FM - Faculdade Mental

GERAL

PENSANDO EM FONÃ”MENOS III
13/08/2009 - PENSE!

FENÃ”MENOS POUCO CONHECIDOS III (CÃRCULOS DE GELO)
English:
http://www.timesonline.co.uk/tol/news/uk/article5510022.ece
http://www.dailymail.co.uk/news/article-1114071/Ice-Walker-discovers-10ft-wide-spinning-frozen-arctic-circle-British-waters-time.html
http://www.mondovista.com/mysticise/
CÃrculos de gelo.
Enquanto muitos acreditem que estes cÃrculos perfeitos sejam obra de alguma teoria da conspiraÃ§Ã£o, os cientistas geralmente aceitam que eles sÃ£o formados por turbilhÃµes dÂ´Ã¡gua que giram em um considerÃ¡vel pedaÃ§o de gelo, em um movimento circular. Como resultado desta rotaÃ§Ã£o, outros pedaÃ§os de gelo e objetos gerados pelo desgaste uniforme nas bordas do gelo vÃ£o lentamente formando um cÃrculo.
(ColaboraÃ§Ã£o: Tadeu - Curitiba)
Veja mais fotos:
http://www.mondovista.com/mysticise/
http://www.dailymail.co.uk/news/article-1114071/Ice-Walker-discovers-10ft-wide-spinning-frozen-arctic-circle-British-waters-time.html

EDUCANADÃ
O Centro de EducaÃ§Ã£o Canadense vai promover, em setembro, o evento de intercÃ¢mbio estudantil EduCanadÃ¡, em SÃ£o Paulo, BrasÃlia e Recife. O CanadÃ¡ vai investir 18 milhÃµes de dÃ³lares canadenses em um novo programa de bolsas para estudantes estrangeiros. O programa Futuros LÃderes nas AmÃ©ricas terÃ¡ 1.600 novas bolsas para estudantes da AmÃ©rica Latina e do Caribe.
Mercado Aberto â€“ Guilherme Barros â€“ Fonte: Folha de S.Paulo â€“ 15/08/09.
Centro de EducaÃ§Ã£o Canadense - http://www.studycanada.ca/brazil/
Mais Detalhes â€“ http://www.educanada.com.br/

