FALANDO NA CRIMINALIDADE
05/04/2012 -
FALOU NO FM? TĂ FALADO!
CRIME GANHA ROSTO E IDENTIDADE NO MĂXICO
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http://www.nytimes.com/2012/03/22/world/americas/mexican-art-project-puts-faces-on-crimes-toll.html
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http://photogallery.thestar.com/1143472
Murrieta Foundation - http://www.fundacionmurrieta.org.mx/npage.html
ECATEPEC, MĂ©xico - Quando os moradores desta cidade industrial pobre olham para os morros, eles agora veem os rostos de vĂtimas da criminalidade que lhes olham de volta. Enormes retratos fotogrĂĄficos recobrem casas de concreto, como parte de um projeto comunitĂĄrio de arte que capta uma obsessĂŁo no MĂ©xico: a visualização das vĂtimas. Ou, de modo mais amplo, um esforço para converter cifras frias de vĂtimas em pessoas reais outra vez.
"Muitas vezes falamos apenas em termos de nĂșmeros", explicou Marco HernĂĄndez Murrieta, presidente da Fundação Murrieta, que organizou o projeto fotogrĂĄfico aqui em um subĂșrbio da Cidade do MĂ©xico. "Agora, estamos atribuindo rostos Ă s estatĂsticas."
Outros grupos vĂȘm dando vozes Ă s vĂtimas em vĂdeos com atores famosos, como Diego Luna, representando mexicanos que perderam entes queridos para a violĂȘncia do narcotrĂĄfico ou abusos dos direitos humanos. Contas no Twitter como @Tienennombre dĂŁo nomes aos mortos, em muitos casos acrescentando suas idades e outros dados pessoais.
Esses esforços revelam mais do que apenas a frustração com a insegurança crescente no paĂs. Especialistas e ativistas dizem que representam um grito de ultraje com a impunidade e a falta de transparĂȘncia que conservam os mexicanos no escuro, muitas vezes incapazes de distinguir os culpados dos inocentes. Contudo, enquanto exemplos anteriores de defesa de vĂtimas na AmĂ©rica Latina foram voltados principalmente contra governos, muitos dos chamados visualizadores de vĂtimas no MĂ©xico afirmam estar mais interessados em mudar a mentalidade de seus vizinhos.
Suas campanhas sĂŁo sobretudo tentativas de criar uma consciĂȘncia pĂșblica, de impedir as pessoas de cometer ou aceitar a violĂȘncia, fazendo-as sentir o sofrimento decorrente da criminalidade -em grande parte via esforços compartilhados facilmente nas mĂdias sociais ou pelo boca a boca.
Na realidade, o projeto de Ecatepec foi inspirado por um astro das ruas e da internet: o fotĂłgrafo francĂȘs conhecido como JR, que exibe retratos enormes sobre prĂ©dios e em espaços pĂșblicos. Alguns anos atrĂĄs, JR expĂŽs fotos do tamanho de outdoors de jovens moradores da periferia de Paris. Mais tarde, no Oriente MĂ©dio, colou retratos de palestinos e israelenses juntos nos dois lados dos muros que os dividiam.
O processo no MĂ©xico foi mais coletivo. A Fundação Murrieta deu aulas de fotografia a jovens de bairros pobres e recrutou vĂtimas de crimes para seus trabalhos. As "vĂtimas" receberam uma definição ampla. Ao lado de pessoas que tinham testemunhado assassinatos em primeira mĂŁo, perdido familiares ou sido vĂtimas de crimes violentos, a categoria abrangeu dependentes de drogas, as namoradas de criminosos e um idoso que temia nĂŁo poder ver seu filho encarcerado antes de morrer. As histĂłrias dessas pessoas foram reunidas em uma compilação de testemunhos, com seus nomes omitidos por segurança.
Hernåndez descreveu o projeto como prevenção da criminalidade por meio da arte. Falando ao lado de uma foto de uma jovem mulher com låbios carnudos e olhos intensos, disse que sua esperança é que as imagens levem pessoas que estiverem cogitando em cometer um crime a repensar e que levem mexicanos a cobrar uma mudança de atitude por parte de amigos ou parentes envolvidos em gangues ou no tråfico de drogas.
Mas serĂĄ que conversar e compartilhar sĂŁo o suficiente no MĂ©xico (democracia complicada que sempre mostrou preferĂȘncia histĂłrica pela estabilidade, em vez de reformas)?
O poeta e ativista mexicano Homero Aridjis disse que se sentiu encorajado pela emoção que emana das "credenciais de sangue". "Mas o que precisamos neste paĂs Ă© transparĂȘncia judicial", declarou. "A Ășnica esperança Ă© reformar o JudiciĂĄrio."
Sem mudanças institucionais, disse ele, a popularização da vĂtima pode levar a mais problemas, nĂŁo menos, na medida em que as pessoas se sentem incentivadas a agir como justiceiras. "Ă preciso tomar cuidado para que as vĂtimas nĂŁo virem inquisidoras."
Por Damien Cave - The New York Times - Fonte: Folha de S.Paulo - 02/04/12.
Reportagem original em inglĂȘs:
http://www.nytimes.com/2012/03/22/world/americas/mexican-art-project-puts-faces-on-crimes-toll.html
Veja mais:
http://photogallery.thestar.com/1143472
Fundação Murrieta - http://www.fundacionmurrieta.org.mx/npage.html
MENSAGENS DE NOSSOS LEITORES E COLABORADORES
O NOSSO CONGRESSO...
Escutando à matéria lembrei-me daquele antigo ditado que diz: "o povo tem o governo que merece".
Veja o vĂdeo:
http://www.youtube.com/watch?v=eySRDPHO8XM.
Fonte: Eduardo Mayer (Colaboração: A. M. Borges)
TESTE JAPONĂS - INTERESSANTE... RESPONDAM SEM MEDO
O interessante neste teste, Ă© que nĂŁo existe resposta certa ou errada:
http://www.ociocriativo.com.br/trivias/pub/teste1.htm.
(Colaboração: Andrea - Jacutinga)
NĂŁo deixem de enviar suas mensagens atravĂ©s do âFale Conoscoâ do site.
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