșncias e assumir mais o papel de âfiscalâ. A campanha Ă© um projeto a longo prazo.
Qual seria a importĂąncia dessa campanha?
Um dos pontos Ă© reduzir a impunidade nacional, ou seja, cobrar a efetiva punição dos corruptos e corruptores, abrindo um canal real para oferecimento e encaminhamento de denĂșncias.
A corrupção estå entranhada na sociedade. Como o senhor a define hoje?
A corrupção Ă© grave nĂŁo apenas por ser imoral e criminosa. Ela Ă© uma das causas mais profundas e determinantes da deficiĂȘncia das polĂticas pĂșblicas sociais que deveriam ser prestadas pelo Estado.
E como cada um pode fazer a sua parte?
A responsabilidade do cidadĂŁo estĂĄ ligada a sua ação pessoal cotidiana. Portanto, somos todos responsĂĄveis, lembrando que âa sociedade muda quando os indivĂduos que vivem nela mudamâ. A campanha tambĂ©m tem carĂĄter educativo, que Ă© o incentivo Ă honestidade e transparĂȘncia do cidadĂŁo comum.
Honesto paga a conta de quem Ă© ilegal
Os prejuĂzos com a perda de energia elĂ©trica em decorrĂȘncia de gato ou violação do medidor podem chegar a R$ 200 milhĂ”es por ano em Minas Gerais.
E quem paga parcela dessa conta Ă© o consumidor honesto. âParte dessa perda entra no cĂĄlculo da tarifa de energiaâ, disse o engenheiro de proteção da receita da Cemig Adelino Henriques.
O vizinho tambĂ©m pode âpagar o patoâ quando alguĂ©m resolve intervir na rede de TV por assinatura e criar um ponto extra irregular.
Qualidade. Isso porque, segundo o presidente executivo da Associação Brasileira de TV por assinatura, Alexandre Annenberg, a qualidade de sinal cai em função do âruĂdoâ criado na rede.
âFicou marcado no brasileiro o conceito de levar vantagem em tudo, infelizmente.â (FP)
Flaviane PaixĂŁo - Fonte: O Tempo - 04/08/08.
Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais - http://www.cnpg.org.br/
Nacional dos Membros do MinistĂ©rio PĂșblico - http://www.conamp.org.br/
Museu HistĂłrico AbĂlio Barreto - http://www.mixbh.com.br/mab.htm
ILSA INTERNATIONAL CONFERENCE
Estão abertas as inscriçÔes para a Ilsa International Conference - Brasil 2008, que serå realizada em Belo Horizonte nos próximos dias 13, 14, 15 e 16. à a primeira vez que o evento serå promovido pela Ilsa (International Law Students Association - Associação de Estudantes de Direito Internacional) fora dos Estados Unidos. A organização estå a cargo da UFMG e a realização é do Centro Universitårio Newton Paiva.
Fonte: O Tempo - 05/08/08.
Ilsa International Conference - Brasil 2008 - http://gedi.objectis.net/ilsabrasil2008
International Law Students Association - http://www.ilsa.org/
UFMG - http://www.ufmg.br/
Centro UniversitĂĄrio Newton Paiva - http://www.newtonpaiva.br/
JUSTIĂA ELEITORAL
Os partidos e candidatos nas eleiçÔes municipais de 2008 poderão entregar as contas parciais de campanha via internet no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A primeira prestação de contas parcial deve ser feita até o dia 6 de agosto e deverão conter informaçÔes dos recursos recebidos para fincanciamento durante a campanha e também os gastos realizados.
Esta é a primeira vez que a entrega serå feita por meio da internet, em um sistema parecido com o da Receita Federal para a entrega da declaração de imposto de renda. "O procedimento vai evitar que os cerca de 400.000 candidatos corram aos cartórios para entregar os documentos, o que poderia incorrer em atrasos na divulgação das informaçÔes", disse Wladimir Caetano, da Secretaria de Controle Interno e Auditoria do TSE.
Também a partir desta eleição, as chamadas sobras de campanha, recursos arrecadados e que não foram gastos, deverão ter a devolução aos partidos comprovada no dia da prestação de contas definitiva, que ocore trinta dias após o pleito.
Fonte: Veja Online.
NEPOTISMO - EMPREGUISMO NA MIRA DA JUSTIĂA
EstĂĄ praticamente pronta para receber sentença da Justiça, a denĂșncia da Promotoria do PatrimĂŽnio PĂșblico contra a prĂĄtica do nepotismo nos gabinetes de vereadores da CĂąmara Municipal de Belo Horizonte. HĂĄ oito meses o MinistĂ©rio PĂșblico ajuizou ação civil pĂșblico na tentativa de anular a contratação de 17 parentes de 12 vereadores, todos eles candidatos Ă reeleição. Como todas as partes envolvidas jĂĄ foram ouvidas, a expectativa Ă© que o juiz Renato Luiz Dresch, da 4ÂȘ Vara da Fazenda PĂșblica Municipal, julgue o processo nos prĂłximos dias. Pessoas ligadas ao magistrado contaram que ele vai bater o martelo contra o empreguismo.