CONVIVÃŠNCIA NO MUNDO CORPORATIVO
Penso que uma das coisas mais difÃceis nesta nossa breve permanÃªncia aqui, neste estado o qual chamamos vida, Ã© a convivÃªncia. Convivemos com as pessoas que amamos, mas ao mesmo tempo temos de conviver com aquelas que nÃ£o amamos, ou muitas vezes pensamos, odiamos. Convivemos com aquilo que desejamos e desejamos outras convivÃªncias que Ã s vezes procuramos incansavelmente, enquanto simplesmente convivemos. Temos, porque neste mundo nÃ£o se pode viver sozinho. NÃ£o que nÃ£o seja permitido, mas em geral as consequÃªncias sÃ£o desagradÃ¡veis jÃ¡ que plena solidÃ£o nÃ£o costuma trazer benefÃcios.
Para pessoas que jÃ¡ se encontram no mundo corporativo, este mundo dentro do outro mundo em que vivemos, o exercÃcio da convivÃªncia Ã© um esforÃ§o diÃ¡rio que traz todas as consequÃªncias possÃveis. SÃ£o interessantes, intrigantes, felizes, engraÃ§adas, tristes, prazerosas, extremamente excitantes, entre outras tantas que poderiam ser enumeradas num comprido rol, se tomÃ¡ssemos comentÃ¡rios de algumas pessoas deste meio. Aprendemos muito, alÃ©m de ensinarmos tambÃ©m. Deparamo-nos com seres totalmente diferentes de nÃ³s e reciclamos modos e alguns conhecimentos, aprendendo ao mesmo tempo a descartar outros, pois nÃ£o sÃ³ no mundo corporativo, mas fora dele aprendemos e ouvimos, nÃ£o exatamente nesta ordem, muitas coisas que para nada servem. Aprendemos a sermos gentis com a estupidez de muitos, enquanto ensinamos outros com a nossa prÃ³pria. Sim, mesmo porque ninguÃ©m Ã© perfeito. O Ãºnico que era, infelizmente nÃ£o conseguiu ficar muito tempo entre nÃ³s, e eu aqui em meus pensamentos, preces e consideraÃ§Ãµes fico me perguntando, por quÃª. Aprendemos a ter paciÃªncia com a impaciÃªncia de muitos que pela posiÃ§Ã£o, pressÃ£o ou falta de oportunidade de aprender, ou ainda oportunidade demais no momento errado, comeÃ§ou por um nÃvel que somente deveria ser adquirido naquele entÃ£o em que a maturidade lhe desse bagagem suficiente para gerir a posiÃ§Ã£o e o poder. Poder... No mundo corporativo, provavelmente depois do crÃ©dito no final do mÃªs, que pode vir via banco (on-line), cheque, envelope ou mesmo dinheiro colocado assim digamos, diretamente no bolso, este talvez seja um dos mais almejados resultados ou metas. Ã‰ claro que vemos muitos que, uma vez com o poder na mÃ£o e/ou o dinheiro no bolso, perdem completamente ou esquecem tudo aquilo que foi aprendido e serviria para melhorar sensivelmente a convivÃªncia. Bom senso cabe em qualquer lugar. AtÃ© na cabeÃ§a de um imbecil, ainda que ele tenha adquirido este estado de espÃrito por conta da sua posiÃ§Ã£o, fortuna ou simplesmente classificaÃ§Ã£o, ainda que equivocada.
No mundo corporativo cabe, embora muita gente ache que nÃ£o, termos como, â€œpor favorâ€, â€œobrigadoâ€, â€œpois nÃ£oâ€, e outros nÃ£o menos interessantes como â€œbom-diaâ€, â€œboa-tardeâ€ e â€œatÃ© logoâ€ ou â€œtchauâ€. Mesmo que a convivÃªncia seja quase plena, numa jornada de oito, dez ou doze horas, eles ainda devem fazer parte do colÃ³quio nestas pequenas comunidades corporativas que chamamos de empresa.
SÃ£o tantos os aprendizados e as necessidades de reciclagem que fatalmente as dificuldades, surpresas e decepÃ§Ãµes virÃ£o, mas conforme foi comentado no inÃcio conviver Ã©, em minha opiniÃ£o uma das coisas mais difÃceis entre as que nos deparamos na vida. Muitas vezes levamos toda a nossa vida profissional e toda ou parte da nossa pessoal tentando conviver pacificamente com talvez uma das mais verdadeiras â€œnon gratiâ€ atitudes que conhecemos: A falsidade. No mundo corporativo Ã© comum dizer que ela faz parte, embora devesse ser desprezÃvel. Fora, ela quase sempre nÃ£o Ã© estimada. Quase.
Por: Eribaldo Bezerra dos Santos
SÃ£o Paulo, 29 de Julho de 2009

A GENTE VAI LEVANDO
O socorro financeiro do governo Lula, via BNDES, Ã s faculdades particulares Ã© umas daquelas histÃ³rias tÃpicas do "vai levando" brasileiro, em que um erro se sobrepÃµe a outro e um apuro privado vira uma fatura coletiva.
NÃ£o foi a crise mundial que "quebrou" as faculdades. O problema Ã© anterior, causado pelo crescimento desenfreado do setor, inflado por quem nÃ£o tinha fÃ´lego para tanto.
Entre 2004 e 2007, a rede particular ampliou em 482,7 mil o nÃºmero de vagas no vestibular, mas a quantidade de alunos ingressantes no ensino superior aumentou em apenas 167,6 mil. Assim, sem demanda, nÃ£o hÃ¡ negÃ³cio que resista.
O pior Ã© que o sistema engordou, sobretudo, no quarto dos fundos, com instituiÃ§Ãµes de pÃ©ssima qualidade e muitos cursos para carreiras jÃ¡ saturadas -direito, por exemplo.
Por conveniÃªncia polÃtica, o MinistÃ©rio da EducaÃ§Ã£o fechou os olhos para esse crescimento -mesmo sabendo que o ensino mÃ©dio vinha diminuindo de tamanho (9,1 milhÃµes de estudantes em 2004 para 8,2 milhÃµes em 2007, em decorrÃªncia da evasÃ£o escolar e do envelhecimento da populaÃ§Ã£o).
Em vez de impor exigÃªncias prÃ©vias e rÃgidas para garantir a qualidade dos novos cursos nas universidades e tentar direcionÃ¡-los para as Ã¡reas nas quais o mercado de trabalho Ã© carente (engenharia, fÃsica etc.), o governo priorizou as estatÃsticas -situaÃ§Ã£o, vale ressaltar, que ocorre desde FHC.
Claro, enche o peito de qualquer polÃtico poder dizer que mais brasileiros estÃ£o na faculdade e coisa e tal. O duro Ã© fazer isso com responsabilidade. O resultado estÃ¡ aÃ: centenas de instituiÃ§Ãµes com o pires na mÃ£o e milhares de jovens iludidos, com diplomas de baixa serventia.
E a situaÃ§Ã£o nÃ£o deve melhorar: a tal linha de crÃ©dito de R$ 1 bilhÃ£o do BNDES praticamente nÃ£o distingue o ensino sÃ©rio do picareta -instituiÃ§Ãµes que possuam cursos considerados ruins pelo prÃ³prio governo federal tambÃ©m terÃ£o direito de abocanhar uma parte.
RogÃ©rio Gentile â€“ Fonte: Folha de S.Paulo â€“ 10/08/09.

