O SOL NASCEU PARA TODOS, BASTA PENSAR!!!
14/02/2007 -
PENSE!
MESTRES DA POESIA
Francisco Otaviano - ILUSĂES DA VIDA
Quem passou pela vida em branca nuvem
E em plĂĄcido repouso adormeceu;
Quem não sentiu o frio da desgraça,
Quem passou pela vida e nĂŁo sofreu:
Foi espectro de homem, nĂŁo foi homem,
SĂł passou pela vida, nĂŁo viveu.
(Colaboração: Nådia)
5 JUDEUS
Os cinco judeus que mais mudaram a forma de ver o mundo foram:
-MoisĂ©s, quando disse: âa Lei Ă© TUDO...â
-Jesus, quando disse: âo Amor Ă© TUDO...â
-Marx, quando disse: âo Capital Ă© TUDO...â
-Freud, quando disse: âo Sexo Ă© TUDO..."
Depois veio Einstein e mandou tudo Ă merda quando disse:
âTUDO Ă© relativoâ.
(Colaboração: Cleide)
POR QUEM OS SINOS DOBRAM
Texto de Paulo Coelho, postado em seu blog no dia 09/02/2007
"NĂŁo acredite em sorte, levante-se e acredite em vocĂȘ mesmo." (Max Ărell)
Este texto nĂŁo Ă© somente para ler, comover e concordar... temos que ter atitude... agir e reagir a esta situação cruel que estĂĄ sufocando nosso Ășnico propĂłsito neste mundo: viver!!!!
EntĂŁo estamos nos aproximando cada vez mais do Mal Absoluto. Quando rapazes, em pleno controle de suas faculdades mentais, sĂŁo capazes de arrastar um menino pelas ruas de uma cidade, isso nĂŁo Ă© apenas um ato isolado: todos nĂłs, em maior ou menor escala, somos culpados.
Somos culpados pelo silĂȘncio que permitiu que a situação em nossa cidade chegasse a este ponto.
Somos culpados porque vivemos em uma Ă©poca de âtolerĂąnciaâ, e perdemos a capacidade de dizer NĂO.
Somos culpados porque nos horrorizamos hoje, mas nos esquecemos amanhĂŁ, quando hĂĄ outras coisas mais importantes para fazer e para pensar.
Somos os olhos que viram o carro passar, o medo que nos impediu de telefonar para a polĂcia. Somos a polĂcia, que recebeu alguns telefonemas atravĂ©s do nĂșmero 190, e demorou para reagir, porque o Mal Absoluto parece jĂĄ nĂŁo pedir urgĂȘncia para nada. Somos o asfalto por onde se espalharam os pedaços de corpo e os restos de sonhos do menino preso ao cinto de segurança.
A cada dia uma nova barbĂĄrie, em maior ou menor escala. A cada dia algum protesto, mas o resto Ă© silĂȘncio. Estamos acostumados, nĂŁo Ă© verdade?
Muitos sĂ©culos atrĂĄs, John Donne escreveu: ânenhum homem Ă© uma ilha, que se basta a si mesma. Somos parte de um continente; se um simples pedaço de terra Ă© levado pelo mar, a Europa inteira fica menor. A morte de cada ser humano me diminui, porque sou parte da humanidade. Portanto, nĂŁo me perguntem por quem os sinos dobram: eles dobram por ti.â
Na verdade, podemos pensar que os sinos estĂŁo tocando porque o menino morreu, mas eles dobram mesmo Ă© por nĂłs. Tentam nos acordar deste cansaço e torpor, desta capacidade de aceitar conviver com o Mal Absoluto, sem reclamar muito â desde que ele nĂŁo nos toque.
Mas nĂŁo somos uma ilha, e a cada momento perdemos um pouco mais de nossa capacidade de reagir. Ficamos chocados, assistimos Ă s entrevistas, olhamos para nossos filhos, pedimos a Deus que nada aconteça conosco. SaĂmos para o trabalho ou para a escola olhando para os lados, com medo de crianças, jovens, adultos. Entra ano, sai ano, mudam-se governos, e tudo apenas piora. O que dizer? Que palavra de esperança posso colocar aqui nesta coluna? Nenhuma.
Talvez apenas pedir que os sinos continuem tocando por nĂłs. Dia e noite, noite e dia, atĂ© que jĂĄ nĂŁo consigamos mais fingir que nĂŁo estamos escutando, que nĂŁo Ă© conosco, que estas coisas se passam apenas com os outros. Que estes sinos continuem dobrando, sem nos deixar dormir, nos obrigando a ir atĂ© a rua, parar o trĂąnsito, fechar as lojas, desligar as televisĂ”es, e dizer: âbasta. NĂŁo agĂŒento mais estes sinos. Preciso fazer alguma coisa, porque quero de volta a minha pazâ. Neste momento, entenderemos que embora culpemos a polĂcia, os assaltantes, o silĂȘncio, os polĂticos, o hĂĄbito, apenas nĂłs podemos parar estes sinos.
