PENSANDO EM "SHIT"
18/05/2009 -
PENSE!
SHIT HAPPENS
See the video:
http://laboratorio.us/blog/2009/04/12/shit-happens-o-video/
Um sĂĄbado qualquer do mĂȘs de março de 2009 fez com que um grupo de amigos ligados Ă ĂĄrea da tecnologia criasse um produto diferente, o âShit Happensâ (tradução literal, merda acontece). Trata-se de um conjunto de aparelhos que serve para avisar na internet (twitter) quando o usuĂĄrio vai ao banheiro. A engenhoca ficou pronta em menos de 12 horas.
O mecanismo Ă© simples. HĂĄ um dispositivo plugado no computador e outro, instalado prĂłximo Ă descarga â este indica quando uma pessoa se aproxima da privada. Depois de 20 minutos que o usuĂĄrio estĂĄ no toalete, o sensor manda uma mensagem para o twitter, com frases em em inglĂȘs. Algo como âo papel acabouâ ou âa privada Ă© um bom lugar para ter Ăłtimas ideiasâ aparecem na pĂĄgina do twitter, criado especialmente para a ocasiĂŁo.
âFizemos o âShit Happensâ para mostrar que as pessoas nĂŁo precisam usar o twitter para divulgar qualquer coisa. Elas colocam se começou a chover, se foram comer. NĂŁo Ă© preciso postar tudoâ, explica o programador Daniel Dias, 27, um dos criadores do aparelho.
Daniel e sua equipe estĂŁo preocupados em investigar novas tecnologias que criem experiĂȘncias interativas entre as atividades humanas e o computador. Para saber das outras invençÔes da turma, clique aqui http://laboratorio.us/new/.
Keila Baraçal - Fonte: Catraca Livre (http://www.catracalivre.com.br).
Veja o vĂdeo:
http://laboratorio.us/blog/2009/04/12/shit-happens-o-video/
REFLEXĂO
Velha, atual e perfeita: Quando a Ășltima ĂĄrvore tiver caĂdo, quando o Ășltimo rio tiver secado, quando o Ășltimo peixe for pescado, todos vĂŁo entender que dinheiro nĂŁo se come.
Paulo Navarro - Fonte: O Tempo - 18/05/09.
PROJETO GENEROSIDADE 2009
Fazer o bem Ă© bom.
www.projetogenerosidade.com.br
HISTĂRIA MALUCA - ALFINETADA PROFĂTICA
Em 1783, o norte-americano Benjamin Franklin (1706-1790) foi a Paris, em missĂŁo diplomĂĄtica. Convidou o historiador inglĂȘs Edward Gibbon (1737-1794) para jantar. Gibbon, entĂŁo famoso graças a seu livro "DeclĂnio e Queda do ImpĂ©rio Romano", esnobou o convite. Franklin alfinetou: "Ă uma pena. Eu tinha uma ideia para seu prĂłximo livro: DeclĂnio e Queda do ImpĂ©rio BritĂąnico". Gibbon ficou furioso. Os ingleses ainda nĂŁo engoliam a independĂȘncia americana, ocorrida sete anos antes.
Ălvaro Oppermann - Fonte: Aventuras na HistĂłria - Edição 70.
OS MILIONĂRIOS PRĂMIOS DA CIĂNCIA II
OS DESAFIOS CONTINUAM...
Bife de LaboratĂłrio = US$ 1 milhĂŁo
Como chama? In Vitro Meat
Quem organiza? PETA (People for the Ethical Treatment of Animals, organização de defesa dos direitos dos animais)
Quer tentar? Desenvolva uma carne de laboratĂłrio.
Qual a finalidade? Reduzir a crueldade com que a maioria dos animais sĂŁo abatidos.
Até quando me inscrevo? 30 de junho de 2012.
http://www.peta.org/feat_in_vitro_contest.asp
Vida Longa = US$ 4,5 milhÔes
Como chama? Mprize
Quem organiza? The Methuselah Foundation
Quer tentar? Quebre o recorde de longevidade dos ratos de laboratĂłrio - quanto mais ele viver, maior o prĂȘmio. O recorde atual Ă© o do pesquisador polonĂȘs Andrzej Bartke. Ele conseguiu que seu ratinho vivesse por 1.819 dias (a expectativa de vida Ă© 360 dias).
Qual a finalidade? Retardar o envelhecimento humano.
Até quando me inscrevo? Não existe data-limite.
http://www.methuselahmouse.org/
Breno Castro Alves - Fonte: Galileu - NĂșmero 214 - Maio 2009.
