CRIATIVIDADE NO MARKETING XVII
02/05/2008 -
NOSSOS COLUNISTAS
PROPAGANDAS INTELIGENTES XVII - DIA DAS MĂES
AnĂșncio divulgado no DiĂĄrio do ComĂ©rcio em alusĂŁo ao Dia das MĂŁes do ano de 1950: texto poĂ©tico e apelo religioso na comparação da "mĂŁezinha" a um "anjo bom".
Publicado na edição do DiĂĄrio do ComĂ©rcio de 18 de maio de 1950, traz um texto poĂ©tico e de apelo religioso em que a "mĂŁezinha" Ă© comparada a um "anjo bom". A Ășnica referĂȘncia ao consumo aparece na imagem que mostra trĂȘs crianças segurando pacotes e um arranjo de flores.
Fonte: http://www.dcomercio.com.br
PROFESSOR X
ATĂ ENGENHARIA JĂ Ă ENSINADA Ă DISTĂNCIA
Inicialmente restrita aos cursos de formação de professores e administração, a educação Ă distĂąncia começa a ser oferecida no Brasil em ĂĄreas em que sua aplicação nĂŁo Ă© consensual, como engenharia, enfermagem, ciĂȘncias aeronĂĄuticas e atĂ© disciplinas de medicina.
A Universidade de Uberaba (MG), por exemplo, oferece graduação Ă distĂąncia para as engenharias civil, ambiental, de computação, elĂ©trica e de produção, alĂ©m de um curso de ciĂȘncias aeronĂĄuticas.
Em Santa Catarina, o centro universitĂĄrio Leonardo da Vinci tem curso de engenharia de produção Ă distĂąncia. A PUC-RS jĂĄ teve um de engenharia quĂmica e a Universidade Federal de SĂŁo Carlos começou no ano passado sua engenharia ambiental nesse formato.
No caso dos cursos de enfermagem, ao menos duas instituiçÔes oferecem ele Ă distĂąncia: Uninove, de SĂŁo Paulo, e Uniderp, de Mato Grosso do Sul. Licenciatura em educação fĂsica pode ser feita na Universidade Federal do Amazonas e na Universidade Fumec, de Minas Gerais.
Na Unifesp (Universidade Federal de SĂŁo Paulo), os alunos de medicina podem fazer parte do curso de graduação na modalidade semipresencial. Parte do conteĂșdo da disciplina "TĂ©cnica OperatĂłria e CirĂșrgica Experimental", cursada pelos alunos do terceiro ano, Ă© oferecida Ă distĂąncia.
Alerta: A maioria dos cursos realizados à distùncia ainda é dado nas åreas de educação e administração (73% deles estavam nesses dois grupos).
Sua expansão para åreas menos usuais, no entanto, pÔe em alerta algumas entidades.
No ano passado, o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, em seu 6Âș Congresso Nacional, aprovou uma resolução de "nĂŁo apoiar a graduação Ă distĂąncia para formação em qualquer nĂvel".
Posição semelhante tem o Cofen (Conselho Federal de Enfermagem). "Os cursos da ĂĄrea de saĂșde exigem formação prĂĄtica muito grande e nĂŁo hĂĄ como oferecĂȘ-los Ă distĂąncia. Nos preocupa muito a possibilidade de pessoas que serĂŁo formadas para cuidar de gente terem pouco contato com pacientes em sua formação. NĂŁo se aprende enfermagem cuidando de bonecos", diz Manoel Neri, presidente do ĂłrgĂŁo.
Especialistas em educação à distùncia defendem a modalidade. Para Vani Kenski, da USP, mesmo nos cursos que exigem mais conhecimento técnico, disciplinas podem ser planejadas para que haja uma parte em ambiente virtual.
Fredric Litto, da Associação Brasileira de Educação à Distùncia, conta que nos EUA as universidades oferecem graduação em cursos técnicos à distùncia hå bastante tempo. "O curso é mais organizado."
AntĂŽnio Gois/Verena Fornetti - Fonte: Folha de S.Paulo - 03/05/08.
PROFESSORA PASQUALINA
FERNANDO PESSOA EXPĂE LISBOA DE "EXCESSOS"
Portugal Ă© um paĂs com vocação para o fado. InevitĂĄvel, dirĂŁo alguns: como Ă© possĂvel que um pequeno paĂs europeu, dono do mundo no sĂ©culo 15, tenha sobrevivido Ă perda do ImpĂ©rio com a cabeça limpa?
