FM - Faculdade Mental

GERAL

O CARNAVAL JÃ COMEÃ‡OU...
10/06/2010 - FUTEBOL SHOW

NÃƒO Ã‰ FESTA NO GUETO, MAS Ã‰ NO SOWETO
English:
http://www.daylife.com/photo/0c3XdjWd5a9Iw?q=soweto
http://www.daylife.com/search?q=soweto+carnival+parade
http://www.gautengcarnival.co.za/
http://www.sowetolive.com/live/event_view.jsp?event_id=25755
Sessenta velhinhas de Pretoria, adolescentes de Johannesburgo, danÃ§arinos do prÃ³prio Soweto e batuqueiros da NigÃ©ria. Brancos, sÃ³ os componentes de delegaÃ§Ãµes nÃ£o-africanas e alguns membros da organizaÃ§Ã£o do evento. Essa diversidade foi o que se viu durante o Pale Ya Carnival, tradicional festa do distrito.
"Ã‰ uma oportunidade Ãmpar de exibir ao mundo nossas tradiÃ§Ãµes, mostrando que nÃ£o existe sÃ³ pobreza e violÃªncia entre o povo negro sul-africano", definiu o percussionista zulu Bafana, 30, do grupo Sava Theatre.Para ele, as seleÃ§Ãµes de futebol de outros paÃses deveriam visitar Soweto. "NÃ£o sÃ³ acenar da janela do Ã´nibus, mas conversar com a gente, ver como vivemos, conhecer nossa arte", diz.
Ao lado, sÃ³ observando a "concentraÃ§Ã£o" dos vÃ¡rios grupos, duas irmÃ£s adolescentes, Nandipha, 18, e Amanda, 15, nÃ£o continham o entusiasmo pela festa e pela Copa. "Ã‰ maravilhoso estar aqui hoje", disse Nandipha, moradora do distrito. Ela acredita que o Mundial trarÃ¡ ganhos permanentes para o paÃs: "Mais empregos, mais recursos, mais respeito".
Veterano de quatro ediÃ§Ãµes do Pale Ya Carnival (expressÃ£o que significa "nossa histÃ³ria") e sobrevivente dos conflitos entre zulus e xhosas dos anos 90, Bafana Ã© mais cÃ©tico. "Os empregos sÃ£o temporÃ¡rios. Tenho dÃºvidas sobre quem vai se beneficiar de fato com a Copa", diz, em seu traje sumÃ¡rio de pele de leopardo.
Havia uma alegria e uma emoÃ§Ã£o visÃveis em meio a fantasias de todo tipo. Desde as mais improvisadas atÃ© alegorias elaboradas. Destacava-se um carro alegÃ³rico que reproduzia o estÃ¡dio Soccer City, onde acontecerÃ¡ a abertura e a final da Copa.
"Intrusos" - Estrangeiros atraem a curiosidade
Em meio aos participantes do "carnaval" no Soweto, o que mais chamava a atenÃ§Ã£o, pelo contraste, era um pequeno grupo de loiros brancos fantasiados de feiticeiros e bruxas, o Stumpenhexen, da Alemanha. Bianca Wodzisz, 27, conta que o grupo estÃ¡ sendo recebido com simpatia e curiosidade por todo o paÃs.
Vestido de camisetas com o logotipo do governo Lula, doadas pelo MinistÃ©rio dos Esportes, o bloco brasileiro, o Batala, trazia representantes nacionais misturados a sul-africanos. Havia ainda grupos da Coreia do Sul e da FranÃ§a, alÃ©m de representantes de NigÃ©ria, ArgÃ©lia, Gana e outros paÃses africanos.
Fonte: O Tempo - 06/06/10.
Mais fotos:
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GUIA PARA TORCER
A grande festa mundial do futebol estÃ¡ para comeÃ§ar. Ã‰ hora de vestir camiseta amarela, fazer bolÃ£o, comprar pipoca, juntar os amigos e dar palpites, palpites de todo tipo. Nessas horas, nada pior do que ficar sem assunto, com cara de paisagem diante daquele pÃªnalti polÃªmico ou do gol anulado por impedimento. Para evitar esse tipo de constrangimento, VEJA.com preparou um guia com temas que seguramente serÃ£o debatidos no escritÃ³rio, na mesa de bar, em casa. Um guia com as principais datas da Copa, o que Ã© preciso saber sobre arbitragem, regras bÃ¡sicas, seleÃ§Ãµes favoritas e premiaÃ§Ã£o. Depois, Ã© sÃ³ torcer.
Para acompanhar os jogos
â€¢ Tabela interativa para simular resultados
â€¢ Tabela em versÃ£o para imprimir
â€¢ Enquete: qual a camisa mais bonita do Mundial 2010?
http://veja.abril.com.br//noticia/esporte/nao-ficar-fora-nenhuma-conversa-566680.shtml
VEJA.com - Katia Perin - Fonte: Veja - EdiÃ§Ã£o 2168.

