PENSANDO EM CORAGEM
13/02/2010 -
PENSE!
WORLD PRESS PHOTO OF THE YEAR 2009
World Press Photo:
http://www.worldpressphoto.org/
Foto: Mulher num terraço de Teerã grita em protesto contra a reeleição supostamente fraudulenta do conservador Ahmadinejad.
O fotĂłgrafo italiano Pietro Masturzo, 29, gastou as magras economias para ir ao IrĂŁ por conta prĂłpria com a ideia de registrar o agitado clima social que antecedeu a eleição presidencial de 12 de junho. NĂŁo bastasse a falta de recursos e estrutura, Masturzo passou trĂȘs dias na cadeia por fotografar marchas oposicionistas. Temendo ser novamente preso, passou a trabalhar escondido.
Uma das imagens lhe rendeu ontem o principal prĂȘmio internacional de fotografia. A World Press Photo, ONG com sede em AmsterdĂŁ, Holanda, atribuiu o principal prĂȘmio de 2009 a uma imagem que captura a coragem de uma mulher no terraço de um prĂ©dio residencial de TeerĂŁ gritando "Allah Akbar" (Deus Ă© o maior) -frase que se tornou sĂmbolo da revolta contra a reeleição supostamente fraudulenta do conservador Mahmoud Ahmadinejad. HĂĄ duas outras mulheres no terraço, nenhuma delas identificada. As trĂȘs aparentam ser jovens e usam vĂ©us escuros.
A foto foi tirada na madrugada de 24 de junho, apĂłs mais um dia de repressĂŁo policial aos protestos oposicionistas. Masturzo estava hospedado na casa de amigos quando começou a ouvir os gritos. Pediu que traduzissem o que a mulher dizia, pegou a cĂąmara e flagrou a cena, que nĂŁo foi reproduzida por nenhum grande jornal. Segundo o jĂșri, a imagem registrada, "alĂ©m de ser bela, capta a tensĂŁo e a emoção do momento em que os protestos começaram a intensificar-se".
O fotĂłgrafo italiano se disse surpreso por ter levado a melhor sobre colegas das grandes agĂȘncias de fotografia. "Nunca pensei que fosse possĂvel um freelancer ganhar o prĂȘmio mĂĄximo", disse Masturzo Ă agĂȘncia Associated Press. "Espero agora poder viver do meu trabalho."
O italiano, que venceu tambĂ©m na categoria "Pessoas nas NotĂcias - Reportagem" com uma sĂ©rie de imagens sobre as eleiçÔes no IrĂŁ, receberĂĄ o prĂȘmio de 10 mil em cerimĂŽnia em AmsterdĂŁ no dia 2 de maio. O jĂșri da World Press Photo, que passou duas semanas analisando 101.960 imagens captadas por 5.847 profissionais de 128 paĂses, distinguiu este ano 63 fotĂłgrafos de 23 paĂses.
Entre os vencedores estå o brasileiro Daniel Kfouri, terceiro colocado na categoria Esportes graças à foto do skatista brasileiro Bob Burnquist, que foi feita em setembro, no Anhembi em São Paulo.
Fonte: Folha de S.Paulo - 13/02/10.
World Press Photo:
http://www.worldpressphoto.org/
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(COLABORAĂĂO: PROFESSORA ADRIANA FILETO)
PARA REFLETIR...
"Perguntaram a um coronel do BOPE (PolĂcia de Elite do RJ), se ele perdoaria os traficantes que derrubaram o helicĂłptero da PM, matando 3 policiais.
A resposta:
"Eu creio que a tarefa de perdoĂĄ-los cabe a DEUS. A nossa tarefa Ă© de simplesmente PROMOVER o ENCONTRO"
(Colaboração: Markão)
REPENSAR O FUTURO
A "Economist" destacou na manchete on-line que o "Big Oil", as grandes companhias de petrĂłleo, "estĂĄ sendo forçado a repensar seu futuro". A Shell divulgou ontem resultados desastrosos em 2009. Sem "reservas sustentĂĄveis", jĂĄ havia anunciado no dia anterior o investimento bilionĂĄrio no "etanol de cana-de-açĂșcar" do Brasil. Outras buscam alternativas em gĂĄs. Em suma, no tĂtulo, "Para alĂ©m daquela coisa preta", o petrĂłleo.
