BRASIL: FUTEBOL EXPORTAĂĂO
12/01/2008 -
FUTEBOL SHOW
INTER CAMPEĂO DA COPA DUBAI
o Internacional conquistou o tĂtulo da Copa Dubai, na segunda-feira 07/01, ao bater a Inter de MilĂŁo por 2 a 1.
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Fonte: Terra - 07/01/08.
FĂBRICA DE JOGADORES
No passado, os meninos aprendiam a jogar nas ruas, brincando, sem regras e sem professores. Começavam com uma bola de meia, passavam para uma de borracha e, por fim, a sonhada bola de couro. Aos poucos, adquiriam intimidade e descobriam os segredos da bola.
Segundo estudos cientĂficos, essa Ă© a melhor Ă©poca para a descoberta da criatividade.
Depois, os meninos formavam times uniformizados, calçavam chuteiras, passavam a jogar em campos do tamanho ou próximo do oficial, escolhiam as posiçÔes e conheciam a alegria de uma vitória e a tristeza de uma derrota.
Mais ou menos aos 14 anos, os que se destacavam eram indicados para fazer testes nas categorias de base dos clubes profissionais. Os aprovados aprendiam a importĂąncia da preparação fĂsica, do futebol coletivo e da tĂ©cnica.
Para esse aprendizado, é essencial dar uma boa orientação. Não basta treinar bastante. à preciso ensinar. Poucos sabem.
Com o passar do tempo, aconteceu uma evolução cientĂfica nos treinamentos, na preparação fĂsica e em muitas outras coisas. Mas houve tambĂ©m uma inversĂŁo negativa no aprendizado. Os meninos vĂŁo para as escolinhas muito cedo, aprendem as regras, a tĂĄtica e a executar os fundamentos tĂ©cnicos antes de desenvolver a habilidade e a criatividade e de terem uma boa coordenação motora.
A habilidade e a criatividade podem ser aprimoradas, mas nĂŁo se aprendem na vida adulta. Esse Ă© talvez um dos motivos de haver hoje menor nĂșmero de craques e mais jogadores tĂ©cnicos que habilidosos e criativos.
Como o Brasil se tornou um grande exportador e Ă© mais fĂĄcil aprender a tĂ©cnica, desenvolveu-se no paĂs uma grande indĂșstria de produção em massa de atletas.
Cada dia mais empresårios investem nesse negócio. Eles e milhares de desempregados, que passaram a trabalhar nas escolinhas ou como intermediårios dos investidores. Formou-se uma cadeia de produção que exporta jogadores para os grandes clubes da Europa e para times da terceira divisão da Ucrùnia.
O Brasil exporta cada vez mais pela enorme expansĂŁo da produção, e nĂŁo pelo aumento da qualidade tĂ©cnica. AlĂ©m disso, por causa do cĂąmbio e da euforia pelo consumo, aumentou a importação de jogadores dos paĂses sul-americanos e de brasileiros que estavam no exterior. O negĂłcio futebol sĂł cresce.
Em algumas escolinhas pobres e desestruturadas, muitos garotos deixam de estudar, ficam longe de suas famĂlias, nĂŁo tĂȘm liçÔes de cidadania e passam a morar em lugares desumanos, como mostrou uma Ăłtima reportagem do Sportv.
Os treinadores, influenciados pelos dirigentes e empresårios, são integrantes importantes desse negócio. Para aumentar a produção é muito mais fåcil fabricar jogadores altos, fortes e disciplinados. O futuro disso é cada vez mais um futebol burocråtico e sombrio.
O sonho de muitos investidores Ă© produzir jogadores como se faz em uma fĂĄbrica de parafusos. Ainda bem que existem os inconformados, os transgressores e os craques, que fogem dessa produção em sĂ©rie e jogam um futebol bonito, imprevisĂvel e eficiente.
TostĂŁo - Fonte: Folha de S.Paulo - 09/01/08.
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