HIROSHIMA FOI UMA â€œVITÃ“RIAâ€ DA CIÃŠNCIA
Eu ia escrever sobre as bombas de lama que caem sobre a populaÃ§Ã£o brasileira, enviadas pelos senadores do mal. Mas, lembrei-me que hÃ¡ cinco dias (64 anos no tÃºnel do tempo), em 6 e 9 de agosto de 1945, os norte-americanos destruÃram Hiroshima e Nagasaki. NinguÃ©m fala mais nisso. Os jornais esqueceram. Por isso, todo ano me repito e escrevo sobre a bomba nessa data, nÃ£o para condenar um dos maiores crimes da humanidade. Mas para lembrar aos que fazem o favor de me ler que o impensÃ¡vel pode acontecer sempre. O horror se moderniza, mas nÃ£o acaba.
Agora, nÃ£o temos mais a Guerra Fria; ficamos com a guerra escaldante do deserto - naÃ§Ãµes islÃ¢micas e nucleares -, a mais perigosa combinaÃ§Ã£o: fanatismo e poder. Vivemos dois campos de batalha sem chÃ£o; de um lado, a mÃ¡quina americana comandada pela lÃ³gica do turvo capitalismo, apesar e alÃ©m de Obama. De outro lado, os homens-bomba multiplicados por mil. E eles amam a morte. Imaginem homens-bomba nucleares... PaquistÃ£o, Ãndia, Israel e, um dia desses, o IrÃ£. Sem falar na Coreia do Norte, RÃºssia e na inveja letal que o grande progresso da China poderÃ¡ provocar no Ocidente americano.
Vivemos hoje na era inaugurada por Hiroshima: um tempo em que o suicÃdio da humanidade virou uma escolha polÃtica e militar. Os computadores do PentÃ¡gono oscilam: valerÃ¡ ou nÃ£o a pena continuarmos atÃ´micos? HÃ¡ poucos meses, no trÃ¡gico perÃodo Bush, jÃ¡ recauchutaram 10 mil bombas "velhas", para que rejuvenesÃ§am e durem mais.
Em Hiroshima, inaugurou-se a "guerra preventiva" de hoje. Enquanto o holocausto dos judeus na Segunda Guerra fecha o sÃ©culo 20, por conta de contradiÃ§Ãµes ainda do sÃ©culo 19, o espetÃ¡culo dantesco de Hiroshima marca o inÃcio da guerra do sÃ©culo 21, continuada na destruiÃ§Ã£o do World Trade Center em 2001.
Auschwitz e Treblinka ainda eram "fornos" da RevoluÃ§Ã£o Industrial, mas Hiroshima inventou a guerra tecnolÃ³gica, virtual, assÃ©ptica. A extinÃ§Ã£o em massa dos japoneses no furacÃ£o de fogo fez em um minuto o trabalho de meses e meses do nazismo.
O que mais impressiona na destruiÃ§Ã£o de Hiroshima Ã© a morte "on delivery", "de pronta entrega", sem trens de gado humano; morte "clean", anglo-saxÃ´nica. A bomba americana foi considerada uma "vitÃ³ria da ciÃªncia". Hiroshima e Nagasaki prefiguram a Guerra do Golfo, AfeganistÃ£o e Iraque 2.
Os nazistas matavam em nome do ideal psicÃ³tico e "estÃ©tico" de "reformar" a humanidade para o milÃªnio ariano. As bombas americanas foram lanÃ§adas em nome da "RazÃ£o". Na luta pela democracia, rasparam da face da terra os "japorongas", seres oblÃquos que , como dizia Truman em seu diÃ¡rio, " sÃ£o animais cruÃ©is, obstinados, traidores". Seres inferiores de olhinho puxado podiam ser fritos como "shitakes".
Enquanto os burocratas alemÃ£es contavam os dentes de ouro e Ã³culos que sobraram nos campos, a bomba A agiu como um detergente, um mata-baratas.
