MAIS UM PROJETO DE NIEMEYER
09/10/2008 -
MARILENE CAROLINA
NOVO CENTRO ADMINISTRATIVO DE MINAS
Leia mais e veja mais fotos do projeto:
http://arquis.blogspot.com/
http://www.portugaldigital.com.br/noticia.kmf?noticia=7484433&canal=159
T-BONE
O primeiro açougue cultural do mundo (e muito provavelmenteo Ășnico...).
Conheça o projeto: http://www.t-bone.org.br/
Fonte: Almanaque Brasil - NĂșmero 114.
AS VANTAGENS DA DEMOCRACIA NEGATIVA
As 37 formas de democracia listadas na Wikipédia são basicamente variaçÔes sobre o mesmo tema: eleitores votam diretamente nas questÔes que lhes interessam, como na Grécia, ou votam em representantes que vão administrar e decidir por eles, como no Brasil. Crescem a cada eleição a desilusão e a sensação de que a democracia não estå funcionando, e só permanece como instituição "porque não hå forma melhor". Existe uma outra forma de democracia, que não é listada na Wikipédia, e que vou chamar de democracia negativa. Ela existe, e jå foi implantada milhares de vezes, normalmente nas empresas de capital aberto.
Nelas, os acionistas nĂŁo elegem seus representantes nem votam nas questĂ”es do dia-a-dia empresarial. O presidente, e algumas vezes toda a diretoria, Ă© escolhido por um conselho de acionistas composto de presidentes de outras empresas, lĂderes comunitĂĄrios e especialistas. Essa escolha Ă© feita levando-se em conta a capacidade administrativa dos candidatos, a experiĂȘncia prĂĄtica efetiva e a escolaridade tĂ©cnica. Amador nĂŁo entra. Muitas vezes Ă© um funcionĂĄrio com anos de casa, que jĂĄ sabe exatamente o que deve ser feito, desde o primeiro dia.
Na democracia negativa o presidente nĂŁo Ă© eleito pelas promessas de campanha ou pelas suas projeçÔes de lucro. Os acionistas nem tĂȘm como escolher o mais charmoso, o mais simpĂĄtico ou o mais mentiroso. Os acionistas, os legĂtimos donos da empresa, apesar de qualificados, sabem que nĂŁo tĂȘm tempo para analisar cada um dos candidatos, e sabem que escolher no tapa, na semana anterior, nĂŁo Ă© uma boa decisĂŁo. Sabem tambĂ©m que nĂŁo tĂȘm as competĂȘncias necessĂĄrias para decidir quem seria o melhor administrador da "mĂĄquina" com todas as suas peculiaridades. NĂŁo se vĂȘem campanhas eleitorais nessas empresas, que nĂŁo gastam fortunas em eleiçÔes, embora sejam justamente as que mais dinheiro teriam para isso. O conselho de administração escolhe quem Ă© bom no batente e nĂŁo quem Ă© bom de voto.
Nas democracias negativas existe, sim, o direito de voto, mas se vota contra, daĂ o nome. Os acionistas tĂȘm o direito de chamar uma assemblĂ©ia extraordinĂĄria a qualquer momento e demitir o presidente (mal) escolhido â o que acontece com freqĂŒĂȘncia. Demite-se tambĂ©m o conselho que o escolheu. Hoje em dia, na democracia, tambĂ©m se vota contra, especialmente no segundo turno, cada vez com mais freqĂŒĂȘncia, o que gera enorme frustração na população, para a alegria do candidato eleito. Nenhum conselho de empresas escolhe o menos ruim para tocar a companhia, como muitas vezes fazemos.
NĂŁo confunda com o impeachment, em que hĂĄ a exigĂȘncia de um crime definido. Na democracia negativa basta os acionistas mudarem de idĂ©ia ou ficarem insatisfeitos. PoderĂamos caminhar na direção de uma democracia negativa no Brasil, aproveitando o espĂrito desse conceito, sem ter de copiar o que as empresas de capital aberto fazem. PoderĂamos reconhecer os votos nulo e em branco como sendo votos contra. Se 50% dos votos fossem em branco, mostrando nossa insatisfação com os candidatos apresentados pelos caciques polĂticos sem nenhum critĂ©rio profissional, nova eleição seria convocada com novos candidatos, atĂ© acertarmos.
