VIVENDO Ă BEIRA DE UM PRECIPĂCIO
29/04/2010 -
MARILENE CAROLINA
OBRAS DE ARTE DA ENGENHARIA E ARQUITETURA
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A foto acima Ă© da cidade de Cuenca na Espanha.
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(Colaboração: Jenny Squaiella - SP)
DAMASCO Ă O DESTINO
A capital da SĂria merece uma visita: Damasco se transformou em um dos destinos favoritos de quem viaja porque gosta de se surpreender. Bela, antiquĂssima, a cidade tem uma juventude vibrante e, ao mesmo tempo, contĂ©m parte da histĂłria do mundo. Oprimida ao longo dos sĂ©culos pelo ImpĂ©rio Otomano, depois pelo domĂnio francĂȘs (atĂ© o fim da Segunda Guerra) e entĂŁo por uma sĂ©rie de governos autoritĂĄrios, Damasco agora floresce. E a memĂłria da cultura ĂĄrabe, renovada, pode ser vista e sentida nas ruas, a cĂ©u aberto.
Fonte: Tam nas Nuvens - Ano 3 - NĂșmero 28 - Abril 2010.
Mais detalhes:
http://www.oldamascus.com/home.htm
HUMOR - PESSOAS QUE TĂM DEPRESSĂO CONSOMEM MAIS CHOCOLATE
Pacientes com depressão consomem mais chocolate do que aqueles que não sofrem da doença. Isso é o que mostra uma pesquisa da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, que avaliou a relação entre chocolate e humor em 931 voluntårios.
Os participantes relataram a quantidade de chocolate que ingeriam por semana e tambĂ©m completaram questionĂĄrios de frequĂȘncia alimentar sobre a dieta em geral. Todos foram submetidos a testes de depressĂŁo.
Aqueles que preencheram os critĂ©rios para a doença consumiram em mĂ©dia 8,4 porçÔes de chocolate por mĂȘs. Entre os demais, o consumo ficou em torno de 5,4 porçÔes mensais. Naqueles em que os exames sugeriram uma depressĂŁo grave, o consumo foi ainda maior: 11,8 porçÔes. No estudo, cada porção representou, aproximadamente, 30 gramas.
Os resultados foram similares entre homens e mulheres. Também não houve diferença no consumo de chocolate amargo ou ao leite nem na ingestão de outros alimentos ricos em antioxidantes, como café e frutas.
Para os autores, um dos motivos do maior consumo de chocolate Ă© o impacto positivo do alimento no humor, apontado por vĂĄrios estudos. Segundo os cientistas, a pesquisa confirma antigas suspeitas de que comer chocolate Ă© algo que as pessoas fazem quando se sentem mal. Mas, eles dizem, nĂŁo Ă© possĂvel saber se o chocolate aumentou ou diminuiu os sintomas da depressĂŁo. Os resultados da pesquisa foram publicados no "Jama".
Fonte: Folha de S.Paulo - 27/04/10.
AS CRIANĂAS E O FUTURO
Foi sĂł a partir dos dois Ășltimos sĂ©culos que as crianças que nĂŁo pertenciam a famĂlias abastadas ganharam o direito Ă infĂąncia. Esse Ă© um dos frutos do desenvolvimento econĂŽmico, que permitiu Ă s famĂlias criar seus filhos sem ter de forçå-los a trabalhar desde cedo para ajudar no sustento da casa.
Mas tal conquista impÔe que o tempo das meninas e dos meninos seja bem utilizado. E essa não é uma tarefa de menor importùncia.
Ao contrĂĄrio: homens e mulheres sĂŁos abominam a ociosidade, pois sabem que ela deforma o carĂĄter.
No caso daqueles que ainda estĂŁo na primeira juventude, entĂŁo, os efeitos da indolĂȘncia tendem a ser lastimĂĄveis.
DelinquĂȘncia, abuso de drogas e baixo nĂvel de instrução sĂŁo em geral o destino de crianças que tĂȘm comida e teto, mas nĂŁo recebem de seus pais formação, educação e bons exemplos. A importĂąncia do combate Ă ociosidade na juventude nasce do desejo que todos tĂȘm de que seus filhos sejam na vida exemplos de virtude, nĂŁo de vĂcios.
Os filhos de famĂlias de classe mĂ©dia, em sua maioria, saem dos colĂ©gios direto para aulas de lĂnguas, de informĂĄtica, de artes e de esportes.
Mas tal ainda não se då, infelizmente, com os filhos das pessoas mais pobres. Por falta de condiçÔes econÎmicas e/ou de conhecimento sobre a melhor maneira de educar suas crianças, pais das classes sociais desfavorecidas acabam por negligenciar estes cuidados, o que contribui para perpetuar em seus descendentes as algemas da exclusão.
Penso que para superar tal problema precisamos implantar, em carĂĄter maciço e continuado, polĂticas pĂșblicas que deem a todas as crianças as mesmas oportunidades.