Nosso poder Ă© muito maior do que pensamos â trata-se de entender que nĂŁo somos uma ilha, e precisamos usĂĄ-lo. Enquanto isso nĂŁo acontecer, o Mal Absoluto continuarĂĄ ampliando seu reinado, e um belo dia corremos o risco de acreditar que ele Ă© a nossa Ășnica alternativa, nĂŁo existe outra maneira de viver, melhor ficar escutando os sinos e nĂŁo correr riscos.
NĂŁo podemos deixar que chegue este dia. NĂŁo tenho fĂłrmulas para resolver a situação, mas sou consciente de que nĂŁo sou uma ilha, e que a morte de cada ser humano me diminui. Preciso parar minha cidade. NĂŁo apenas por uma hora, um dia, mas pelo tempo que for necessĂĄrio. E recomeçar tudo de novo. E, se nĂŁo der certo, tentar nĂŁo apenas mais uma vez, mas setenta vezes. Chega de culpar a polĂcia, os assaltantes, as diferenças sociais, as condiçÔes econĂŽmicas, as milĂcias, os traficantes, os polĂticos.
Eu sou a minha cidade, e só eu posso mudå-la. Mesmo com o coração sem esperança, mesmo sem saber exatamente como dar o primeiro passo, mesmo achando que um esforço individual não serve para nada, preciso colocar mãos à obra. O caminho irå se mostrar por si mesmo, se eu vencer meus medos e aceitar um fato muito simples: cada um de nós faz uma grande diferença no mundo.
(Colaboração: Valéria)
O TRISTE QUADRO DA EDUCAĂĂO
(AntĂŽnio ErmĂrio de Moraes, empresĂĄrio)
As autoridades se gabam de que, hoje em dia, todas as crianças estĂŁo na escola. Isso Ă© importante, sem dĂșvida. Mas, para a economia e a cidadania, entrar na escola Ă© muito pouco. O essencial Ă© concluir a escola - e mais crucial Ă© aprender. Ă acaciano dizer que a boa escola Ă© aquela que ensina e os alunos aprendem. Mas Ă© isso mesmo.
Na semana passada, foi triste verificar a repetição de um quadro lamentåvel. Trata-se dos resultados dos exames de avaliação realizados pelo Ministério da Educação. A situação, que jå era ruim em 1995, piorou muito em 2005.
Nas provas do Sistema Nacional de Avaliação da Educação BĂĄsica (Saeb), numa escala de 0 a 500, os alunos de quarta sĂ©rie obtiveram uma mĂ©dia de 188 pontos em portuguĂȘs no ano de 1995, tendo caĂdo para 172 em 2005. Os da 8ÂȘ sĂ©rie baixaram de 256 para 231 e os da 3ÂȘ sĂ©rie, de 290 para 257! Em matemĂĄtica a queda foi igualmente preocupante. Os da 4ÂȘ sĂ©rie, passaram de 190 para 182; os da 8ÂȘ sĂ©rie, de 253 para 239; e os da 3ÂȘ sĂ©rie, de 281 para 271.
Nas provas do Exame Nacional do Ensino MĂ©dio (Enem) de 2006, os resultados foram tambĂ©m desapontadores. Em uma escala de 0 a 100, a mĂ©dia nacional dos alunos em portuguĂȘs foi de apenas 37 pontos, menor que em 2005, que jĂĄ tinha sido muito ruim (39 pontos).
Esse Ă© um problema de extrema gravidade. A produtividade da economia depende fortemente da competĂȘncia dos cidadĂŁos e esta depende da qualidade da educação.
Embora tenhamos no Brasil vĂĄrias ilhas de excelĂȘncia, a produtividade mĂ©dia Ă© baixa e a distĂąncia em relação a outros paĂses estĂĄ aumentando. Em 1970, a produtividade da CorĂ©ia do Sul era de 20% da produtividade dos Estados Unidos e a do Brasil era 33%. Hoje, a produtividade da CorĂ©ia do Sul subiu para 44% e a do Brasil baixou para 24%. Estamos ficando longe dos nossos concorrentes.
Ă difĂcil competir no mundo globalizado onde a corrida em direção Ă eficiĂȘncia Ă© frenĂ©tica e contĂnua. Da mesma forma, Ă© difĂcil construir uma democracia com base em pessoas de pouco discernimento. Os que nĂŁo entendem o que lĂȘem geralmente nĂŁo entendem o que escutam, o que os impede de separar o joio do trigo, a mentira da verdade, a promessa vĂŁ das possibilidades reais.
A falta de capacidade crĂtica eleva os erros e faz do eleitor uma presa dos jogos emocionais. Se a escolha Ă© difĂcil, mais difĂcil ainda, para esses eleitores, Ă© cobrar e controlar os governantes. Em suma, nĂŁo basta entrar e ficar na escola. Ă preciso aprender a criar, inovar, sugerir, demandar e atuar de modo construtivo. Tudo isso depende de um bom ensino. JĂĄ Ă© hora do nosso governo levar a educação a sĂ©rio!
Fonte: Folha de S.Paulo - 18/02/2007.