PENSANDO NO TRABALHO
31/08/2013 -
PENSE!
âSALAS DE TĂDIOâ
English:
Nytimes/boredom-room
Sony â
http://www.sony.com.br/
Facebook/SonyBrasil
Osaka University â
Osaka-u.ac
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Funcionårios japoneses são mantidos em 'salas do tédio'. Lei trabalhista impede que profissionais sem função sejam demitidos.
Shusaku Tani, 51, Ă© funcionĂĄrio na fĂĄbrica da Sony em Tagajo (JapĂŁo), mas na realidade nĂŁo trabalha.
HĂĄ mais de dois anos, ele vai a uma pequena sala, ocupa seu lugar e passa o tempo lendo jornais, navegando na web e estudando manuais de engenharia que havia guardado na Ă©poca de faculdade. No fim de cada dia, apresenta um relatĂłrio de atividades.
A Sony, que o emprega hĂĄ 32 anos, o confinou nessa sala porque nĂŁo tem como se livrar dele. A empresa fechou sua vaga de trabalho, mas Tani se recusou a aceitar a aposentadoria antecipada que lhe foi oferecida --o que Ă© seu direito de acordo com as leis trabalhistas do JapĂŁo.
"NĂŁo vou deixar o emprego", diz Tani. "Companhias nĂŁo deveriam agir assim. Ă desumano."
Casos como o de Tani são exemplos de uma batalha cada vez mais intensa sobre as pråticas de contratação e demissão do Japão, onde o emprego perpétuo por muito tempo foi a norma.
A Sony deseja mudar esse cenĂĄrio. O primeiro-ministro Shinzo Abe tambĂ©m; ele quer afrouxar as rĂgidas regras para demissĂŁo de funcionĂĄrios de tempo integral.
Os crĂticos de mudanças nas normas trabalhistas afirmam que existe algo de importante em jogo.
Alertam que tornar as demissĂ”es mais fĂĄceis pode destruir o tecido social japonĂȘs em nome de propiciar mais lucros Ă s empresas, o que causaria desemprego em massa e uma elevação na disparidade de renda.
Para um paĂs que sempre se orgulhou de sua estabilidade e de sua distribuição de renda relativamente justa, uma mudança como essa seria inaceitĂĄvel.
"NĂŁo Ă© esse o tipo de paĂs que o JapĂŁo procura ser", disse Takaaki Matsuda, que comanda a divisĂŁo do sindicato da Sony em Sendai.
Seria uma mudança radical. A combinação de emprego perpĂ©tuo, salĂĄrio definido por senioridade e intensa lealdade da força de trabalho recebeu crĂ©dito pelo milagre econĂŽmico do pĂłs-guerra no JapĂŁo, um perĂodo em que crescimento e estabilidade caminhavam juntos.
Mas quando a economia japonesa começou a tropeçar, nos primeiros anos da dĂ©cada de 1990, as companhias constataram que as rĂgidas prĂĄticas trabalhistas tornavam cortes impraticĂĄveis.
PELA JANELA
Os trabalhadores desnecessårios se viram forçados a passar seus dias olhando pela janela do escritório, o que deu origem à expressão "madogiwa zoku", ou "a tribo que senta à janela".
Os proponentes de mudanças nas leis de emprego apontam que as fortes proteçÔes aos trabalhadores levaram empresas a realizar grandes reduçÔes em suas contrataçÔes, o que reduz as oportunidades de muitos japoneses mais jovens.
A Sony contratou apenas 160 graduados das universidades do paĂs este ano, ante mil em 1991.
As empresas também se ajustaram recorrendo a uma segunda classe de funcionårios temporårios, que podem demitir com mais facilidade.
Fonte: Folha de S.Paulo â 25/08/13.
Reportagem original em inglĂȘs do âThe New York Timesâ:
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UM SONHO INCOMPLETO
Saiu-se bem o primeiro presidente negro da histĂłria dos Estados Unidos, Barack Obama, na tarefa de homenagear os 50 anos da Marcha sobre Washington por Empregos e Liberdade --sĂmbolo da luta pelos direitos civis na dĂ©cada de 1960, sobretudo pelo cĂ©lebre discurso "Eu tenho um sonho", de Martin Luther King.
Na mesma escadaria do Memorial de Lincoln --presidente que pĂŽs fim Ă escravidĂŁo no paĂs, em 1863--, Obama afirmou que as palavras de King ainda nĂŁo foram igualadas em "poder e profecia", mas nĂŁo deixou de ponderar que muitos desafios persistem em pauta apĂłs essas cinco dĂ©cadas.
Fez questão de explicitar, a esse respeito, que aquela marcha cinquentenåria não só combatia a injustificåvel opressão contra negros mas também clamava por maiores oportunidades econÎmicas.
SĂŁo muitos, sem dĂșvida, os avanços conquistados desde entĂŁo. JĂĄ na dĂ©cada de 1960, com a Lei dos Direitos Civis (1964) e a Lei do Direito ao Voto (1965), foram proibidas as formas de segregação oficial que prevaleciam sobretudo nos Estados do Sul dos EUA.
Chega a ser inimaginĂĄvel, hoje, que negros fossem na prĂĄtica impedidos de votar por causa da cor de sua pele, ou que o transporte pĂșblico e estabelecimentos comerciais tivessem espaços destinados para "pessoas de cor", a fim de que os brancos nĂŁo se misturassem com elas.
Mas era esse o pano de fundo de segregação e preconceito do evento de 28 de agosto de 1963, que reuniu mais de 250 mil pessoas na capital americana e amplificou um dos mais famosos bordÔes da história. "Eu tenho um sonho" foi, naquele discurso, um improviso em relação ao texto original, mas o refrão jå aparecera nas pregaçÔes do pastor Martin Luther King.
Seu sonho por um futuro mais justo para todos os norte-americanos virou, em boa parte, realidade no plano dos direitos. No campo econĂŽmico, entretanto, ainda vale outra frase de efeito de King: "O negro vive em uma ilha solitĂĄria de pobreza no meio de um vasto oceano de prosperidade material".
Permanecem profundas as disparidades nos nĂveis de renda. Em 1967, a remuneração mĂ©dia de um negro equivalia a 54% da de um branco. Em 2011, a relação passou a 65% --enquanto a renda mĂ©dia de um negro Ă© de US$ 18.988, a de um branco chega a US$ 29.401.
Além disso, em 2010, 15,1% da população americana estava abaixo da linha de pobreza. Entre os negros, o percentual era muito superior: 27,4%. A situação é eståvel desde os anos 1960, quando houve expressivo avanço nesse aspecto: o percentual de negros pobres caiu de 55% para 32% entre 1959 e 1969.
TambĂ©m nos Ăndices de desemprego se reflete a desigualdade: em 1963, eram de 10,9% para negros, 5,5% entre os brancos; em 2012, 14% e 6,1%, respectivamente. Desafiado pela oportunidade histĂłrica, Obama compreendeu que nĂŁo faria sentido apresentar um novo sonho sem que a visĂŁo de Martin Luther King estivesse completa. Preferiu, de forma hĂĄbil, usar a imagem de um paĂs ainda em marcha para concretizar os ideais de liberdade e justiça para todos.
Editoriais â Fonte: Folha de S.Paulo â 29/08/13.
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