OBRA DE ARTE IV
16/09/2007 -
FORMANDOS & FORMADOS
AS METAMORFOSES DE OCAMPO IV
Obras de Octavio Ocampo. Pintor Celayense (Celaya - MĂ©xico) nascido em 28 de fevereiro de 1943. Confira na imagem! (MADONNA ROCAILLE).
(Colaboração: A.M.B.)
GESTORES? NA PRĂTICA APENAS DITADORES!
No dia-a-dia passaram apenas a realizar avaliaçÔes anuais, organizar férias, cobrar assiduidade e performance
O mundo corporativo vive hoje uma ilusĂŁo sobre o gerenciamento de equipes. O chamado trabalho em equipe nĂŁo passa de um mero aglomerado de pessoas trabalhando juntas, fisicamente ou nĂŁo, realizando suas funçÔes departamentais exigidas pelo emprego. O termo gestor, palavra de tanto glamour, ganhou novas caracterĂsticas, ou seja, de apenas realizar avaliaçÔes anuais, organizar fĂ©rias, cobrar assiduidade e performance.
Grande parte das empresas ainda trabalha em silos departamentais onde cada gestor de årea é responsåvel pelas suas funçÔes e olham somente para um pequeno pedaço da cadeia produtiva de produtos ou serviços. Quando a årea ou departamento tem um bom desempenho denominam isso, erroneamente, de Žtrabalho em equipeŽ.
Para começarmos a montar esse quebra-cabeça de forma correta, primeiramente temos que olhar o que Ă© de fato trabalho em equipe. Uma equipe se distingue de um grupo pela sua forma de pensar. Se existe um problema a ser resolvido o ÂŽgrupoÂŽ trabalha fisicamente em conjunto, mas cada um cria a sua linha de raciocĂnio e tenta defendĂȘ-la. Do outro lado vemos uma equipe que ao tentar resolver o mesmo problema, gera idĂ©ias independentes a princĂpio que sĂŁo complementadas pelo ponto de vista dos outros participantes atĂ© que uma linha de raciocĂnio Ășnica seja construĂda.
Para que um grupo chegue a ser realmente uma equipe Ă© necessĂĄrio passar por quatro etapas: no primeiro momento a equipe trabalha em um ambiente onde existe rivalidade e diferenças; depois passa pela fase de entendimento dos valores e diferenças; em seguida pelo perĂodo de aceitação destas diferenças pessoais e uso desta diversidade para complementar as deficiĂȘncias de cada um; e por fim chega-se a fase de sinergia do grupo, onde todos aceitam as diferenças individuais e sabem utilizĂĄ-las para atingir os objetivos apresentados - sempre complementando as idĂ©ias em discussĂŁo.
Chegar a este nĂvel de integração nĂŁo Ă© uma tarefa nada fĂĄcil e torna-se ainda mais complicada ao falarmos em equipe multifuncional - quando realmente o quadro de funcionĂĄrios passa a agir de acordo com os objetivos de negĂłcio da corporação. Para chegar a ÂŽmultifuncionalidadeÂŽ, a empresa deve reunir no mesmo grupo de trabalho colaboradores de diferentes ĂĄreas e funçÔes distintas. Normalmente, cada um dos funcionĂĄrios trarĂĄ consigo uma versĂŁo de gestor que aplicarĂĄ em seus conceitos de tolerĂąncia, complacĂȘncia, cobrança, expectativas de resultados, estĂmulo Ă tomada de decisĂŁo, mitigação de riscos, delegação de responsabilidades e atividades, entre outros.
Neste conceito de GestĂŁo de Equipe Multifuncional Ă© preciso entender as caracterĂsticas pessoais de cada integrante da equipe (valores, expectativas, desejos, habilidades, conhecimentos, atitude etc.) e saber realizar avaliaçÔes dos participantes e do lĂder da equipe. Esta anĂĄlise deve ser de forma clara e transparente, consultando todos os envolvidos da equipe e tambĂ©m os clientes e fornecedores do grupo, para obter um balanço geral sobre o relacionamento interno, participante com participante, e participantes com o contexto externo da equipe (incluindo o lĂder ou gestor).
