PENSANDO E QUESTIONANDO
29/01/2010 -
PENSE!
ARTE COM DISQUETES
English:
http://nickgentry.co.uk/
O artista Nick Gentry (http://nickgentry.co.uk/) faz pinturas em disquetes usados para questionar como o avanço tecnológico afeta a sociedade
tec tec tec - Fonte: Folha de S.Paulo - 27/01/10.
CUIDE DO SEU BOLSO E DO PLANETA JĂ!
Faça o download gratuito no site http://www.redetres.com/.
(COLABORAĂĂO: PROFESSORA ADRIANA FILETO)
PENSE NESSA
O cara colocava flores num tĂșmulo e vĂȘ um chinĂȘs colocando um prato de arroz na lĂĄpide ao lado. Ele pergunta ao chinĂȘs: "Desculpe, mas o senhor acha mesmo que o seu defunto virĂĄ comer o arroz?". E o chinĂȘs responde: "Sim, e geralmente na mesma hora quando o seu vem cheirar as flores!". Respeitar a visĂŁo do outro, em qualquer aspecto, Ă© das maiores virtudes que
o ser humano pode ter. As pessoas sĂŁo diferentes, agem diferente, e pensam diferente. Nunca julgue. Apenas compreenda!
Paulo Navarro (http://www.pnc.com.br/) - Fonte: O Tempo - 26/01/10.
HARVARD NA FAVELA
Treze estudantes de arquitetura e urbanismo da Universidade Harvard produziram uma joia para o estudo das favelas nas grandes cidades brasileiras. Eles baixaram na comunidade de Cantinho do CĂ©u (30 mil habitantes), localizada Ă beira da represa Billings, fornecedora de ĂĄgua para SĂŁo Paulo.
Ajudados pela Secretaria Municipal de Habitação, trabalharam 14 semanas no estudo da Cantinho, visitando-a por quatro dias. Livre de demofobia, a equipe projetou dez iniciativas que resultaram no livro "OperaçÔes Tåticas na Cidade Informal". Cantinho do Céu se espalha por seis quilÎmetros de orla e é cortada por linhas de transmissão de que ocupam uma årea desabitada de 40 hectares.
As propostas dos jovens parecem sonhadoras mas, quando dĂŁo certo, mudam a cultura de uma cidade. PropĂ”em a criação de ĂĄreas sociais, como um calçadĂŁo na orla, e o enterramento das linhas de alta tensĂŁo, com a abertura de um novo espaço urbano. Percebe-se a inteligĂȘncia da garotada quando se vĂȘ que eles nĂŁo escreveram a palavra "polĂcia".
Elio Gaspari - Fonte: Folha de S.Paulo - 24/01/10.
Harvard - http://www.harvard.edu/
O GRANDE AXIOMA DA VIDA
HĂĄ uma histĂłria muito interessante, chamada "O Tesouro de Bresa", onde uma pessoa pobre compra um livro com o segredo de um tesouro. Para descobrir o segredo, a pessoa tem que decifrar todos os idiomas escritos no livro. Ao estudar e aprender estes idiomas começam a surgir oportunidades na vida do sujeito, e ele lentamente (de forma segura) começa a prosperar. Depois ele precisa decifrar os cĂĄlculos matemĂĄticos do livro. Ă obrigado a continuar estudando e se desenvolvendo, e a sua prosperidade aumenta. No final da histĂłria, nĂŁo existe tesouro algum - na busca do segredo, a pessoa se desenvolveu tanto que ela mesma passa a ser o tesouro. O profissional que quiser ter sucesso e prosperidade precisa aprender a trabalhar a si mesmo com muita disciplina e persistĂȘncia. Vejo com freqĂŒĂȘncia as pessoas dando um duro danado no trabalho, porque foram preguiçosas demais para darem um duro danado em si mesmas. Os piores sĂŁo os que acham que podem dar duro de vez em quando. Ou que jĂĄ deram duro e agora podem se acomodar. Entenda: o processo de melhoria nĂŁo deve acabar nunca. A acomodação Ă© o maior inimigo do sucesso!!! Por isso dizem que a viagem Ă© mais importante que o destino. O que vocĂȘ Ă© acaba sendo muito mais importante do que o que vocĂȘ tem. A pergunta importante nĂŁo Ă© "quanto vou ter?", mas sim , "no que vou me transformar?" NĂŁo Ă© "quanto vou ganhar?", mas sim "quanto vou aprender?". Pense bem e vocĂȘ notarĂĄ que tudo o que tem Ă© fruto direto da pessoa que vocĂȘ Ă© hoje. Se vocĂȘ nĂŁo tem o suficiente, ou se acha o mundo injusto, talvez esteja na hora de rever esses conceitos. O porteiro do meu prĂ©dio vem logo Ă mente. Ă porteiro desde que o conheço. Passa 8 horas por dia na sua sala, sentado