A COPA JĂ COMEĂOU...
10/12/2009 -
FUTEBOL SHOW
O BRASIL NA COPA
English:
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Photos:
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Os palcos das batalhas - Sorteio realizado na Cidade do Cabo (Ă esq.): o Brasil conheceu seus primeiros rivais na Copa, que enfrentarĂĄ nos estĂĄdios de Ellis Park (Ă dir.) e Soccer City , ambos em Johanesburgo. SĂł oito gomos - A nova bola que serĂĄ usada nos jogos: mais trabalho para os goleiros
O sorteio dos oito grupos que disputarĂŁo a Copa do Mundo de 2010, na Ăfrica do Sul, ocorrido na Cidade do Cabo, definiu como serĂŁo as emoçÔes iniciais da competição. O Brasil vai estrear no mundial no dia 15 de junho contra um adversĂĄrio que nĂŁo assusta, a Coreia do Norte. Nas duas partidas seguintes, porĂ©m, a seleção do tĂ©cnico Dunga terĂĄ de suar. A primeira serĂĄ contra a Costa do Marfim. A seleção desse paĂs africano conta com vĂĄrios jogadores que atuam em grandes times europeus, como o atacante Didier Drogba, do Chelsea, da Inglaterra. Na Ășltima partida dessa fase, o Brasil enfrentarĂĄ Portugal, cuja seleção tem o jogador eleito o melhor do mundo pela Fifa, o atacante Cristiano Ronaldo, do Real Madrid. A Ășltima vez em que a seleção brasileira enfrentou a portuguesa numa Copa do Mundo foi em 1966, na Inglaterra â e a partida evoca mĂĄs lembranças. O Brasil foi eliminado na Ășltima partida da fase de grupos, apĂłs uma derrota por 3 a 1 para Portugal, com dois gols do atacante EusĂ©bio. "Com um grupo como esse, todos nĂłs temos de ficar concentrados e muito atentos", declarou Dunga apĂłs o sorteio.
A Fifa apresentou tambĂ©m a bola que serĂĄ utilizada na Copa de 2010. Como de hĂĄbito nas Copas do Mundo, ela ganhou um nome que faz referĂȘncia ao paĂs que sedia a competição â Jabulani. A palavra significa "festejar" no dialeto do povo bantu, falado por 25% da população sul-africana. A novidade da bola Ă© que ela tem oito gomos, contra catorze daquela usada na Alemanha em 2006. Uma bola com menos gomos tende a ganhar mais velocidade ao ser chutada. AlĂ©m disso, sua trajetĂłria pode se alterar significativamente pelo atrito com o ar. "Essa bola, mesmo quando chutada sem efeito, ou seja, sem que gire em torno de seu eixo, possibilita variaçÔes na trajetĂłria de atĂ© 1 metro para a esquerda ou para a direita", disse a VEJA o engenheiro inglĂȘs Ken Bray, da Universidade de Bath, especialista em fĂsica dos esportes. AtĂ© a Copa de 2002, as bolas tinham 32 gomos, o que tornava os chutes mais previsĂveis.
As duas primeiras partidas do Brasil serão em Johanesburgo. Contra a Coreia do Norte, o estådio serå o Ellis Park, jå conhecido da seleção brasileira. Lå, em junho deste ano, o Brasil ganhou a Copa das ConfederaçÔes vencendo de virada os Estados Unidos. O jogo contra a Costa do Marfim serå no Soccer City, que foi totalmente reformado e vai abrigar o jogo de abertura e a final da Copa. Foi no Soccer City que o ex-presidente sul-africano Nelson Mandela fez o primeiro discurso após sair da prisão, em 1990. O terceiro jogo do Brasil na primeira fase serå no estådio de Durban.
A Copa da Ăfrica do Sul serĂĄ disputada em dez estĂĄdios. Cinco deles (inclusive o de Durban) foram construĂdos especialmente para a competição e outros cinco foram reformados. NĂŁo faltaram problemas na empreitada. Em julho passado, 70 000 operĂĄrios que trabalhavam nas obras de todos os estĂĄdios entraram em greve por uma semana, reivindicando melhores salĂĄrios. O Soccer City, que ficaria pronto neste mĂȘs, sĂł deverĂĄ ser inaugurado em março do ano que vem. Falta resolver problemas de segurança e transporte nas cidades que abrigarĂŁo os jogos. De qualquer maneira, a Ăfrica do Sul mostra que faz de tudo para tornar um sucesso a primeira Copa realizada no continente africano.
