"HERROS" CARNAVALESCOS
27/02/2011 -
A JENTE HERRAMOS
BERLUSCONI
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O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, foi o grande astro e o grande deboche na abertura do Carnaval de Viarregio, na Toscana.
Fonte: Folha de S.Paulo - 21/02/11.
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DISTĂNCIA DE 56 ANOS
Ă quanto um cidadĂŁo que ganha piso de R$ 545 tem que trabalhar para somar o mesmo que um deputado ou senador recebe em um ano de serviço no Legislativo. Por mĂȘs, cada congressista recebe o equivalente a quatro anos de salĂĄrio mĂnimo.
Aparte - Fonte: O Tempo - 19/02/11.
AFINAL, O NOME DO HOMEM Ă KADAFI, GADDAFI OU AL-QADDAFI?
Muamar Kadafi jå foi o paladino do movimento anti-imperialismo norte-americano, nos anos 1970. Patrocinou um dos principais grupos revolucionårios da história dos Estados Unidos, o Partido Pantera Negra para Auto-Defesa. Na América Latina, apoiou a luta da esquerda armada, fazendo amizades sólidas na Venezuela, Nicarågua e Cuba. Com isso, ganhou desafetos e admiradores pelo mundo, que ainda viam com simpatia seu jeito de vestir, sua verborragia e excentricidades.
Essa biografia de capĂtulos polĂȘmicos e ilustrada com sexo, Ăłleo e seda pura, com rodapĂ©s para seus inĂșmeros sĂłsias, talvez explique o atual interesse global pela grafia de seu nome. NinguĂ©m soube que o nome Hosni Mubarak, ex-presidente do Egito, por exemplo, poderia ser escrito de ene maneiras, ao passo que Kadafi, sabemos, tem pelo menos 32 formas de escrita registradas na biblioteca do Congresso dos Estados Unidos.
O oficial britĂąnico Thomas Edward Lawrence (1888-1935), tambĂ©m conhecido como Lawrence da ArĂĄbia, durante a revolta ĂĄrabe entre 1916 e 1918, dedicou muita tinta em seu livro "Sete Pilares da Sabedoria" ao assunto, lembra o pesquisador em sociologia SebastiĂŁo Nascimento. "Em um capĂtulo, ele reserva uma pĂĄgina com todas as variaçÔes possĂveis do nome de um lĂder local", conta.
Esse conflito de tradução se deve Ă s especificidades do alfabeto e fonĂ©tica do idioma ĂĄrabe. O portuguĂȘs nĂŁo tem alguns elementos para registrar certos sons do ĂĄrabe, como o da pronĂșncia da letra "g", que requer esforço nasal estranho aos latinos. AĂ, em vez de traduzir, Ă© feita uma transliteração.
AnĂĄlise - "LĂngua e escrita sĂŁo moeda polĂtica"
Problemas de transliteração (traduzir entre dois sistemas de escrita) sĂŁo cafĂ© pequeno perto dos atuais embates no norte da Ăfrica e Oriente MĂ©dio, onde se luta para desalojar os respectivos ditadores. Mas a discussĂŁo Ă© boa, se lembrarmos que as mĂdias e a internet, quase sempre com um componente escrito (mesmo a TV), tĂȘm sido atores importantes desses movimentos sociais. Ao lidar com outros sistemas de escrita - como o do chinĂȘs ou do ĂĄrabe - a transliteração Ă© um guia da pronĂșncia original, e pode afetar a qualidade da informação. AlĂ©m disso, a gente esquece que escrita nĂŁo Ă© lĂngua, mas uma tĂ©cnica, vagamente precisa, de registro da lĂngua (uma confusĂŁo que alimenta, no Brasil, o preconceito contra variaçÔes "populares" da fala).
Assim, a transliteração tem que ter um pĂ© na pronĂșncia original, e outro no ouvido do leitor, isto Ă©, nas regras de escrita da lĂngua do leitor. Isso tambĂ©m pode se tornar uma questĂŁo polĂtica.
