DIREITO À SÃTIRA
BRIGADA SEM HONRAS (BATATA E OVOS)
English:
http://www.nytimes.com/2011/11/07/world/asia/beygairat-brigades-youtube-hit-song-challenges-extremism-in-pakistan.html?_r=1
http://www.bbc.co.uk/news/world-south-asia-15428540
Video:
http://www.youtube.com/watch?v=ZEpnwCPgH7g
Paquistão: Letra critica militares, conservadores religiosos, polÃticos nacionalistas e teoristas da conspiração. Música satiriza o governo e se torna sucesso na internet. VÃdeo no YouTube, postado em outubro, já foi visto mais de 400 mil vezes.
Uma música que "mete a lÃngua" nos extremistas religiosos, na militância e nas contradições da sociedade contemporânea do Paquistão se tornou um grande sucesso nos últimos meses, espalhando-se por todo o paÃs como uma voz de expressão dos liberais encurralados.
A música "Aaulu Anday", que, em português, significa "Batatas e Ovos", foi escrita por um grupo de três jovens paquistaneses que se identificam como o Beygairat Brigade, ou a "Brigada sem Honras" - o que constitui uma crÃtica aberta aos militares, conservadores religiosos, polÃticos nacionalistas e teoristas da conspiração, uma vez que os grupos de direita são frequentemente mencionados na mÃdia como "Ghairat Brigade" (Brigada da Honra).
O vÃdeo do grupo no YouTube já foi visto mais de 400 mil vezes, desde que foi postado em outubro. A canção tem recebido crÃticas brilhantes na mÃdia do paÃs e é, cada vez mais, comentada e compartilhada nas redes sociais.
Músicos locais já haviam produzido esse tipo de trabalho musical crÃtico, mas geralmente com foco no Ocidente e nos Estados Unidos. Raramente, artistas locais têm coragem de ridicularizar militares e extremistas, e nunca ninguém havia conquistado tanto sucesso quanto o grupo Beygairat Brigade.
Cantada em Punjabi, a lÃngua da provÃncia mais próspera e populosa do Paquistão, a canção traz comentários sobre o atual ambiente sócio-polÃtico do paÃs, em que o radicalismo e a militância vêm aumentando significativamente nos últimos anos, e a tolerância aos grupos minoritários tem sido menos atuante.
Chocante
Neste ano, um governador que se opôs à lei da blasfêmia no Paquistão foi morto por um de seus próprios guardas. O assassino foi ovacionado por pessoas em diversas partes do paÃs, incluindo advogados que receberam o criminoso como um nobre, com pétalas de rosas e guirlandas de flores.
A música "Aaulu Anday"aborda assassinos e extremistas sendo saudados como heróis, enquanto pessoas como Abdus Salam, cientista paquistanês vencedor do prêmio Nobel, são frequentemente ignoradas por pertencerem a grupos minoritários. No caso do cientista, ele pertence ao Ahmadi.
Entre os focos de crÃtica, estão Malik Mumatz Qadri, responsável pela morte do governador que foi contra pontos da lei da blasfêmia, e Ajmal Kasab, outro criminoso paquistanês ovacionado por sua atuação em ataques terroristas na Ãndia. O grupo tira sarro também do poderoso chefe das forças armadas, o general Ashfaq Parvez Kayani, por estender sua permanência no cargo por mais três anos.
Letra da música faz duras crÃticas
Versos. Os músicos fazem crÃticas ao cenário polÃtico-social do paÃs:
"Qadri é tratado como um membro da famÃlia real". A frase faz referência a Malik Mumatz Qadri, o guarda da elite policial responsável pela morte do governador de Punjab, Salman Taseer, em janeiro, após o polÃtico ter se pronunciado contra aspectos da lei da blasfêmia.
"Onde Ajmal Kasab é um herói". A frase se refere ao único criminoso paquistanês sobrevivente dos ataques terroristas de 2008, em Mumbai, na Ãndia.
"O clérigo tentou escapar sob um véu". A frase faz alusão ao chefe clérigo da Mesquita Vermelha de Islamabad - que foi alvo de um cerco, em 2007, por parte do governo paquistanês contra militantes islâmicos. Na ocasião, o clérigo tentou passar pelo cerco de guardas fingindo-se de mulher, ao se esconder sob um véu que cobria o corpo, tipicamente usado por mulheres no Paquistão.