FUTEBOL POTÃŠNCIA
A "Time" saÃºda o esporte "global" e especula se alguma seleÃ§Ã£o africana poderÃ¡ vencer. JÃ¡ no site da Americas Society, instituiÃ§Ã£o de Nova York, Eric Farnsworth explica "Por que o Brasil vai vencer". Ironiza que, pelo Ãndice de competitividade do FÃ³rum EconÃ´mico, deveria ser a Dinamarca. Mas "em termos de futebol" o Brasil nÃ£o tem rival. Mais importante, "tem algo para provar em 2010, Ã© naÃ§Ã£o em alta, que se sente importante no mundo, tanto econÃ´mica como politicamente".
Nelson de SÃ¡ - Toda MÃdia (www.todamidia.folha.blog.uol.com.br) - Fonte: Folha de S.Paulo - 08/06/10.

FAVORITISMO
A rede global de auditoria PwC concluiu com mÃ©todos economÃ©tricos que o Brasil Ã© o favorito para ganhar a Copa. Ou seja, as estatÃsticas dos economistas nos favorecem. Que Ã³timo! EntÃ£o, para o Brasil conquistar o hexa, sÃ³ falta agora a seleÃ§Ã£o jogar bem, e vencer todos os adversÃ¡rios.
Raquel Faria - Fonte: O Tempo - 08/06/10.
PwC - http://www.pwc.com/br/pt/index.jhtml

O ESTÃDIO DE JOHANESBURGO
Fotos:
http://ngm.nationalgeographic.com/wallpaper/download
http://ngm.nationalgeographic.com/2010/06/south-africa/fuller-text
O novo estÃ¡dio de Johanesburgo, para 94 mil espectadores, inspirado no formato de uma tradicional vasilha africana, destaca-se no perfil da cidade. Com os olhos do mundo postos no anfitriÃ£o da Copa do Mundo, os sul-africanos querem causar excelente impressÃ£o: o presidente Zuma considera 2010 o ano mais crÃtico desde 1994, quando acabou o apartheid.
Foto de James Nachtwey.
Fonte: National Geographic - EdiÃ§Ã£o 123.

TRÃŠS VÃDEOS
As mais engraÃ§adas entre as listas de gols mais engraÃ§ados da histÃ³ria:
- http://www.youtube.com/watch?v=eeCy6A_24Dg
- http://www.youtube.com/watch?v=saAYOruxBg0
- http://www.youtube.com/watch?v=Gz_z_Ep0LXs&feature=related
Super Radar - Fonte: Super Interessante - EdiÃ§Ã£o 279.

