O MELHOR DO FOTOJORNALISMO EM SP
06/02/2009 -
MARILENE CAROLINA
FOTOCONTEXTO 2008
Foto: A avenida Paulista na lente do fotógrafo Eduardo Nicolau/divulgação.
A 4ÂȘ Mostra Anual de Fotojornalismo (FotoContexto 2008) - que vai atĂ© o prĂłximo dia 20 no Conjunto Nacional (avenida Paulista, 2.073) em SĂŁo Paulo - reĂșne uma seleção de 85 fotografias publicadas nos principais jornais brasileiros no ano passado. Organizada pela Associação de RepĂłrteres FotogrĂĄficos e CinematogrĂĄficos no Estado de SĂŁo Paulo (Arfoc-SP), a exposição traz imagens como a tomada aĂ©rea da avenida Paulista, fotografada com uma lente olho-de-peixe por Eduardo Nicolau.
Fonte: O Tempo â 04/02/09.
Mais:
http://www.ccn.com.br/fevereiro09_3.php
http://www.arfoc-sp.org.br/
REVOLUĂĂO ISLĂMICA FAZ 30 ANOS
HĂĄ 30 anos, o aiatolĂĄ Ruhollah Khomeini descia de um Jumbo da Air France na pista do aeroporto de TeerĂŁ, vindo do exĂlio nos arredores de Paris, e era aclamado por milhĂ”es de pessoas em transe, num gesto que simboliza a volta triunfal do clĂ©rigo e prenuncia a revolução iraniana.
Em junho de 1979, nasceria a RepĂșblica IslĂąmica do IrĂŁ, que ostenta no tĂtulo suas raĂzes ao mesmo tempo republicanas - inspiradas pela tradição revolucionĂĄria e antimonĂĄrquica ocidental - e religiosas.
Depois de varrer a monarquia prĂł-ocidental do xĂĄ Reza Pahlavi, a revolta civil acabou confiscada pelos clĂ©rigos, que transformaram o paĂs numa teocracia xiita (facção minoritĂĄria no islĂŁ, mas majoritĂĄria no paĂs persa) que convive mal com as instituiçÔes polĂticas republicanas iranianas.
A Revolução IslĂąmica abriu uma nova era geopolĂtica no Oriente MĂ©dio. A primeira reviravolta se deu em 1979, com o apoio do governo dos aiatolĂĄs Ă tomada de refĂ©ns por militantes islĂąmicos na embaixada norte-americana em TeerĂŁ, que durou um ano e meio e selou o fim das relaçÔes entre IrĂŁ e EUA.
Em plena Guerra Fria, o governo proclamou sua independĂȘncia dos blocos norte-americano e soviĂ©tico e inundou o mundo islĂąmico, incluindo os paĂses de maioria sunita (facção rival e majoritĂĄria no islĂŁ), com livros e fitas cassete contendo discursos incendiĂĄrios instando ao levante contra governos infieis.
Militantes muçulmanos reprimidos por governos que consideravam o islĂŁ uma ameaça - na Turquia, na SĂria, no Egito - ganharam autoconfiança com o ĂȘxito da revolta iraniana em derrubar o regime abertamente antirreligioso e prĂł-norte-americano do xĂĄ.
Saddam. Em 1982, logo apĂłs a invasĂŁo israelense do LĂbano para expulsar de lĂĄ a liderança laica da Organização para Libertação da Palestina, surgia o Hezbollah, grupo xiita libanĂȘs inspirado na Revolução IslĂąmica. Com ojeriza ao regime de TeerĂŁ, o Ocidente forneceu armas e dinheiro ao Iraque de Saddam Hussein em sua longa guerra com o IrĂŁ.
O paĂs Ă© visto como incontornĂĄvel no Oriente MĂ©dio - devido a seu tamanho e localização, seus recursos naturais e seus contatos privilegiados com grupos radicais influentes.
Antiguidade
O IrĂŁ de hoje descende diretamente do ImpĂ©rio Persa de 2.500 anos atrĂĄs â um dos maiores na Antiguidade â e atĂ© 1935 era conhecido internacionalmente como PĂ©rsia. Isso explica, apesar de existirem minorias ĂĄrabes e curdas, a relativa coesĂŁo territorial, linguĂstica e cultural da nação iraniana, descrita na literatura como altiva e orgulhosa.
Existem atĂ© relatos de que o xiismo seria uma apropriação do islĂŁ ĂĄrabe pelos persas. Ao longo do sĂ©culo 20 o IrĂŁ ensaiou alianças â com a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial (1939-45) e com os EUA na Guerra Fria â, mas sempre buscou manter autonomia e independĂȘncia.
