CRIATIVIDADE NO MARKETING XLII
22/10/2008 -
NOSSOS COLUNISTAS
PROPAGANDAS INTELIGENTES XLII (FEIRA ESCANDINAVA 2008)
SĂŁo Paulo vai ser invadida. 29 e 30 de outubro no Esporte Clube Pinheiros.
Saiba mais:
http://www.feiraescandinava.com.br/
PROFESSOR X
OS PROFESSORES E A REGRA DE TRĂS
Ato I. Oitocentos professores no auditĂłrio. Peço que levantem a mĂŁo aqueles que aprenderam a ensinar "regra de trĂȘs" na faculdade de educação. Surpresa! Nem uma sĂł mĂŁo levantada. Ou seja, nĂŁo aprenderam como ensinar a mais Ăștil das ferramentas matemĂĄticas.
Ato II. TrĂȘs mil professores no auditĂłrio. Falo com eles sobre a importĂąncia de receberem material didĂĄtico bem detalhado, de forma a melhorar suas aulas e facilitar sua vida. Sou aplaudido de pĂ©. Choram de decepção, ou de raiva, os fundamentalistas antilivros presentes ao evento. Para eles, o professor precisa inventar sua aula em vez de usar o bom material existente.
Ato III. Eu em conversa com algumas professoras. Como elas nĂŁo aprenderam na faculdade a dar aula, admitem que seus alunos servem de cobaias, enquanto elas aprendem â processo que pode durar atĂ© cinco anos. Ă como se num curso de cirurgia os alunos estudassem apenas a psicogĂȘnese do ato cirĂșrgico. Ao se formarem, teriam de inventar maneiras de operar seus pacientes, jĂĄ que nĂŁo as haviam aprendido no curso. Pouco a pouco, aumentaria o nĂșmero de sobreviventes entre seus pacientes.
Os exemplos acima nĂŁo tĂȘm foros de evidĂȘncia cientĂfica. Contudo, refletem a direção tomada pelos cursos que formam nossos professores. Alguns diretores de escolas pĂșblicas falam com nostalgia do velho curso Normal, no qual se aprendia a dar aula. Foi substituĂdo por faculdades de Educação, para formar orientadores nas escolas, e pelos Institutos Normais Superiores, para formar os professores de sala de aula. Mas essas Ășltimas instituiçÔes nĂŁo eram do agrado dos gurus da nossa pedagogia. Usando seus potentes decibĂ©is, conseguiram o seu bloqueio pelo MEC.
O resultado Ă© trĂĄgico. Hoje sĂŁo formados nas faculdades de Educação nĂŁo apenas os orientadores, mas a esmagadora maioria dos que vĂŁo ser professores de sala de aula. Nessas faculdades eles ouvem falar dos livros de muitos autores, vivos e defuntos, nenhum dos quais ensina a dar aula. Em compensação, estudam as mais exaltadas teorias, tais como a luta de classes, a exploração do homem pelo homem, o imperialismo cultural, os intelectuais orgĂąnicos e a psicogĂȘnese do conhecimento. Ă como se a inclusĂŁo de algum fragmento de sapiĂȘncia fosse condicionada a nĂŁo ter nenhuma aplicabilidade na sala de aula. Piaget nĂŁo ensina a alfabetizar. Portanto, isso nĂŁo se aprende nessas faculdades. Resultado: os professores se sentem perdidos diante dos seus alunos.
O educador chileno Ernesto Schiefelbein diz que um mĂ©dico pode abrir um livro de cirurgia e ficar sabendo dos procedimentos aconselhados para uma apendectomia. Um educador deveria ter tambĂ©m um livro que pudesse consultar quando quisesse saber como ensinar a regra de trĂȘs. SĂł que hĂĄ resistĂȘncia a livros tĂŁo especĂficos. Para nossos gurus, Ă© errado explicitar como se ensinam tais detalhes, embora haja ampla pesquisa mostrando que isso dĂĄ bons resultados.