Outra caracterĂstica da democracia negativa que poderĂamos facilmente adotar Ă© a obrigatoriedade de um mestrado em administração de todo candidato a um cargo executivo. Atualmente a democracia legitima profissionais de outras ĂĄreas a exercer ilegalmente a profissĂŁo de administrador, quando deveria ser o contrĂĄrio. AlguĂ©m que estĂĄ disposto a ser prefeito ou governador por oito anos nĂŁo tem desculpa para nĂŁo estudar e se preparar por dois anos num mestrado de administração. Amadorismo sai caro. Curiosamente, 23 milhĂ”es de brasileiros jĂĄ aceitam a democracia negativa, acionistas que sĂŁo da Petrobras, da Vale e de outras companhias. Precisamos discutir e aprimorar a nossa democracia, reduzir as promessas e a gastança, e melhorar a qualidade dos candidatos para estancar a visĂvel deterioração dessa preciosa instituição.
Stephen Kanitz é administrador (www.kanitz.com.br) - Fonte: Veja - Edição 2081.
BRASIL FARĂ 1ÂȘ MISSĂO AO INTERIOR ANTĂRTICO
Depois de quase trĂȘs dĂ©cadas fazendo pesquisas na AntĂĄrtida, o Brasil realizarĂĄ neste ano sua primeira expedição ao interior do continente. No dia 20 de novembro, sete cientistas do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro partem para o deserto antĂĄrtico, onde ficarĂŁo atĂ© janeiro acampados sobre o manto de gelo, enfrentando temperaturas de 35 C negativos e os piores ventos do mundo.
A expedição voarå até Patriot Hills, região a cerca de 2.000 km da ilha Rei George, onde fica a estação brasileira Comandante Ferraz. Em seguida, atravessarå mais 400 km até Mount Johns, årea na qual o manto de gelo é mais alto.
O objetivo da missĂŁo Ă© duplo: primeiro, perfurar o gelo para coletar dados sobre como o clima variou na regiĂŁo nos Ășltimos 300 anos. Depois, ampliar a ĂĄrea de pesquisas do Programa AntĂĄrtico Brasileiro, atĂ© agora restrito ao mar e ao litoral do continente.
"Estamos com o navio em Recife. Para chegar até Manaus ainda falta muito", diz glaciologista Jefferson SimÔes, da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), comparando a distùncia entre a zona de pesquisas do Brasil e o interior do continente antårtico.
SimĂ”es serĂĄ o lĂder da expedição, que levarĂĄ ainda um cientista chileno. Ele jĂĄ esteve duas outras vezes no interior do continente, mas em missĂ”es binacionais ou trinacionais.
A missĂŁo integra a participação brasileira no Ano Polar Internacional, grande esforço de cooperação cientĂfica que se encerra em 2009. Paralelamente a ela, serĂĄ instalado na UFRGS o LaboratĂłrio Nacional de Testemunhos de Gelo.
Ali poderĂŁo ser armazenados e analisados cilindros coletados no manto glacial que fornecem um registro preciso de como o clima variou no planeta em diferentes pontos do passado.
A composição quĂmica das bolhas de ar aprisionadas nas colunas de gelo da AntĂĄrtida forneceu aos cientistas, por exemplo, a prova de que nunca nos Ășltimos 650 mil anos os nĂveis de gĂĄs carbĂŽnico na atmosfera estiveram tĂŁo altos quanto hoje. Esse dado Ă© uma das principais novidades do relatĂłrio de 2007 do painel do clima da ONU que pĂŽs o aquecimento global na ordem do dia.
Além de permitir aos brasileiros fazer as próprias anålises do gelo antårtico, o laboratório vai analisar o gelo dos Andes para reconstituir o ciclo hidrológico da AmazÎnia no passado.
O laboratĂłrio e a expedição estĂŁo sendo bancados por uma verba de R$ 10 milhĂ”es do MCT (MinistĂ©rio da CiĂȘncia e Tecnologia) para financiar uma dezena de projetos de pesquisa brasileiros no Ano Polar. O dinheiro foi um alento ao programa antĂĄrtico nacional, que durante a maior parte de sua histĂłria sobreviveu com verbas anuais menores que R$ 1 milhĂŁo para fomento Ă ciĂȘncia.
SimÔes e outros cientistas dizem esperar, agora, que o novo patamar de financiamento se mantenha nos próximos anos.
Claudio Angelo - Fonte: Folha de S.Paulo - 11/10/08.
Programa AntĂĄrtico Brasileiro - http://www.mma.gov.br/port/sbf/dap/antartica.html
UFRGS - http://www.ufrgs.br/antartica/proantar-br.html
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