CRIATIVIDADE NO MARKETING
26/03/2011 -
NOSSOS COLUNISTAS
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PROFESSOR TOM COELHO
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GĂȘnese da Corrupção
*por Tom Coelho
â(...) que os criminosos fiquem em terra de meus senhorios e vivam e morram nela, especialmente na capitania do Brasil que ora fiz mercĂȘ a Vasco Fernandes Coutinho (...) e indo-se para morar e povoar a capitania do dito donatĂĄrio, nĂŁo possam lĂĄ ser presos, acusados, nem demandados por nenhuma via nem modo que seja pelos crimes que cĂĄ (em Portugal) tiverem cometido (...)â
(D. JoĂŁo III, 1534)
Somos fruto de um legado errĂĄtico proporcionado por aqueles que aportaram nestas terras hĂĄ pouco mais de cinco sĂ©culos. Fomos colonizados pelo que havia de pior, os chamados degredados. Assaltantes, ladrĂ”es, homicidas, vadios, herĂ©ticos, enfim, pĂĄrias da sociedade portuguesa que receberam nĂŁo como prĂȘmio, mas como castigo, o indulto para habitar o Novo Mundo.
IndivĂduos desta estirpe, miscigenados com o tempero do clima tropical, acabaram por fomentar uma raça de pessoas com valores e princĂpios desprovidos de moral e Ă©tica. Uma herança fenotĂpica que penetrou no DNA, tornando-se herança genĂ©tica. NĂŁo se trata mais de questionar o que Ă© bom ou ruim, onde reside o bem o e mal, mas apenas constatar o que Ă©.
A barganha nos governa desde a mais tenra idade. O comportamento exemplar Ă© laureado com sorvete e brinquedos. Boas notas valem uma viagem. O ingresso na faculdade Ă© recompensado com um carro. Dedurar atos corporativos inadequados converte-se em promoção. Confessar os pecados e rezar uma dĂșzia de oraçÔes garante a salvação da alma.
Meias-verdades sĂŁo mentiras inteiras. Tautologicamente, mentiras inteiras ditas persistentemente tornam-se verdades. E verdades absolutas. Assim desenvolveu-se Hitler, orientado por Joseph Goebbels.
Correios, IRB, Furnas, sĂŁo versĂ”es atualizadas da Coroa-Brastel, do escĂąndalo das jĂłias, da Operação Uruguai. SĂŁo apenas notĂcias na pauta do dia. Estamos diante de um supermercado dotado de gĂŽndolas com as mais diversas opçÔes: prevaricação, nepotismo, peculato, jogatina, favorecimento, desvio, desfalque, subserviĂȘncia. Escolha a que mais lhe agradar.
Os atos sĂłrdidos invadem o Executivo, o Legislativo e o JudiciĂĄrio. SĂŁo observados nas esferas federal, estadual e municipal. Nas pequenas, mĂ©dias e grandes empresas. Podem ser encontrados na Educação, na SaĂșde, na Habitação, nos Transportes, na Cultura, nos Esportes. Escolha onde deseja procurar.
As concorrĂȘncias pĂșblicas sĂŁo direcionadas, jogos de cartas marcadas. Os recursos nĂŁo viram salas de aula para educar, leitos em hospitais para assistir, medicamentos para curar, casas para morar, ĂĄgua para culturas irrigar.
Terras escriturais, pedras preciosas certificadas, tĂtulos da dĂvida agrĂĄria, sĂŁo todos vendidos com valor de face superfaturado para liquidação de dĂ©bitos junto ao Fisco. Liminares, mandados de segurança, despachos, recursos, agravos alimentam a indĂșstria da protelação â e da empulhação. Enquanto isso, o furto de uma fruta numa barraca de feira leva ao cĂĄrcere o rĂ©u, ainda que primĂĄrio.
Qual a diferença entre o deputado que recebe o âmensalĂŁoâ e o sĂndico que embolsa uma comissĂŁo sobre o valor de um serviço contratado? Qual a distinção entre o empresĂĄrio dono de cervejaria que se utiliza de expedientes diversos para reduzir a carga tributĂĄria e os profissionais liberais, notadamente mĂ©dicos, dentistas e advogados, que concedem desconto nos serviços prestados quando dispensados da emissĂŁo de um recibo ou nota fiscal? A medida Ă© apenas sua magnitude.
A corrupção estĂĄ presente no ambulante que, em barracas montadas nas vias de grande circulação ou nos semĂĄforos, comercializa produtos adquiridos sem nota fiscal, com procedĂȘncia discutĂvel, vendendo-os igualmente sem documento fiscal, desprovidos de qualquer garantia. EstĂĄ presente tambĂ©m na atitude de quem adquire tais produtos. EstĂĄ estampada nas embalagens cujo peso aferido nĂŁo corresponde ao declarado. EstĂĄ institucionalizada nas repartiçÔes pĂșblicas nas quais se paga uma guia de arrecadação para dar maior celeridade a um processo burocrĂĄtico qualquer.
A Lei Ă© falha porque Ă© complexa, porque sĂŁo muitas, porque nĂŁo sĂŁo aplicadas â embora aplicĂĄveis. Os impostos nĂŁo sĂŁo pagos em sua integralidade porque sĂŁo muitos, porque sĂŁo elevados, porque nĂŁo conferem contrapartida social â embora a arrecadação cresça continuadamente. Somos todos pequenos ou grandes foras-da-lei, porque nos justificamos pela rebeldia, pela indulgĂȘncia, pela sobrevivĂȘncia, pela impunidade, exceto pela genĂ©tica.
Construa-se um muro delimitando nossas divisas territoriais. E deixe que os antropĂłlogos estudem o que acontece neste paĂs.