Copa - Alexandre Salvador - Fonte: Veja - Edição 2142.
Veja foto do sorteio:
http://www.fifa.com/worldcup/photo/photolist.html#1144586
Blog da Copa Veja:
http://veja.abril.com.br/blog/copa-2010/
PARABĂNS FLAMENGO
O mais sinceros parabéns do FM à enorme torcida do Mengão.
HexacampeĂŁo brasileiro de futebol.
Confira o site do Mengo:
http://www.flamengo.com.br/
COPA 2010 - "NĂS" QUEM?
Durante o sorteio das chaves da Copa da Ăfrica do Sul, Carlos Alberto Parreira impressionou a delegação brasileira com o seu otimismo. Dizia o tempo todo: "NĂłs vamos ser campeĂ”es". Referia-se ao Brasil. Parreira Ă© atualmente tĂ©cnico da Ăfrica do Sul.
Panorama - Radar - Lauro Jardim - Fonte: Veja - Edição 2142.
RONALDINHO GAĂCHO Ă O MELHOR DA DĂCADA
Apesar da queda de rendimento nas Ășltimas duas temporadas, Ronaldinho GaĂșcho foi eleito ontem o melhor jogador da dĂ©cada, em eleição promovida pela revista britĂąnica "World Soccer".
Ele superou o argentino Lionel Messi e o portuguĂȘs Cristiano Ronaldo, eleito o melhor jogador da temporada passada pela Fifa. Messi, favorito ao prĂȘmio deste ano da entidade, foi eleito o melhor jogador da temporada passada pela revista.
Fonte: O Tempo - 11/12/09.
World Soccer Magazine - http://www.worldsoccer.com/
"THE DAMNED UNITED" (2009)
TOM HOOPER
Baseado em fatos reais, o filme conta a histĂłria do inglĂȘs Brian Clough, tĂ©cnico de futebol e falastrĂŁo, que levou times irrelevantes a tĂtulos importantes
POR QUE Ă LEGAL?
Não é preciso gostar de futebol: basta ser fã de cinema para se divertir com o filme, muito bem feito; bons atores, boa direção, excelente recriação de época (a Inglaterra dos anos70)
Detalhes:
http://www.hdtvfilmes.ws/794/
http://www.imdb.com/title/tt1226271/
Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=G_QiKT-6hlo
Fonte: Folha de S.Paulo - 07/12/09.
OS MEUS MELHORES DO ANO
A minha seleção dos melhores do BrasileirĂŁo nĂŁo Ă© igual Ă da CBF nem de ninguĂ©m. Voto em Bruno, mal-educado pegador de pĂȘnaltis, e nĂŁo em Victor, que atĂ© mereceu ser escolhido, embora tenha sido excluĂdo do Ășltimo jogo de seu time, contra o Flamengo, por decisĂŁo da direção do clube, como ele mesmo fez questĂŁo de deixar bem claro. Estranho, nĂŁo?
Verdade que o goleiro titular do Corinthians, Felipe, enfrentou o Flamengo e, como forma de protesto, nĂŁo tentou defender um pĂȘnalti que valeu o segundo gol.
Talvez a exclusão de Victor e a omissão de Felipe expliquem porque um esteja dentro e o outro nem seja cogitado pela seleção.
Na lateral direita, escalo VĂtor, sem c, do GoiĂĄs, pelo vigor com que defende e a eficĂĄcia com que ataca.
Meu miolo de zaga Ă© original: tem o goleador Gum e tem, tambĂ©m, Ronaldo Angelim, sĂłbrio, sĂ©rio, competente e autor do gol do tĂtulo do Flamengo.
Fazer escalaçÔes antes das Ășltimas rodadas, dĂĄ nisso.