SOCORRO AO PROFESSOR
Debate pedagĂłgico passa ao largo da questĂŁo disciplinar, um equĂvoco grave diante da violĂȘncia crescente nas escolas A EDUCAĂĂO bĂĄsica no Brasil ainda Ă© precĂĄria, em particular nas redes oficiais de ensino. Mediocridade e letargia se patenteiam a cada resultado da pletora de exames e Ăndices surgidos na Ășltima dĂ©cada. Bem encaminhada a meta da universalização do acesso e superada a controvĂ©rsia sobre avaliaçÔes de desempenho, resta roer o caroço duro do prĂłprio aprendizado.
A batalha terĂĄ de ser vencida com uma estratĂ©gia de requalificar professores e remunerĂĄ-los melhor. Essa classe desprestigiada jĂĄ se vĂȘ, contudo, acossada por outra conflagração: a indisciplina, quando nĂŁo a agressĂŁo praticada por uma parcela dos alunos.
O aumento da violĂȘncia juvenil Ă© um problema das sociedades contemporĂąneas que nĂŁo afeta apenas a escola. Agrava-se conforme pais de todos os estratos se omitem e transferem a responsabilidade primeira pela socialização de crianças e jovens ao educador.
O tumulto do dia 14 de maio entre policiais militares e estudantes numa escola estadual da capital paulista constitui apenas mais um episĂłdio a lamentar, nĂŁo exceção. ApĂłs erupção semelhante em novembro, o governo estadual prometera um plano antiviolĂȘncia, que atĂ© hoje nĂŁo veio a pĂșblico. Levantamento do sindicato de diretores Udemo indicou que 86% das 683 escolas que responderam a questionĂĄrio (de um total de 5.300) tinham vivido casos de violĂȘncia.
Combater a escalada implica afrontar a mescla de democratismo e leniĂȘncia que tomou de assalto o aparelho educacional brasileiro. Tornou-se pedagogicamente incorreto lançar mĂŁo de medidas disciplinares. O diĂĄlogo por certo representa o melhor caminho, mas nĂŁo quando se trata de ameaça ou desrespeito ao professor.
Em nome de incentivar a afirmação da individualidade do aluno, tolera-se todo tipo de abuso. NĂŁo Ă© sĂł de guias curriculares que necessita o docente, mas de orientação prĂĄtica e eficaz sobre como proceder em casos disciplinares, dos simples aos graves. Todo projeto pedagĂłgico tem de implementar medidas para assegurar a tranquilidade e a concentração sem as quais nĂŁo hĂĄ aprendizado possĂvel.
Ă injusto deixar sĂł com os professores mais essa responsabilidade. Eles em geral figuram entre as vĂtimas dessa deterioração no convĂvio. Para reconquistar o prestĂgio em erosĂŁo, nĂŁo Ă© sĂł de salĂĄrios, carreiras e bĂŽnus que precisam, mas da intervenção decidida das autoridades educacionais na questĂŁo da disciplina.
Cabe a elas rever gradação, condiçÔes e limites das puniçÔes aplicĂĄveis, criar procedimentos para situaçÔes excepcionais e tambĂ©m serviços especializados de assistĂȘncia ao professor ameaçado. Sem esse mĂnimo de garantias, cada vez menos talentos estarĂŁo dispostos a seguir a carreira de professor, decisiva para reduzir a iniquidade social no paĂs.
Editoriais - Fonte: Folha de S.Paulo - 17/05/09.
O PROJETO DA PRIVADA INTELIGENTE
Formados em ciĂȘncia da computação em SĂŁo Paulo, trĂȘs amigos elaboraram um protesto bem-humorado contra o acĂșmulo de lixo da internet, cansados das bobagens e obviedades dos blogs -um besteirol agravado ainda mais com a disseminação do Twitter. A brincadeira acabou na invenção de uma privada inteligente.
Treinados em desenvolvimento de programas para a internet, Arthur Lima, Daniel Dias e Eduardo Alves moram juntos e, nas horas vagas, tocam um laboratório, em que pedem colaboração a colegas ou a qualquer um que deseje participar de um experimento -deram o nome a isso de "colaboratório". Nesse "colaboratório", desenvolveu-se um sistema de sensores conectados à privada capaz de acompanhar o movimento da ågua.
Antes mesmo que o indivĂduo saia do banheiro, o ato fisiolĂłgico estarĂĄ registrado, em palavras, numa pĂĄgina da internet, acessĂvel, portanto, a qualquer um em qualquer parte do mundo. "Como somos favorĂĄveis ao software livre, deixamos o cĂłdigo aberto", brinca Daniel Dias, que resolveu batizar a invenção de "Shit Happens".