atrĂĄs da mesa. Nunca o peguei lendo um livro. EstĂĄ sempre assistindo Ă TV, ou reclamando do governo, do salĂĄrio, do tempo. Ă um bom porteiro, mas em todos estes anos poderia ter se desenvolvido e hoje ser muito melhor do que Ă©. Continua porteiro, sabendo (e fazendo) exatamente as mesmas coisas que sabia (e fazia) dez anos atrĂĄs. AĂ reclama que o sindicato nĂŁo negocia um reajuste maior todos os anos. Nunca consegui fazĂȘ-lo entender Que as pessoas nĂŁo merecem ganhar mais sĂł porque o tempo passou. Ou vocĂȘ aprende e melhora, ou merece continuar recebendo exatamente a mesma coisa. Produz mais, vale mais? Ganha mais. Produz a mesma coisa? Ganha a mesma coisa. Ă simples. Os rendimentos de uma pessoa raramente excedem seu desenvolvimento pessoal e profissional. Ăs vezes alguns tĂȘm um pouco mais de sorte, mas na mĂ©dia isso Ă© muito raro. Ă sĂł ver o que acontece com os ganhadores da loteria, astros, atletas. Em poucos anos perdem tudo. AlguĂ©m certa vez comentou que se todo o dinheiro do mundo fosse repartido igualmente, em pouco tempo estaria de volta ao bolso de alguns poucos. Porque a verdade Ă© que Ă© difĂcil receber mais do que se Ă©. Como diz o Jim Rohn, no que ele chama do grande axioma da vida: "Para ter mais amanhĂŁ, vocĂȘ precisa ser mais do que Ă© hoje". Esse deveria ser o foco da sua atenção. NĂŁo sĂŁo precisos saltos revolucionĂĄrios, nem esforços tremendos repentinos. Melhore 1% todos os dias (o conceito de "kaizen"), em diversas ĂĄreas da sua vida, sem parar. Continue, mesmo que os resultados nĂŁo sejam imediatos e que aparentemente/superficialmente pareça que nĂŁo estĂĄ melhorando. Porque existe, de acordo com Rohn, um outro axioma: o de nĂŁo mudar. Se vocĂȘ nĂŁo mudar quem vocĂȘ Ă©, vocĂȘ continuarĂĄ tendo o que sempre teve". âFazer as coisas certas e nĂŁo certas coisas.â
(Colaboração: Raul/Aguiar)
POBRES ALUNOS, BRANCOS E POBRES...
Sandra Cavalcanti*
Entre as lembranças de minha vida, destaco a alegria de lecionar PortuguĂȘs e Literatura no Instituto de Educação, no Rio.Começåvamos nossa lida, pontualmente, Ă s 7h15.
Sala cheia, as alunas de blusa branca engomada, saia azul, cabelos arrumados.Eram jovens de todas as camadas. Filhas de profissionais liberais, de militares, de professores, de empresĂĄrios, de modestĂssimos comerciĂĄrios e bancĂĄrios.Elas compunham um quadro muito equilibrado. Negras, mulatas, bem escuras ou claras, judias, filhas de libaneses e turcos, algumas com ascendĂȘncia japonesa e vĂĄrias nortistas com a inconfundĂvel mistura de sangue indĂgena. As brancas tambĂ©m eram diferentes. Umas tinham ares lusos, outras pareciam italianas.Enfim, um pequeno Brasil em cada sala.
Todas estavam ali por mérito!
O concurso para entrar no Instituto de Educação era famoso pelo rigor e pelo alto nĂvel de exigĂȘncias.Na verdade, era um concurso para a carreira de magistĂ©rio do primeiro grau, com nomeação garantida ao fim dos sete anos. Nunca, jamais, em qualquer tempo, alguma delas teve esse direito, conseguido por mĂ©rito, contestado por conta da cor de sua pele! Essa estapafĂșrdia discriminação nunca passou pela cabeça de nenhum polĂtico, nem mesmo quando o PaĂs viveu os difĂceis tempos do governo autoritĂĄrio.
Estes dias compareci aos festejos de uma de minhas turmas, numa linda missa na antiga SĂ©, jĂĄ completamente restaurada e deslumbrante.Eram os 50 anos da formatura delas!LĂĄ estavam as minhas normalistas, agora alegres senhoras, muitas vovĂłs, algumas aposentadas, outras ainda nĂŁo.LĂĄ estavam elas, muito felizes.Lindas mulatas de olhos verdes. Brancas de cabelos pintados de louro. Negras elegantĂ©rrimas, esguias e belas.Judias com aquele ruivo tĂpico.E as nortistas, com seu jeito de Ăndias.Na minha opiniĂŁo, as mais bem conservadas. LĂĄ pelas tantas, a conversa recaiu sobre essa escandalosa mania de cotas raciais.Todas contra! Como experimentadas professoras, fizeram a anĂĄlise certa.