Fonte: O Tempo - 03/08/08.
CANDIDATOS PROFISSIONAIS
A carreira de direito Ă© uma das mais promissoras pelas amplas possibilidades que oferece. Historicamente, esteve associada a ascensĂŁo profissional, social e atĂ© mesmo polĂtica.
Mesmo considerando o carĂĄter elitista da educação superior e o conservadorismo preponderante nas faculdades, inegavelmente, no Ăąmbito dos cursos de direito, foram geradas importantes referĂȘncias culturais e polĂticas para o paĂs.
Isso, contudo, nĂŁo sĂł pelos talentos individuais, mas, sobretudo, pela formação com ampla visĂŁo das estruturas jurĂdicas fundamentais e pela articulação com campos de conhecimento correlatos, como a economia e as ciĂȘncias sociais.
Essa tradição de formação profissional vinha se mantendo, apesar de alguns percalços, atĂ© as Ășltimas duas dĂ©cadas, quando se verificou, de um lado, uma proliferação de novos cursos e, de outro, uma demanda maior por serviços jurĂdicos, como resultado de uma sociedade democrĂĄtica, cada vez mais urbana e complexa.
Demanda reprimida
Pela lĂłgica, essa nova realidade deveria impor ao ensino jurĂdico responsabilidades talvez maiores do que no passado, mas, infelizmente, isso nĂŁo ocorreu. Ao contrĂĄrio, tantas foram as facilidades Ă abertura de cursos que o ensino jurĂdico passou a ser apenas um bom e lucrativo negĂłcio.
Aproveitou-se da demanda reprimida entre ensino médio e superior, da tradição e do fato de continuar sendo o direito, provavelmente, dentre todas as demais carreiras, a que oferece o maior leque de oportunidades de ascensão profissional.
No serviço pĂșblico, por exemplo, as carreiras jurĂdicas sĂŁo as mais bem remuneradas. E, mesmo com uma forte tendĂȘncia Ă proletarização (Ă© cada vez maior o nĂșmero de advogados empregados), ainda Ă© na advocacia que se enxerga a figura do profissional liberal no sentido estrito do termo.
Esse quadro pressiona para a abertura de um nĂșmero maior de cursos (que jĂĄ passam de mil, embora hĂĄ 15 anos nĂŁo chegassem a 200) e pelo fim das barreiras ao ingresso no mercado, como o exame obrigatĂłrio aplicado pela Ordem dos Advogados do Brasil.
Os novos bacharĂ©is tĂȘm pressa diante de um mercado cada vez mais competitivo.
"Bacharel de concursos"
DaĂ resulta, nessa ĂĄrea mais do que em qualquer outra, o fenĂŽmeno do "bacharel de concursos", que, muito antes de concluir o ensino superior, programa-se exclusivamente para uma das muitas carreiras estampadas nos editais de concursos pĂșblicos. Juiz, com certeza, Ă© a mais atraente. Mas promotor nĂŁo fica muito atrĂĄs.
A perspectiva de um salĂĄrio que permita formar patrimĂŽnio, da segurança de um plano de saĂșde, alĂ©m, claro, do prestĂgio e da estabilidade torna essas carreiras nĂŁo apenas atraentes, mas, em muitos casos, razĂŁo de ser de todos os anos de estudos e das noites maldormidas em cima de livros e apostilas.
Não é para menos. Até porque não se deve censurar quem sonha com a melhoria do seu padrão de vida e luta por ela.
Mas, se fĂŽssemos confiar exclusivamente na sorte, o paĂs baniria de seu territĂłrio os empreendedores. A vida segue alĂ©m das loterias, assim como dos concursos, que, antes de serem encarados como uma obsessĂŁo, melhor seria se fossem vistos como oportunidades naturais que a carreira oferece.
HĂĄ uma nĂtida diferença entre se preparar para uma carreira e se preparar unicamente para concursos. Preparar-se para uma carreira significa assumir o espĂrito crĂtico que a formação jurĂdica exige, com ĂȘnfase no entendimento do papel regulador que o advogado, o juiz e o promotor exercem na sociedade.
Ă necessĂĄrio consolidar uma base humanĂstica e Ă©tica para compreender que, na esfera da administração da Justiça, o rito de passagem se dĂĄ pelas portas de um bom curso de direito.
Ă esse ambiente que capacita seus alunos, atĂ© mesmo para prestar concursos pĂșblicos.
O desprezo dessa etapa, em nome da focalização nos concursos, gera profissionais deficientes e infelizes, a um custo futuro alto para a sociedade.
José Francisco Siqueira Neto é professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie e da Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getulio Vargas.