PALAVRAS-CHAVE DO MUNDIAL AFRICANO
Altitude
Dos 64 jogos da Copa, 21 serÃ£o em Johannesburgo e PretÃ³ria, que estÃ£o cerca de 1.700 m acima do nÃvel do mar. Por isso, quase todas as seleÃ§Ãµes treinaram em lugares altos, como os Alpes, para melhor adaptaÃ§Ã£o ao ar rarefeito e Ã velocidade da bola nessa situaÃ§Ã£o
DOPING
A Fifa usou desta vez a estratÃ©gia de outras modalidades, que fazem testes--surpresa durante o perÃodo de treinos. A projeÃ§Ã£o era que mais de 500 exames seriam feitos atÃ© a final - metade deles antes do inÃcio da Copa
HORÃRIO
As partidas comeÃ§am Ã s:
13h30 (8h30 de BrasÃlia) - 10 jogos
16h (11h) - 25 jogos
20h30 (15h30) - 29 jogos
LISTA DE CONVOCADOS
A Fifa exigiu primeiro que as seleÃ§Ãµes apresentassem uma relaÃ§Ã£o com 30 nomes. Os 23 nomes definitivos foram divulgados no dia 1Âº de junho. Antes da estreia de cada time, sÃ³ podem ser feitas trocas em caso de contusÃ£o
QUARTO ÃRBITRO
Na Copa, o quarto Ã¡rbitro terÃ¡ muito mais liberdade para auxiliar o juiz principal, alertando-o sobre eventuais faltas e lances que nÃ£o sejam percebidos pelo trio. Mas a decisÃ£o final continua sendo do Ã¡rbitro
UNIFORME
Adidas, Nike e Puma vestem as principais seleÃ§Ãµes. A Adidas fornece uniformes para FranÃ§a, Argentina, Alemanha e Espanha. A Nike tem o Brasil como maior trunfo, alÃ©m de Portugal, EUA e Holanda. A Puma aposta na ItÃ¡lia e na Costa do Marfim, de Drogba
ESQUEMA TÃTICO
A formaÃ§Ã£o com trÃªs zagueiros, que deu o penta ao Brasil, em 2002, estÃ¡ fora de moda. As defesas agora quase sempre tÃªm quatro homens. O que muda Ã© o meio-campo e ataque
IDADE
O Brasil Ã© um dos favoritos com mais jogadores que jÃ¡ passaram dos 30. Entre os 23 convocados por Dunga, 9 jÃ¡ sÃ£o trintÃµes, entre eles, Gilberto Silva, 33. Na lista argentina, sÃ£o 7. Na Espanha, Vicente del Bosque chamou 3 atletas que jÃ¡ estÃ£o na parte final da carreira. A Inglaterra tem 9 trintÃµes
MELHOR DA COPA
O melhor jogador da Copa Ã© escolhido por uma votaÃ§Ã£o com jornalistas credenciados. A Fifa ainda dÃ¡ prÃªmio ao "melhor jogador jovem" da Copa e elege o melhor atleta de cada partida
BOLA
A Jabulani tem as cores da Ãfrica do Sul e um belo design. A Adidas diz que usou toda a tecnologia possÃvel na bola, que pesa 440 gramas. Mas a "redonda" foi classificada como "bola de praia" por um americano e de "bola de supermercado" por JÃºlio CÃ©sar
FALTAS
A Fifa vai usar a Copa como laboratÃ³rio para uma possÃvel mudanÃ§a nas regras. A ideia Ã© reformar a lei que obriga a expulsÃ£o de um jogador que comete infraÃ§Ã£o sendo o Ãºltimo homem, quando o rival estÃ¡ em condiÃ§Ãµes de marcar o gol
NACIONALIDADE
O Brasil Ã© um dos recordistas em fornecer jogadores para outras seleÃ§Ãµes. SÃ³ em Portugal serÃ£o trÃªs -Pepe, Deco e Liedson. A Alemanha tambÃ©m tem um brasileiro -o atacante Cacau
RELIGIÃƒO
O regulamento do Mundial proÃbe qualquer tipo de manifestaÃ§Ã£o religiosa ou polÃtica. Assim, nÃ£o serÃ£o permitidas camisas com o "I love Jesus" que jogadores do Brasil usaram na comemoraÃ§Ã£o da Copa das ConfederaÃ§Ãµes
CHUTEIRAS
Os fabricantes, especialmente Adidas e Nike, usam o Mundial para apresentar suas "novidades". Na seleÃ§Ã£o brasileira, a vedete Ã© uma chamativa peÃ§a laranja e roxa da Nike, usada por quase dois terÃ§os dos 23 convocados
GRAMA
Nos estÃ¡dios de Nelspruit e Polokwane, o gramado Ã© feito parcialmente com grama artificial. As raÃzes da grama natural sÃ£o intercaladas com fibras artificiais. O objetivo Ã© manter a qualidade dos campos apesar do frio sul-africano
Ã”NIBUS
Cada seleÃ§Ã£o terÃ¡ um Ã´nibus com uma frase de incentivo, no idioma de cada paÃs. A do Brasil Ã© "Lotado! O Brasil inteiro estÃ¡ aqui dentro". A da Argentina, "Ãšltima parada, a glÃ³ria"
SUSPENSÃƒO
Na Copa, bastam dois cartÃµes amarelos para um atleta ficar suspenso para o prÃ³ximo jogo. CartÃ£o vermelho dÃ¡ um jogo de suspensÃ£o automÃ¡tica
XENOFOBIA
Desde 2009 a Fifa impulsiona campanhas contra o racismo. Na Copa das ConfederaÃ§Ãµes, o brasileiro LÃºcio discursou antes das partidas pregando o fim de qualquer preconceito racial
JUIZ De onde eles vÃªm
Europa - 10
AmÃ©rica do Sul - 6
Ãsia - 4
AmÃ©rica do Norte e Central - 4
Ãfrica - 3
Oceania - 2
PARADINHA
Desde a Ãºltima terÃ§a-feira, a Fifa vetou o exagero nas paradinhas. Agora, sÃ³ vale parar na corrida para a cobranÃ§a. Quem desrespeitar a regra terÃ¡ que repetir a cobranÃ§a e irÃ¡ receber um cartÃ£o amarelo
TEMPERATURA
SerÃ¡ uma das Copas mais frias da histÃ³ria. Em Johannesburgo, a temperatura mÃnima mÃ©dia em junho fica abaixo dos 5Âº C. Mais fria ainda Ã© Bloemfontein, onde os termÃ´metros ficam atÃ© negativos e jÃ¡ chegou a nevar
ZAGUEIROS
A posiÃ§Ã£o chega fortalecida ao Mundial apÃ³s o italiano Cannavaro ser eleito o melhor da Copa de 2006. No Brasil, LÃºcio pode ser o primeiro zagueiro brasileiro a levantar a taÃ§a de campeÃ£o como capitÃ£o desde Mauro, campeÃ£o em 1962
Fonte: Folha de S.Paulo - 06/06/10.

