COPA 2018
26/08/2010 -
FUTEBOL SHOW
QUAL SERĂ A SEDE DE 2018?
English:
http://uk.reuters.com/article/idUKTRE67M3UU20100823
http://www.russia2018-2022.com/en.aspx
http://www.england2018bid.com/
http://www.thebid.org/?lang=en
http://www.candidaturaiberica.com/
http://www.gousabid.com/
O vice-primeiro-ministro britùnico, Nick Clegg, disse ao grupo de inspetores da Fifa que a Inglaterra "jå conta com a infraestrutura e as instalaçÔes" necessårias para sediar a Copa do Mundo de 2018.
Nessa semana, seis membros do comitĂȘ iniciaram em Londres uma visita de quatro dias ao Reino Unido para inspecionar a candidatura do paĂs ao torneio.
"Nosso trabalho consiste em mostrar a eles que jĂĄ temos as infraestruturas e as instalaçÔes para organizar um Mundial", afirmou Clegg, que exerce durante as fĂ©rias do chefe do Executivo, David Cameron, o papel de lĂder do Governo.
Clegg recebeu a comitiva ontem em um ato realizado em Downing Street, residĂȘncia e escritĂłrio oficial do primeiro-ministro do Reino Unido. Depois, o grupo de inspetores da Fifa visitou o estĂĄdio de Wembley, onde se encontraram com o tĂ©cnico da Inglaterra, o italiano Fabio Capello.
Clegg, acompanhado pelo ministro da Cultura, Jeremy Hunt, e o secretårio de Estado dos Esportes, Hugh Robertson, ressaltou que "a esperança e a paixão britùnicas envolvidas nesta candidatura são imensas".
"Ela inspirarĂĄ as pessoas nas cidades de todo o paĂs, e hĂĄ poucos paĂses com a mesma paixĂŁo que temos pelo futebol", disse o lĂder dos liberal-democratas.
Durante o resto da semana, os membros da comitiva viajarĂŁo para outras cidades, como Manchester, Sunderland e Newcastle.
Na briga para sediar a Copa do Mundo em 2018, estĂŁo Inglaterra, RĂșssia, Espanha e Portugal (conjunto), Holanda e BĂ©lgica (conjunto) e Estados Unidos.
Para Joseph Blatter, "seria fĂĄcil escolher a Inglaterra"
No primeiro dos quatro dias em que a Fifa inspecionarĂĄ a Inglaterra, Joseph Blatter disse que seria fĂĄcil escolher o paĂs para sediar a Copa de 2018. "Ă fĂĄcil escolher a Inglaterra. Tudo estĂĄ aqui: torcedores, estĂĄdios, infraestrutura. Ă fĂĄcil", disse Blatter.
Segundo o dirigente, o fraco desempenho do English Team na Copa da Ăfrica do Sul nĂŁo interfere em nada uma escolha. "Os desempenhos das seleçÔes dos paĂses candidatos nĂŁo importam. O que importa Ă© a qualidade de suas candidaturas", explicou.
Apesar de elogiar a Inglaterra, o presidente da Fifa disse que a RĂșssia tambĂ©m Ă© uma forte candidata. "NĂŁo se pode esquecer da RĂșssia. Ă mais que um paĂs. Ă um grande continente, um grande poder", comentou.
Fonte: O Tempo - 24/08/10.
Os sites dos candidatos:
http://www.russia2018-2022.com/en.aspx
http://www.england2018bid.com/
http://www.thebid.org/?lang=en
http://www.candidaturaiberica.com/
http://www.gousabid.com/
FAZ SOL NO FUTEBOL
Sabe aquela histĂłria de alguns povos que resolveram dar pouca bola para seus polĂticos e construir seus paĂses apesar deles?
Pois parece que os clubes, pelo menos alguns clubes, começam a fazer o mesmo por aqui, convencidos de que não podem esperar nada da CBF.
O maior exemplo foi dado pelo Santos, que conseguiu rejeitar uma proposta de 30 milhÔes do milionårio Chelsea pela promessa chamada Neymar.
Os ingleses nĂŁo devem estar entendendo nada, como os portugueses nĂŁo entenderam quando um jovem patrĂcio deles declinou de ser rei de sua potĂȘncia europeia para ser imperador do Brasil.
Pois Ă©, coisas que marcam ou podem marcar a histĂłria de um paĂs ou, no caso, de um esporte.
E a resistĂȘncia praiana aos euros londrinos e russos, dĂȘ no que dĂȘ, Ă© dessas atitudes que tĂȘm tudo para virar divisor de ĂĄguas -e tomara que vire.
Ora, jĂĄ estava mais do que na hora de alguĂ©m com nova mentalidade fazer o que fez o presidente santista, que, se tem ainda de conviver com misĂ©rias locais, ser polido e cinturado para nĂŁo colidir com Ricardo 1Âș -o que veio depois de Dom Pedro, 1Âș do Brasil, 4Âș de Portugal-, teve capacidade e respaldo para dar condiçÔes para Neymar ficar.