Estabelecer igualdade com base na cor da pele? A raiz do problema Ă© bem outra. Onde Ă© que jĂĄ se viu isso? Se melhorassem de fato as condiçÔes de trabalho do ensino de primeiro e segundo graus na rede pĂșblica, ninguĂ©m estaria pleiteando esse absurdo. Uma das minhas alunas hoje Ă© titular na Uerj. Outra Ă© desembargadora. VĂĄrias sĂŁo ainda diretoras de escola. Duas promotoras. As cores, muitas. As brancas nĂŁo parecem arianas. Nem se pode dizer que todas as mulatas sĂŁo negras. Afinal, o Brasil Ă© assim. A nossa mestiçagem aconteceu. O PaĂs nĂŁo tem dialetos, falamos todos a mesma lĂngua. NĂŁo hĂĄ repressĂŁo religiosa. A Constituição determina que todos sĂŁo iguais perante a lei, sem distinção de nenhuma natureza! Portanto, Ă© inconstitucional querer separar brasileiros pela cor da pele. Isso Ă© racismo! E racismo Ă© crime inafiançåvel e imprescritĂvel.
Perguntei: qual Ă© o problema, entĂŁo? Ă simples, mas Ă© difĂcil.
A população pobre do PaĂs nĂŁo estĂĄ tendo governos capazes de diminuir a distĂąncia econĂŽmica entre ela e os mais ricos. Com isso se instala a desigualdade na hora da largada. Os mais ricos estudam em colĂ©gios particulares caros. Fazem cursinhos caros. Passam nos vestibulares para as universidades pĂșblicas e estudam de graça, isto Ă©, Ă custa dos impostos pagos pelos brasileiros, ricos e pobres. Os mais pobres estudam em escolas pĂșblicas, sempre tratadas como investimentos secundĂĄrios, mal instaladas, mal equipadas, malcuidadas, com magistĂ©rio mal pago e sem estĂmulos. Quem viveu no governo Carlos Lacerda se lembra ainda de como o magistĂ©rio pĂșblico do ensino bĂĄsico era bem considerado, respeitado e remunerado.
Hoje, com a cidade do Rio de Janeiro devastada apĂłs a administração de Leonel Brizola, com suas favelas e seus moradores entregues ao trĂĄfico e Ă corrupção, e com a visĂŁo equivocada de que um sistema de ensino depende de prĂ©dios e de arquitetos, nunca a educação dos mais pobres caiu a um nĂvel tĂŁo baixo. Achar que os Ășnicos prejudicados por esta visĂŁo populista do processo educativo sĂŁo os negros Ă© uma farsa. NĂŁo Ă© verdade! Todos os pobres sĂŁo prejudicados: os brancos pobres, os negros pobres, os mulatos pobres, os judeus pobres, os Ăndios pobres! Quem quiser sanar esta injustiça deve pensar na população pobre do PaĂs, nĂŁo na cor da pele dos alunos. Tratem de investir de verdade no ensino pĂșblico bĂĄsico. Melhorar o nĂvel do magistĂ©rio. Retornar aos cursos normais. Acabar com essa histĂłria de exigir diploma de curso de Pedagogia para ensinar no primeiro grau. Pagar de forma justa aos professores, de acordo com o grau de dificuldades reais que eles tĂȘm de enfrentar para dar as suas aulas. Nada pode ser sovieticamente uniformizado.
NĂŁo dĂĄ!
Para aflição nossa, o projeto que o Senado vai discutir Ă© um barbaridade do ponto de vista constitucional, alĂ©m de errar o alvo. Se desejam que os alunos pobres, de todos os matizes, disputem em condiçÔes de igualdade com os ricos, melhorem a qualidade do ensino pĂșblico. Economizem os gastos em propaganda. Cortem as mordomias federais, as estaduais e as municipais. Impeçam a corrupção. Invistam nos professores e nas escolas pĂșblicas de ensino bĂĄsico.
O exemplo do esporte estĂĄ aĂ: jĂĄ viram algum jovem atleta, corredor, negro ou nĂŁo, bem alimentado, bem treinado e bem qualificado, precisar que lhe dĂȘem distĂąncias menores e coloquem a fita de chegada mais perto? Ă claro que nĂŁo. Ă na largada que se consagra a igualdade. Os pobres precisam de igualdade de condiçÔes na largada. Foi isso o que as minhas normalistas me disseram na festa dos seus 50 anos de magistĂ©rio!Com elas, foi assim.
*Sandra Cavalcanti, professora, jornalista, foi deputada federal constituinte, secretåria de Serviços Sociais no governo Carlos Lacerda, fundou e presidiu o BNH no governo Castelo Branco.
(Colaboração: Raul)
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