A brincadeira Ă© um jeito de tentar entender, seriamente, a decisĂŁo anunciada na semana passada de tornar obrigatĂłrio um novo exame para aprovação do ensino mĂ©dio. Ă uma das mais importantes decisĂ”es lançadas nos Ășltimos tempos para tentar reduzir o lixo informativo que atormenta desnecessariamente os jovens -e aposto que terĂĄ impacto no jornalismo.
A indicação do Enem -atĂ© agora sĂł um mecanismo para entrada nas faculdades -como prova obrigatĂłria para a conclusĂŁo do ensino mĂ©dio significa mais do que mudar o currĂculo das escolas. O essencial Ă© a mudança do olhar sobre como transmitir conhecimento aos jovens. Se eu pudesse resumir em poucas palavras os documentos divulgados na semana passada sobre o que serĂĄ o Enem, diria o seguinte: os estudantes serĂŁo (ou deveriam ser) treinados para aprender a selecionar o que Ă© relevante, conectando as informaçÔes ao cotidiano. Explicando melhor: noçÔes de quĂmica, fĂsica, biologia e histĂłria devem ser usadas para entender, por exemplo, o aquecimento global. O que se pretende colocar no ralo sĂŁo as informaçÔes que nĂŁo fazem sentido porque sĂŁo apresentadas isoladamente -Ă© algo tĂŁo inĂștil quanto o jovem que, no Twitter, posta algo como "escovei os dentes", "acordei", "jantei" -o tipo de inutilidade que acabou gerando a invenção do "Shit Happens". Mas por que, afinal, a mudança do currĂculo escolar terĂĄ impacto no jornalismo?
Ă medida que se valorize o cotidiano para concatenar as diversas matĂ©rias e o vestibular dĂȘ cada vez mais ĂȘnfase a esse olhar, a boa educação serĂĄ avaliada, entre outras coisas, pela habilidade de os professores lidarem com a comunicação. Um fato exposto no noticiĂĄrio nĂŁo serĂĄ usado apenas ocasionalmente num trabalho escolar, como jĂĄ ocorre. SerĂĄ uma das principais matĂ©rias-primas para as aulas. Quanto melhor um meio de comunicação souber contextualizar um fato, terĂĄ mais chance de virar hĂĄbito dos leitores, ouvintes e telespectadores. Existe aqui um encontro com o jornalismo -atĂ© porque a imprensa tambĂ©m Ă© vĂtima e, simultaneamente, vilĂŁ no efeito "Shit Happens". HĂĄ uma crescente torrente de informaçÔes que dificulta a capacidade de seleção do que Ă© relevante. A sobrevivĂȘncia dos jornais estarĂĄ muito mais vinculada Ă sua capacidade de dizer o que importa, com precisĂŁo e contexto, do que a dar furos.
A conclusĂŁo disso pode parecer hoje um pouco estranha, mas com o tempo serĂĄ rotina. Os meios de comunicação vĂŁo absorver um pouco do jeito de ser da escola, mais preocupados com o didatismo e processos cognitivos de seus leitores, ouvintes ou telespectadores. SerĂĄ ainda mais disseminada, na internet, a possibilidade de tirar dĂșvidas sobre as matĂ©rias ou discutir diretamente com os repĂłrteres e colunistas -na prĂĄtica Ă© um ensino a distĂąncia. Ao mesmo tempo, as escolas terĂŁo ingredientes de Redação de jornal, tamanha a necessidade de os professores e alunos lidarem com as notĂcias como eixo estruturante do currĂculo e usarem recursos de comunicação para elaborar trabalhos ou pesquisas.
Nada disso serĂĄ nem rĂĄpido nem fĂĄcil. Se os docentes jĂĄ nĂŁo sabem lidar direito (para dizer o mĂnimo) com o atual currĂculo, imagine um plano de aula montado em eixos transversais, inter e multidisciplinares. As escolas de elite jĂĄ vĂȘm realizando, hĂĄ muito tempo, esse tipo de inovação, com Ăłtimos resultados isolados -faltava a mudança do vestibular para que tivessem mais estĂmulo. A imprensa terĂĄ de aprender a ser mais didĂĄtica e colaborativa com seus leitores, alĂ©m de investir em menos e mais importantes notĂcias.
No final, tanto o jornalismo como a escola estarĂŁo melhores -e muita notĂcia e livro escolar irĂŁo diretamente para a privada.
PS: Dou outros detalhes no meu site (http://www.dimenstein.com.br) sobre o funcionamento do "Shit Happens".
Gilberto Dimenstein - Fonte: Folha de S.Paulo - 17/05/09.
NĂŁo deixem de enviar suas mensagens atravĂ©s do âFale Conoscoâ do site.
http://www.faculdademental.com.br/fale.php