Resposta evidente: nĂŁo sobreviveu. O Brasil, verdade seja dita, ainda animou as hostes a partir do sĂ©culo 16. Mas, quando NapoleĂŁo resolveu marchar para a PenĂnsula IbĂ©rica, o agudo sentido de decadĂȘncia nunca mais abandonou os nativos.
Em 1807, o rei fazia as malas e fugia para o Brasil; o Brasil, poucos anos depois, declarava a independĂȘncia; e as guerras civis em solo luso fizeram o resto. Ser portuguĂȘs era sofrer: era lembrar a glĂłria perdida e suspirar de tĂ©dio ou nĂĄusea. De Eça de QueirĂłs a Oliveira Martins, nĂŁo houve intelectual com pretensĂ”es que nĂŁo tenha escrito sobre o "atraso" nacional.
Portugal era aquele sĂtio que dava vontade de morrer. Ou, entĂŁo, dava vontade de matar.
Dito e feito: em 1908, o rei d. Carlos era assassinado a tiro.
Veio a RepĂșblica. E, com ela, veio um estado de violĂȘncia revolucionĂĄria que durou atĂ© 1926, altura em que os militares acabaram com a festa e prepararam o caminho para Salazar.
O livro de Fernando Pessoa, "Lisboa - O que o Turista Deve Ver", um inĂ©dito escrito em 1925 (em inglĂȘs), nĂŁo pode ser entendido sem a HistĂłria. NĂŁo pode ser entendido sem o forte sentido de "descategorização civilizacional" que nĂŁo poderia deixar de entristecer um "patriota cosmopolita" como Pessoa. SerĂĄ esse sentimento que o levarĂĄ a exaltar Lisboa para consumo estrangeiro.
A Lisboa que o leitor tem nas pĂĄginas do livro Ă© sempre excesso: os funcionĂĄrios sĂŁo "competentes", "poliglotas", "afĂĄveis"; todos os edifĂcios sĂŁo "belos", ou "obras-primas", ou exemplares "sem paralelo na Europa".
Contornos: Confrontado com tais descriçÔes, a primeira atitude Ă© questionar se uma cidade assim tĂŁo perfeita existiu algum dia na Terra. Uma coisa Ă© certa: para quem vive hoje em Lisboa, a cidade apresentada no livro ganha contornos fantasmagĂłricos. Sim, alguns elementos continuam no sĂtio: a belĂssima Praça do ComĂ©rcio continua a maravilhar os turistas e a albergar os serviços pĂșblicos; e, claro, os JerĂłnimos serĂŁo sempre os JerĂłnimos.
Mas, em contrapartida, onde estĂĄ essa baixa pombalina que, em 1925, apresentava lojas "tĂŁo luxuosas como as suas congĂȘneres europĂ©ias"? NĂŁo estĂĄ mais. E tambĂ©m nĂŁo estĂŁo os hotĂ©is do Rossio, que fugiram para a parte alta da cidade. Ou os cinemas da avenida da Liberdade, que hoje estĂŁo nos shoppings da periferia.
E se Pessoa, em 1925, se indignava com os lisboetas que nĂŁo visitavam o frondoso Parque Eduardo VII, nĂŁo sei o que diria ele hoje: "freqĂŒentar o Parque Eduardo VII" Ă© uma forma elegante para designar o negĂłcio da prostituição na capital portuguesa.
Uma passagem, porĂ©m, despertou-me um sorriso irĂŽnico: ao passar pelo Chiado, em 1925, Pessoa prestava homenagem Ă estĂĄtua do poeta AntĂłnio do EspĂrito Santo. Quem diria que, em 2008, o poeta do Chiado seria outro. Neste caso, o prĂłprio Fernando Pessoa, transformado em estĂĄtua e sentado Ă mesa de um cafĂ©.
LISBOA - O QUE O TURISTA DEVE VER
Autor: Fernando Pessoa
Tradução: Maria Aurélia Santos Gomes
Editora: Companhia das Letras
Quanto: R$ 39 (192 pĂĄgs.)
Avaliação: regular
JoĂŁo Pereira Coutinho - Fonte: Folha de S.Paulo - 03/05/08.
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