GestĂŁo vai alĂ©m de aplicar as regras da empresa, significa entender cada pessoa, lidar com a diversidade, cobrar com respeito e dignidade o desempenho combinado ou esperado. A tarefa tambĂ©m inclui realizar com freqĂŒĂȘncia conversas - ou avaliaçÔes - sobre o realizado versus o contratado , alĂ©m de disponibilizar meios para melhorar a atuação e atingir as expectativas. O gestor deve informar claramente ao grupo o estĂĄgio do trabalho em andamento, que vai desde "a decisĂŁo jĂĄ foi tomada realizem o trabalho" atĂ© definir os objetivos e limites permitindo ao grupo escolher como serĂĄ realizado o trabalho solicitado.
Um grande desafio para o gestor de equipes multifuncionais Ă© o fato de ter que influenciar e nĂŁo mandar, pois os participantes da equipe sĂŁo seus pares na organização e Ă© neste momento que as habilidades do gestor serĂŁo colocadas Ă prova: liderar sem autoridade funcional. O segredo estĂĄ no conhecimento das caracterĂsticas individuais (dele e dos participantes), relacionamento com cada integrante da equipe e entendimento do contexto (benefĂcios e exposição).
O grande benefĂcio para as empresas sobre o trabalho de equipes multifuncionais Ă© que, comprovadamente, os resultados sĂŁo superiores: resolução mais rĂĄpida e com maior satisfação dos clientes e acionistas. Isto acontece porque estamos trabalhando com pessoas de vĂĄrias ĂĄreas da organização com visĂ”es diferentes, visĂ”es empresariais e valores pessoais distintos, podendo assim analisar o mesmo tema com uma variedade de percepçÔes e interpretaçÔes distintas, permitindo assim encontrar a melhor solução.
Paulo Chebel é especialista em direção empresarial e diretor da Outstretch Empreendimentos e Negócios.
(Colaboração: Brazil&Modal)
A FARRA DOS SACOS PLĂSTICOS
-"Creio que um dos primeiros presentes que recebi de meus sogros em Viena foram 2 bolsas de algodão para ir ao Supermercado. Depois compreendi".- Os supermercados, farmåcias e boa parte do comércio varejista embalam em saquinhos tudo o que passa pela caixa registradora. Não importa o tamanho do produto que se tenha à mão, aguarde a sua vez porque ele serå embalado num saquinho plåstico.
O pior Ă© que isso jĂĄ foi incorporado na nossa rotina como algo normal, como se o destino de cada produto comprado fosse mesmo um saco plĂĄstico.
Nossa dependĂȘncia Ă© tamanha que quando ele nĂŁo estĂĄ disponĂvel costumamos reagir com reclamaçÔes indignadas.
Quem recusa a embalagem de plĂĄstico Ă© considerado, no mĂnimo, exĂłtico.
Outro dia fui comprar lĂąminas de barbear numa farmĂĄcia e me deparei com uma situação curiosa: a caixinha com as lĂąminas cabia perfeitamente na minha pochete. Meu plano era levar para casa assim mesmo. Mas num gesto automĂĄtico, a funcionĂĄria registrou a compra e enfiou rapidamente a mĂsera caixinha num saco onde caberiam seguramente outras dez.
Pelas razÔes que explicarei abaixo, recusei gentilmente a embalagem.
A plasticomania vem tomando conta do planeta desde que o inglĂȘs Alexander Parkes inventou o primeiro plĂĄstico, em 1862. O novo material sintĂ©tico reduziu os custos dos comerciantes e incrementou a sanha consumista da civilização moderna.
Mas os estragos causados pelo derrame indiscriminado de plĂĄsticos na natureza tornou o consumidor um colaborador passivo de um desastre ambiental de grandes proporçÔes. Feitos de resinas sintĂ©ticas originadas do petrĂłleo, esses sacos nĂŁo sĂŁo biodegradĂĄveis e levam sĂ©culos para se decompor na natureza. Usando a linguagem dos cientistas, esses saquinhos sĂŁo feitos de cadeias moleculares inquebrĂĄveis, e Ă© impossĂvel definir com precisĂŁo quanto tempo levam para desaparecer no meio natural.
No caso especĂfico das sacolas de supermercado, por exemplo, a matĂ©ria-prima Ă© o plĂĄstico filme, produzido a partir de uma resina chamada polietileno de baixa densidade (PEBD).
No Brasil sĂŁo produzidas 210 mil toneladas anuais de plĂĄstico filme, que jĂĄ representa 9,7% de todo o lixo do paĂs. Abandonados em vazadouros, esses sacos plĂĄsticos impedem a passagem da ĂĄgua, retardando a decomposição dos materiais biodegradĂĄveis, e dificultam a compactação dos detritos.