Ao contrĂĄrio de todos os seus vizinhos, como o Iraque e o PaquistĂŁo, nĂŁo foi colonizado nem criado por estrangeiros.
Fonte: O Tempo - 01/02/09.
ENSINO SUPERIOR E DISTANTE
Dados do Censo da Educação Superior de 2007 sugerem que o sistema de ensino de terceiro grau pode estar perto de alcançar um ponto de equilĂbrio. ApĂłs vĂĄrios anos em que a taxa de criação de novas instituiçÔes superiores beirava os 10% anuais, entre 2006 e 2007 ela foi de mero 0,5%, passando de 2.270 para 2.281 entidades.
Saturação do mercado, porĂ©m, nĂŁo significa que as necessidades do paĂs estejam atendidas. Se o nĂșmero de matrĂculas aumentou 8% no perĂodo, o de formandos cresceu em ritmo mais lento (3%). Diminui a proporção entre alunos ingressantes e concluintes, que era de 46% em 2006 e passou para 44% em 2007.
Mais preocupante Ă© a queda no nĂșmero de diplomados em cursos de formação de professores para o ensino bĂĄsico. Em 2007, formaram-se 70.507 docentes, 4,5% menos que em 2006. Algumas das maiores reduçÔes envolvem profissionais para ensinar disciplinas obrigatĂłrias, como letras (-10%), geografia (-9%) e quĂmica (-7%).
Isso num paĂs em que ao menos 300 mil professores carecem de qualificação apropriada para as aulas que ministram. Eis aĂ uma das principais deficiĂȘncias da educação nacional. Ela sĂł serĂĄ sanada com o aprofundamento de uma polĂtica de revalorização da profissĂŁo, que começa por uma recomposição salarial mas nĂŁo poderia esgotar-se nela.
Dada a urgĂȘncia de preparar mais e melhores professores, hĂĄ que lançar mĂŁo de todos os meios -como o ensino a distĂąncia, que permite levar a qualificação aonde ela Ă© mais necessĂĄria. A boa nova do censo Ă© que essa modalidade conta jĂĄ com 370 mil matriculados (7% do total), contra 207 mil no ano anterior.
Falta agora criar as condiçÔes e os requisitos de qualidade para que esse potencial seja mobilizado na capacitação dos docentes de que o Brasil precisa. Caso contrårio, resultarå apenas em mais um canal de saturação.
Editoriais â Fonte: Folha de S.Paulo â 04/02/09.
AS BARBAS DE MOLHO
VĂĄrias universidades particulares mineiras estĂŁo em crise. Os salĂĄrios dos professores estĂŁo atrasados e estes ameaçam entrar em greve. Pelo menos uma adiou o inĂcio do ano letivo. Outras correm o risco de terem de suspender as aulas, que nem bem começaram. A situação pĂ”e apreensivos cerca de 30 mil estudantes.
O ensino privado de nĂvel superior experimentou uma grande expansĂŁo no paĂs nos Ășltimos dez anos. Criaram-se centenas de universidades e abriram-se milhares de vagas. Em Minas Gerais, em 2000, existiam 135 instituiçÔes. Hoje, elas sĂŁo 306 num Estado que tem apenas 13 instituiçÔes pĂșblicas de ensino.
O governo estimulou a expansĂŁo das particulares porque estas diminuĂam a pressĂŁo da demanda sobre as pĂșblicas. Aparentemente, o acesso Ă universidade era facilitado. Mas a concorrĂȘncia se instalou entre as privadas. Seus custos foram comprimidos, provocando a piora na qualidade do ensino.
As dificuldades atuais tĂȘm explicação nessa situação. De um lado, mensalidades que nĂŁo remuneram adequadamente os custos; de outro, inadimplĂȘncia e evasĂŁo de alunos. Com a crise econĂŽmica, a tendĂȘncia Ă© o sistema privado entrar em retração, escolas perderem alunos, fecharem ou serem absorvidas.
Levantamento do MEC mostra que as piores universidades cresceram mais que a mĂ©dia do setor em nĂșmero de alunos entre 2006 e 2007. Enquanto todo o setor cresceu 4,5%, passando de 4,6 milhĂ”es para 4.8 milhĂ”es de alunos, as universidades com notas mais baixas aumentaram suas matrĂculas em 7,3%.
Doze por cento do alunado brasileiro estuda em escolas ruins. Para avaliar isso, o MEC conta os tĂtulos dos professores e as notas dos alunos. A pior qualidade deriva da redução de gastos com professores, livros e laboratĂłrios. Das 454 escolas pior avaliadas, 436 sĂŁo privadas, outras municipais, uma estadual e outra federal.
Sete por cento dessas escolas estĂŁo em Minas Gerais.
Editorial â Fonte: O Tempo â 05/02/09.
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