Veja que não se sabe de uma ajuda da CBF neste sentido, até porque a entidade madrasta sempre incentivou a exportação de pé de obra, discurso que Mano Menezes não endossa -e não parece ser porque a Casa Bandida mandou.
Outro clube que ensina Ă© o Inter, cuja mais nova conquista, entre tantas nestes Ășltimos anos, Ă© a coroação da polĂtica que começou por dar vez e voz aos associados, democratizando as eleiçÔes, ampliando o colĂ©gio eleitoral, criando zonas eleitorais no interior do Rio Grande e podendo contar hoje com cerca de 25% do que arrecada sĂł dos sĂłcios.
Nem Santos nem Inter, como se sabe, estĂŁo entre as cinco maiores torcidas do paĂs, por enquanto. O Santos estĂĄ em oitavo, e o Inter, em dĂ©cimo lugar, na mais recente pesquisa do diĂĄrio "Lance!".
Que ninguĂ©m duvide, porĂ©m, que a adoção e manutenção de polĂticas corretas e inovadoras tendem a trazer resultados mais rapidamente do que se imagina neste mundo de hoje, tamanha a velocidade com que correm as informaçÔes e ocorrem as transformaçÔes. Flamengo e Corinthians, os dois maiores, que acordem. E que persistam na polĂtica de arrumar, ou erguer a casa, cuidar de suas bases, sem loucuras sim, mas com ousadia, a mesma que clubes tambĂ©m centenĂĄrios, e iluminados, como Inter e Santos tĂȘm sido capazes.
Juca Kfouri (http://blogdojuca.uol.com.br/) - Fonte: Folha de S.Paulo - 22/08/10.
ETERNAS DĂVIDAS
Neymar continua no Santos. Poderemos admirar e acompanhar mais de perto seu enorme talento. SerĂĄ Ăłtimo para o Santos, para o torcedor, para a imprensa e para o futebol brasileiro.
à preciso discutir, do ponto de vista técnico, se serå bom para o jogador. Parece que sim. Mas não hå certeza disso.
Escrevi na coluna anterior que a experiĂȘncia de um jogador nĂŁo serve para outro e que costumamos ter dĂșvidas, profissionais e pessoais, quando tomamos certas decisĂ”es. SĂł os medĂocres nĂŁo tĂȘm dĂșvidas.
HĂĄ inĂșmeros motivos para Neymar nĂŁo sair agora do Santos, como os de que ele sĂł tem 18 anos, de que precisa evoluir na parte tĂ©cnica, tĂĄtica, fĂsica e emocional e de que poderĂĄ nĂŁo se adaptar e ser reserva do Chelsea.
Dizer que Neymar precisa ir para a Inglaterra para melhorar na parte tĂĄtica Ă© um conceito ultrapassado. Os tĂ©cnicos brasileiros estĂŁo no mesmo nĂvel dos da Europa. Tudo isso Ă© racional, previsĂvel, mas nĂŁo seria surpresa se ocorresse de outro jeito. Ter 18 ou 20 anos faz pouca diferença. Neymar poderia evoluir profissionalmente na Europa mais que aqui, gostar da Inglaterra, aprender rapidamente a lĂngua e conhecer penteados mais exĂłticos.
Poderia brilhar e ser logo uma estrela mundial, como KakĂĄ foi no Milan. Neymar jogaria em um dos trĂȘs melhores times do mundo.
Hoje, o futebol brasileiro Ă© muito mais faltoso, fĂsico e violento que o da Europa. Os gramados sĂŁo tambĂ©m muito piores.
Neymar, antes de ser destaque da seleção em vĂĄrios jogos importantes, jĂĄ Ă© uma celebridade. SĂł falta aparecer na revista "Caras" com outra celebridade. Ele jĂĄ Ă© antes de ser. Ă a espetacularização do fato, caracterĂstica da sociedade atual.
O ser humano estĂĄ sempre atrĂĄs de certezas, de explicaçÔes definitivas e do milagre, que deem sentido Ă vida. Pessoas, travestidas de sĂĄbias, explicam tudo, desde as coisas Ăłbvias e banais atĂ© as eternas dĂșvidas existenciais. Alguns falam, e a maioria repete.
Quem pensa diferente Ă©, no mĂnimo, visto com estranheza, ainda mais se nĂŁo fizer parte da mesma patota. No futebol, Ă© a mesma coisa.
Contardo Calligaris escreveu nesta Folha na Ășltima quinta-feira: "Quando a mĂdia Ă© de massa, nĂŁo hĂĄ mais diferença entre manipuladores e manipulados, pois os prĂłprios manipuladores, expostos Ă mĂdia, sĂŁo manipulados por suas produçÔes. Ou seja, progressivamente, todo o mundo pensa as mesmas trivialidades".
TostĂŁo - Fonte: Folha de S.Paulo - 22/08/10.
