PENSANDO NA COMUNIDADE CIENTĂFICA
30/12/2010 -
PENSE!
VENDEM-SE ESPĂCIES
English/sites:
http://supportscripps.ucsd.edu/
http://www.biopat.de/englisch/index_e.htm
Goodhartzorum - http://explorations.ucsd.edu/Around_the_Pier/2008/July_August/Name_a_Species/
Opsiphanes blythekitzmillerae - http://www.flmnh.ufl.edu/sciencestories/2008/butterfly_auction.htm
Callicebus aureipalatii - http://www.facebook.com/note.php?note_id=112762518762426
Mesonerilla neridae - http://www.csmonitor.com/Environment/Wildlife/2008/0625/want-to-name-a-sea-slug-a-nonprofit-might-let-you
Lebbeus clarehanna - http://www.righthealth.com/topic/lebbeus_clarehanna
Agora existe um jeito mais fåcil de alcançar a imortalidade: batizar uma espécie animal com o seu próprio nome.
A comunidade cientĂfica descobriu uma nova maneira de financiar seus projetos: explorar a vaidade humana, vendendo os nomes cientĂficos de animais e plantas para pessoas que queiram aparecer. VocĂȘ paga e ganha o direito de batizar criaturas recĂ©m-descobertas, que passarĂŁo a sesr conhecidas pelo seu nome. Esse mercado Ă© liderado pelo Instituto Scripps, da Universidade de San Diego, que se especializou no negĂłcio - e trabalha com vermes e moluscos. Prefere criaturas mais graciosas? Procure a Biopat, que estĂĄ vendendo os nomes de 100 novas espĂ©cies, como sapos e orquĂdeas.
EXEMPLOS:
Minhoca da FamĂlia
EspĂ©cie: goodhartzorum (a espĂ©cie pertence a um novo gĂȘnero, cujo nome ainda nĂŁo foi definido)
Quem comprou: O americano Jeff Goodhartz (R$ 7.900)
Professor de matemåtica, Jeff tem quase 60 anos, é solteiro e não tem filhos. Mas queria deixar um legado. E pagou à Universidade de San Diego para batizar uma nova espécie de minhoca - que foi descoberta em Belize e agora carrega o sobrenome dele.
Voa, VovĂł
Espécie: Opsiphanes blythekitzmillerae
Quem comprou: a famĂlia Kitzmiller (R$ 70 mil)
A americana Margery Kitzmiller, morta em 1972, era uma pessoa criativa: escrevia poesia, tocava piano e cantava. "Quase uma borboleta", dizem seus netos - que adquiriram de cientistas americanos o direito de colocar o nome da velhinha numa borboleta.
Sorte de Macaco
Espécie: Callicebus aureipalatii
Quem comprou: Um cassino online (R$ 1,1 milhĂŁo)
Depois de pagar R$ 1.600 para tatuar seu logotipo no rosto de uma mulher, os donos do cassino virtual Golden Palace acharam um jeito ainda melhor de divulgar a marca: compraram o nome cientĂfico de um macaco boliviano, que virou "palĂĄcio dourado" em latim.
Te amo, Verme
Espécie: Mesonerilla neridae
Quem comprou: O biĂłlogo Greg Rouse (R$ 25 mil)
Greg queria homenagear sua namorada. E, quando ficou sabendo que o nome de um verme aquåtico recém-descoberto estava à venda, não pensou duas vezes: batizou-o com o nome da garota, Nerida. Não é um gesto muito romùntico, mas ele diz que a moça "gostou muito".
CamarĂŁo da NBA
Espécie: Lebbeus clarehanna
Quem comprou: O ex-jogador de basquete Luc Longley (R$ 5 mil)
Quando descobriu uma nova espécie de camarão, a cientista australiana Anna McCallum não vacilou: colocou o nome do bicho em leilão no site eBay. O comprador foi Luc Longley, ex-craque do Chicago Bulls. Ele colocou o nome de sua filha, Clare Hanna, no camarão.
