CRIATIVIDADE NO MARKETING
06/04/2013 -
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PROFESSOR TOM COELHO
www.tomcoelho.com.br
Estabilidade ou promiscuidade na carreira?
* por Tom Coelho
âOs lĂderes de amanhĂŁ sabem compartilhar o poder, a informação e o compromisso.â
(FlĂĄvio Kosminsky)
Uma das maiores dificuldades atuais das empresas estĂĄ na chamada retenção de talentos. ApĂłs investirem em recrutamento, seleção e treinamento de seus profissionais, assistem a muitos deles se desligarem seduzidos que sĂŁo ora por um salĂĄrio maior, ora por benefĂcios, ora pelo status conferido pelo nome da organização ou pelo tĂtulo do cargo oferecido.
Acrescente-se a este aspecto a crença propalada, em especial a partir do ano 2000, de que uma carreira de sucesso constrĂłi-se atravĂ©s de mĂșltiplas experiĂȘncias profissionais em diferentes companhias.
Houve um tempo em que o profissional confiĂĄvel e competente era aquele que nĂŁo passava por mais do que uma ou duas empresas atĂ© sua aposentadoria. Hoje isso Ă© visto como sintoma de acomodação, apontando para obsolescĂȘncia, aversĂŁo ao risco, falta de dinamismo e ambição.
Abomino rĂłtulos, generalizaçÔes e paradigmas. Verdades absolutas, tidas inquestionĂĄveis, que obscurecem o pensamento, turvam a razĂŁo. Onde estĂĄ escrito que esta rotatividade de empregos Ă© necessĂĄria ou mesmo saudĂĄvel? Por que nĂŁo podemos edificar uma carreira auspiciosa atuando em uma mesma organização, onde conhecemos as pessoas e o ambiente, assimilamos e nos alinhamos Ă sua cultura, alcançamos prestĂgio, alĂ©m de estabilidade e acĂșmulos salariais?
Estamos equivocadamente ensinando aos nossos jovens que uma carreira sólida demanda promiscuidade corporativa, quando o que entorpece e definha o profissional é sua estagnação. à parar no tempo, realizar as mesmas tarefas, deixar de estudar e de aprender. E isso pode acontecer mesmo pululando de uma empresa para outra.
Para alcançar o topo da hierarquia, o que vale a pena perseguir é a mobilidade horizontal, conhecendo a companhia integralmente, militando em diversas åreas, compreendendo a sinergia entre os departamentos. No caso de empresas de grande porte, hå ainda a possibilidade de migrar para filiais ou outras empresas do grupo, inclusive no exterior. O fato é que enquanto houver desafios e satisfação pessoal, não hå motivos para se mudar de emprego.
Todavia, se a mudança for fruto de decisĂŁo madura decorrente de falta de reconhecimento, clima organizacional desgastado, cabeça batendo no teto ou por força de proposta irrecusĂĄvel, assegure-se de que, quando o entusiasmo arrefecer e a rotina se instalar, a nova empresa nĂŁo se mostre uma autĂȘntica âamante argentinaâ, cerceando sua autonomia, eliminando privilĂ©gios e exigindo o comprometimento que um dia vocĂȘ nĂŁo pĂŽde ou nĂŁo soube honrar.
* Tom Coelho Ă© educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 17 paĂses. Ă autor de âSomos Maus Amantes â ReflexĂ”es sobre carreira, liderança e comportamentoâ (Flor de Liz, 2011), âSete Vidas â LiçÔes para construir seu equilĂbrio pessoal e profissionalâ (Saraiva, 2008) e coautor de outras cinco obras. Contatos atravĂ©s do e-mail tomcoelho@tomcoelho.com.br. Visite: www.tomcoelho.com.
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