Ă difĂcil achar cinco jornais brasileiros que concordem na grafia de Muammar al-Kadafi (ou Gaddafi, Qadhafi...). Tudo bem. HĂĄ diferenças consonantais no ĂĄrabe sem correspondente grĂĄfico no portuguĂȘs, e decisĂ”es diferentes sĂŁo vĂĄlidas, se se mantiver a coerĂȘncia interna.
Recentemente, um repĂłrter da "Folha" (24/02/2011) justificou o padrĂŁo do jornal pelo uso semelhante no "britĂąnico "Financial Times" e pela rede Al Jazeera". Mas, como se vĂȘ em "Jazeera", nem sempre a grafia do inglĂȘs segue as nossas regras. LĂngua e escrita sĂŁo moeda polĂtica, e Ă© preciso consumir com cautela padrĂ”es vindos de cima, seja do paĂs de origem (como a China e seu sistema pinyin) ou de potĂȘncias do noticiĂĄrio internacional.
Beto Vianna, linguista.
Minientrevista
"O jeito mais fĂĄcil Ă© CadĂĄfi, mas costuma-se colocar a letra âkâ para indicar que o nome Ă© estrangeiro"
Pedro Perini-Santos, Linguista
Qual a origem do idioma ĂĄrabe?
As primeiras inscriçÔes em ĂĄrabe arcaico remontam ao sĂ©culo IV antes da Era cristĂŁ. Ă um idioma semĂtico, assim como o hebreu e o aramaico. O advento da religiĂŁo islĂąmica por volta de 620 d.C. e a sua propagação fizeram com que em poucas dĂ©cadas uma famĂlia de lĂnguas faladas por alguns grupos errantes do Saara passasse a ser utilizada, agora no formato koinĂ©, no Oriente MĂ©dio e nas regiĂ”es mediterrĂąneas da Ăfrica, da Espanha, de Portugal e da ItĂĄlia. KoinĂ© quer dizer lĂngua derivada da fusĂŁo de lĂnguas-irmĂŁs.
Quais são as versÔes do idioma årabe?
O que se assume Ă© que se escreve em fus'ra, i.e., em (ĂĄrabe) clĂĄssico ou corĂąnico, e se fala em dialetos derivados, como o sĂrio-libanĂȘs, o argelino, o marroquino, o lĂbio, o sudanĂȘs etc.
Quais sĂŁo as principais obras de referĂȘncia gramatical do idioma ĂĄrabe?
O fusâra Ă© a lĂngua do CorĂŁo, texto fundante da religiĂŁo islĂąmica. Pelo menos parte de sua exegese Ă© baseada em uma gramĂĄtica normativa escrita no sĂ©culo VIII chamada al-Kitab; esse livro Ă© referĂȘncia normativa para o estudo das lĂnguas clĂĄssica e atual.
Quais são as principais contribuiçÔes do årabe aos idiomas romùnicos?
Todo e qualquer contato linguĂstico gera algum tipo de troca entre os idiomas. A expressĂŁo ĂĄrabe burtugali ou burtucali, que se refere Ă fruta e Ă cor laranja, por exemplo, tem origem na palavra Portugal, "al-Burtugal", onde, possivelmente, se conheceu a fruta. Para o portuguĂȘs, me parece que o fenĂŽmeno Ă© semelhante.
Qual seria a grafia mais leal ao portuguĂȘs do nome Kadafi?
TrĂȘs aspectos devem ser considerados. Primeiro: quanto mais prĂłximo for do jeito que as pessoas falam o ĂĄrabe, melhor. Segundo: a gama sonora e a forma grĂĄfica do ĂĄrabe sĂŁo bem diferentes da nossa expressĂŁo sonora e escrita. Terceiro: vale considerar, portanto, o que Ă© mais fĂĄcil para nĂłs. Eu creio que o jeito mais fĂĄcil Ă© CadĂĄfi, mas costuma-se colocar a letra 'k' para indicar que o nome Ă© estrangeiro. NĂŁo me parece necessĂĄrio.
Alexandre Martins - Fonte: O Tempo - 27/02/11.
E NĂIS QUE PENSAVA QUE NUNCA ERRAVA!
CONTINUAMOS ERRANDO PROPOSITALMENTE...! HERRAR Ă UMANO!
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