Um gigante na decisĂŁo fica fora, ou um goleiro que falha na final, como aconteceu na Copa do Mundo de 2002, Ă© eleito o jogador do torneio.
Na lateral esquerda eu vou de Kléber, que ressurgiu no segundo turno do Brasileirão.
Lamento nĂŁo ter lugar para Guiñazu entre meus volantes, mas escalo Pierre e Hernanes, ambos fundamentais para, pela ausĂȘncia, a queda do Palmeiras, e, pela presença, manutenção do SĂŁo Paulo, ao menos, na Libertadores.
E boto na frente deles os dois mais brilhantes representantes da legião estrangeira no Brasil: o sérvio Petkovic e o argentino Conca.
Sem o sĂ©rvio, o Flamengo nĂŁo estaria em festa, porque foi ele quem fez a maior diferença ao dar brilho e cadĂȘncia ao rubro-negro que sĂł com Adriano e Andrade nĂŁo chegaria tĂŁo longe. Ă inegĂĄvel que Maldonado e Ălvaro tambĂ©m foram importantes, mas o sĂ©rvio foi o toque que desequilibrou e que Diego Souza acabou por nĂŁo ser.
Jå o argentino esteve bem até nos piores momentos, e foram tantos, do tricolor carioca.
E, na frente, Adriano e Fred. Porque sem o primeiro o Fla nĂŁo teria sido o primeiro e sem o Ășltimo o Flu nĂŁo deixaria de ser o Ășltimo. Os dois chamaram para eles a responsabilidade, coisa que Diego Tardelli quase fez, mas nĂŁo fez, e que Washington tambĂ©m fez, mas nĂŁo com o mesmo resultado, a glĂłria e a salvação.
Ronaldo leva menção honrosa.
Meu tĂ©cnico, com dor no coração por nĂŁo ficar com Andrade, o primeiro tĂ©cnico negro campeĂŁo brasileiro, Ă© Paulo Silas, nĂŁo sĂł pelo brilhante sexto lugar do AvaĂ mas, principalmente, por ser ele um adepto do jogo bonito e limpo, caracterĂsticas que espero que ele mantenha agora Ă frente do GrĂȘmio.
E indico Giuliano como revelação, mais um da fåbrica colorada. O destaque positivo do ano ficou por conta da emoção do torneio e de duas torcidas, da dupla Fla-Flu, mais a do Flu, porque apoiou na desgraça.
O negativo fica para o verdadeiro inferno verde da torcida do Coritiba, alĂ©m do triste STJD, sĂmbolo da incoerĂȘncia, da ingerĂȘncia indevida, da tradição cartorial e bacharelesca dos colonizadores que herdamos e teimamos em manter.
Juca Kfouri (http://blogdojuca.blog.uol.com.br/) - Fonte: Folha de S.Paulo - 10/12/09.
A DIGNIDADE PERDIDA
Moderno, muito moderno! Mas, afinal, o que vem a ser moderno? Quando Rousseau usou pela primeira vez a expressĂŁo, a palavra âmodernoâ tinha o mesmo sentido que o atual, bem antes da Revolução Francesa e da Americana. O filĂłsofo refletiu e discutiu como poucos de sua Ă©poca sobre algumas das mais interessantes tradiçÔes modernas, como, por exemplo, a democracia participativa. Ele queria demonstrar as contradiçÔes implĂcitas nas transformaçÔes futuras ou em processos de amadurecimento.
Muitos sĂ©culos atrĂĄs, portanto, ele incomodava seus contemporĂąneos ao declarar em alto e bom-tom que a sociedade europeia estava Ă beira do abismo. O Velho Continente estava prĂłximo de grandes perturbaçÔes revolucionĂĄrias decorrentes do que ele chamava de turbilhĂŁo social. Referia-se ao âespĂrito do tempoâ dos grandes aglomerados humanos em formação, herança da migração do homem do campo para a cidade. Semelhante ao que se viu em nosso paĂs em meados do sĂ©culo XX, com a formação de megalĂłpoles insensĂveis, irracionais e desfiguradas pela invasĂŁo descontrolada de uma imensa massa humana que perseguia um eldorado imaginĂĄrio.