07/07/2005 - Tom Coelho Ă© educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 15 paĂses. Ă autor de âSete Vidas â LiçÔes para construir seu equilĂbrio pessoal e profissionalâ, pela Editora Saraiva, e coautor de outros quatro livros.
Contatos através do e-mail tomcoelho@tomcoelho.com.br.
Reprodução Autorizada desde que mantida a integridade dos textos, mencionado o autor e o site www.tomcoelho.com.br e comunicada sua utilização através do e-mail talento@tomcoelho.com.br
PROFESSOR X
RECUO NO ENSINO PAULISTA
A tabulação dos resultados da Ășltima rodada de provas do Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de SĂŁo Paulo (Saresp 2010) revela que a educação pĂșblica paulista desceu mais um degrau -no Ășltimo ano da administração JosĂ© Serra (PSDB)- em sua marcha decadente.
O Ășnico nĂvel de ensino em que houve progresso foi o mais bĂĄsico (fundamental 1), e ainda assim modesto. Alunos do quinto ano registraram ligeira melhora na proficiĂȘncia em matemĂĄtica (de 201,4 para 204,6 pontos) e estagnação em 190,4 pontos na avaliação em lĂngua portuguesa.
HĂĄ bem pouco a comemorar. Ainda se contam 20% de alunos com desempenho insuficiente em portuguĂȘs, no ensino fundamental 1, e 29% na mesma situação em matĂ©ria de contas. Nos dois nĂveis subsequentes, ao tĂ©rmino do fundamental 2 e do ensino mĂ©dio, a situação Ă© mais grave e a piora, inequĂvoca.
Os resultados do Saresp sĂŁo usados para computar o Ăndice de Desenvolvimento da Educação de SĂŁo Paulo (Idesp), uma espĂ©cie de nota final que agrega tambĂ©m dados de aprovação, reprovação e abandono. Calculado por escola, o Idesp serve de base para a fixação de metas e, no caso de seu cumprimento, para determinar o valor do bĂŽnus variĂĄvel para os educadores, que pode ultrapassar 2,4 salĂĄrios adicionais por ano.
Diante do fraco desempenho, causa alguma estranheza que a gratificação vĂĄ ser paga para equipes de 3.591 unidades escolares (71% do total). Ă fato que se trata de um nĂșmero menor que o do ano passado (90%), mas ainda assim parece difĂcil de justificar.
O próprio instrumento de avaliação comporta questionamentos. A prova do Saresp é obrigatória, mas não costuma ser levada a sério por muitos alunos, que não enxergam vantagem real nela -nem sequer tomam conhecimento de suas notas individuais.
Nesse sentido, parece boa a ideia aventada pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB) de incluir tais notas na seleção dos aprovados para cursar as trĂȘs universidades estaduais (USP, Unicamp e Unesp).
Editoriais - Fonte: Folha de S.Paulo - 21/03/11.
PROFESSORA PASQUALINA
PRĂMIO JABUTI SOFRE MUDANĂAS
O mais tradicional prĂȘmio da literatura brasileira, o Jabuti, anunciou para sua 53ÂȘ edição as maiores mudanças de sua histĂłria. Em vez de premiar os trĂȘs primeiros colocados em cada categoria, a premiação da CĂąmara Brasileira do Livro (CBL) passa a eleger apenas um vencedor. Apenas o primeiro lugar receberĂĄ uma estatueta e poderĂĄ concorrer aos prĂȘmios mĂĄximos de livro do ano de ficção e nĂŁo-ficção.
O nĂșmero de categorias foi ampliado, passa de 21 para 29. JĂĄ o valor dos prĂȘmios em dinheiro continua o mesmo: o vencedor de cada categoria recebe R$ 3.000, enquanto os dois livros do ano ganham R$ 30 mil cada.
"SĂŁo as mais significativas mudanças da histĂłria do prĂȘmio", declarou Karine Pensa, presidente da CBL, que evitou falar de maneira direta sobre o boicote anunciado pelo Grupo Editorial Record, um dos maiores do Brasil, apĂłs a premiação de 2010 em protesto contra a escolha de "Leite Derramado" (editora Cia. das Letras), de Chico Buarque, como livro do ano de ficção, embora na categoria romance ele tivesse ficado em segundo lugar, atrĂĄs de "Se Eu Fechar os Olhos Agora", de Edney Silvestre, publicado pela Record.
Os protestos da Record resultaram na formação de uma comissĂŁo composta por 12 integrantes do mercado editorial e 20 membros da CBL para repensar o regulamento do Jabuti, chegando ao novo formato anunciado na vĂ©spera do inĂcio das inscriçÔes para a edição de 2011, para a qual podem concorrer obras inĂ©ditas editadas no Brasil entre 1Âș de janeiro e 31 de dezembro de 2010.
O novo regulamento foi apresentado na noite de segunda-feira por Karine Pansa e pelo curador da premiação, JosĂ© Luiz Goldfarb. O presidente do Grupo Record, Sergio Machado, anunciou que desiste do boicote e concorre ao prĂȘmio de 2011.
"Com essas novas regras, Chico Buarque nĂŁo ganharia livro do ano em 2010, certo? Percebo que estava com a razĂŁo. Fui muito criticado por protestar contra o formato do prĂȘmio. Prevaleceu o bom senso. Volto a concorrer", disse Machado, contando que foi convidado pela CBL a fazer parte da comissĂŁo, mas declinou. "Como fui eu quem provocou a discussĂŁo, achei que nĂŁo deveria participar".
Fonte: O Tempo - 23/03/11.
O site
http://www.cbl.org.br/jabuti/telas/o-jabuti/
NĂŁo deixem de enviar suas mensagens atravĂ©s do âFale Conoscoâ do site.
http://www.faculdademental.com.br/fale.php