DESDE OS ANOS 80: Protestos em forma de arte
Poesia e literatura de resistência estão longe de ser novidades no Paquistão. Elas já inspiravam os rebeldes desde os anos de ditadura militar. Durante os protestos do movimento seminal de advogados, em 2007, quando o grupo liderou a campanha para o impeachment do presidente Pervez Musharraf, os advogados cantavam e dançavam um poema escrito por Faiz Ahmad Faiz, considerado um gigante da literatura Urdu.
Habib Jalib, outro famoso poeta paquistanês, escreveu diversos poemas contra o general Mohammad Zia ul-Haq, o ditador militar da década de 1980. "Mas o Jalib é irrelevante para a geração de jovens urbanos de classe média que o Beygairat Brigade consegue atingir", afirma Nadeem Farooq Paracha, um crÃtico cultural que mora em Karachi.
"A banda oferece uma narrativa alternativa para aquela que a geração atual cresceu ouvindo. Além disso, ela providencia uma contranarrativa à manutenção do status quo e à s noções conservadoras de polÃtica, história e sociedade como preconizadas pelos televangelistas, teoristas da conspiração e, claro, a mÃdia eletrônica de tendências direitistas", completa Paracha. "Há jeito melhor de se fazer isso do que com sátiras e ‘pop music’?"
Os membros do grupo, por outro lado, não têm pretensão alguma de ser revolucionários, ativistas ou intelectuais. Mesmo assim, sentem que a música representa aqueles que não acreditam no extremismo e querem viver em paz. "Ao fim do dia", diz o vocalista, "somos apenas músicos trazendo à tona assuntos importantes".
Salman Masood - The New York Times - Traduzido por Luiza Andrade - Fonte: O Tempo - 21/11/11.
Reportagem original em inglês:
http://www.nytimes.com/2011/11/07/world/asia/beygairat-brigades-youtube-hit-song-challenges-extremism-in-pakistan.html?_r=1
VÃdeo:
http://www.youtube.com/watch?v=ZEpnwCPgH7g
O DIREITO MUDOU A CRISE
A maioria absoluta dos brasileiros não havia nascido quando eclodiu a crise econômico-financeira de 1929. Os temores que agora nos preocupam têm a invocação diária dos perigos pelos quais passa o planeta. A crise tem, contudo, para o Brasil, caracterização diversa daquela de 82 anos atrás. Diversidade decorrente, para nosso paÃs, das transformações pelas quais passou o Direito brasileiro nesse perÃodo e depois de 1945.
Uns poucos exemplos facilitam a compreensão. Antes, a indústria automobilÃstica, o transporte urbano nas maiores cidades, a produção de energia elétrica, a telefonia, o fornecimento de combustÃveis, entre outros, eram controlados de fora do Brasil. Nosso Direito era elemento secundário ante o predomÃnio da administração externa.
O segundo conflito mundial (1939-1945), alterou tudo. O dólar/ouro de Bretton Woods, elevado à condição de moeda mundial, se impôs. Embora tivessem proclamado a independência desde a primeira metade do século 19, nações latino-americanas e suas lideranças se conformavam com a situação de dependência econômica. Após o fim do conflito dois vetores predominaram: o da industrialização imprescindÃvel e do controle nacional das atividades essenciais.
O perfil era antes estritamente binacional. A empresa estrangeira operava no Brasil, mas suas decisões principais vinham de fora, sem interferência dos governos e da lei brasileira. Depois, o Direito se modificou. Privilegiou a produção nacional. Diversificou a atividade agrÃcola. Ampliou a quantidade e a qualidade dos clientes.
As relações comerciais do Brasil com o mundo cresceram, assumiram variedade, importância e complexidade marcada pela invocação necessária de um Direito nacional, cujos limites são difÃceis de determinar em poucas palavras, mas é perceptÃvel que serão cada vez mais imponÃveis.