Cristine Gerk - Fonte: Super Interessante - Edição 286.
Os sites:
http://supportscripps.ucsd.edu/
http://www.biopat.de/englisch/index_e.htm
Goodhartzorum - http://explorations.ucsd.edu/Around_the_Pier/2008/July_August/Name_a_Species/
Opsiphanes blythekitzmillerae - http://www.flmnh.ufl.edu/sciencestories/2008/butterfly_auction.htm
Callicebus aureipalatii - http://www.facebook.com/note.php?note_id=112762518762426
Mesonerilla neridae - http://www.csmonitor.com/Environment/Wildlife/2008/0625/want-to-name-a-sea-slug-a-nonprofit-might-let-you
Lebbeus clarehanna - http://www.righthealth.com/topic/lebbeus_clarehanna
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ESTĂ NASCENDO A ERA DOS EDUCADORES
Uma Faculdade, em SĂŁo Paulo, decidiu oferecer aulas de madrugada, terminando Ă s 2h. Isso por uma simples razĂŁo de mercado: o horĂĄrio atendia aos desejos de trabalhadores que queriam o diploma, mas nĂŁo tinham horĂĄrio para estudar.
JĂĄ hĂĄ cursos de graduação que nĂŁo aceitam a matrĂcula de alunos com menos de 24 anos. Os mais velhos, mais responsĂĄveis, muitos deles casados ou com filhos, nĂŁo querem garotada "zoando" em sala.
à comum ver LAN houses na periferia usadas por quem faz cursos a distùncia. Para quem tem pouco tempo e dinheiro, o computador conectado à internet passa a ser a esperança de um salårio melhor.
Esses trĂȘs fatos sĂŁo simbĂłlicos da nova agenda brasileira, que a presidente Dilma Rousseff terĂĄ de enfrentar. EstĂĄ vindo uma classe mĂ©dia mais escolarizada e crĂtica, com demandas cada vez mais sofisticadas e difĂceis de atender.
Essa nova agenda vai gerar ĂĄreas de pressĂŁo para a presidente Dilma, que jĂĄ recebe uma terrĂvel herança: as expectativas criadas pelo presidente Lula.
Segundo o Datafolha, 83% dos brasileiros esperam que ela faça um governo igual ou melhor do que o do antecessor. A frustração, pelo menos a curto prazo, serå inevitåvel. A situação fica ainda mais delicada quando Lula sugere que poderia estar disposto a voltar.
Independentemente do fator Lula e mesmo da necessidade de pĂŽr as contas pĂșblicas em ordem, hĂĄ uma mudança no padrĂŁo de expectativas do brasileiro.
Atribuiu-se parte do sucesso e do prestĂgio de Lula Ă distribuição de recursos diretamente Ă s famĂlias. De fato, ele ampliou o que recebeu do governo anterior e soube fazer disso uma notĂĄvel obra de comunicação. Existe, porĂ©m, um segmento urbano que, vivendo nas periferias das grandes cidades, pouco tem a ver com o assistencialismo. Ă beneficiĂĄrio do crescimento econĂŽmico e dos aumentos salariais, mas sabe que sua prosperidade depende da qualidade de seus diplomas.
Colecionei uma sĂ©rie de pesquisas, realizadas pelos mais diferentes institutos de opiniĂŁo, algumas delas voltadas a entender os novos consumidores, que trazem sempre a mesma mensagem: o valor crescente do conhecimento. Basta lembrar que, segundo o Datafolha, a educação se transformou em uma das trĂȘs prioridades da população. No Sudeste, onde estĂŁo as metrĂłpoles, a tendĂȘncia Ă© especialmente forte.
O Brasil tem um imenso gargalo no ensino mĂ©dio, o segmento educacional mais vulnerĂĄvel do paĂs. Os cursos tĂ©cnicos sĂŁo escassos; as vagas em faculdades pĂșblicas, limitadas. O nĂvel geral das faculdades privadas ainda Ă© lamentĂĄvel, como mostram indicadores oficiais.