O PESO DOS FATOS
Ă inegĂĄvel que o retorno de Ronaldo ao Corinthians rendeu muitos dividendos. E com seu carisma ele conquistou a torcida
Ronaldo nĂŁo entra em campo hĂĄ trĂȘs meses, ainda assim, no dia a dia, se discute o quĂȘ, quando, quanto e nĂŁo sei mais sobre o peso dele. Ora, gente! Chega de incomodar o nosso maior jogador das Ășltimas dĂ©cadas. Ele jĂĄ nĂŁo pode responder em campo a todas as expectativas criadas. Ronaldo Ă© o grande gestor do atual Corinthians, o Ășnico criador do atual fundo corintiano, idealizador do novo Corinthians que se agigantou, se internacionalizou e faturou o que jamais pensaria.
Ronaldo Ă© o Corinthians, todos devem respeitar essa realidade. Ainda que uns tentem se vangloriar pelas receitas atuais, Ronaldo Ă© o maior responsĂĄvel. Ronaldo Ă© Ronaldo. Ele Ă© o Corinthians de hoje.
Alguns reclamam de que parte dessa receita Ă© dele. Parte, que parte? A maior e grande parte deve ser dele mesmo, pois dele dependem essas receitas. E ainda por cima exigem que ele jogue, o que se esforçou em fazer no ano passado. Com sucesso, diga-se de passagem. Nunca um time brasileiro se deu tĂŁo bem com a repatriação de um craque. Craque, aliĂĄs, que estava no estaleiro, como se diz em âfutebolĂȘsâ, e mais uma vez deu a volta por cima, como se diz no âsocialĂȘsâ. E com uma imponĂȘncia de dar dĂł aos outros.
Se não då dó ou só outros sentimentos menos nobres, problema nenhum. O que ninguém pode reclamar nem discutir é a realidade imposta pelos fatos. No caso, pelo retorno que esse grande jogador de extremo carisma jå deu ao Timão.
Outros mais querem porque querem voltar ao PaĂs. Esperam conseguir o mesmo que Ronaldo, o que nĂŁo serĂĄ nada fĂĄcil. Conquistar uma torcida como a Fiel Ă© algo que poucos conseguem em tĂŁo pouco tempo, como fez Ronaldo. Levar a sua equipe a feitos aguardados ansiosamente pela massa, tambĂ©m. Adquirir o respeito de todos por sua postura e colocaçÔes, mais raro ainda; o que nĂŁo impede alguĂ©m de sonhar.
A cada dia, vemos dezenas de grandes jogadores que jĂĄ trilharam fora do PaĂs boa parte da vida Ăștil de atletas, retornando para casa. Fundamentalmente, devido ao exemplo de sucesso que foi o retorno de Ronaldo. Muitos, porĂ©m, nĂŁo conseguirĂŁo o resultado almejado por eles e pelos clubes que os recebem. JĂĄ nĂŁo possuem a força dos jovens, ainda que tenham nas costas a vasta experiĂȘncia que poderĂĄ servir para prolongar suas estadas nos gramados. Ou tĂ©cnica e talento suficientes para ainda encantar nosso pĂșblico sedento por beleza e alegria nos gramados.
Todos esses atletas que novamente batem Ă porta do nosso futebol nos fazem perceber o mal que estamos fazendo a eles e ao esporte, por nĂŁo tratĂĄ-los com a merecida dignidade. HĂĄ espaço e riqueza para desenvolver suas habilidades em nosso territĂłrio sem a necessidade de exportĂĄ-los como mercadorias valorizadas, sim, mas com muito pouca humanidade, como se fossem cargas vivas a ser transportadas por veĂculos que trafegam desfilando em seus para-choques a qualificação do produto.
E tambĂ©m para mantĂȘ-los desfilando seus dotes em nossos campeonatos, para mostrar o que somos capazes de oferecer aos que sĂŁo amantes do futebol. E aĂ, sim, vender a obra de nossos craques, sua produção artĂstica como qualquer museu ou colecionador do mundo moderno faria. Isso, caso tivĂ©ssemos um pingo de consciĂȘncia das suas importĂąncias no contexto polĂtico-social nacional.
O que nos faria tambĂ©m ter mais cuidado com a formação social, moral e educacional desses meninos, que poderiam transformar rapidamente a nação, como todos nĂłs esperamos hĂĄ muito, pois seriam referĂȘncias, jĂĄ que Ădolos eles jĂĄ sĂŁo pelo que fazem. Por que nĂŁo pelo que dizem e pensam?
Agora mesmo, quando se inicia um novo trabalho na Seleção Brasileira, que nada mais é (ou deveria ser sempre) que a extrema representatividade de nossa cultura esportiva, nós vimos esta semana muitos jovens vestindo pela primeira vez a camisa amarela e ainda jogando por equipes daqui.
Mas até quando? Seleção esta que vez ou outra é utilizada como mostruårio para futuras negociaçÔes com interessados em nossas preciosidades. Serå que o exemplo de Ronaldo não nos indicou a possibilidade de manter em território nacional nossos melhores jogadores com gestÔes apenas um pouco mais competentes que aquelas a que estamos habituados?
Sejamos menos cegos para a realidade, assim ela se tornarĂĄ mais brilhante para todos os brasileiros.
Sócrates - Fonte: Carta Capital - Edição 610.
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