As relações comerciais externas, nos últimos sessenta anos, tiveram evolução constante. Os limites são definidos com maior clareza, a serem sempre avaliados e aprimorados, em face de nossos direitos. Se o planeta chegar ao momento do "salve-se quem puder", sabe-se que o Direito poderá ser sobrepujado pela conveniência da economia. Mas, não com a gravidade de 1929. Mesmo neste mundo globalizado, o esforço será para que o Direito interno seja garantido pelas regras de Constituição e das leis do Brasil. Ao menos, parece indiscutÃvel que o Direito pode preservar o paÃs, em face do capital internacional, muito mais do que há 80 anos.
Verificando o que se passa atualmente na Europa sabe-se de paÃses que lá não tiveram a mesma prudência. A Itália e a Espanha vivem com dificuldade crescente de recompor seus acordos para pagamento dos débitos, porque não se cuidaram. A retomada deles será difÃcil e danosa a curto prazo. Levarão tempo para voltar ao que eram.
Lembro, para terminar, um fenômeno setorial do qual não se pode esquecer: o principal executivo do Barclays de Londres, Bob Diamond, disse que os bancos precisam ser cidadãos melhores, no contraste entre grandes lucros e os apertos de seus clientes, as populações e seus governos. Quando se chegar a esse ponto será preciso conferir como o Brasil e os brasileiros devem e podem ser amparados com clareza pelo Direito que aplicarmos.
Walter Ceneviva - Fonte: Folha de S.Paulo - 19/11/11.
LIVROS JURÃDICOS
TEORIA PLURIVERSALISTA DO DIREITO INTERNACIONAL
AUTOR Anderson Vichin-keski Teixeira
EDITORA WMF Martins Fontes (0/xx/11/3293-8150)
QUANTO R$ 49,80 (352 págs.)
Teixeira, com marcante atualidade, situa o confronto globalização versus soberania e a tácita revitalização desta. Na segunda parte, percorre propostas do universalismo ao defender o globalismo pluriversalista e enunciar a função do direito supranacional mÃnimo.
TRIBUTAÇÃO DA RENDA IMOBILIÃRIA
AUTOR Ricardo Lacaz Martins
EDITORA Quartier Latin (0/xx/11/3101-5780)
QUANTO R$ 82 (301 págs.)
Tese de doutorado (Fadusp) dá importante contribuição cientÃfica em tema pouco tratado, na qual Martins aparece como cientista e como advogado. A parte geral vê a tributação da renda e, a especial, o tema do tÃtulo no mercado imobiliário. Apresenta, ao fim, princÃpios e critérios do tributo da renda imobiliária.
O DIREITO AO TRABALHO COMO DIREITO FUNDAMENTAL
AUTOR Werner Keller
EDITORA LTr (0/xx/11/2167-1100)
QUANTO R$ 35 (135 págs.)
"Instrumentos de efetividade" é o subtÃtulo desta dissertação de mestrado (PUC-SP). Situa o direito ao trabalho na doutrina, nas constituições, na verificação de princÃpios fundamentais desse dado da dignidade da pessoa. Destaca a defesa de tais valores como forma de erradicar a pobreza.
CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO
AUTOR Obra coletiva
EDITORA Forense (0/xx/21/3543-0770)
QUANTO R$ 49 (298 págs.)
O ministro Antonio Cezar Peluso e Morgana de Almeida Rocha coordenaram a obra, cujo texto parte de atividades do Conselho Nacional de Justiça voltadas, conforme escreve o ministro Cezar Peluso no prefácio, para aperfeiçoamento de métodos alternativos dos quais possa nascer a resolução de conflitos, "em vez de os abater com sentenças".
CURSO DE DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E DIREITO COMUNITÃRIO
AUTOR Thiago Carvalho Borges
EDITORA Atlas (0/xx/11/3357-9144)
QUANTO R$ 72 (400 págs.)
Borges foi bem no objetivo de criar livro-texto, em linguagem acessÃvel, destinado a situar os dois temas, o geral e o especÃfico.
PROCESSO CIVIL
AUTORA Fernanda Tartuce
EDITORA Método (0/xx/11/5080-0770)
QUANTO R$ 58 (302 págs.)
Com enunciado claro, exemplos úteis, quadros sinóticos, súmulas e questões ao final do capÃtulo, o livro cumpre a finalidade de facilitar a compreensão do assunto, em texto didático.
Fonte: Folha de S.Paulo - 19/11/11.
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