Toda MĂdia (http://www.todamidia.folha.blog.uol.com.br ) - Nelson de SĂĄ - Fonte: Folha de S.Paulo - 05/02/10.
MatĂ©ria original em inglĂȘs:
http://www.economist.com/businessfinance/displayStory.cfm?story_id=15473681&source=features_box_main
TROTE PODE SER TRADICIONAL OU AĂĂO SOLIDĂRIA
Se a lista de aprovados no vestibular trouxe uma boa notĂcia, agora Ă© hora de separar a blusa mais velhinha, a calça jeans mais surrada e se preparar para a maratona de brincadeiras que esperam bixos e bixetes. O trote estĂĄ aĂ.
Nesta semana, calouros de universidades como USP, Insper, Unicamp, Mackenzie e PUC-SP vĂŁo, de alguma forma, passar por esse momento.
No Mackenzie, o trote serĂĄ solidĂĄrio. Hoje, haverĂĄ doaçÔes de ĂĄgua e biscoito para as vĂtimas das enchentes, doação de sangue e cadastro para ser doador de medula Ăłssea. No Insper, a semana tem palestras, gincana e aula magna. Na PUC, em paralelo Ă programação elaborada pela universidade, os veteranos promovem fora dos campi as brincadeiras mais tradicionais do trote (leia mais sobre o trote solidĂĄrio na pĂĄg. 4).
Por tradicional, entende-se calouros pintados pedindo dinheiro no sinal, cabeças raspadas, festa e brincadeiras.
Ă isso o que espera os calouros de USP e Unicamp hoje. Veteranos dessas universidades costumam se antecipar ao inĂcio das aulas e recebem os novos colegas com trote jĂĄ na matrĂcula, que começou ontem.
Bruno Cesar Burin, 20, diz que estĂĄ ansioso. A brincadeira jĂĄ começou. No dia em que soube que tinha passado para engenharia quĂmica na USP, correu para comemorar no cursinho onde estudou. LĂĄ foi pintado e teve a cabeça parcialmente raspada. "JĂĄ estĂĄ faltando metade do cabelo."
A ansiedade, conta Bruno, tem motivo. Ele fez trĂȘs anos de prĂ©-vestibular, chegou a passar para o mesmo curso na UFSCar (federal de SĂŁo Carlos), estudou lĂĄ durante um mĂȘs e desistiu para correr atrĂĄs de seu sonho, a Poli. "Vou adorar voltar para casa de ĂŽnibus, sujo de tinta. Os vizinhos vĂŁo ver que todo o meu esforço valeu a pena."
O momento pelo qual Bruno vai passar Ă© Ășnico e socialmente importante, afirma AntĂŽnio Zuin, professor do departamento de educação da UFSCar e autor do livro "O Trote na Universidade: Passagens de um Rito de Iniciação". "Ele [o momento] marca a passagem da fase da constituição da adolescĂȘncia para a fase adulta", diz.
Mas, para quem nĂŁo tem a disposição de Bruno, Oswaldo Crivello JĂșnior, coordenador do grupo prĂł-calouro da USP, deixa o recado: ninguĂ©m Ă© obrigado a participar e, caso sinta que estĂĄ sofrendo algum abuso, deve procurar a universidade. O nĂșmero do disque-trote da USP Ă© 0800-0121090, e o serviço jĂĄ estĂĄ funcionando.
"Venham sem medo e aproveitem este momento de festa", diz Crivello JĂșnior.
PatrĂcia Gomes - Fonte: Folha de S.Paulo - 09/02/10.
ARTISTAS PROTEGEM CALOUROS DE EXCESSO NA PUC
Quanto vale um bixo em dia de trote? Na PUC-SP, calouros em apuros valem uma mĂĄgica, uma poesia, um truque de ilusionismo.
Como anjos da guarda, um grupo de dez artistas formado por palhaços, mĂșsicos, bailarinos e ilusionistas se infiltram entre os alunos durante o trote, identificam calouros em potenciais situaçÔes de risco e, na base da brincadeira, ajudam o aluno a escapar de seu veterano.