Fonte: Folha de S.Paulo - 03/08/08.
LIVROS JURĂDICOS
Intervenção de Terceiros, Litisconsórcio e Integração à Lide no Processo do Trabalho
GUSTAVO F. BARBOSA GARCIA
Editora: MĂ©todo; Quanto: R$ 39 (224 pĂĄgs.) Garcia obteve o tĂtulo de doutor em direito (Fadusp) com tese que destaca a integração Ă lide, embora sem regularização legislativa pormenorizada, conforme assinala em nota prĂ©via. No seu entender, trata-se da intervenção de terceiro, requerida pelo rĂ©u, mas com anuĂȘncia do autor, permitindo o respeito ao princĂpio da correlação entre sentença e pedido. As vĂĄrias figuras sĂŁo distinguidas, com o desenvolvimento processual, do deferimento aos atos subseqĂŒentes, casuĂstica e tipos processuais considerados (sumarĂssimo, monitĂłria, dissĂdio coletivo, ação civil pĂșblica trabalhista e acesso Ă Justiça). Ao fim propĂ”e regulamentação no plano legislativo.
ICMS Mercantil
ELIUD JOSĂ PINTO DA COSTA
Editora: Quartier Latin (0/xx/11/3101-5780); Quanto: R$ 62 (336 pĂĄgs.) A tese encartada neste volume deu ao autor o tĂtulo de doutor em direito (PUC/ SP). SĂŁo aspectos cientĂficos, mas com evidente interesse prĂĄtico. Eduardo Domingos Bottallo, outra autoridade no assunto, anota no prefĂĄcio a contribuição "importante para a plena e abrangente compreensĂŁo do tema". As conclusĂ”es se desenvolvem na ordem dos capĂtulos, com princĂpios constitucionais, operaçÔes compreendidas, estrutura da norma, seguindo-se hipĂłteses de incidĂȘncia, nĂŁo incidĂȘncia, local da operação, fato gerador, sujeitos, base de cĂĄlculo e alĂquotas. Estas prescindem de lei complementar, pois a hipĂłtese de incidĂȘncia Ă© definida na Constituição.
Recursos, Habeas Corpus e Mandado de Segurança no Processo Penal
DOUGLAS FISCHER
Editora: Verbo JurĂdico (0/xx/11/3106-5287); Quanto: R$ 46 (390 pĂĄgs.) Fischer, do MinistĂ©rio PĂșblico Federal, sistematiza os recursos antes de ir ao habeas corpus e ao mandado de segurança.
Curso de Direito Individual do Trabalho
MESSIAS PEREIRA DONATO
Editora: LTr (0/xx/11/3826-2788); Quanto: R$ 100 (814 pĂĄgs.) Trinta e trĂȘs capĂtulos definem dados fundamentais do curso, a contar de histĂłria e caracteres gerais do direito do trabalho.
A SaĂșde do Trabalhador como um Direito Humano
JOSĂ ANTĂNIO RIBEIRO DE OLIVEIRA SILVA
Editora: LTr; Quanto: R$ 50 (285 pĂĄgs.) Dissertação de mestrado na Unesp vĂȘ o assunto a contar do conteĂșdo essencial da dignidade humana.
Relação de Trabalho à Luz do Novo Art. 114 da Constituição Federal
RĂGIS FRANCO E SILVA DE CARVALHO
Editora: LTr; Quanto: R$ 25 (93 pågs.) Magistrado na Justiça do Trabalho em São Paulo situa o tema enfrentado depois da matéria conceitual e histórica.
Os Novos Pecados Capitais
JOĂO BAPTISTA HERKENHOFF
Editora: José Olympio (0/xx/21/2585-2060); Quanto: preço não fornecido (117 pågs.) Herkenhoff dedica atenção ao que chama pecados capitais das pretensÔes imperialistas e da guerra.
Arbitragem no Brasil
OBRA COLETIVA
Editora: Quartier Latin; Quanto: R$ 107 (518 pĂĄgs.) Eduardo Jobim e Rafael B. Machado com grupo seleto de autores, situam lados jurĂdicos relevantes da arbitragem.
Proteção Constitucional do Meio Ambiente e seus Mecanismos de Tutela
MARCOS CATALAN
Editora: MĂ©todo (0/xx/11/3215-8350); Quanto: R$ 44 (206 pĂĄgs.) Monografia acadĂȘmica busca o bem ambiental, seu direito, princĂpios orientadores, suas leis e instrumentos.
CĂłdigo de Processo Civil Comentado e Interpretado
MISAEL MONTENEGRO FILHO
Editora: Atlas (0/xx/11/3357-9144); Quanto: R$ 180 (1.433 pĂĄgs) Do começo ao fim do CĂłdigo estĂŁo a lei comentada, a jurisprudĂȘncia e a casuĂstica, artigo por artigo.
Fonte: Folha de S.Paulo - 09/08/08.
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