Entalado na controvĂ©rsia estĂĄ o construtivismo, uma formulação teĂłrica acerca da epistemologia do aprendizado. Aceitemos ou nĂŁo as suas formulaçÔes, elas nada dizem sobre como os livros devem ser nem como usĂĄ-los. A subsecretĂĄria de Educação da cidade de Nova York Ă© construtivista ferrenha e confessa. E insiste nos materiais escritos que especificam, nos mĂnimos detalhes, como conduzir a sala de aula. No Brasil, dizem-se construtivistas os gurus furiosos contra livros detalhados. Ou seja, o uso do livro nada tem a ver com o construtivismo. Mas tem muito a ver com o bom aprendizado. A receita Ă© simples, precisamos de livros detalhados, em mĂŁos de professores que aprenderam a usĂĄ-los e a dar aula. Assim se faz no mundo inteiro.
O resultado de nĂŁo preparar professores para dar aula e fazer campanha contra livros Ă© que nem a metade dos alunos da 4ÂȘ sĂ©rie Ă© funcionalmente alfabetizada (todos deveriam saber ler ao final da 1ÂȘ sĂ©rie). O Pisa (uma prova internacional de aproveitamento escolar) nos mostrou que 23% dos nossos alunos nem sequer atingem o nĂvel 1, o mais baixo. No total, 86% estĂŁo abaixo do mĂnimo esperado. A lĂłgica Ă© inapelĂĄvel: como os professores nĂŁo aprenderam a ensinar, os alunos nĂŁo aprendem o que deveriam aprender.
Claudio de Moura Castro - Fonte: Veja - Edição 2083.
PROFESSORA PASQUALINA
LIVROS PARA SE LER (BAIXAR DA INTERNET)
TĂtulo: O Alienista
Autor: Machado de Assis
Categoria: Literatura
Idioma: PortuguĂȘs
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=2027
(Colaboração: A.M.B.)
FORMAĂĂO DE PROFESSORES Ă PONTO CRĂTICO
A rede pĂșblica de ensino tem, Ă© claro, diversas deficiĂȘncias de infra-estrutura e de gestĂŁo, mas o ponto crĂtico nos municĂpios com os piores resultados no Ăndice de Desenvolvimento da Educação BĂĄsica (Ideb) Ă© a mĂĄ formação dos professores, como informa a Folha, levando em consideração relatĂłrios de tĂ©cnicos do MinistĂ©rio da Educação. Em Araci, no interior da Bahia, a secretaria de Educação diz que âfalta desejar fazer um trabalho diferente na sala de aulaâ, mas o prĂłprio municĂpio nĂŁo exige nem sequer curso superior para o concurso de professor.
Fonte: O Filtro (www.ofiltro.com.br) - 22/10/08.
FOCO NO PROFESSOR
RelatĂłrio do MinistĂ©rio da Educação aponta que a formação precĂĄria de professores Ă© crĂtica nos municĂpios com os piores indicadores educacionais do paĂs. Para os educadores, esse problema Ă© mais importante do que deficiĂȘncias de infra-estrutura e de gestĂŁo nas cidades com baixo desempenho.
Registre-se, entretanto, que a presença de professores sem qualificação especĂfica, ou com cursos concluĂdos em ĂĄrea diferente daquela em que lecionam, ocorre tambĂ©m em regiĂ”es mais desenvolvidas, como o Estado de SĂŁo Paulo.
Um novo programa do MEC prevĂȘ recursos de atĂ© R$ 1 bilhĂŁo em 2009 para financiar a graduação e a especialização de professores da educação bĂĄsica. Parte do dinheiro seria destinada a instituiçÔes superiores federais, estaduais e municipais, para custear a abertura de novas vagas. Parte se destinaria ao pagamento de bolsas para que docentes do ensino bĂĄsico se especializem.
Entre as modalidades em estudo pelo programa federal estĂĄ o ensino a distĂąncia, com a utilização da UAB (Universidade Aberta do Brasil), que articula na esfera federal programas em instituiçÔes pĂșblicas. Nesse particular, vai ao encontro de outra iniciativa, na esfera paulista. Trata-se da Univesp (Universidade Virtual do Estado de SĂŁo Paulo), que prevĂȘ oferecer 6.600 vagas para ampliar a formação de professores em 2009, com o concurso das universidades estaduais.
Bem-vindas, tais iniciativas no entanto nĂŁo produzirĂŁo resultado imediato. Resta esperar que consigam ser financiadas num ambiente menos promissor para as contas pĂșblicas. O carĂĄter estratĂ©gico desses projetos justifica o corte de verbas em outras ĂĄreas, a fim de que possam ser acomodados nos orçamentos.
Editoriais - Fonte: Folha de S.Paulo - 25/10/08.
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