Vale lembrar um detalhe espantoso: o aviÃ£o que largou a bomba A em Hiroshima tinha o nome da mÃ£e do piloto na fuselagem - "Enola Gay". Esse gesto de carinho batizou com fogo 150 mil pessoas. Essa foi a mÃ£e de todas as bombas, parindo um feto do demÃ´nio que exterminou 40 mil crianÃ§as em 15 segundos.
Ainda hoje, Ã© fascinante ver as racionalizaÃ§Ãµes que a AmÃ©rica militar inventou para justificar seu crime nuclear. O presidente Harry Truman, que mandou a bomba, escreveu: "Eu queria nossos garotos de volta ("our kids") e ordenei o ataque para acelerar essa volta". Diziam ainda que Hitler estava perto de conseguir a bomba, o que Ã© mentira.
A destruiÃ§Ã£o de Hiroshima foi "desnecessÃ¡ria" militarmente. O JapÃ£o estava de joelhos, querendo preservar apenas o imperador e a monarquia.
Uma das razÃµes reais era que o presidente e os falcÃµes da Ã©poca queriam testar o brinquedo novo. Truman fala dele como um garoto: "Uau! Ã‰ o mais fantÃ¡stico aparelho de destruiÃ§Ã£o jamais inventado! Uau! No teste, fez uma torre de aÃ§o de 60 metros virar um sorvete quente!...".
AlÃ©m disso, os americanos queriam vingar Pearl Harbor, pela surpresa de fogo, exatamente como o ataque japonÃªs trÃªs anos antes. Queriam tambÃ©m intimidar a UniÃ£o SoviÃ©tica, pois comeÃ§ava a Guerra Fria; alÃ©m, claro, de exibir para o mundo um show "maravilhoso" de som e luz, uma superproduÃ§Ã£o a cores do novo ImpÃ©rio.
O holocausto sujou o nome da Alemanha, mas Hiroshima soa quase como uma vitÃ³ria tecnolÃ³gica "inevitÃ¡vel". Na Ã©poca, a bomba explodiu como um alÃvio e a opiniÃ£o pÃºblica celebrou tontamente. Nesses dias, longe da Ãsia e Europa, sÃ³ havia os papÃ©is brancos caindo como pombas da paz na Quinta Avenida, sobre os beijos de amor e vitÃ³ria. Era o inÃcio de uma era de prosperidade na AmÃ©rica, dos musicais de Hollywood, pois o Eixo do Mal estava derretido. AtÃ© a moda feminina foi influenciada; as mulheres comeÃ§aram a usar um penteado em cogumelo, chamado Bomba AtÃ´mica. Naquele ambiente mundial, nÃ£o havia conceitos disponÃveis para condenar esse crime hediondo. A Ã©poca estava morta para palavras, na vala comum dos detritos humanistas.
A euforia americana avanÃ§a atÃ© 1949, quando a bomba H soviÃ©tica acaba com a festa, instilando a paranoia nacional que vai crescer muito em 1957, quando sobe o "Sputnik", o primeiro satÃ©lite soviÃ©tico, com um "bip bip" que humilhava os americanos - eu estava lÃ¡: parecia um 11 de setembro.
Incrivelmente, o holocausto ainda tinha o desejo sinistro de produzir um "sentido" para a matanÃ§a, um futuro milÃªnio ariano.
Hoje, nÃ£o hÃ¡ mais objetivos ideolÃ³gicos ou "humanos" no comando. No lado ocidental, quem mandam sÃ£o as coisas: a lÃ³gica do petrÃ³leo, a incessante indÃºstria militar, a paranoia anti-terror que a era Bush tanto manipulou.
Mesmo sem um projeto humano no comando supremo, as bombas desejam explodir. Estamos assim: de um lado, interesses do capital; do outro, AlÃ¡. A pulsÃ£o de morte e o desejo de mercado se encontraram finalmente. Quem vai controlar?
Arnaldo Jabor (http://www.arnaldojabor.blogger.com.br/) â€“ Fonte: O Tempo â€“ 11/08/09.