"A gente perguntou: "Se eu fizer uma mĂĄgica e vocĂȘ gostar, vocĂȘ me dĂĄ o seu bixo?'", conta o mĂĄgico Ricardo Malerbi, sobre a forma como conseguiu liberar um calouro visivelmente embriagado cercado por veteranos no trote do ano passado.
Malerbi participou da primeira edição da brincadeira, hĂĄ dois anos. "O objetivo era reduzir os danos do trote violento. A universidade podia usar a força da polĂcia, mas achou por bem que essa intervenção fosse de forma lĂșdica", diz.
Para alunos que parecem ter bebido além da conta, os artistas propÔem trocar uma latinha de cerveja por um copo d'ågua. Oferecem ainda barrinha de cereal e doce.
"Os alunos ficam em situação deploråvel. Beberam em excesso, passaram o dia sem comer, debaixo do sol, no farol. Nós vamos lå ajudar", diz Anelise Mayumi, que faz parte da coordenação da ação deste ano. Para esta edição, a PUC contratou dez artistas, incluindo Anelise.
Infiltrados entre calouros e veteranos e devidamente paramentados como artistas -roupas, adereços, maquiagem-, eles seguem em busca de quem precisa de ajuda. O alvo principal sĂŁo pequenas aglomeraçÔes. Nelas, os calouros podem estar em situação de desvantagem. "Quando estĂŁo de um para um, eles [os calouros] tĂȘm mais facilidade de se defender. Identificada a roda, os artistas partem para a ação.", diz Anelise
Ă nessa hora que o trabalho deles vira moeda de troca.
No ano passado, até na orientação do trùnsito eles ajudaram. "A rua da PUC fica tomada por jovens, mas os carros continuam passando", conta Mayumi. Então, para evitar acidentes, os palhaços, cantando e dançando, ajudavam a abrir caminhos no meio da multidão.
Jå é o terceiro ano que a PUC usa essa estratégia.
Fonte: Folha de S.Paulo - 09/02/10.
BOAS-VINDAS - FACULDADES PROPĂEM TROCAR O TROTE PELA RECEPĂĂO A CALOUROS
Em vez de litros de tinta guache, quilos de alimento nĂŁo perecĂvel; no lugar de um churrasco regado a cerveja, uma palestra com alguĂ©m renomado no mercado; melhor do que um dia inteiro pedindo dinheiro no sinal para organizar uma festa, uma arrecadação para uma entidade de apoio social.
Para tentar coibir a pråtica de trotes violentos na chegada dos novos alunos, as universidades institucionalizaram a recepção dos calouros, organizando as atividades de boas-vindas e oferecendo, além de palestras sobre a instituição, a oportunidade de alunos participarem de campanhas sociais.
A Fundação Educar DPaschoal confere o prĂȘmio Trote da Cidadania Ă s melhores iniciativas e dĂĄ ideias de como organizar um evento de recepção solidĂĄria no site www.troteda cidadania.org.br. Nesse espĂrito, a Fiap promove uma arrecadação de alimentos, que vai beneficiar 12 instituiçÔes beneficentes. Apenas no primeiro dia, foram reunidos 872 quilos de mantimentos.
A estratégia da ESPM-SP para desestimular o trote é combinar brincadeiras, como futebol de sabão e campeonato de truco, com açÔes solidårias, como a entrega de material didåtico à Fundação Gol de Letra.
Apesar da preocupação da ESPM, um incidente envolvendo dois calouros na semana passada foi registrado nas imediaçÔes da escola -um deles ficou ferido depois de uma briga e foi parar no hospital. A instituição afastou o agressor das atividades acadĂȘmicas e levou o caso ao seu Conselho AcadĂȘmico, que apura os fatos.
Em SĂŁo Paulo, uma lei de 1999 proĂbe o trote violento e obriga instituiçÔes a tomarem as medidas cabĂveis quando isso ocorrer. A lei surgiu apĂłs a morte de Edson Hsueh, calouro de medicina da USP, que se afogou na piscina numa festa.
Segundo Antonio Zuin, professor da UFSCar que estudou o trote e publicou um livro a respeito, o ocorrido marca um divisor de åguas na forma como a instituição lida com o trote.
