AFRICA SHOW
15/01/2010 -
FUTEBOL SHOW
COPA DO MUNDO 2010
English:
http://www.fifa.com/worldcup/
http://www.worldcupblog.org/
http://www.worldcup2010southafrica.com/
O grande evento do ano no futebol mundial. Copa do Mundo da Ăfrica do Sul 2010!
Mais detalhes:
http://pt.fifa.com/worldcup/finaldraw/index.html
http://www.copadaafrica2010.com.br/
http://veja.abril.com.br/blog/copa-2010/
DIĂRIO DE JOGO
Os quatro grandes clubes de SP vĂŁo lançar revistas de bolso para serem distribuĂdas nos dias de seus jogos para os torcedores das ĂĄreas VIPs. As ediçÔes terĂŁo reportagens especĂficas sobre as partidas. A G8 Sports, responsĂĄvel pelo projeto, fechou contrato com Corinthians e Palmeiras e negocia com SĂŁo Paulo e Santos. As revistas terĂŁo o nome genĂ©rico de "Match Day" (dia de jogo).
SĂ EM CASA
A tiragem das revistas de cada equipe serĂĄ de 10 mil exemplares por jogo e as ediçÔes sairĂŁo apenas quando o time atuar em casa. O valor das cotas publicitĂĄrias chega a R$ 738 mil, para anĂșncios de pĂĄgina dupla em todas as partidas de todos os quatro clubes.
MĂŽnica Bergamo - Fonte: Folha de S.Paulo - 11/01/10.
COPA 2014 - O HOMEM DO CAMPO
Valmir Campelo de Bezerra Ă© quem fiscalizarĂĄ no Tribunal de Contas da UniĂŁo os gastos pĂșblicos relativos Ă Copa de 2014 no Brasil. Ministro mais antigo na corte, foi escolhido por unanimidade. Ele Ă© fĂŁ de futebol. Quando administrador regional do Gama, cidade-satĂ©lite de BrasĂlia, de 1974 a 1981, criou um estĂĄdio para o clube local, batizado pela população de BezerrĂŁo.
Ricardo Boechat - Fonte: Isto à - Edição 2096.
CAMPEONATO CHILENO
ExpansĂŁo. A Petrobras patrocinarĂĄ o Campeonato Chileno. A empresa fechou contrato, que ultrapassa US$ 1 milhĂŁo, por trĂȘs anos.
Painel FC - Eduardo Arruda - Fonte: Folha de S.Paulo - 15/01/10.
MELHOR MEIA DO MUNDO
Xavi supera Messi e KakĂĄ em votação. O espanhol Xavi, do Barcelona, foi eleito melhor meia de criação do mundo em 2009 pela Federação Internacional de HistĂłria e EstatĂstica do Futebol (IFFHS), enquanto KakĂĄ, do Real Madrid, acabou em terceiro.
Xavi superou até mesmo o argentino Lionel Messi, seu companheiro de equipe e eleito pela Fifa como melhor jogador do mundo em 2009 - o meia foi terceiro na votação do organismo que rege o futebol mundial.
Entretanto, a diferença foi de apenas um voto: 164 a 163. Kakå apareceu com 99 votos na lista. Depois dele, o melhor brasileiro foi Diego, da Juventus, com dez nomeaçÔes.
Os mais votados
1. Xavi (Barcelona)
2. Lionel Messi (Barcelona)
3. KakĂĄ (Real Madrid)
4. Iniesta (Barcelona)
5. Gerrard (Liverpool)
6. FĂĄbregas (Arsenal)
7. C. Ronaldo (Real Madrid)
8. Lampard (ING/Chelsea)
9. Andrea Pirlo (Milan)
Fonte: O Tempo - 14/01/10.
O FUTEBOL CONTRA A DOR
O Haiti nĂŁo Ă© aqui, mas Ă© como se fosse. A presença de Zilda Arns, uma pessoa querida de todos os brasileiros, entre os milhares de vĂtimas fatais da tragĂ©dia que assola aquele paĂs reforçou um sentimento que deveria ser natural, o de identificação de cada um de nĂłs com a dor dos haitianos.
Antes que alguĂ©m me acuse de estar me afastando do que deveria ser o foco desta coluna (o futebol), lembro que hĂĄ pouco mais de cinco anos a seleção brasileira foi a Porto PrĂncipe realizar o chamado "jogo da paz", como parte do esforço diplomĂĄtico de minimizar os danos da guerra civil haitiana. O Brasil venceu entĂŁo o Haiti por 6 a 0, com um show particular de Ronaldinho, mas isso nĂŁo importa. O que ficou na memĂłria foi a imagem de milhares de haitianos seguindo e aclamando pelas ruas os craques brasileiros. Um momento de euforia que contrasta com a dantesca visĂŁo atual, de pessoas tropeçando em escombros e cadĂĄveres, Ă procura de comida.
Aquela nĂŁo foi a primeira vez que o futebol brasileiro serviu para aliviar, ainda que momentaneamente, as desgraças do mundo. Nos anos 60, a presença do Santos de PelĂ© no Congo suspendeu por alguns dias a guerra civil que dilacerava o paĂs. Sei que esses fatos podem ser usados para reforçar uma construção ideolĂłgica perigosa, a de que o nosso destino Ă© produzir a festa e o circo, como se o papel que nos coubesse na divisĂŁo mundial do trabalho fosse o da cigarra da fĂĄbula, enquanto outros povos, mais sĂ©rios, seriam as laboriosas formigas.
Mas hĂĄ mais coisas aĂ. Nosso melhor futebol Ă© aplaudido em toda parte, mas Ă© nos lugares mais miserĂĄveis que ele costuma suscitar um verdadeiro culto, uma autĂȘntica adoração. Por que serĂĄ? Tenho um palpite. No chamado processo civilizatĂłrio, o uso hĂĄbil das mĂŁos foi o que permitiu ao homem se diferenciar e depois se afastar cada vez mais das outras espĂ©cies animais. A metade superior do corpo passou a ser vista como a sede das atividades "nobres": o pensar (cĂ©rebro), o sentir (coração) e o fazer (mĂŁos).
Ao mesmo tempo, a parte da anatomia localizada abaixo da cintura ficou associada Ă s funçÔes tidas na cultura cristĂŁ ocidental como "degradantes", como o sexo e a excreção, incĂŽmodos lembretes da nossa condição animal. Com a proibição do uso das mĂŁos, o jogo de futebol de certa forma vai na contramĂŁo desse processo. Ao "dar aos pĂ©s astĂșcias de mĂŁo" (segundo o verso de JoĂŁo Cabral de Melo Neto), o futebol brasileiro inverte espetacularmente a hierarquia corporal. Por provir de um paĂs pobre e perifĂ©rico, opera igualmente uma outra inversĂŁo, geopolĂtica: o hemisfĂ©rio Sul do planeta, historicamente subalterno, suplanta o norte branco e dominador, numa revanche catĂĄrtica.
Ao vibrar com os prodĂgios dos craques do Brasil, os pretos e pobres do mundo vislumbram a possibilidade, no mĂnimo simbĂłlica, de revirar um destino infeliz que, de outro modo, pareceria inexorĂĄvel, fatal. O Haiti precisa de comida, de ĂĄgua, roupas, remĂ©dios. Logo mais precisarĂĄ de diversĂŁo, de arte, de futebol. Para voltar a ter esperança, sem a qual a vida nĂŁo vale a pena.
José Geraldo Couto - Fonte: Folha de S.Paulo - 16/01/10.
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