A tendĂȘncia Ă© a universalização do ensino mĂ©dio e, com isso, mais gente informada, com mais expectativa e mais crĂtica. Ă o que se vĂȘ no adulto enfiado numa LAN house fazendo um curso a distĂąncia.
Ă inevitĂĄvel que, nessa mistura de democracia com melhoria da escolaridade, aumente a percepção da distĂąncia entre o que se paga de imposto (mais de quatro meses de trabalho por ano) e o que se recebe como serviço. Mais que a corrupção, vĂŁo sobressair a falta de eficiĂȘncia, o desperdĂcio, os descalabros de gestĂŁo e o corporativismo doentio.
O imenso valor do Bolsa FamĂlia estĂĄ em pĂŽr o dinheiro diretamente nas mĂŁos das famĂlias, quase sem intermediação. Ă bem mais simples do que melhorar o sistema de saĂșde ou oferecer educação de qualidade, avanços que exigem complexos e demorados sistemas de gestĂŁo.
NĂŁo dĂĄ para nĂŁo reconhecer que o Brasil melhorou inclusive na educação. Mas o sucesso tem um preço. Logo as pessoas esquecem os benefĂcios adquiridos e querem mais.
Dilma terå de lidar com a expectativa deixada por Lula, mas a regra vale para todos os governantes que agora tomam posse: eles serão avaliados com mais dureza e terão de oferecer soluçÔes mais engenhosas.
à provåvel que sejam avaliados pela habilidade de melhorar a autonomia dos cidadãos, ou seja, de aumentar a qualidade do que as pessoas aprendem para ter um projeto de prosperidade. à por isso que um trabalhador se dispÔe a fazer um curso superior de madrugada.
PS - JĂĄ houve diferentes grupos no poder: bacharĂ©is, militares, economistas. A prĂłxima dĂ©cada serĂĄ a era dos educadores -e uma coisa Ăștil a fazer serĂĄ aprovar uma lei da responsabilidade educacional, que puna, com pesadas multas, todos os nĂveis de governo que nĂŁo cumprirem suas obrigaçÔes educacionais.
Gilberto Dimenstein (www.dimenstein.com.br/) - Fonte: Folha de S.Paulo â 26/12/10.
NEGĂCIOS VERDES â MIĂDOS DE PORCO E ESTERCO VIRAM ENERGIA EM CIDADE SUECA
KRISTIANSTAD, SuĂ©cia - Era uma meta ambiciosa quando, hĂĄ uma dĂ©cada, esta cidade prometeu se livrar dos combustĂveis fĂłsseis.
Mas, hoje em dia, o municĂpio de Kristianstad, com 80 mil habitantes, praticamente nĂŁo usa mais petrĂłleo, gĂĄs natural ou carvĂŁo para aquecer lares e empresas. SĂł que este lugar do sul da SuĂ©cia nĂŁo adotou a energia solar ou a eĂłlica. Como convĂ©m a uma regiĂŁo voltada para a agricultura e o processamento de alimentos, ela aproveita ingredientes como cascas de batatas, esterco, Ăłleo de cozinha usado ou tripas de porcos.
Uma usina existente, hĂĄ dez anos, usa um processo biolĂłgico para transformar os detritos em biogĂĄs, uma forma de metano. O gĂĄs Ă© queimado para gerar calor e eletricidade ou Ă© refinado e vira combustĂvel para carros.
A cidade também queima o gås que emana de um antigo lixão e de tanques de esgoto e aproveita os restos de madeira da poda de årvores e das fåbricas de pisos.
Nos Ășltimos cinco anos, muitos paĂses europeus passaram a usar mais a energia renovĂĄvel. SĂł na Alemanha, hĂĄ cerca de 5.000 sistemas de biogĂĄs gerando energia.