Essa realidade que tanto preocupa os ambientalistas no Brasil, jĂĄ justificou mudanças importantes na legislação - e na cultura - de vĂĄrios paĂses europeus.
Na Alemanha, por exemplo, a plasticomania deu lugar à sacolamania (cada um levando sua própria sacola). Quem não anda com sua própria sacola a tiracolo para levar as compras é obrigado a pagar uma taxa extra pelo uso de sacos plåsticos. O preço é salgado: o equivalente a sessenta centavos a unidade.
A guerra contra os sacos plåsticos ganhou força em 1991, quando foi aprovada uma lei que obriga os produtores e distribuidores de embalagens a aceitar de volta e a reciclar seus produtos após o uso. E o que fizeram os empresårios?
Repassaram imediatamente os custos para o consumidor. Além de antiecológico, ficou bem mais caro usar sacos plåsticos na Alemanha.
Na Irlanda, desde 1997 paga-se um imposto de nove centavos de libra irlandesa por cada saco plĂĄstico. A criação da taxa fez multiplicar o nĂșmero de irlandeses indo Ă s compras com suas prĂłprias sacolas de pano, de palha, e mochilas.
Em toda a Grã-Bretanha, a rede de supermercados CO-OP mobilizou a atenção dos consumidores com uma campanha original e ecológica: todas as lojas da rede terão seus produtos embalados em sacos plåsticos 100% biodegradåveis. Até dezembro deste ano, pelo menos 2/3 de todos os saquinhos usados na rede serão feitos de um material que, segundo testes em laboratório, se decompÔe dezoito meses depois de descartado. Com um detalhe interessante: se por acaso não houver contato com a ågua, o plåstico se dissolve assim mesmo, porque serve de alimento para microorganismos encontrados na natureza.
NĂŁo hĂĄ desculpas para nĂłs brasileiros nĂŁo estarmos igualmente preocupados com a multiplicação indiscriminada de sacos plĂĄsticos na natureza. O paĂs que sediou a Rio-92 (ConferĂȘncia Mundial da ONU sobre Desenvolvimento e Meio Ambiente) e que tem uma das legislaçÔes ambientais mais avançadas do planeta, ainda nĂŁo acordou para o problema do descarte de embalagens em geral, e dos sacos plĂĄsticos em particular. A Ășnica iniciativa de regulamentar o que hoje acontece de forma aleatĂłria e caĂłtica foi rechaçada pelo Congresso na legislatura passada. O entĂŁo deputado Emerson Kapaz foi o relator da comissĂŁo criada para elaborar a "PolĂtica Nacional de ResĂduos SĂłlidos". Entre outros objetivos, o projeto apresentava propostas para a destinação inteligente dos resĂduos, a redução do volume de lixo no Brasil, e definia regras claras para que produtores e comerciantes assumissem novas responsabilidades em relação aos resĂduos que descartam na natureza, assumindo o ĂŽnus pela coleta e processamento de materiais que degradam meio ambiente e a qualidade de vida.
O projeto elaborado pela comissĂŁo nĂŁo chegou a ser votado. NĂŁo se sabe quando serĂĄ. Sabe-se apenas que nĂŁo estĂĄ na pauta do Congresso. OmissĂŁo grave dos nossos parlamentares que nĂŁo pode ser atribuĂda ao mero esquecimento.
HĂĄ um lobby poderoso no Congresso trabalhando no sentido de esvaziar esse conjunto de propostas que atinge determinados setores da indĂșstria e do comĂ©rcio.
Ă preciso declarar guerra contra a plasticomania e se rebelar contra a ausĂȘncia de uma legislação especĂfica para a gestĂŁo dos resĂduos sĂłlidos.
HĂĄ muitos interesses em jogo.
Qual Ă© o seu? VAMOS FAZER A NOSSA PARTE E REPASSAR ESSE MATERIAL!
André Trigueiro: pós-graduado em meio ambiente, jornalista, redator e apresentador do Jornal das 10, da Globonews, desde 1996.
(Colaboração: Sueli)
NĂŁo deixem de enviar suas mensagens atravĂ©s do âFale Conoscoâ do site.
http://www.faculdademental.com.br/fale.ph