Ă de responsabilidade do Estado, em especial no Ăąmbito dos municĂpios, implementar açÔes que façam do tempo livre dos pequenos um tempo Ăștil. Mais escolas em perĂodo integral, conjugadas a atividades extracurriculares estimulantes, tirariam das ruas muitos jovens carentes.
E mais: programas estruturados e conduzidos sob o compromisso de se tratar a criança como prioridade da nação, proporcionarĂŁo, como resultado adicional, a identificação precoce de talentos, que tantas vezes se perdem pela falta de oportunidades, para as artes, para as ciĂȘncias e para os esportes.
Jovens talentosos tĂȘm o direito de, na hora certa, receber amparo social e financeiro para que possam desenvolver o potencial que trazem dentro de si. As crianças merecem o mĂĄximo que se lhes possa dar no presente, para que tenham esperança e acreditem no futuro, atĂ© porque elas prĂłprias sĂŁo o que chamamos futuro.
EmĂlio Odebrecht (http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u468028.shtml) - Fonte: Folha de S.Paulo - 25/04/10.
ECA-TIQUETA
Minhas amigas cariocas nĂŁo sabem o que Ă© pior: meus hĂĄbitos alimentares ou minha higiene depois de comer. Suas sobrancelhas saltam se uso as mĂŁos para consumir um galeto ou um sushi desmoronando no shoyu ou -eca!- se uso palito. EntĂŁo, eis minha defesa para o que consideram minha falta de boas maneiras Ă mesa.
Se palitar os dentes em pĂșblico Ă© gafe, por que hĂĄ paliteiros nas mesas dos restaurantes, e nĂŁo nos banheiros, lugar de fio dental e enxaguatĂłrio bucal?
Mulheres brasileiras treinam os maridos para não usar o palito dando um psiu ou um pito se eles esticam o braço para pegar um. Algumas não deixam o marido palitar nem que ele cubra o ato com a mão em concha. Minha patroa piauiense tolera que eu use um palito desde que não mastigue a metade que não estå pendurada para fora da boca. Ninguém é perfeito.
Assim como paliteiros convidam a palitar, pias de porcelana ao lado do balcĂŁo de botecos no Rio que servem galeto convidam a traçå-lo com as mĂŁos. A maioria dos cariocas opta por talheres porque foi ensinada a nĂŁo tocar no que come. Um guardanapo separa suas mĂŁos atĂ© de um sanduĂche.
Os que convido para comer costeleta de porco coberta de molho barbecue tĂȘm de usar as mĂŁos porque nĂŁo ponho talheres na mesa. NĂłs, americanos, comemos costeletas como nossos antepassados da caverna porque sĂł um cirurgiĂŁo poderia separar a carne do osso e porque, como carnĂvoros, isso estĂĄ em nosso DNA.
Os convidados esperam pela minha primeira mordida ancestral na costeleta, assentada sobre todos os dez dedos, antes de seguir meu exemplo. Os homens encaram o desafio. As mulheres procuram coragem para enfrentĂĄ-lo.
A filha de seis anos de amigos que convidamos para jantar costeletas levantou os dedos engordurados de molho e exultou: "Sou americana!". Depois, como eu, lambeu o molho dos dedos enquanto os pais, que preferiram usar guardanapos, olhavam incrédulos.
Para os americanos, chupar dedos engordurados Ă© quase tĂŁo satisfatĂłrio quanto sexo. SĂł nĂŁo faço isso em restaurante japonĂȘs. Depois de comer sushi, peço uma toalha quente. Por quĂȘ? Uso a mĂŁo para salvar um sushi desmoronando no shoyu porque Ă© impossĂvel pescĂĄ-lo com os pauzinhos. Para um ianque, esse resgate feito Ă mĂŁo Ă© tĂŁo natural quanto empurrar arroz para cima do garfo. E qual seria a opção? DeixĂĄ-lo lĂĄ como uma baleia encalhada e pedir uma nova tigela? "Ă!", minhas amigas dizem.
Uma delas me disse que etiqueta significa "pequena Ă©tica". Mas "etiqueta" vem da palavra francesa para "tĂquete", um convite para obedecer aos cĂłdigos sociais. E eu costumo recusar o convite porque ninguĂ©m espera que americanos tenham bons modos. Pergunte aos britĂąnicos.
Ă mesa, polidez depende da pĂĄtria. Muitos japoneses usam as mĂŁos para comer sushi, um fast food inventado para ser comido assim. E chineses chiques que saem para jantar fazem barulho ao tomar sopa. Os franceses saboreiam "foie gras" com garfinhos. EntĂŁo, os brasileiros cometem uma gafe porque passam na torrada? Talvez. Mas quem sou eu para ensinar boas maneiras Ă mesa?
Outras Ideias - Michael Kepp, jornalista norte-americano radicado hå 27 anos no Brasil, é autor do livro de crÎnicas "Sonhando com Sotaque - ConfissÔes e Desabafos de um Gringo Brasileiro" (ed. Record) - www.michaelkepp.com.br - Fonte: Folha de S.Paulo - 29/04/10.
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