O uso do biogĂĄs em Kristianstad Ă© parte de uma reformulação da matriz energĂ©tica que levou a cidade a reduzir pela metade seu consumo de combustĂveis fĂłsseis e a cortar um quarto das suas emissĂ”es de diĂłxido de carbono.
O biogås gera emissÔes quando é queimado, mas menos do que o carvão e petróleo. E o biogås é renovåvel: é feito de dejetos biológicos que de outra forma seriam decompostos em lavouras e lixÔes, liberando metano (gås do efeito estufa), poluindo o ar e, possivelmente, afetando os mananciais.
Os gastos iniciais em Kristianstad, cobertos pela prefeitura e por repasses do governo sueco, foram consideråveis: o sistema centralizado de calefação por biomassa custou US$ 144 milhÔes, incluindo a construção de uma usina de incineração, a instalação dos dutos, a substituição de fornalhas e a instalação de geradores.
Mas as autoridades dizem que o retorno Ă© significativo: Kristianstad gasta hoje cerca de US$ 3,2 milhĂ”es por ano para aquecer seus prĂ©dios pĂșblicos, em vez dos US$ 7 milhĂ”es que gastaria com petrĂłleo e eletricidade. O biogĂĄs abastece carros, ĂŽnibus e caminhĂ”es da prefeitura.
As operaçÔes com biogĂĄs geram renda, pois fazendas e fĂĄbricas pagam para eliminar seus dejetos, e as usinas vendem calor, eletricidade e combustĂvel para veĂculos.
Desde a dĂ©cada de 1980, a cidade possui dutos subterrĂąneos que distribuem vapor para aquecer as residĂȘncias. O sistema, inicialmente, usava combustĂvel fĂłssil. Mas, depois que a SuĂ©cia se tornou o primeiro paĂs a impor um imposto sobre as emissĂ”es de diĂłxido de carbono por combustĂveis fĂłsseis em 1991, a cidade passou a procurar alternativas.
Em 1993, jå estava queimando restos de madeira e, em 1999, começou a usar o calor gerado pela nova usina de biogås.
Alguns prédios foram adaptados com fornalhas individuais que usam "pellets" (cilindros granulados) feitos com sobras de madeira.
Queimar madeira dessa forma Ă© mais eficiente e produz menos diĂłxido de carbono do que a queima da lenha; esse tipo de calefação deu origem a um setor de produção de "pellets" no norte da Europa. Fornalhas para "pellets" recebem subsĂdios governamentais, e abastecĂȘ-las sai por metade do preço em relação ao petrĂłleo, segundo o engenheiro Erfors.
As autoridades de Kristianstad esperam que atĂ© 2020 as emissĂ”es locais sejam 40% inferiores Ă s de 1990, e que a administração municipal abandone totalmente os combustĂveis fĂłsseis e pare de emitir gases do efeito estufa.
O transporte responde por 60% do uso de combustĂveis fĂłsseis na cidade. As autoridades querem que os motoristas usem carros abastecidos com biogĂĄs local. Isso exigirĂĄ aumentar a produção.
Embora o combustĂvel de biogĂĄs custe cerca de 20% menos que a gasolina, os consumidores relutam em pagar US$ 32 mil (cerca de US$ 4.000 a mais do que um carro convencional) por um veĂculo a biogĂĄs ou bicombustĂvel, pois querem ter certeza de que a rede de abastecimento continuarĂĄ crescendo, e que haverĂĄ mais postos disponĂveis.
O engenheiro Martin Risberg Ă© favorĂĄvel a tal expansĂŁo. "Um tanque Ă© suficiente para vocĂȘ andar o dia todo pela regiĂŁo", disse Risberg abastecendo seu Volvo com biogĂĄs. "Mas Ă© preciso planejar com antecedĂȘncia."
Elisabeth Rosenthal - Fonte: Folha de S.Paulo - 27/12/10.
NĂŁo deixem de enviar suas mensagens atravĂ©s do âFale Conoscoâ do site.
http://www.faculdademental.com.br/fale.php