Na USP, a partir de 1999 as denĂșncias de agressĂŁo podem ser feitas pelo disque-trote, um serviço que fica disponĂvel ao aluno das 9h Ă s 21h por quatro semanas. Segundo Oswaldo Crivello JĂșnior, coordenador do grupo prĂł-calouro da USP, o nĂșmero de queixas tem diminuĂdo ao longo dos anos. "No inĂcio, nĂŁo havia a organização da instituição. SĂł os veteranos cuidavam disso [de receber os alunos novos]", diz o professor.
Fonte: Folha de S.Paulo - 09/02/10.
ERRAR Ă PARTE DA BUSCA PELA VERDADE
Muitos analistas de polĂtica americana vĂȘm condenando o governo de Barack Obama, que completou um ano, a um prematuro e retumbante fracasso. Este nĂŁo Ă© o espaço para discutir a procedĂȘncia de tais vaticĂnios.
Mas Obama merece crĂ©dito ao menos por ter adotado atitude rara em pessoas pĂșblicas, polĂticos e jornalistas em particular: a capacidade de admitir seus prĂłprios erros.
Em pelo menos trĂȘs ocasiĂ”es, duas delas em entrevistas a veĂculos de comunicação, disse, com poucos rodeios, que ou ele ou sua administração (por cujo comportamento assume responsabilidade final, outro comportamento cada vez mais incomum entre governantes) cometeram equĂvocos.
Para efeito de comparação com um de seus predecessores, Richard Nixon sĂł aceitou em pĂșblico inĂșmeros e trĂĄgicos desacertos anos apĂłs ter deixado o poder, e por conta do magnĂfico trabalho de um jornalista, registrado no filme indicado ao fim deste texto.
Nestes quase dois anos no exercĂcio da função de ombudsman, observo a enorme relutĂąncia por parte de muitos colegas em aceitar que erraram, mesmo quando Ă© impossĂvel negĂĄ-lo. A Folha historicamente tem sido o veĂculo de renome brasileiro mais aberto a publicar correçÔes. A seção "Erramos", em sua forma atual, completa 19 anos no prĂłximo dia 17.
Uma tese de mestrado em comunicação foi escrita sobre ela em 1998 por Mirna Feitoza Pereira. A conclusĂŁo Ă© que "o erro faz parte da busca pela verdade. Ă sĂł a partir de sua descoberta que Ă© possĂvel elaborar uma representação mais fiel e completa do objeto. Verdade e erro constituem-se em representaçÔes complementares, capazes de diminuir a fenda que hĂĄ entre a realidade e a sua representação".
Esta Ă© uma das razĂ”es por que Ă© tĂŁo importante reconhecer os erros num jornal. Proceder assim diminui a possibilidade de repeti-los, ajuda-o a aperfeiçoar o trabalho futuro, oferece ao leitor uma visĂŁo mais aproximada dos fatos relatados e da maneira como seu relato Ă© construĂdo.
AlĂ©m disso, como ressalta o "Manual da Redação", essa disposição de reforçar seus prĂłprios erros revela o esforço institucional de ser transparente com o leitor, essencial para o estabelecimento de vĂnculo de confiança.
Ă uma pena que com frequĂȘncia a determinação do "Manual" ("A Folha retifica, sem eufemismos, os erros que comete; a retificação deve ser publicada assim que a falha for constatada") nĂŁo seja cumprida.
As atribulaçÔes do cotidiano de produção do jornal diårio, muito bem descritas no livro abaixo recomendado, explicam não só por que tantos erros ocorrem, mas também por que as correçÔes às vezes atrasam. Mas não justificam nem uma coisa nem outra.
Ă indispensĂĄvel empenho cada vez maior para diminuir o nĂșmero de erros e para registrĂĄ-los para o leitor de modo lĂmpido e rĂĄpido quando nĂŁo forem evitados.
Carlos Eduardo Lins da Silva - Fonte: Folha de S.Paulo - 07/02/10.
NĂŁo deixem de enviar suas mensagens atravĂ©s do âFale Conoscoâ do site.
http://www.faculdademental.com.br/fale.php