Certa vez, um dos personagens de Rousseau realiza uma, digamos, expedição ao olho do furacĂŁo social â uma viagem que seria empreendida por milhĂ”es de jovens no Primeiro Mundo e por desvalidos dos recantos menos desenvolvidos nos sĂ©culos seguintes. E o que ele vivencia? Uma sociedade em permanente conflito, geradora de conluios os mais diversos e em um contĂnuo ir e vir de opiniĂ”es antagĂŽnicas. Ou seja, seres eternamente contraditĂłrios.
Nota ainda as inĂșmeras oportunidades que se lhes apresentam e repara na necessidade de estar pronto a eventualmente modificar os seus princĂpios, com o objetivo de ajustar os passos perante a plateia.
Entre as frases desse personagem, algumas ferem as âmodernasâ convicçÔes. Uma em particular nos fala alto: âDe todas as coisas que me atraem, nenhuma toca meu coração, embora perturbem meus sentimentos de modo a fazer com que me esqueça de quem sou e qual Ă© o meu lugarâ. Chocante como tudo o que atĂ© hoje nos cerca, os tais âtempos modernosâ. Uma atmosfera estressante a nos embriagar e sedar, expandindo o nosso leque de experiĂȘncias possĂveis, as quais, contudo, serĂŁo usufruĂdas somente se destruirmos nossas barreiras morais.
E no futebol, âmodernoâ quer dizer o quĂȘ? O que seria arcaico e o que Ă© âmodernoâ e contemporĂąneo? ContemporĂąneo no sentido clĂĄssico do termo indica o perĂodo iniciado na Revolução Francesa, no qual a razĂŁo deveria imperar, a ciĂȘncia encontraria respostas a todas as querĂȘncias humanas e a civilização progrediria sempre, a partir dos conhecimentos que gradativamente seriam adquiridos. Terminologia questionada em sua essĂȘncia quando constatamos os terrĂveis e sangrentos conflitos que insistem em se perpetuar mundo afora e que sĂŁo obra dos chamados povos desenvolvidos. Conflitos por energia, riquezas ou simples mania de mandar.
TerĂamos de considerar arcaico o futebol ou seus precursores como um jogo de bola que seria praticado na China 26 sĂ©culos antes da nossa era. Ou o jogo indĂgena com bola de lĂĄtex â como atĂ© hoje ocorre na AmazĂŽnia â conhecido pelos navegadores espanhĂłis quando aportaram em terras americanas. Ou o Calcio italiano, cujas regras foram fixadas no fim do sĂ©-culo XVI. Por extensĂŁo, o que veio depois seria o âmodernoâ?
NĂŁo exclusivamente, diria eu. O futebol âmodernoâ deve ser chamado assim a partir do momento em que esse esporte tornou-se um grande negĂłcio e, como consequĂȘncia, perdeu muito de sua beleza, encanto, paixĂŁo e ingenuidade. Ou seja, tenha deixado de ser exclusivamente humano para se transformar no âmodernoâ de Rousseau.
Onde jĂĄ nĂŁo cabe o chamado âamor Ă camisaâ evidente, por exemplo, no rosto do goleiro Barbosa, responsabilizado pela derrota da nossa seleção no Ășnico mundial disputado em terras tupiniquins. Barbosa, que carregou com galhardia o terrĂvel fardo que destruiu sua simples e dedicada existĂȘncia, como se debulhasse o trigo.
O goleiro da seleção Ă©, porĂ©m, de um tempo em que os jogadores nĂŁo viviam em eterna contradição, conluios nem conflitos. De um tempo em que as oportunidades eram poucas e que, por isso, nĂŁo precisavam mascarar seus princĂpios. Tempo em que jogar futebol tocava seus coraçÔes apaixonados pelo jogo. E a atmosfera que os cercava nem de longe os sedava e cegava. E onde os goleiros sempre tentavam defender todas as bolas, inclusive os pĂȘnaltis, mesmo os incompreensĂveis. Eram tempos nada âmodernosâ, como se pode ver. E, no entanto, muito mais dignos.
Sócrates - Fonte: Carta Capital - Edição 575.
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