DOIS BLOGS
O dia em que a FranÃ§a jogou com o uniforme do Juventude, o passe que TostÃ£o deu com os olhos, a maior copa da sua vida (e sÃ³ da sua): http://copawriters.wordpress.com/.
Ter todas as notÃcias do futebol mundial. Essa Ã© a pretensÃ£o do "The Offside". E eles chegam perto: http://www.theoffside.com/.
Super Radar - Fonte: Super Interessante - EdiÃ§Ã£o 279.

SOCCERNOMICS
Quanto maior Ã© o clube, maior o prejuÃzo que ele dÃ¡. Brasileiros ruins valem mais do que mexicanos bons. Essas sÃ£o algumas das teses deste livro, um "Freakonomics" do futebol. A versÃ£o brasileira traz histÃ³rias divertidas de RomÃ¡rio e Ronaldo.
Soccernomics, Simon Kuper e Stefan Szymanski, editora Tinta Negra, 340 pÃ¡ginas.
Super Radar - Fonte: Super Interessante - EdiÃ§Ã£o 279.
Detalhes:
http://e.conomia.info/livros/1337/soccernomics

MAIS UMA COPA
Johannesburgo, aqui estamos. Pela sÃ©tima vez presente, in loco, na sede de uma Copa do Mundo. Chega a ser assustador.
Ainda bem que olho em torno e vejo brilhantes dinossauros, como LuÃs Fernando VerÃssimo, Alberto Helena JÃºnior (JÃºnior?!), Ruy Carlos Ostermann, Fernando Calazans, JosÃ© Trajano. E posso pensar que ainda hÃ¡ muita lenha para queimar.
SÃ£o 40 anos na estrada, iniciada exatamente porque existiu uma Copa no MÃ©xico, em 1970, e resolveu-se lanÃ§ar a revista "Placar".
Naquela Copa, como nas duas seguintes, na Alemanha e na Argentina, trabalhei na retaguarda. Primeiramente como mero aprendiz e faz-tudo. Depois, jÃ¡ como chefe de reportagem.
E na Espanha, em 1982, diretor de redaÃ§Ã£o, lÃ¡ fui eu cobrir minha primeira Copa in loco.
De lÃ¡ para cÃ¡, foi uma atrÃ¡s da outra, exceÃ§Ã£o feita Ã de 2002. E nÃ£o sÃ³ porque bateu uma baita vontade de rever uma Copa no Brasil, do modo como as via quando crianÃ§a e adolescente, mas tambÃ©m porque foi de madrugada em nosso horÃ¡rio, inusitada. Teve tambÃ©m, devo confessar, o longo e claustrofÃ³bico voo para aquelas paragens, o que nÃ£o Ã© algo que o colunista vÃª com os melhores olhos. Nada de medo, mas de pouca paciÃªncia mesmo.
Sim, a da Espanha, a primeira, por Sevilla e Barcelona e, principalmente, por TelÃª Santana, SÃ³crates, Zico, FalcÃ£o e, atÃ©, acredite, pelo presidente da CBF, Giulite Coutinho, um dirigente que de tÃ£o raro sÃ³ deu e nada tirou para ele em nosso futebol, Ã© a inesquecÃvel.
De todas, depois da espanhola, a francesa tem um lugar especial pelo bem e pelo mal.
O bem comeÃ§a por Paris, que vale umas mil missas. Continua por um esquema de cobertura, jÃ¡ nesta Folha, que provavelmente nÃ£o se repetirÃ¡ porque foi em tempos de real forte e dÃ³lar fraco. E ainda um dos quatro filhos tambÃ©m estava lÃ¡, na concorrÃªncia. Nunca antes neste paÃs nÃ³s, jornalistas, tivemos tantas condiÃ§Ãµes para fazer uma cobertura perfeita.
Mas falhamos feio ao nem nos darmos conta de que Ronaldo FenÃ´meno nÃ£o tinha ido para o Stade de France disputar a final contra os anfitriÃµes da Copa, na maior bola entre as pernas do jornalismo esportivo brasileiro em todos os tempos. Prova de que, em regra, o esforÃ§o Ã© diretamente proporcional ao fracasso, razÃ£o pela qual as condiÃ§Ãµes mais espartanas das Copas subsequentes talvez tenham servido para nos deixar de olhos mais abertos.
Ã‰ o que queremos provar mais uma vez, pois nÃ£o.
Juca Kfouri (http://blogdojuca.uol.com.br/) - Fonte: Folha de S.Paulo - 06/06/10.

DA POESIA Ã AUTOAJUDA
Amigo torcedor, amigo secador, se o futebol do Brasil estava mais para a poesia do que para a prosa, como definiu o cineasta italiano Pier Paolo Pasolini, nesta Copa do Mundo a seleÃ§Ã£o canarinho vai no melhor estilo da autoajuda.
Ã“bvio que teremos instantes de prosa e momentos de poesia -o contra-ataque seguido de gol, segundo o mesmo Pasolini, guarda algo de poÃ©tico. A autoajuda, no entanto, prevalecerÃ¡.
O tÃ©cnico Dunga aprecia o gÃªnero, e Jorginho, seu auxiliar direto, distribuiu "O Futuro da Humanidade" (editora Sextante), de Augusto Cury, best-seller do ramo, para os jogadores.
O amigo pode ser um leitor voraz de obras motivacionais e gostar de um futebol bonito, assim como pode ser leitor erudito, quase um Jorge Luis Borges, e adorar uma medieval retranca Ã italiana.
No caso da comissÃ£o tÃ©cnica da seleÃ§Ã£o brasileira, temos a coincidÃªncia: a leitura reflete diretamente no estilo de jogo e na filosofia do grupo.
NÃ£o se deprima, amigo, os tempos mudaram, e a definiÃ§Ã£o das linguagens futebolÃsticas, tambÃ©m.
NÃ£o custa nada, todavia, dar um replay no ensaio romÃ¢ntico de Pasolini, coisa dos anos 1970:
"Quem sÃ£o os melhores dribladores do mundo e os melhores fazedores de gols? Os brasileiros. Portanto, o futebol deles Ã© um futebol de poesia -e, de fato, estÃ¡ todo centrado no drible e no gol. A retranca e a triangulaÃ§Ã£o Ã© futebol de prosa: baseia-se na sintaxe, isto Ã©, no jogo coletivo e organizado, na execuÃ§Ã£o racional do cÃ³digo.""
Ã‰, meu querido, onde queres Drummond, sou autoajuda, cantariam os chefes da atual equipe verde e amarela. E tem mais: o que sabe um diretor de cinema sobre o mundo da bola? Seria a mesma coisa que escalar o Dunga para dirigir "As Mil e Uma Noites", questionariam tambÃ©m a este mal diagramado cronista.
TÃ¡ legal, aceito o argumento.
Mas deveriam, na qualidade de bons leitores de autoajuda -gÃªnero conhecido vulgarmente entre os boleiros como "vamos lÃ¡, moÃ§ada!"-, adotar outras liÃ§Ãµes de casa. Penso, por exemplo, no volume "O Que Podemos Aprender com os Gansos" (Panda Books), de Alexandre Rangel.
Como bem sabemos, quando os gansos batem as asas, em um voo coletivo em forma de V, cria-se um vÃ¡cuo para o companheiro passar, e todos tÃªm um desempenho 71% melhor do que se voassem sozinhos. Ã‰ ou nÃ£o uma das grandes caracterÃsticas da brilhante ave homÃ´nima do Santos Futebol Clube?
Xico SÃ¡ - Fonte: Folha de S.Paulo - 04/06/10.

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